A Importância de se Afastar dos Velhos Amigos

[SgtSkull]

Ultimamente tenho preferido a solidão a ter amizades vazias e de fachada.Acho que acaba valendo muito mais 2 amigos leais e verdadeiros com uma visão focada no progresso do que milhares de amigos que em nada acrescentam.

[Remy LeBeau]

Estamos diante de um rito de batismo!

A muito custo, após internalizar a Real e a exercê-la no dia-a-dia, o subconsciente passa a nos alertar de fatos e situações que passavam despercebidas por outrora. Alpinistas e vampiros sociais, os quais transitavam em nossas vidas, e lá estavam apenas para sugar qualquer êxito nosso. Afinal, quem nunca passou por alguma situação de vitória pessoal, em que todos os nossos amigos estavam lá para brindar e comemorar? "Você é o fodão! O melhor. Parabéns, mas não se esqueça da gente aqui, hein?". Porém, logo em seguida, quando ocorria aquela estagnação e uma derrocada subsequente, procurávamos essas amizades: "Pessoal, tá foda aqui, tô passando por uma pior", e sequer nos davam atenção. Ignoravam os nossos apelos. Nos davam as costas. Não se importavam com o nosso bem-estar, quando nós nos importavamos com os deles.
Eventualmente, viravamos um mero acessório. Deveríamos aguentar todas as lamúrias alheias, mas as nossas não podiam ser manifestadas. Eramos procurados quando nos levantavamos e voltavamos ao ritmo de vitória. Quando perdíamos, caíamos no ostracismo.

Faz parte. É complicado. A vida não é um conto de fadas em que devemos dizer "sim" para tudo e a todos. Na verdade, a maior parte do tempo temos é que dizer "não", e isto não decorre de uma obrigação, mas de uma legítima defesa de nossos interesses particulares. Caso contrário, perderemos o protagonismo de nossa própria vida, para virar um mero personagem secundário da vida dos outros, e deixaremos de viver a nossa própria vida, apenas para agradar terceiros e viver a vida alheia.

Vamos lá. Recordar é viver.
Antes o rolê era divertido. Caro, mas, divertido, com muita risada, companheirismo e bom papo. Em que pesem às derrotas eventuais, todo mundo estava no mesmo barco, cada um rindo de sua desgraça particular. Só que era apenas isso. Não havia progresso. Não havia evolução. Todos se reuniam periodicamente, e faziam a mesma coisa, com os mesmos resultados. Ninguém está ali para ajudar o outro. Ninguém está ali para motivar o outro. E ninguém está lá para crescer em grupo, mas sim para rir da desgraça do outro, e verificar se os mesmos continuam igualmente fodidos, para diminuir aquela sensação de culpa por ter fracassado em algo. "Eu sou um bosta, mas não posso admitir que os meus colegas deixem de ser. Todos nós devemos ser um bosta." Esse é o mote, só que nós não sabíamos.

Ora, por que beber para esquecer algo? Para encontrar forças em lidar com a realidade? Aí entram as considerações particulares.
"Eu não quero beber só na derrota. Eu quero me levantar, vencer, e aí sim comemorar o meu progresso, bebendo."
Eis que cai a ficha. Estávamos em um rolê com fracassados, cujo único propósito era viver uma vida miserável, mas tentando tirar um sorriso do próprio rosto e dos outros, além de invejar qualquer tipo de sucesso individual, especialmente quando este derivou de algum tipo de esforço.

Aí o rolê começa a ficar "estranho". Perde a graça e começa a ficar repetitivo. A diversão diminui, e os pormenores começam a pesar: "Porra tá caro." "Porra, tá foda, a gente só bebe." "Porra, olha lá, a gente se fodeu de volta e tá todo mundo conformado." "Porra, estão rindo de mim, de volta." "Porra, eu só venho aqui para rir com os caras, da minha própria desgraça e da desgraçada alheia".

Tempo é uma mercadoria. Não podemos nos dar ao luxo de perdê-lo com porcaria, ou investimentos sem retorno.
Aí começam os migués:
"Ah valeu, hoje eu já tenho compromisso."
"Fodeu, fera, pintou um imprevisto aqui."
"Tô sem grana, não vai dar". (Mentira, tenho mais dinheiro que você seu baladeiro, vagabundo, arrogante do caralho, que trabalha só pra sustentar o seu vício na noitada).
Daqui a pouco, você é cortado do rolê ("Aquele bosta tá sempre ocupado, pau no cu dele."), ou, você mesmo pede a conta e sai. Aí vira a pauta das resenhas: "Olha lá, só trabalha". "Olha lá abandonou os esquemas." "Pra que guardar dinheiro, tem que curtir a vida!!". "Fulano é muito caxias/carola/nerdão".

