25-08-2012, 12:56 PM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 25-08-2012, 07:29 PM por Rider.)
Já fazia um tempo que eu queria traduzir esse texto. Aproveitei um tempo de folga nessa manhã, e mandei ver.
Algumas expressões não ficaram completamente corretas. Caso algum dos guerreiros saque inglês melhor do que eu e queira dar uma força nas expressões como "speedy date", "pump & dump" (eu sei que significa transar e chutar, mas não sei se temos alguma expressão equivalente na Real), pode deixar a dica aqui.
Esse artigo fala o que está acontecendo com as mulheres carreiristas nos seus 30 ou mais anos, na Austrália. Recomendo lerem também os comments no original, para vocês verem o tsunami de fúria feminazi que o artigo gerou.
Como sempre, as minhas observações e complementos estão entre [ ].
|Porque as mulheres estão perdendo o jogo dos relacionamentos
Naomi sentou-se nas fileiras de trás do Instituto Graftan de Melbourne, para assistir seu noivo fazer uma palestra. Três mulheres desconhecidas sentaram ao seu lado – todas atraentes, acima de 30 anos. Pela conversa delas, ela logo percebeu que elas não estavam ali para ouvir sobre economia ou política, mas para procurar um futuro esposo. Naomi explicou: “ele tem 36 anos e é definitivamente um macho alpha: excelente emprego em finanças, PHD, alto salário, mais de 1,80 m, esportivo e muito bonito. E também é um amor de pessoa.”
Naomi é uma universitária de 28 anos. Ela tem namorado com ele por seis anos. Suas novas conhecidas foram muito amigáveis e conversaram com ela durante o intervalo. Mas então seu noivo, que estava conversando com o público na frente da sala, fez contato visual com Naomi e sorriu.
“As outras garotas viram isso e foi como se a sala tivesse gelado repentinamente. Houve um silêncio, e então uma delas perguntou se eu o conhecia. Eu não quis mentir, então eu lhe disse que ele era meu noivo e quanto tempo estávamos juntos. Foi incrível como elas reagiram. Elas pararam de sorrir para mim, se mexeram de forma embaraçada nas suas cadeiras e ficaram me encarando como se estivessem tentando entender como uma garota que ainda usa jeans e sapatos baixos pôde ficar com um cara como ele.” As mulheres foram embora antes que seu noivo fizesse seu discurso.
Naomi está surpresa com o número de mulheres nos seus 30 anos que se atiram sobre o seu noivo; as colegas de trabalho que enviam e-mails com beijos; uma jornalista que perguntou na cara dura, depois de uma entrevista, se ele era casado. Mas dado o desespero das mulheres pós-30 anos procurando maridos, não é nenhuma surpresa que seu namorado esteja na mira delas.
Nós ouvimos queixas sem fim das mulheres sobre a falta de bons homens.
As mulheres estão chocadas por verem que os homens não estão mais a sua volta quando elas decidem que é hora de arranjar um compromisso. Elas ficam dizendo aos homens para “virarem homens” e pararem de fugir do compromisso.
Mas há uma outra conversa acontecendo – uma troca de ideias fascinante sobre o que está acontecendo, do ponto de vista dos homens. Muito disso ocorre na Internet, na assim chamada “manosphere”. Aqui você vai ler sobre homens falando de forma alegre, até mesmo triunfante, sobre suas experiências. E eles têm motivos para celebrar. Eles descobriram que uma profunda mudança ocorreu no mercado sexual, e, para sua surpresa, eles são os vencedores.
Dalrock (dalrock.wordpress.com) é típico: “as mulheres não casadas de vinte e poucos anos de hoje deram aos homens um ultimato: eu irei casar contigo quando eu estiver pronta, quer você queira ou não. Isso, obviamente, é um direito delas. Mas ultimatos são uma coisa arriscada, porque o outro lado sempre pode decidir que não está nem aí. Na próxima década nós veremos o resultado dessa queda-de-braço.”
O resultado dessa queda-de-braço já ocorreu para hordas de mulheres profissionais solteiras [resumindo: carreiristas] – as advogadas, banqueiras e outras mulheres com carreiras de sucesso. Muitas delas acharam que poderiam deixar o casamento e filhos de lado até os seus 30 anos, dedicando os seus 20 e tantos anos para educação, arranjar uma carreira e “ficar brincando” [nota do tradutor: se é que você me entende]. Mas uma década de namoricos e farra não foi um erro estratégico?
