24-08-2016, 02:58 PM
(24-08-2016, 12:49 PM)Héracles Escreveu: Acho que o paralelo que vc traçou foi meio exagerado, apesar de eu concordar em algumas partes. Não há como comparar uma traição com assassinato. O fato em si foi apenas última gota. A culpa é do cara sim, por ser desequilibrado emocional e por quase que toda sua razão e alegria de viver na mulher. Assim, o cara acaba cometendo esse tipo de barbaridade, pq ve toda sua alegria e sentido de viver, sendo literalmente e figurativamente fodida por um saco peludo pau veiudo. Trágico de se imaginar, mas esse é um risco que se corre a partir do momento que o sujeito resolve casar. Ou melhor, a partir do momento que o cara coloca a mulher em um pedestal imaculado, sobrenaturalmente divino. A to inconsciente, foi. Mas assim como não eximimos a culpa de "ex vadias", não devemos eximir a culpa do paspalho desequilibrado. Por mais que o gatilho final tenha sido a traição. Homens assim são deprimente e merecem virar a putinha na cadeia.
O homem quando não se vê mais como útil em determinada coisa, no caso do mongolão da história, não se vê mais útil para mulher, vai usar todo seu potencial de periculosidade e sua sede de sangue para fazer cagada. Por isso eu sempre digo que o homem deve ter muitas opções e ser grande e empenhado em diversos aspectos, e ter alguma atividade que de vazão a sua propensão a violência. Se não, coisas como essa podem acontecer, uma vez que ele percebe que todo seu universo, que girava em torno de uma única coisa (seja mulher, dinheiro, família, etc) desmorona e ela não vê mais sentido de viver e usar sua racionalidade. Mais uma vez a máxima do "UM HOMEM COM OPÇÕES É UM HOMEM LIVRE" se aplica. Um homem com opções não é escravo dos seus demônios internos que vem a tona em momentos de decepção grande, ou de ódio, pois ele tem a total convicção e certeza, que sua vida ainda é necessária em outras coisas.
E realmente, o fato de se trair ou não eu acredito que hoje é irrelevante não só para as mulheres mas eu percebo que muitos homens já não estão ligando muito pra isso, jogando no lixão dentro de um saco de merda todo o sentido natural de territorialismo masculino. Homens realistas são a última resistência quanto a isso. Estamos parecendo uma sociedade de bonobos que todo mundo transa com todo mundo e bem no fim, não dá nada pra ninguém. Tudo é festa. Esse é a realidade.
Repare que a justificativa que as mulheres dão em casos de adultério (o relacionamento estava ruim) é a mesma que homens também dão na mesma situação e isso é amplamente aceito. Ou seja, relacionamentos fechados são e exceção a regra hoje em dia, pelo que tá parecendo. Caso aja alguma crítica, simplesmente se joga toda a culpa no conjugue que "não dava mais assistência", ou "ja não era como no começo" e todo o remorso e dissipado e a fulana ou o beltrano irá dormir tranquilo e sossegado, tendo a certeza que fez a coisa certa.
Se é um fardo pesado para determinado individuo a fidelidade e fazer sexo com uma única pessoa, este não devia namorar ou se relacionar sério. Mas o ser humano sempre quer o melhor dos dois mundos, ter a certeza que tem alguém esperando, mas também poder transar com todos que lhe atraiam. Ai dá toda essa merda que vemos hoje em dia, e sempre foi visto na verdade. Eu estou começando a acreditar com bastante convicção que o ser humano não é, nunca foi e não deveria ser jamais uma espécie monogâmica. Como isso se aplica a quem quer ter família eu não sei, mas os riscos são muito altos.
Foi em um ambiente tribal que a maior parte da evolução da espécie humana aconteceu, e este sistema de casamento e etc., vai contra como nossos genes e instintos foram moldados. Seilá, isso é assunto para outro tópico bem no fim.
Concordo plenamente, confrade. Principalmente com as partes que eu destaquei.
Mas o paralelo que eu quis traçar não foi nem tanto da comparação traição e assassinato, e sim como você discorreu bem no seu texto, como isso hoje em dia está sendo tão aceito, e cada vez mais a mídia defeca esse tipo de coisa na cabeça do brasileiro médio. Creio que me expressei mal, tentando descrever ao máximo da situação, ao invés de focar no ponto central da comparação.
A história do rapaz não difere de tantas outras em que o corno pega no flagra ou descobre a traição posteriormente, fica nervoso e mata a mulher, mata o Ricardão ou se mata. O problema é um meio de comunicação poderoso como a televisão estimular esse tipo de comportamento, tanto a traição quanto o assassinato (o que também não é nenhuma novidade para nós, nos redutos realistas, que já sabemos das estratégias marxistas para demolir a sociedade e os costumes de dentro pra fora). Ela simplesmente está refletindo histórias cada vez mais comuns no dia a dia do brasileiro, que cada vez mais se aproxima da ficção. Temos um círculo vicioso... Ao mesmo tempo, estimula que cada vez mais o homem coloque sua felicidade nos outros, na mulher, no dinheiro, sem que o mesmo tenha estrutura emocional para que, caso perca um destes "portos seguros", não entre em parafuso.
A atitude de vadia da personagem não justifica que o cara tire a vida dela. Isso é fato.