Boa tarde Confrades.
Desculpem-me se o texto ficar um pouco grande.
Nos últimos dias tenho acompanhado a situação pessoa de dois colegas de trabalho meus, que inclusive são muito amigos (minha profissão tem uma peculiaridade de haver uma maior proximidade entre os colegas de trabalho, quase uma irmandade) e ambos estão passando por problemas de ordem pessoal, sendo um dele problemas mais amplos e diversos (ex mulher querendo morder mais pensão, problemas financeiros, mulher atual enchendo muito o saco e diversas pequenas coisinhas dando errado) e o outro acabou de sair de um casamento (basicamente ele foi corneado e chutado, um problema mais ''clássico'' digamos assim).
O cerne em questão aqui não são as demandas desses meus amigos, mas as tempestades que passam pelas nossas vidas são todas elas ao mesmo tempo provações e aflições permanentes.
Minha reflexão é sobre que muitas vezes ficamos em uma zona de conforto quando estamos com uma suposta ''felicidade plena'' (que não existe e nunca vai existir). Por outro lado em momentos conflituosos e sombrios achamos que nossa situação é eterna.
Já li em algum lugar, não me recordo se foi aqui nesse Fórum ou em outro local um conto oriental. Mais ou menos assim:
"Um rei pede ao homem mais sábio do reino que lhe escreva num papelzinho palavras para ler num momento de extrema aflição, um conforto da adversidade. O sábio cumpre a tarefa. Não muito tempo depois, o reino é invadido. O rei, sem saída, foge. Perdera tudo: poder, dinheiro, relevância. Ele então recorre ao bilhete do sábio. Ali está dito: “Nem sempre será assim”. O rei caído consegue, aos poucos, rearrumar suas forças. Retoma seu reino. E encontra o sábio. Ouve, agora no fausto reconquistado, no poder recuperado, mais uma vez a sentença: “Nem sempre será assim”.
A questão chave é essa mesma, NEM SEMPRE SERÁ ASSIM
A frase resume o perpétuo vai-e-vém das subidas e quedas, a inconstância da sorte, a rapidez das coisas e como tudo muda. Todo homem arrasado ou fustigado por qualquer coisa que seja deveria ter no bolso um papelzinho com a advertência do sábio oriental.
O sofrimento aparentemente insuportável vai desaparecer.
Do mesmo jeito e o que eu acho mais perigoso ainda é que temos a tendência de acostumar aos bons momentos como se fosse perdurar pra sempre.
Penso que é bastante prudente temer as supostas felicidades intensas, plenas e repentinas, pois a experiência tem nos mostrado que a total entrega à supostas situações estáveis precedem nefastas decepções.
Penso ainda que não devemos nunca nos desacostumar à solidão, ao sofrimento (moderado), à épocas e situações ruins de nossas vidas.
Assim como o legítimo guerreiro nunca desacostuma à guerra, mesmo vivendo em tempo de paz, quem já vivenciou situações extremas, situações negras, nebulosas e negativas, simplesmente não pode se dar ao luxo de querer achar que tudo simplesmente está pela ordem apenas por que as circunstancias indicam que está. Não!
Assim como o soldado acostumado com a pior das guerras, ele nunca mais irá ficar tranquilo, não totalmente, com a amenidade de um jardim lívido de flores. Nunca que irá encaixar em seu espirito um estado de felicidade plena, pois ele sabe que ela não é possível em um mundo real.
Situações negativas obviamente não são desejadas, a maioria delas realmente são pepinos, mas algumas delas podem nos ser MUITO ÚTEIS de certa forma.
Falta de grana é ruim, problema familiar é ruim, carro estragado é uma merda, doença é péssimo. Mas e a suposta "solidão"?
A Solidão é definida pela maioria das pessoas como um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não por que simplesmente se isola, por que os seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme.
Mas eu digo que essa seria uma definição muito medíocre de solidão. Ela pode e deve ser útil pra si mesmo, e a solidão nunca pode nos abandonar. Ele deve nos acompanhar por toda a vida, sempre, SEMPRE deveremos estar com o pé atrás em relação a qualquer tipo de felicidade, alegria ou qualquer outro sentimento positivo de natureza inebriante.
Que fique claro que sejam os sentimentos de natureza inebriante os que devem ser colocados em zona de dúvida. Pois a alegria autossuficiente de conquistas pessoais, aquela que surgem ao ser visualizados os resultados de nosso desenvolvimento pessoal, essa não deve ser questionada ou desmerecida sua legitimidade. Essa seria a mais profunda e puro forma de satisfação pessoa.
Mas a felicidade sentimental, amorosa, ela sim dá medo, pois são variáveis que eu controlamos as vezes, não podemos prever, o ser humano por si só já é instável e imprevisível, e as pessoas costumam cometer a burrada de simplesmente jogar nos braços de outrem a razão de ser feliz.
Lógico que pra um apaixonado isso é apenas suposição filosófica, nada mais importa. Mas pra falar como apaixonado as pessoas abandonam o ponto de vista niilista e adotar a paixão sanguínea e profunda. Mas aí boa sorte pra quem for...
Obrigado à comunidade Fórum do Búfalo!