Jamie, um advogado de 30 anos de Sidney, acha que sim: “as mulheres agem sobre o princípio de que elas podem tudo. Que elas podem ter suas carreiras, uma vida livre e selvagem e então, com um estalar de seus dedos, exatamente porque elas são tão fabulosas, elas irão encontrar um homem. Mas, se elas esperarem até os seus 30 anos, elas irão competir com mulheres muito mais jovens e, em vários aspectos, bem mais atraentes que elas.”
A crise nesse grupo de mulheres solteiras a procura de um marido é bem real. Quase uma em cada três mulheres de 30 a 34 anos e um quarto das mulheres quase com 40 anos não possuem namorado, de acordo com uma estatística de 2006. E esse é um problema crescente [nota do tradutor: problema? Isso me parece mais é uma consequência crescente]. O número de mulheres sozinhas nos seus 30 anos dobrou desde 1986.
O desafio é ainda maior para mulheres bem-sucedidas nos seus 30 anos, procurando por homens tão ou mais bem-sucedidos [tradução: hipergamia em ação]. Uma análise do censo de 2006 feita por Genevieve Heard, sociologista de Universidade Monash [na Austrália, onde foi escrito o texto], revela que uma em cada quatro mulheres nos seus 30 anos não irão encontrar um homem de mesmo nível educacional. Existem somente 68000 homens graduados nos seus 30 anos para 88000 mulheres graduadas – e solitárias – na mesma faixa etária.
E esse vão do nível superior entre os sexos só tem aumentado. No ultimo ano, a proporção de mulheres entre os 25 e 34 anos com nível superior cresceu de 37,7% para 40,3%, de acordo com o Bureau de Estatísticas [australiano], enquanto para os homens permaneceu abaixo de 30%, aumentando somente 0,5% no ultimo ano.
Apesar de haverem números aproximados de homens e mulheres solteiros nos seus 30 anos – cerca de 370.000 cada, na Austrália – metade desses homens têm somente o nível médio, 57% ganham $42.000,00 ou menos e 95.000 deles estão desempregados.
As altas expectativas das mulheres carreiristas [ou seja, a hipergamia delas] é uma grande parte dessa história. Muitas dessas mulheres simplesmente não estão interessadas no Sr. Mediano, diz Justin Parfitt, o dono de uma organização de speed dating chamada Fast Impressions. Partiff acrescenta: “elas engoliram totalmente o chamado da L’Oreal: Because you’re worth it! (Porque você vale muito). Existe um sentimento real delas se acharem no direito de tudo.
Ele descobriu que muitas das suas afiliadas estão determinadas a se encontrarem somente com homens altos, atraentes, ricos e bem-educados. Elas somente querem os machos alpha. “A maioria das carreiristas raramente darão um “sim” para homens que não são no mínimo, tão sucedidos quanto elas”, diz Partiff, que se esforça para atrair um número suficiente desses homens bem-sucedidos para seus speed datings. Sessenta por cento dos seus membros são mulheres. A maior parte, acima dos 30 anos.
Durante os seus 20 e tantos anos, as mulheres competem pelo homem mais desejado, o “Mr. Big”. Muitas irão se entregar a um cara esportivo, atraente, confiante, enquanto os homens normais são desprezados. Como Whiskeys diz, no site whiskeysplace.wordpress.com: “o cara normal, legal e médio é tão desejável quanto um prato frio de cereais pela manhã”.
Dados das Universidades norte-americanas mostram que 20% dos caras -- obviamente os mais atraentes – ficam com 80% das transas, de acordo com as análises de Susan Walsh, uma ex-consultora de gerenciamento que escreve sobre o assunto em seu site, hookinupsmart.com [eu digo que isso é besteira, ela viu esses dados no heartiste, o site do Roissy].
Isso deixa um monte de caras beta passando os seus 20 anos na secura. Greg, um escritor de 38 anos de Melbourne, começou a vida adulta tímido e sozinho. “Nos meus 20 anos, as mulheres tinham todas as cartas na mão. Elas podiam te atrair e te derrubar somente com um olhar nos clubes ou bares. Elas podiam escolher qualquer cara, e pessoas como eu voltavam para casa sozinhos, envergonhados, vencidos e embaraçados. As garotas somente queriam ficar com os caras populares, os bonitões, extrovertidos, cheios de grana, esportivos, o tipo de caras que dominavam o salão, enquanto nós éramos ignorados.