Estranhamente, ao contrário do passado, você já não liga mais. Tacou o foda-se, e nem precisou se esforçar. Saiu no automático. Já não se importa com o que pensam e falam, pois já sabe que o rolê não vai dar em nada. Já está em outra barca, com outras pessoas, outro ritmo. Até esqueceu as "amizades", pois não sente sequer falta dessas companhias do passado. Pelo contrário, um momento de solidão passa a ser mais valorizado do que aquelas reuniões periódicas.

É o momento em que nós acordamos.
Como o gado que estava em fila, indo em direção ao abate. De alguma forma (Real), conseguimos sair da fila, romper as barreiras e escapar do abate. Em um primeiro momento, tentamos avisar os demais do fatídico final. Tentamos até ajudar, mostrando como sair, indicando a saída ou oferecendo ajuda. Entretanto, o gado não quer. É o estilo de vida deles. É o que desejam. É apenas aquilo que sabem fazer, e já estão conformados.
Então não há nada mais que possa ser feito. O antigo laço de amizade deve ser rompido. Momento este em que seguimos a nossa vida, assistindo a derrocada dos demais e o seu respectivo abate.

Parece um discurso fatalista ou negativist, é verdade, e com toques de um humor bem fraco, mas na verdade é uma alegoria criada para mostrar que este é um rito de passagem. Passagem esta, representada na internalização da Real em nossas vidas, e, agora, deverá ser aplicada em nosso contexto social, filtrando as pessoas que se aproximam da gente, e nos afastando de antigas companhias que nunca agregaram em nossa vida, ou na própria amizade desenvolvida, e estavam lá apenas para nos atrapalhar e sabotar. O rompimento, portanto, acaba sendo necessário.
Esse é o momento, em que com as ferramentas em punho dadas pela Real, devemos decidir se queremos viver a nossa vida, e ser o protagonista dela, ou, se continuaremos a viver a vida dos outros.
Por outro lado, com esse crivo analítico desenvolvido e o respectivo amadurecimento, aprendemos a valorizar as verdadeiras companhias que surgem em nossas vidas. Companhias que trazem um senso de união maior, de coesão e que agregam algo à nossa individualidade e para até mesmo o laço de amizade gerada. Pessoas que contam com você, e com quem você pode contar, já que se importam de verdade contigo, independente da vitória ou da derrota de um dia-a-dia.

[donborjone]

Perfeito confrade Remy LeBeau!

[A6M Zero]

Digo que é importante se afastar daqueles que nada tem a agregar. Aqueles que vivem ao acaso, sem rumo sem nada.

Não recomendo que se afaste de amigos que contribuem com os seus objetivos de vida, ou que ao menos o apoiam, sendo velhos amigos ou não. Talvez o título do tópico tenha ficado um tanto confuso e dê a idéia de que precisemos nos afastar daqueles que temos amizade pois os mesmos podem ser um empecilho. Bom, certos casos sim, aquele tipo que sempre está tentando furar nosso olho ou tentando nos passar pra trás, esses sim devem ser esquecidos independente do que venham a falar depois. 

Amizades reais se consolidam, ou ao menos deveriam, se consolidar em busca de objetivos comuns a ambos. Não que essa seja uma realidade hoje, mas posso estar falando merda também.

Quando encontrei esse fórum, aliás, quando encontrei a Real, descobri um reduto onde ainda há aqueles que buscam um rumo a um futuro melhor. Mas não somente por isso que este lugar se mantém, mas sim pelo fato de todos buscarem evoluir (ou ao menos os que permanecem aqui sem as famosas disputas de ego, claro), tanto os que estão começando a caminhar quanto aqueles que já estão distantes em sua caminhada pessoal mas que se tornam o exemplo para os mais novos. É só um exemplo, é claro.

Acho que dei uma viajada, mas tomara que fique compreensível para quem ler isso aqui haha.

