• Início
  • Portal
  • Pesquisar
  • Membros
  • Novas Respostas
  • Respostas de Hoje
  • Painel de Controle
  • Ajuda
Olá visitante!  Entrar   Registrar-se
Login
Nome de usuário
Senha: Senha Perdida?
 
Fórum do Búfalo Desenvolvimento Pessoal Outros O funcionalismo público e seus Sindicatos
  • 0 votos - 0 Média
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
Modos de Tópico
O funcionalismo público e seus Sindicatos
Offline Búfalo
Veterano
***
Mensagens: 1,579
Tópicos: 230
Curtido: 42 vezes em 32 posts
Posts que curtiu: 1
Registrado: Mar 2012
#1
11-10-2013, 04:42 PM
por Thomas DiLorenzo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

[Imagem: a_protesto_professores2.jpg]

Um fenômeno em comum vem varrendo os EUA e alguns países da Europa: as três esferas de governo estão falidas ou à beira da falência. O motivo? Uma combinação entre monopólios estatais e sindicatos dos funcionários públicos. Os sindicatos dos funcionários públicos possuem um poder vastamente maior do que os sindicatos do setor privado, pois as entidades em que eles trabalham são tipicamente monopolistas.

Quando os empregados de um supermercado, por exemplo, entram em greve e fecham o estabelecimento, os consumidores podem simplesmente ir comprar em outro lugar, e a administração do supermercado é livre para contratar empregados substitutos (desconsiderando momentaneamente a burocracia para tal). Em contraste, quando professores de escolas ou universidades públicas, bem como motoristas de caminhões de lixo ou de ônibus municipais, fazem greve, não há aulas, nem coleta de lixo e nem ônibus enquanto a greve durar. Adicionalmente, a estabilidade no emprego das várias classes de funcionários públicos, em conjunto com as regulamentações do setor, faz com que seja extremamente custoso, senão virtualmente impossível, contratar empregados substitutos para os grevistas.

Assim, quando os burocratas governamentais entram em greve, eles conseguem paralisar completamente, e por tempo indefinido, a "indústria" em que "trabalham". Os pagadores de impostos irão reclamar asperamente da ausência de aulas, de coleta de lixo e de serviços de ônibus, o que forçará os governantes a curvarem-se perante as exigências dos sindicatos sob o temor de perderem o próprio emprego (via reeleição ou mesmo revolta popular) em decorrência da insatisfação dos eleitores. Esse processo é a principal razão por que, em geral, as despesas dos três níveis de governo sobem ano após ano, ao mesmo tempo em que a "produção" dos funcionários públicos declina.

Durante décadas, pesquisadores observaram que, nas escolas públicas, quanto mais dinheiro se gasta por aluno, pior é a desempenho dos estudantes. Resultados similares prevalecem em todas as outras áreas de "serviços" governamentais. Como escreveu certa vez Milton Friedman, as burocracias governamentais — especialmente as sindicalizadas — são buracos negros econômicos, em que um aumento nos recursos injetados gera "produtos" declinantes. Quanto mais se gasta em universidades e escolas públicas, menos qualificados são os estudantes. Quanto mais se gasta com assistencialismo, mais pobreza é gerada, e por aí vai. Isso, obviamente, é o exato oposto do que ocorre na vida econômica normal do setor privado que opera sob concorrência, em que aumentos nos recursos empregados geram mais produtos e serviços de maior qualidade, e não menos.

Trinta anos atrás, o economista Sharon Smith publicou um estudo mostrando que os funcionários públicos americanos recebiam 40% a mais do que os empregados do setor privado que desempenhavam funções semelhantes. De lá pra cá, essa diferença salarial só fez aumentar. E em todo o mundo.

O enorme poder exercido pelos sindicatos dos funcionários públicos significa que são eles que efetivamente exercem o poder de tributar. Dado que os sindicatos dos funcionários públicos podem facilmente forçar os políticos a elevar impostos para que a receita atenda às suas exigências de privilégios, são eles, e não os eleitores, que controlam o crescimento da carga tributária dentro da jurisdição política. Eles são os maiores beneficiários daquilo que se convencionou chamar de "tributação sem representação" (não que a tributação com representação seja muito melhor). É por isso que alguns estados americanos possuem leis que proíbem greves comandadas pelos sindicatos dos funcionários públicos. (Mas os sindicatos frequentemente fazem greve assim mesmo).

O poder desses sindicatos deixa os políticos presos em um grande dilema: se eles se curvarem e atenderem às exigências salariais dos sindicalistas, e elevarem impostos para financiá-las, aumentam as chances de eles, os políticos, perderem seus cargos nas próximas eleições. A "solução" para esse dilema tem sido oferecer ao funcionalismo aumentos moderados nos salários, porém compensados com promessas espetaculares de benefícios pós-aposentadoria, com pensões magnânimas. Isso permite que os políticos satisfaçam os desejos dos sindicatos ao mesmo tempo em que empurram os custos de tal política para o futuro, quando esses "saciadores de desejos" já tiverem se retirado da vida pública.