Ele praticamente não teve encontros durante os seus 20 anos, e desistiu das mulheres. Mas então ele passou algum tempo em outros países, ganhou confiança, aprendeu a se vestir bem e voltou com tudo nos seus 30 anos. “De uma hora para outra, comecei a ser convidado pelas mulheres, de 19 até 40 anos. Os portões se abriram para mim. Uma vez eu namorei cinco garotas ao mesmo tempo, e deixei os meus amigos surpreendidos ao transar com três ou quatro garotas por semana. Esse é uma grande época para ser um homem nos seus 30 anos, quando você começa a ter mais atenção das mulheres e sexo do que você jamais poderia imaginar aos seus 20 anos.”
É nessa hora que alguns homens começam a se comportar muito mal – como a manosfera mostra claramente. Esses sites não são para os fracos [traduzindo: não são para aqueles que não querem ler algumas verdades]. Os relatos lá são cruéis e misoginistas [ou seja, reais e impiedosos com as mentiras contadas para os homens até agora]. Mas eles falam o que eles veem. Por exemplo, temos Greenlander, aparentemente um engenheiro bem sucedido de 30 anos. No começo de sua vida adulta, ele era incapaz de conseguir um encontro com qualquer garota. Agora ele somente se interessa por mulheres com menos de 27 anos.
“As mulheres que eu conheço nos seus 30 anos são totalmente cegas”, ele fala. “Algumas vezes eu as seduzo e fico com elas somente porque eu sei quais chaves puxar delas. É fácil demais. Elas se cansaram de ser parquinho de diversão dos alfas e veem um cara como eu como o perfeito beta para prove-las antes dos “ovos” se sequem [ou seja, antes que não consigam mais gerar filhos]… quando eu me canso delas eu simplesmente deleto o número do meu celular e paro de atender os chamados delas. Isso não as machuca tanto, a essa altura elas já devem estar acostumadas com o pump&dump [duvido que estejam, mas elas jamais reconhecerão terem feito o mesmo com os caras legais que elas conheceram nos seus 20 a 30 anos].
É fácil ignorar tanta bílis, mas a análise do Greenlander ecoa a experiência de muitos australianos, tanto homens quanto mulheres.
“É um corredor polonês de cafajestes aí fora”, fala Penny, uma advogada de 31 anos. Ela está chocada sobre como é difícil encontrar homens nos seus 30 anos dispostos a um relacionamento sério [será que era tão difícil quando ela tinha 20 anos? Mas nessa época ela ainda não tinha ‘se descoberto e amadurecido’, certo?] “Eu fico horrorizada com o número de mulheres belas e independentes da minha idade que não conseguem encontrar um cara decente [eles estão todos onde você os deixou – no seu passado].
Penny admite que parte do problema são suas próprias expectativas, que a sua geração de mulheres cresceu querendo demais. “Nós crescemos ouvindo o quanto éramos especiais, que nós poderíamos fazer qualquer coisa e que o mundo era nosso brinquedo.” E havendo passado os seus 20 anos namorando machos alpha [que ela obviamente não conseguiu segurar], ela esperava que eles ainda estivessem por aí quando ela finalmente resolvesse que era hora de um relacionamento sério.
Os homens mais bem-sucedidos e atraentes podem escolher entre mulheres da sua mesma idade ou entre as “Naomis”, as jovens que estão felizes em ter um relacionamento sério mais cedo. Quase um terço dos homens com educação superior e mais de 35 anos vivem com mulheres de 30 ou menos anos, de acordo com uma pesquisa do Bureau de Estatísticas.
“Eu não posso acreditar quantos homens da minha idade estão interessados somente em mulheres mais novas”, reclama Gail, uma publicitária de 34 anos enquanto nos fala sobre a sua pesquisa no site de namoros RSVP. Ela está chocada por ver que muitos homens de 30 e tantos anos configuraram seus perfis para não aceitarem e-mails de mulheres da sua própria idade.