[Jack Donovan]

Sabe o complicado é você tem um circulo social, neste círculo existe uma pessoal má carácter e mesmo todos sabendo que esta pessoa não presta e faz muitas coisas que prejudica a todos, mesmo assim eles continuam amizade normalmente.

[Dartagnan]

Bem, esse foi um dos tópicos que me fez registrar aqui no fórum. Foi um assunto 'diferente' que me chamou a atenção até por ter passado por isso recentemente.

Teve a ver principalmente com comodismo de alguns desses amigos. Eu já tinha me afastado da maioria deles (que continuam na merda até hoje) por ver que eu estava destoando em muitas coisas. Pode parecer escroto se afastar de amigos por causa de dinheiro, mas quem já passou por isso, sabe que é mais complicado do que parece....(pra maioria, a vida não é como o Zeca Pagodinho indo no antigo bairro pobre dele ajudar os outros....o caso dele, até por ser famoso, é bem diferente do nosso). Depois que veio a última eleição, com a Dilma vencendo e a polarização doentia tomando conta das redes sociais, aí é que eu vi que tinha feito a coisa certa mesmo....

Mas vou me alongar mais, porque esse assunto rende....ainda mais envolvendo ideologia e política. Mesmo sendo um tanto pragmático, não tem como fugir disso...já vou entrar em detalhes, bem como ler com calma as outras páginas do tópico.

[Klaus]

Depois que o cara acorda pra vida não sobra nenhum. Muitos que eu confiava com pouca coisa a máscara caia, estarrecedor.

Amizade talvez um ou dois salva.

Tem que forjar no fogo, também não achar que amizade é baseada na superficialidade que o homem medio acredita no que é, assim todo mundo é falso então, nem sempre. Enfim é complicado.

[Dartagnan]

Então, basicamente, esses amigos que eu 'dei linha' o eram em grande parte por gostos em comum. Tipo, músicas, filmes, HQs e essas coisas. Até aí, ok....o problema que eu vi é que alguns levavam isso muito mais a sério do que eu acho que cabe pra homens depois de uma certa idade (vou botar aqui apenas uma média: 30 anos). A minha geração, que nasceu em meados dos anos 70 até o fim dos 80, teve uma coisa legal em relação a de nossos pais: fomos a primeira a ter a possibilidade de resgatar as coisas do passado com uma certa qualidade. Desenhos, séries e essas coisas tão facilmente disponíveis na internet hoje em dia eram verdadeira raridade achar, basicamente o que dava pra gravar nos antigos VHS (videocassete). Isso foi muito legal por um lado, mas por outro, acostumou mal o pessoal mais hardcore. Os nossos pais e avós não tiveram essa opção, então....até por natureza, tinham que fazer outras coisas (inclusive, catar mulher).

Hoje em dia, acho que é tranquilo afirmar que o homem pode e deve manter seus gostos e hobbies, inclusive independente de idade. Mas é fato: sempre rola um olhar estranho dependendo do hobby. Então, acho que depois de uma certa idade, a gente tem que curtir essas cosias mais discretamente e com menos apego. Por mais paixão (maldita palavra) que esteja envolvida, uma hora ela vai esfriando....ou seja: tu ser fã de algo com 20 anos é uma coisa, com 30 pra 40 ou mais, é BEM OUTRA COISA.....na minha opinião. Até por motivos naturais, como constituir família, as prioridades mudam....ninguém escapa disso, casando ou não. O tempo disponível é menor...e por aí vai. Eu tenho minhas coisas de anime, séries, games que eu jogava quando moleque e tudo mais guardado aqui em casa. Bem raramente os assisto hoje, MAS....se bater aquela nostalgia, tá tudo em casa, assisto sem peso na consciência.

O outro motivo é a mentalidade perdedora de esquerdista radical. Vejam bem, eu tenho alguns amigos esquerdistas, problema algum com isso. Seria humanamente impossível escolher amizade só na base da ideologia....nossa vida seria um saco. Até porque sempre vai haver discordância em alguma coisa no seu círculo social. O problema é quando eu percebo que a ideologia vai longe demais....parecido com o problema dos hobbies. Aqueles discursos clássicos de odiar os ricos, exploração, odiar o capitalismo e essa coisa toda....salvo se o cara for político profissional, é uma mentalidade que tem tudo pra deixar o cara na pobreza a vida inteira (e assim está sendo com eles, ao menos a maioria).

