14-12-2013, 12:27 PM
Citar:Apenas uma mudança básica de método de governo, não surtiria efeito sob uma população que é ignorante e que está moldada à certas ideologias e seus jeitinhos brasileiros marotos. Você diz que o governo não deveria intervir nas negociações, mas se ele não o fizer, devido ao grau de evolução moral do povo brasileiro, seria bem provável começarmos a nos depararmos com contratos empregando escravatura, ou gente se aproveitando da ignorância de outros em qualquer tipo de situação.
O problema é que, como o Estado é incapaz de definir quem é ignorante ou não,quem é desonesto ou não, ele simplesmente nivela todos na condição de ignorantes e desonestos, causando mais problemas do que soluções, exemplo: 0,001% da população se utiliza de um telefone celular para passar informações aos seus comparsas para realizarem um assalto na saída do banco...solução magica do estado: proibir todos de utilizarem celulares dentro do banco...
Citar:Aí é que você se engana, a última grande época de avanços notórios do Brasil foi durante a política expansionista, altamente regulada pelo governo e fundamentada em obras estatais de infraestrutura promovida durante o governo de Juscelino Kubitschek e seu programa "Cinquenta anos em cinco".
Sim por isso me referi a "parcos avanços" nos anos 90. Com relação ao período JK você tem razão, eu acrescentaria ainda o período do "milagre econômico" na época do regime militar. Mas nós conhecemos muito bem quais foram as consequências destes períodos de avanços promovidos através de regulação e gastos públicos: a principal delas foi a hiperinflação e a chamada "década perdida".
Você esta partindo do principio que com menos leis as pessoas tentariam engar umas as outras, o que não corresponde a verdade, muito pelo contrario com menos regulamentação, o sentimento de confiança entre as partes passa a ser muito mais importante pois elas estão menos "protegidas", consequentemente apenas aqueles que demonstrarem honestidade conseguirão se estabelecer no mercado, exemplo:
Existe no Brasil um setor bastante desregulamentado: o de chaveiros
Para ser chaveiro não é preciso diploma, não é preciso cursos, não é preciso ser associado a uma entidade de classe, não é preciso seguir normas técnicas e nem tabelas de preço. Para abrir uma chavearia qualquer lugar serve, a grande maioria trabalha na informalidade e a fiscalização quase não existe.
Como consequência temos o perfeito equilíbrio entre a oferta e a demanda pelo serviço e naturalmente existe também um equilíbrio de preços.
E é justamente essa equilíbrio de oferta e demanda que faz com que os profissionais da área sejam majoritariamente honestos, é comum no chaveiro perto do seu trabalho você deixar paga uma cópia de chave que só será retirada no final da tarde, se a chave não ficou boa é só levar no dia seguinte que ele faz os ajustes, isso tudo sem nenhum papel assinado muitas vezes nem mesmo um recibo. Isso ocorre não porque chaveiros sejam diferentes das outras pessoas mas sim porque como o mercado que ele atua é extremamente liberado e consequentemente concorrido é essencial que ele seja honesto caso contrario perderá espaço.