Falando com mulheres como elas, é intrigante quantas olham para os seus relacionamentos anteriores onde elas deixaram caras legais irem embora porque ainda não “estavam prontas”. A jornalista Americana Kate Bolick escreveu recentemente no The Atlantic sobre como ela terminou o relacionamento de três anos com um homem que ela descreveu como “inteligente, bonito, leal e doce”. Ela assumiu que “não havia um bom motivo para terminar o relacionamento”, mas, ao mesmo tempo, ela está convencida de que faltava algo ao relacionamento [tradução: hipergamia falou mais alto, ela queria fortes emoções, mas o namorado só queria ter uma vida decente. Resultado: ela ficou infeliiiiz]. Isso foi a 11 anos atrás. Ela está agora com 39 anos e tem que se preparar para escolhas amargas.
“Nós chegamos ao topo da montanha”, Bolick escreveu, “prontas para começarmos nossas vidas, somente para descobrirmos uma sala vazia no fim da festa, a maioria dos homens tendo já ido embora, alguns nunca aparecendo – e os que ainda estão por aí são, você sabe, o tipo de caras de quem você não quer saber” [ah, hipergamia...].
Portanto, muitas mulheres estão perdendo o seu “final feliz” – a convicção de que, quando chegasse a hora, o homem dos seus sonhos estaria lá, à sua espera. Os 30 anos são anos de preocupação para as carreiristas que sonham com casamento e crianças – claro que nem todas sonham com isso [NAWALT. Sim, claro que a gente acredita... ] – a medida que elas encaram o final do seu ciclo reprodutivo cercadas por homens que não tem a menor pressa em se casarem.
Mas, claro, muitas mulheres eventualmente encontram um marido, muitas vezes um homem já divorciado. Existem complicações no mercado dos homens separados [Estranho como as mulheres sempre falam dos relacionamentos como um “mercado” – por exemplo, “falta homem no mercado”. O que você vai comprar num mercado? Coisas, até mesmo animais... e antigamente, escravos. Só a análise desse comentário fala bíblias sobre como as mulheres veem os homens], no qual os homens já vem “completos” com ex-esposas e filhos. Isso nunca fez parte do plano.
Muitas ainda lutam com o fato de que elas não estão mais numa posição de poderem escolher. A escritora americana Lori Gottlieb faz uma contabilidade dolorosamente honesta desse processo no livro Marry Him: The Case for Settling for Mr Good Enough (Case-se com ele: a hora de ficar com o Cara Bom-o-Suficiente).
“Talvez nós tenhamos que aprender a deixar todas essas expectativas para trás”, ela escreve. A mãe solteira de 40 anos lista um time de conselheiros que a ajudou a perceber que, enquanto ela estava conduzindo sua caça ao Homem Perfeito – Príncipe Encantado ou nada – o seu “valor no mercado” tinha caído no chão.
“Nossa geração de mulheres foi constantemente dita para ter auto-estima, mas parece que as próprias mulheres correm o risco de caírem numa egotrip e perderem toda conexão romântica”, ela escreve. Ela assume ter feito um erro ao não ter procurado por um marido aos seus 20 anos, quando ela estava no seu melhor. Ela aconselha às mulheres nos seus trinta e tantos anos a procurarem o “Cara Bom-o-Suficiente” antes que elas não tenham nem ao menos essa escolha. “Elas estão com um 8 mas querem um 10. Mas, de uma hora pra outra, elas já estão com 40 e nem conseguem um 5!” [karma is a bitch, babe].
As mulheres que resolverem atrasar a sua procura por um relacionamento sério irão encontrar um mercado de casamentos e namoros bem diferente. O advogado de Sydney, Jamie, se encontra paparicado por todos os lados para fazer uma escolha. Como muitos de seus amigos, ele vê as mulheres ativamente perseguindo-o, convidando-o para sair, fazendo almoços requintados para ele, comprando-lhe presentes, “Ah, então você é um advogado”, elas dizem [“ah, então você tem um altíssimo valor no mercado, dinheiro que não acaba mais, uma posição respeitada na sociedade, um emprego vitalício e é uma conquista que posso esfregar na cara de todas as minhas amigas” – tradução da Real].
Enquanto muitos de seus amigos estão somente se divertindo no campo, determinados a se refastelarem com essa atenção inesperada, Jamie está pronto para um relacionamento sério. Ele já está bem escaldado com o tipo de mulher fã de Sex and the City [traduzindo: gold-digger e piriguetes não ou completamente assumidas], mulheres que estão convencidas de serem especiais, mas ele está convencido de que ainda vai encontrar uma mulher com os dois pés no chão.
“Eu tenho sorte”, ele diz, “de estar num mercado em alta”.