[Mutley]

Amigos é uma questão de utilidade, no momento que eles estiverem por cima, a maioria não pensa duas vezes pra te fuder, colocar pra baixo,principalmente se você estiver em um momento ruim,... é aquela velha frase, "Quer conhecer uma pessoa, dê poder a ela", o que não significa que devemos polarizar... Eu mantenho as amizades, porém não coloco mais aquela energia toda que grandes amigos têm, converso com esses amigos com frequência e uso eles como escape, as vezes quero jogar uma bola, um videogame etc... independente se eles são realistas ou não, vou lá, jogo, sacio minhas necessidades e volto pra casa, como se eu tivesse comido uma puta. Pode parecer superficial, e é! mas funciona para mim. Óbvio que existem amizades tóxicas que é melhor nem ter, essas o negócio é cortar na lata, mas para todas as outras eu simplesmente jogo o jogo, e vivo a minha vida, administro como se estivesse administrando uma namorada, com apego mínimo.

[Vini1980]

    Infelizmente na vida a grande maioria das pessoas só são suas amigas se realmente voce acrescenta algum tipo vantagem a elas, tipo amizades de interesses e aprendi da pior forma quando era adolescente, pois como não tinha carisma, era muito intelectual e um pouco ant social, elas não me viam com bons olhos porque não tinha valor para elas e as poucas amizades que tinha era só interesse pois naquela época tinha um coração bonzinho e ingênuo e suportava certas injustiças feita contra minha pessoa porque temia a solidão.

    Porém Deus ensinou (através da bíblia) que a solidão as vezes é uma grande amiga e através da dor que ela gera, você realmente começa a se conhecer e ficar mais forte, aprender que seu melhor amigo (depois do criador) é você mesmo, não adianta tu correr atrás de pessoas para poder ter alguma coisa é de mim mesmo que eu tenho que obter as coisas que quero.

    E muitos anos de solidão, aprendi a me respeitar e me amar primeiro e vi que os falsos amigos são como uma pedra de tropeço para sua vida e sabia que elas perto de mim ficaria comprometido minha evolução pessoal e o entendimento da real do mundo, porque elas ainda não amadureceram e continuam na ilusão dessa matrix destruidora, é difícil lidar com essa situação porque tem muitas pessoas que voce ama,como pessoas da minha própria família que ficava perto de mim por interesses, mas são falsos amigos, porém se agente quiser amadurecer teremos que saber aprender a lidar com a solidão e ver que a vida é passageiro e o importante é aprender a viver com as pessoas e nunca guardar magoas delas, porque amigos vem e vão e o que voce vai guardar são os sentimentos que elas proporcionaram na sua vida .  

   

[Dartagnan]

Um outro ponto a respeito disso que falaram é que, vale pra TODOS, inclusive nós mesmos de certa forma. Nós temos um INTERESSE de ter pessoas divertidas, simpáticas ou que tenham alguma afinidade conosco. Não deixa de ser interesse. Ninguém quer ter uma pessoa negativa, chata, de mau humor e tal (e acho que são poucos os que param pra pensar que isso pode ser por algum problema pessoal, uma fase difícil, etc). Eu hoje estou mais seletivo também com isso. Não ligo mesmo se a pessoa vai poder me ajudar de alguma forma, mas não quero alguém que me puxe pra baixo, que inveje minhas coisas (desnível social SEMPRE vai gerar comparações, ainda que nem sempre a pessoa externalize isso pra você), então na prática as pessoas tendem a ficar ao lado de gente parecida.

[Ripper]

Meu humilde pitaco.

Amizade é uma conjugação de interesses mútuos. Se vc se cuida, malha e curte lutas, dificilmente vai se relacionar com playboy cheirador de pó chopeiro jogador de poker. Se é do Metal e trabalha honestamente pra se manter, normalmente não vai ter amigo funkeiro que escreve errado e não trabalha e por aí vai.

Quem REALMENTE se importa com vc, na grande maioria das vezes, são só seus pais. E olhe lá! Todo o resto da raça humana caga e anda pra vc e só encosta quando tem algum interesse em comum ou quando vc tem algo a oferecer, nesse caso só vão te parasitar.