Nos estados americanos da Califórnia, Winsconsin e Indiana, assim como em vários outros países, esse futuro aparentemente já chegou. Segundo reportagem do Wall Street Journal, os governos estaduais e locais dos EUA possuem atualmente nada menos que US$ 3,5 trilhões de passivos a descoberto (passivos para os quais simplesmente não há receitas). Eles devem ou aumentar impostos dramaticamente, como alguns já estão fazendo, ou cortar gastos drasticamente, ou simplesmente eliminar as pensões dos funcionários públicos.

Os sindicatos dos funcionários públicos estão primordialmente interessados em maximizar os lucros do sindicato. Consequentemente, eles utilizam as regulamentações do setor público como ferramenta para proteger o emprego de absolutamente qualquer burocrata estatal, não importa o quão incompetente ou irresponsável ele seja. Afinal, quanto menos burocratas estiverem empregados, menor será o volume das contribuições pagas aos sindicatos pelos seus membros. Assim, é praticamente certo que os sindicatos irão à justiça (também comandada por funcionários públicos sindicalizados) para recorrer de qualquer tentativa de dispensa de qualquer funcionário público, exceto talvez para aqueles acusados de comportamento criminal. Isso significa que demitir um professor incompetente, por exemplo, pode levar meses, ou anos, de disputas jurídicas.

Os políticos já descobriram há muito que a resposta mais conveniente para esse dilema é recompensar o burocrata incompetente dando-lhe algum serviço administrativo que ele irá aceitar de bom grado, além de maiores salários, bonificações e vantagens. Isso resolve a chateação causada por pais que estão reclamando que o professor de matemática dos filhos não sabe fazer conta, ao mesmo tempo em que elimina a possibilidade de eles, os políticos, serem processados pelos sindicatos. É por isso que as administrações de escolas e universidades públicas são aquelas intumescidas monstruosidades burocráticas lotadas de professores que não sabem ensinar e que, justamente por isso, ganharam a responsabilidade de "administrar" todo o sistema. Nenhuma escola ou universidade genuinamente privada poderia sobreviver sob essa política perversa.

Os sindicatos dos funcionários públicos também são os paladinos da "sinecura" ("featherbedding" em inglês) — a prática sindical de obrigar o governo a contratar mais do que o número de pessoas necessárias para fazer algum serviço. Se isso ocorrer no setor privado, os maiores custos salariais oriundos de tal prática deixarão a empresa menos competitiva e menos lucrativa. Ela pode até mesmo ir à falência, como ocorreu nos EUA com as fortemente sindicalizadas indústrias siderúrgicas, automotivas e têxteis.

Tal fenômeno, porém, não ocorre no setor público, onde não há preocupações com lucros e prejuízos e a maioria das agências é monopolista. Sinecuras no setor público são vistas como um benefício tanto para os políticos quanto para os sindicatos — mas certamente não para os pagadores de impostos. Os sindicatos auferem mais receitas quando há um maior número de burocratas empregados, e os políticos ganham a simpatia dos sindicatos por terem nomeado ou permitido a contratação de mais funcionários públicos. Cada emprego criado desta forma geralmente significa dois ou mais votos, dado que o burocrata sempre poderá arrumar para o político o voto de pelo menos um membro da família ou de um amigo próximo. É por isso que, na vasta literatura que mostra a eficiência superior das empresas privadas em relação às empresas estatais, o governo quase sempre apresenta maiores custos de mão-de-obra para as mesmas funções desempenhadas no setor privado.

Cada sindicato de funcionários públicos é uma máquina política de fazer uma implacável e inflexível pressão por maiores impostos, maiores gastos governamentais, mais sinecuras e mais promessas de generosas pensões — ao mesmo tempo em que demonizam os cidadãos pagadores de impostos que se atrevem a protestar contra o esbulho, rotulando-os de insensíveis inimigos das crianças, dos idosos e dos pobres (os quais são supostamente "servidos" pelos burocratas governamentais que os sindicatos representam).

Trata-se do velho truque socialista sobre o qual Frédéric Bastiat escreveu em seu famoso ensaio, A Lei: os sindicatos veem os defensores da desestatização das escolas e do ensino não como críticos legítimos de um sistema falido e imoral, mas sim como pessoas que têm ódio das crianças. Da mesma forma, os sindicatos tratam os críticos do assistencialismo não como pessoas preocupadas com a destruição da ética do trabalho e da família causada pelo assistencialismo, mas como inimigos dos pobres.