Fonte: http://www.smh.com.au/opinion/society-an...z20JmH9zoU
Algumas expressões não ficaram completamente corretas. Caso algum dos guerreiros saque inglês melhor do que eu e queira dar uma força nas expressões como "speedy date", "pump & dump" (eu sei que significa transar e chutar, mas não sei se temos alguma expressão equivalente na Real), pode deixar a dica aqui.
Esse artigo fala o que está acontecendo com as mulheres carreiristas nos seus 30 ou mais anos, na Austrália. Recomendo lerem também os comments no original, para vocês verem o tsunami de fúria feminazi que o artigo gerou.
Como sempre, as minhas observações e complementos estão entre [ ].
|Porque as mulheres estão perdendo o jogo dos relacionamentos
Naomi sentou-se nas fileiras de trás do Instituto Graftan de Melbourne, para assistir seu noivo fazer uma palestra. Três mulheres desconhecidas sentaram ao seu lado – todas atraentes, acima de 30 anos. Pela conversa delas, ela logo percebeu que elas não estavam ali para ouvir sobre economia ou política, mas para procurar um futuro esposo. Naomi explicou: “ele tem 36 anos e é definitivamente um macho alpha: excelente emprego em finanças, PHD, alto salário, mais de 1,80 m, esportivo e muito bonito. E também é um amor de pessoa.”
Naomi é uma universitária de 28 anos. Ela tem namorado com ele por seis anos. Suas novas conhecidas foram muito amigáveis e conversaram com ela durante o intervalo. Mas então seu noivo, que estava conversando com o público na frente da sala, fez contato visual com Naomi e sorriu.
“As outras garotas viram isso e foi como se a sala tivesse gelado repentinamente. Houve um silêncio, e então uma delas perguntou se eu o conhecia. Eu não quis mentir, então eu lhe disse que ele era meu noivo e quanto tempo estávamos juntos. Foi incrível como elas reagiram. Elas pararam de sorrir para mim, se mexeram de forma embaraçada nas suas cadeiras e ficaram me encarando como se estivessem tentando entender como uma garota que ainda usa jeans e sapatos baixos pôde ficar com um cara como ele.” As mulheres foram embora antes que seu noivo fizesse seu discurso.
Naomi está surpresa com o número de mulheres nos seus 30 anos que se atiram sobre o seu noivo; as colegas de trabalho que enviam e-mails com beijos; uma jornalista que perguntou na cara dura, depois de uma entrevista, se ele era casado. Mas dado o desespero das mulheres pós-30 anos procurando maridos, não é nenhuma surpresa que seu namorado esteja na mira delas.
Nós ouvimos queixas sem fim das mulheres sobre a falta de bons homens.
As mulheres estão chocadas por verem que os homens não estão mais a sua volta quando elas decidem que é hora de arranjar um compromisso. Elas ficam dizendo aos homens para “virarem homens” e pararem de fugir do compromisso.
Mas há uma outra conversa acontecendo – uma troca de ideias fascinante sobre o que está acontecendo, do ponto de vista dos homens. Muito disso ocorre na Internet, na assim chamada “manosphere”. Aqui você vai ler sobre homens falando de forma alegre, até mesmo triunfante, sobre suas experiências. E eles têm motivos para celebrar. Eles descobriram que uma profunda mudança ocorreu no mercado sexual, e, para sua surpresa, eles são os vencedores.
Dalrock (dalrock.wordpress.com) é típico: “as mulheres não casadas de vinte e poucos anos de hoje deram aos homens um ultimato: eu irei casar contigo quando eu estiver pronta, quer você queira ou não. Isso, obviamente, é um direito delas. Mas ultimatos são uma coisa arriscada, porque o outro lado sempre pode decidir que não está nem aí. Na próxima década nós veremos o resultado dessa queda-de-braço.”
O resultado dessa queda-de-braço já ocorreu para hordas de mulheres profissionais solteiras [resumindo: carreiristas] – as advogadas, banqueiras e outras mulheres com carreiras de sucesso. Muitas delas acharam que poderiam deixar o casamento e filhos de lado até os seus 30 anos, dedicando os seus 20 e tantos anos para educação, arranjar uma carreira e “ficar brincando” [nota do tradutor: se é que você me entende]. Mas uma década de namoricos e farra não foi um erro estratégico?