Sempre assim. Mudam os interesses, mudam as amizades. Sem contar que, por mais que alguém seja seu "amigo", esse alguém JAMAIS vai querer te ver numa posição melhor que ele. TODOS querem que vc fracasse pra te apontar o dedo. Suas vitórias não devem ser compartilhadas com quem não merece e é fácil identificar quem quer seu bem e quem não quer. Via de regra, as pessoas são péssimas mentirosas. Não conseguem disfarçar o sorriso amarelo ao te dar um tapinha nas costas pela sua conquista. O ser humano é assim.

Pode parecer frescura, mas muitas vezes, ao encontrar certas pessoas e contar algo da minha vida, me senti fraco  e desanimado após tê-lo feito. Inveja existe. Energia negativa existe e é contagiosa.  Uma pessoa que te usa de muleta emocional, até pelo whats app te prejudica. Uma vez um colega me mandou um áudio tão carregado de coisa ruim que estragou meu dia. Acho que ficou claro o que eu quero dizer. Corra de gente assim. Ajude se puder e não for sofrer qualquer prejuízo. De resto, finja que tá ali sem estar.

Mantenho 2 ou 3 por perto, e o resto é conveniência.

Peço perdão pelo pessimismo, mas é o que eu tenho vivenciado.

[Dartagnan]

Acho que a amizade, essa mais desinteressada também existe, mas claro, essas são as que levam tempo pra descobrir.

Humildemente, me considero assim. Claro, se o amigo em questão pode me ajudar ou trazer algum benefício, irei curtir de boa, ou eu mesmo dar algum benefício.

E outra, eu muito raramente invejo alguém. Digo essa tal de 'inveja do mal' mesmo. E normalmente são pessoas que eu não conheço. Exemplo: esses Youtubers de bosta que ganham um dinheirão pra falar bobagens (não tenho perfil, por isso eu mesmo não faço). Se o cara ganha na Mega Sena, por exemplo, eu não vou fazer o que a maioria faria, que é a imundice de ficar pedindo coisas....quando faço bolão com colegas do trabalho, EU fico com o volante, pelo mesmo motivo: porque eu me conheço e sei que embora com aquela euforia inicial, não vou fazer lama ou ficar maluco por causa do dinheiro, prejudicando os outros que ganharam.

[ChrisNight]

toda relação humana é utilitarista

[Senna]

Crescemos com a ideia de que o amigo de verdade é aquele que estará ao nosso lado nos momentos difíceis, nos ajudar quando precisamos, etc. O que não está claro neste conceito é que a pessoa que pensa num amigo assim está centrada no obter, algo unilateral. Muito comum a pessoa que pensa assim ser aquela que suja as energias dos outros, quer ser ouvida mas não sabe ouvir, quer que os outros lhe emprestem coisas ou dinheiro mas não tem nada a oferecer.

A ideia do texto é trazer um outro conceito de amigo, que é o de partilhar. Nesta visão nós também retribuímos aos nossos amigos, ao invés de apenas obter acontece um ganha-ganha. É uma mudança de paradigma porque para formar amizade sob esta ótica nos tornamos sujeitos ativos na amizade. A melhor forma de fazer isso é com pessoas com as quais temos interesses em comum.

[Bandeirante Paulista]

Estamos diante de um rito de batismo!

A muito custo, após internalizar a Real e a exercê-la no dia-a-dia, o subconsciente passa a nos alertar de fatos e situações que passavam despercebidas por outrora. Alpinistas e vampiros sociais, os quais transitavam em nossas vidas, e lá estavam apenas para sugar qualquer êxito nosso. Afinal, quem nunca passou por alguma situação de vitória pessoal, em que todos os nossos amigos estavam lá para brindar e comemorar? "Você é o fodão! O melhor. Parabéns, mas não se esqueça da gente aqui, hein?". Porém, logo em seguida, quando ocorria aquela estagnação e uma derrocada subsequente, procurávamos essas amizades: "Pessoal, tá foda aqui, tô passando por uma pior", e sequer nos davam atenção. Ignoravam os nossos apelos. Nos davam as costas. Não se importavam com o nosso bem-estar, quando nós nos importavamos com os deles.
Eventualmente, viravamos um mero acessório. Deveríamos aguentar todas as lamúrias alheias, mas as nossas não podiam ser manifestadas. Eramos procurados quando nos levantavamos e voltavamos ao ritmo de vitória. Quando perdíamos, caíamos no ostracismo.