Desculpem-me se o texto ficar um pouco grande.
Nos últimos dias tenho acompanhado a situação pessoa de dois colegas de trabalho meus, que inclusive são muito amigos (minha profissão tem uma peculiaridade de haver uma maior proximidade entre os colegas de trabalho, quase uma irmandade) e ambos estão passando por problemas de ordem pessoal, sendo um dele problemas mais amplos e diversos (ex mulher querendo morder mais pensão, problemas financeiros, mulher atual enchendo muito o saco e diversas pequenas coisinhas dando errado) e o outro acabou de sair de um casamento (basicamente ele foi corneado e chutado, um problema mais ''clássico'' digamos assim).
O cerne em questão aqui não são as demandas desses meus amigos, mas as tempestades que passam pelas nossas vidas são todas elas ao mesmo tempo provações e aflições permanentes.
Minha reflexão é sobre que muitas vezes ficamos em uma zona de conforto quando estamos com uma suposta ''felicidade plena'' (que não existe e nunca vai existir). Por outro lado em momentos conflituosos e sombrios achamos que nossa situação é eterna.
Já li em algum lugar, não me recordo se foi aqui nesse Fórum ou em outro local um conto oriental. Mais ou menos assim:
"Um rei pede ao homem mais sábio do reino que lhe escreva num papelzinho palavras para ler num momento de extrema aflição, um conforto da adversidade. O sábio cumpre a tarefa. Não muito tempo depois, o reino é invadido. O rei, sem saída, foge. Perdera tudo: poder, dinheiro, relevância. Ele então recorre ao bilhete do sábio. Ali está dito: “Nem sempre será assim”. O rei caído consegue, aos poucos, rearrumar suas forças. Retoma seu reino. E encontra o sábio. Ouve, agora no fausto reconquistado, no poder recuperado, mais uma vez a sentença: “Nem sempre será assim”.
A questão chave é essa mesma, NEM SEMPRE SERÁ ASSIM
A frase resume o perpétuo vai-e-vém das subidas e quedas, a inconstância da sorte, a rapidez das coisas e como tudo muda. Todo homem arrasado ou fustigado por qualquer coisa que seja deveria ter no bolso um papelzinho com a advertência do sábio oriental.
O sofrimento aparentemente insuportável vai desaparecer.
Do mesmo jeito e o que eu acho mais perigoso ainda é que temos a tendência de acostumar aos bons momentos como se fosse perdurar pra sempre.
Penso que é bastante prudente temer as supostas felicidades intensas, plenas e repentinas, pois a experiência tem nos mostrado que a total entrega à supostas situações estáveis precedem nefastas decepções.
Penso ainda que não devemos nunca nos desacostumar à solidão, ao sofrimento (moderado), à épocas e situações ruins de nossas vidas.
Assim como o legítimo guerreiro nunca desacostuma à guerra, mesmo vivendo em tempo de paz, quem já vivenciou situações extremas, situações negras, nebulosas e negativas, simplesmente não pode se dar ao luxo de querer achar que tudo simplesmente está pela ordem apenas por que as circunstancias indicam que está. Não!
Assim como o soldado acostumado com a pior das guerras, ele nunca mais irá ficar tranquilo, não totalmente, com a amenidade de um jardim lívido de flores. Nunca que irá encaixar em seu espirito um estado de felicidade plena, pois ele sabe que ela não é possível em um mundo real.
Situações negativas obviamente não são desejadas, a maioria delas realmente são pepinos, mas algumas delas podem nos ser MUITO ÚTEIS de certa forma.
Falta de grana é ruim, problema familiar é ruim, carro estragado é uma merda, doença é péssimo. Mas e a suposta "solidão"?
A Solidão é definida pela maioria das pessoas como um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não por que simplesmente se isola, por que os seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme.
Mas eu digo que essa seria uma definição muito medíocre de solidão. Ela pode e deve ser útil pra si mesmo, e a solidão nunca pode nos abandonar. Ele deve nos acompanhar por toda a vida, sempre, SEMPRE deveremos estar com o pé atrás em relação a qualquer tipo de felicidade, alegria ou qualquer outro sentimento positivo de natureza inebriante.
Que fique claro que sejam os sentimentos de natureza inebriante os que devem ser colocados em zona de dúvida. Pois a alegria autossuficiente de conquistas pessoais, aquela que surgem ao ser visualizados os resultados de nosso desenvolvimento pessoal, essa não deve ser questionada ou desmerecida sua legitimidade. Essa seria a mais profunda e puro forma de satisfação pessoa.
Mas a felicidade sentimental, amorosa, ela sim dá medo, pois são variáveis que eu controlamos as vezes, não podemos prever, o ser humano por si só já é instável e imprevisível, e as pessoas costumam cometer a burrada de simplesmente jogar nos braços de outrem a razão de ser feliz.
Lógico que pra um apaixonado isso é apenas suposição filosófica, nada mais importa. Mas pra falar como apaixonado as pessoas abandonam o ponto de vista niilista e adotar a paixão sanguínea e profunda. Mas aí boa sorte pra quem for...
Obrigado à comunidade Fórum do Búfalo!

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