Jamie, um advogado de 30 anos de Sidney, acha que sim: “as mulheres agem sobre o princípio de que elas podem tudo. Que elas podem ter suas carreiras, uma vida livre e selvagem e então, com um estalar de seus dedos, exatamente porque elas são tão fabulosas, elas irão encontrar um homem. Mas, se elas esperarem até os seus 30 anos, elas irão competir com mulheres muito mais jovens e, em vários aspectos, bem mais atraentes que elas.”
A crise nesse grupo de mulheres solteiras a procura de um marido é bem real. Quase uma em cada três mulheres de 30 a 34 anos e um quarto das mulheres quase com 40 anos não possuem namorado, de acordo com uma estatística de 2006. E esse é um problema crescente [nota do tradutor: problema? Isso me parece mais é uma consequência crescente]. O número de mulheres sozinhas nos seus 30 anos dobrou desde 1986.
O desafio é ainda maior para mulheres bem-sucedidas nos seus 30 anos, procurando por homens tão ou mais bem-sucedidos [tradução: hipergamia em ação]. Uma análise do censo de 2006 feita por Genevieve Heard, sociologista de Universidade Monash [na Austrália, onde foi escrito o texto], revela que uma em cada quatro mulheres nos seus 30 anos não irão encontrar um homem de mesmo nível educacional. Existem somente 68000 homens graduados nos seus 30 anos para 88000 mulheres graduadas – e solitárias – na mesma faixa etária.
E esse vão do nível superior entre os sexos só tem aumentado. No ultimo ano, a proporção de mulheres entre os 25 e 34 anos com nível superior cresceu de 37,7% para 40,3%, de acordo com o Bureau de Estatísticas [australiano], enquanto para os homens permaneceu abaixo de 30%, aumentando somente 0,5% no ultimo ano.
Apesar de haverem números aproximados de homens e mulheres solteiros nos seus 30 anos – cerca de 370.000 cada, na Austrália – metade desses homens têm somente o nível médio, 57% ganham $42.000,00 ou menos e 95.000 deles estão desempregados.
As altas expectativas das mulheres carreiristas [ou seja, a hipergamia delas] é uma grande parte dessa história. Muitas dessas mulheres simplesmente não estão interessadas no Sr. Mediano, diz Justin Parfitt, o dono de uma organização de speed dating chamada Fast Impressions. Partiff acrescenta: “elas engoliram totalmente o chamado da L’Oreal: Because you’re worth it! (Porque você vale muito). Existe um sentimento real delas se acharem no direito de tudo.
Ele descobriu que muitas das suas afiliadas estão determinadas a se encontrarem somente com homens altos, atraentes, ricos e bem-educados. Elas somente querem os machos alpha. “A maioria das carreiristas raramente darão um “sim” para homens que não são no mínimo, tão sucedidos quanto elas”, diz Partiff, que se esforça para atrair um número suficiente desses homens bem-sucedidos para seus speed datings. Sessenta por cento dos seus membros são mulheres. A maior parte, acima dos 30 anos.
Durante os seus 20 e tantos anos, as mulheres competem pelo homem mais desejado, o “Mr. Big”. Muitas irão se entregar a um cara esportivo, atraente, confiante, enquanto os homens normais são desprezados. Como Whiskeys diz, no site whiskeysplace.wordpress.com: “o cara normal, legal e médio é tão desejável quanto um prato frio de cereais pela manhã”.
Dados das Universidades norte-americanas mostram que 20% dos caras -- obviamente os mais atraentes – ficam com 80% das transas, de acordo com as análises de Susan Walsh, uma ex-consultora de gerenciamento que escreve sobre o assunto em seu site, hookinupsmart.com [eu digo que isso é besteira, ela viu esses dados no heartiste, o site do Roissy].
Isso deixa um monte de caras beta passando os seus 20 anos na secura. Greg, um escritor de 38 anos de Melbourne, começou a vida adulta tímido e sozinho. “Nos meus 20 anos, as mulheres tinham todas as cartas na mão. Elas podiam te atrair e te derrubar somente com um olhar nos clubes ou bares. Elas podiam escolher qualquer cara, e pessoas como eu voltavam para casa sozinhos, envergonhados, vencidos e embaraçados. As garotas somente queriam ficar com os caras populares, os bonitões, extrovertidos, cheios de grana, esportivos, o tipo de caras que dominavam o salão, enquanto nós éramos ignorados.