Mas a farsa está chegando ao fim. No país mais rico do mundo, os pagadores de impostos finalmente começaram a se dar conta de que eles na realidade são os escravos, e não os mestres, do governo em seus três níveis. Os sindicatos dos funcionários públicos foram fundamentais na falência da maioria dos estados americanos, e os cidadãos não estão mais a fim de ouvir apelos por mais impostos e mais gastos governamentais para socorrer parasitas.

A tendência é que isso comece a ocorrer igualmente em todo o mundo.


Thomas DiLorenzo é professor de economia no Loyola College, em Maryland e membro do corpo docente senior do Mises Institute.

Tradução de Leandro Augusto Gomes Roque



http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=916

Texto original: The Political Economy of Government Employee Unions
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline aquelecara
Búfalo
**
Mensagens: 130
Tópicos: 25
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Dec 2012
#2
11-10-2013, 05:16 PM
Eu me sinto mal quando leio um texto desses porque ele evidencia minha burrice e ignorância.yaoming

É tanta coisa para aprender que eu nem sei por onde começo.
Economia, filosofia, programação, mercado de ações... sem esquecer do preparo físico.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Johnnie Walker
Keep Walking
**
Mensagens: 309
Tópicos: 5
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Jul 2013
#3
11-10-2013, 08:32 PM
greve dos bancos.. vagabundos felas da puta.. me prejudiquei feio por isso. pior que mesmo não existindo monopólio estatal nesse setor de serviços, a classe é bastante unida e a participação dos funcionários de bancos com capital público torna dificultosa a retaliação e demissão dos funcionários dos bancos privados, já que estão todos envolvidos pela mesma causa, demitir um funcionário desses seria como demitir um público. nesses casos a greve só consegue perdurar por tanto tempo -como essa de agora que durou 22 dias - pela força sindical.
mas além dos sindicatos, o funcionalismo público é ineficaz e oneroso por ingerência e má administração, além de ser feito de cabide de empregos por políticos. o que eu posso observar é que em alguns setores há uma saturação de servidores sem demanda de serviço, e em outros, ocorre justamente o contrário, saturação de serviço e falta de servidor, e mesmo que houvesse um equilíbrio na distribuição de serviços, sobrariam servidores. a falta de comunicação interna entre orgãos é absurda.
...He's battled constantly
This fight he cannot win
A tired man they see no longer cares
The old man then prepares
To die regretfully...
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Midnite
Búfalo
**
Mensagens: 190
Tópicos: 1
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Apr 2013
#4
11-10-2013, 09:24 PM
Falta de organização ou estratégia?
“Céu e inferno estão bem aqui, atrás de cada parede, cada janela. O mundo por trás do mundo. Nós estamos no meio.”  ― Constantine
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Samurai
Búfalo
**
Mensagens: 31
Tópicos: 5
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Sep 2013
#5
12-10-2013, 07:20 PM
Mas a farsa está chegando ao fim. No país mais rico do mundo, os pagadores de impostos finalmente começaram a se dar conta de que eles na realidade são os escravos, e não os mestres, do governo em seus três níveis. Os sindicatos dos funcionários públicos foram fundamentais na falência da maioria dos estados americanos, e os cidadãos não estão mais a fim de ouvir apelos por mais impostos e mais gastos governamentais para socorrer parasitas.

A tendência é que isso comece a ocorrer igualmente em todo o mundo.
[/i][/i][/i][/i][/i]



Não acredito que isso vá ocorrer no Brasil. Pelo menos, não tão logo como o autor do texto menciona. Porque aqui no Brasil o pensamento de esquerda é muito mais forte do que lá nos EUA. E ainda por cima, a maioria ainda quer arrumar uma teta do governo para mamar.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Angelo Henrique
Veterano
***
Mensagens: 425
Tópicos: 9
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Apr 2013
#6
14-10-2013, 05:20 PM
Texto excelente, cai como uma luva com os eventos aqui no Brasil.
Destaque para a paralisação do setor bancário, eu mesmo, estou amargurando muitos prejuízos por conta dessa greve, pois os devedores culpam a greve por sua insuficiência de liquidez.
Mesmo assim, todo dia 5 do mês, os funcionários do escritório exigem o pagamento, sob pena de rolar morte aqui.
[+]
  •
Procurar
Responder


Possíveis Tópicos Relacionados...
Tópico: Autor Respostas: Visualizações: Última Mensagem
  Sindicatos são anti-trabalho Búfalo 7 3,126 16-05-2015, 07:22 AM
Última Mensagem: cabraman

Facebook   Twitter  


usuários a ver este tópico:
2 Visitante(s)

  •  
  • Voltar ao Topo  
  • Modo Leve (Arquivo)  
Theme © 2014 iAndrew
Suportado Por MyBB, © 2002-2025 MyBB Group.
Modo Linear
Modo listagem
Ver Vista de Impressão
Subscrever este tópico
Adicionar Pesquisa para esse tópico
Enviar tópico para um amigo