Ele praticamente não teve encontros durante os seus 20 anos, e desistiu das mulheres. Mas então ele passou algum tempo em outros países, ganhou confiança, aprendeu a se vestir bem e voltou com tudo nos seus 30 anos. “De uma hora para outra, comecei a ser convidado pelas mulheres, de 19 até 40 anos. Os portões se abriram para mim. Uma vez eu namorei cinco garotas ao mesmo tempo, e deixei os meus amigos surpreendidos ao transar com três ou quatro garotas por semana. Esse é uma grande época para ser um homem nos seus 30 anos, quando você começa a ter mais atenção das mulheres e sexo do que você jamais poderia imaginar aos seus 20 anos.”
É nessa hora que alguns homens começam a se comportar muito mal – como a manosfera mostra claramente. Esses sites não são para os fracos [traduzindo: não são para aqueles que não querem ler algumas verdades]. Os relatos lá são cruéis e misoginistas [ou seja, reais e impiedosos com as mentiras contadas para os homens até agora]. Mas eles falam o que eles veem. Por exemplo, temos Greenlander, aparentemente um engenheiro bem sucedido de 30 anos. No começo de sua vida adulta, ele era incapaz de conseguir um encontro com qualquer garota. Agora ele somente se interessa por mulheres com menos de 27 anos.
“As mulheres que eu conheço nos seus 30 anos são totalmente cegas”, ele fala. “Algumas vezes eu as seduzo e fico com elas somente porque eu sei quais chaves puxar delas. É fácil demais. Elas se cansaram de ser parquinho de diversão dos alfas e veem um cara como eu como o perfeito beta para prove-las antes dos “ovos” se sequem [ou seja, antes que não consigam mais gerar filhos]… quando eu me canso delas eu simplesmente deleto o número do meu celular e paro de atender os chamados delas. Isso não as machuca tanto, a essa altura elas já devem estar acostumadas com o pump&dump [duvido que estejam, mas elas jamais reconhecerão terem feito o mesmo com os caras legais que elas conheceram nos seus 20 a 30 anos].
É fácil ignorar tanta bílis, mas a análise do Greenlander ecoa a experiência de muitos australianos, tanto homens quanto mulheres.
“É um corredor polonês de cafajestes aí fora”, fala Penny, uma advogada de 31 anos. Ela está chocada sobre como é difícil encontrar homens nos seus 30 anos dispostos a um relacionamento sério [será que era tão difícil quando ela tinha 20 anos? Mas nessa época ela ainda não tinha ‘se descoberto e amadurecido’, certo?] “Eu fico horrorizada com o número de mulheres belas e independentes da minha idade que não conseguem encontrar um cara decente [eles estão todos onde você os deixou – no seu passado].
Penny admite que parte do problema são suas próprias expectativas, que a sua geração de mulheres cresceu querendo demais. “Nós crescemos ouvindo o quanto éramos especiais, que nós poderíamos fazer qualquer coisa e que o mundo era nosso brinquedo.” E havendo passado os seus 20 anos namorando machos alpha [que ela obviamente não conseguiu segurar], ela esperava que eles ainda estivessem por aí quando ela finalmente resolvesse que era hora de um relacionamento sério.
Os homens mais bem-sucedidos e atraentes podem escolher entre mulheres da sua mesma idade ou entre as “Naomis”, as jovens que estão felizes em ter um relacionamento sério mais cedo. Quase um terço dos homens com educação superior e mais de 35 anos vivem com mulheres de 30 ou menos anos, de acordo com uma pesquisa do Bureau de Estatísticas.
“Eu não posso acreditar quantos homens da minha idade estão interessados somente em mulheres mais novas”, reclama Gail, uma publicitária de 34 anos enquanto nos fala sobre a sua pesquisa no site de namoros RSVP. Ela está chocada por ver que muitos homens de 30 e tantos anos configuraram seus perfis para não aceitarem e-mails de mulheres da sua própria idade.
Falando com mulheres como elas, é intrigante quantas olham para os seus relacionamentos anteriores onde elas deixaram caras legais irem embora porque ainda não “estavam prontas”. A jornalista Americana Kate Bolick escreveu recentemente no The Atlantic sobre como ela terminou o relacionamento de três anos com um homem que ela descreveu como “inteligente, bonito, leal e doce”. Ela assumiu que “não havia um bom motivo para terminar o relacionamento”, mas, ao mesmo tempo, ela está convencida de que faltava algo ao relacionamento [tradução: hipergamia falou mais alto, ela queria fortes emoções, mas o namorado só queria ter uma vida decente. Resultado: ela ficou infeliiiiz]. Isso foi a 11 anos atrás. Ela está agora com 39 anos e tem que se preparar para escolhas amargas.
“Nós chegamos ao topo da montanha”, Bolick escreveu, “prontas para começarmos nossas vidas, somente para descobrirmos uma sala vazia no fim da festa, a maioria dos homens tendo já ido embora, alguns nunca aparecendo – e os que ainda estão por aí são, você sabe, o tipo de caras de quem você não quer saber” [ah, hipergamia...].
Portanto, muitas mulheres estão perdendo o seu “final feliz” – a convicção de que, quando chegasse a hora, o homem dos seus sonhos estaria lá, à sua espera. Os 30 anos são anos de preocupação para as carreiristas que sonham com casamento e crianças – claro que nem todas sonham com isso [NAWALT. Sim, claro que a gente acredita... ] – a medida que elas encaram o final do seu ciclo reprodutivo cercadas por homens que não tem a menor pressa em se casarem.
Mas, claro, muitas mulheres eventualmente encontram um marido, muitas vezes um homem já divorciado. Existem complicações no mercado dos homens separados [Estranho como as mulheres sempre falam dos relacionamentos como um “mercado” – por exemplo, “falta homem no mercado”. O que você vai comprar num mercado? Coisas, até mesmo animais... e antigamente, escravos. Só a análise desse comentário fala bíblias sobre como as mulheres veem os homens], no qual os homens já vem “completos” com ex-esposas e filhos. Isso nunca fez parte do plano.
Muitas ainda lutam com o fato de que elas não estão mais numa posição de poderem escolher. A escritora americana Lori Gottlieb faz uma contabilidade dolorosamente honesta desse processo no livro Marry Him: The Case for Settling for Mr Good Enough (Case-se com ele: a hora de ficar com o Cara Bom-o-Suficiente).
“Talvez nós tenhamos que aprender a deixar todas essas expectativas para trás”, ela escreve. A mãe solteira de 40 anos lista um time de conselheiros que a ajudou a perceber que, enquanto ela estava conduzindo sua caça ao Homem Perfeito – Príncipe Encantado ou nada – o seu “valor no mercado” tinha caído no chão.
“Nossa geração de mulheres foi constantemente dita para ter auto-estima, mas parece que as próprias mulheres correm o risco de caírem numa egotrip e perderem toda conexão romântica”, ela escreve. Ela assume ter feito um erro ao não ter procurado por um marido aos seus 20 anos, quando ela estava no seu melhor. Ela aconselha às mulheres nos seus trinta e tantos anos a procurarem o “Cara Bom-o-Suficiente” antes que elas não tenham nem ao menos essa escolha. “Elas estão com um 8 mas querem um 10. Mas, de uma hora pra outra, elas já estão com 40 e nem conseguem um 5!” [karma is a bitch, babe].
As mulheres que resolverem atrasar a sua procura por um relacionamento sério irão encontrar um mercado de casamentos e namoros bem diferente. O advogado de Sydney, Jamie, se encontra paparicado por todos os lados para fazer uma escolha. Como muitos de seus amigos, ele vê as mulheres ativamente perseguindo-o, convidando-o para sair, fazendo almoços requintados para ele, comprando-lhe presentes, “Ah, então você é um advogado”, elas dizem [“ah, então você tem um altíssimo valor no mercado, dinheiro que não acaba mais, uma posição respeitada na sociedade, um emprego vitalício e é uma conquista que posso esfregar na cara de todas as minhas amigas” – tradução da Real].
Enquanto muitos de seus amigos estão somente se divertindo no campo, determinados a se refastelarem com essa atenção inesperada, Jamie está pronto para um relacionamento sério. Ele já está bem escaldado com o tipo de mulher fã de Sex and the City [traduzindo: gold-digger e piriguetes não ou completamente assumidas], mulheres que estão convencidas de serem especiais, mas ele está convencido de que ainda vai encontrar uma mulher com os dois pés no chão.
“Eu tenho sorte”, ele diz, “de estar num mercado em alta”.
Fonte: http://www.smh.com.au/opinion/society-an...z20JmH9zoU