Faz parte. É complicado. A vida não é um conto de fadas em que devemos dizer "sim" para tudo e a todos. Na verdade, a maior parte do tempo temos é que dizer "não", e isto não decorre de uma obrigação, mas de uma legítima defesa de nossos interesses particulares. Caso contrário, perderemos o protagonismo de nossa própria vida, para virar um mero personagem secundário da vida dos outros, e deixaremos de viver a nossa própria vida, apenas para agradar terceiros e viver a vida alheia.

Vamos lá. Recordar é viver.
Antes o rolê era divertido. Caro, mas, divertido, com muita risada, companheirismo e bom papo. Em que pesem às derrotas eventuais, todo mundo estava no mesmo barco, cada um rindo de sua desgraça particular. Só que era apenas isso. Não havia progresso. Não havia evolução. Todos se reuniam periodicamente, e faziam a mesma coisa, com os mesmos resultados. Ninguém está ali para ajudar o outro. Ninguém está ali para motivar o outro. E ninguém está lá para crescer em grupo, mas sim para rir da desgraça do outro, e verificar se os mesmos continuam igualmente fodidos, para diminuir aquela sensação de culpa por ter fracassado em algo. "Eu sou um bosta, mas não posso admitir que os meus colegas deixem de ser. Todos nós devemos ser um bosta." Esse é o mote, só que nós não sabíamos.

Ora, por que beber para esquecer algo? Para encontrar forças em lidar com a realidade? Aí entram as considerações particulares.
"Eu não quero beber só na derrota. Eu quero me levantar, vencer, e aí sim comemorar o meu progresso, bebendo."
Eis que cai a ficha. Estávamos em um rolê com fracassados, cujo único propósito era viver uma vida miserável, mas tentando tirar um sorriso do próprio rosto e dos outros, além de invejar qualquer tipo de sucesso individual, especialmente quando este derivou de algum tipo de esforço.

Aí o rolê começa a ficar "estranho". Perde a graça e começa a ficar repetitivo. A diversão diminui, e os pormenores começam a pesar: "Porra tá caro." "Porra, tá foda, a gente só bebe." "Porra, olha lá, a gente se fodeu de volta e tá todo mundo conformado." "Porra, estão rindo de mim, de volta." "Porra, eu só venho aqui para rir com os caras, da minha própria desgraça e da desgraçada alheia".

Tempo é uma mercadoria. Não podemos nos dar ao luxo de perdê-lo com porcaria, ou investimentos sem retorno.
Aí começam os migués:
"Ah valeu, hoje eu já tenho compromisso."
"Fodeu, fera, pintou um imprevisto aqui."
"Tô sem grana, não vai dar". (Mentira, tenho mais dinheiro que você seu baladeiro, vagabundo, arrogante do caralho, que trabalha só pra sustentar o seu vício na noitada).
Daqui a pouco, você é cortado do rolê ("Aquele bosta tá sempre ocupado, pau no cu dele."), ou, você mesmo pede a conta e sai. Aí vira a pauta das resenhas: "Olha lá, só trabalha". "Olha lá abandonou os esquemas." "Pra que guardar dinheiro, tem que curtir a vida!!". "Fulano é muito caxias/carola/nerdão".

Estranhamente, ao contrário do passado, você já não liga mais. Tacou o foda-se, e nem precisou se esforçar. Saiu no automático. Já não se importa com o que pensam e falam, pois já sabe que o rolê não vai dar em nada. Já está em outra barca, com outras pessoas, outro ritmo. Até esqueceu as "amizades", pois não sente sequer falta dessas companhias do passado. Pelo contrário, um momento de solidão passa a ser mais valorizado do que aquelas reuniões periódicas.

É o momento em que nós acordamos.
Como o gado que estava em fila, indo em direção ao abate. De alguma forma (Real), conseguimos sair da fila, romper as barreiras e escapar do abate. Em um primeiro momento, tentamos avisar os demais do fatídico final. Tentamos até ajudar, mostrando como sair, indicando a saída ou oferecendo ajuda. Entretanto, o gado não quer. É o estilo de vida deles. É o que desejam. É apenas aquilo que sabem fazer, e já estão conformados.
Então não há nada mais que possa ser feito. O antigo laço de amizade deve ser rompido. Momento este em que seguimos a nossa vida, assistindo a derrocada dos demais e o seu respectivo abate.

Parece um discurso fatalista ou negativist, é verdade, e com toques de um humor bem fraco, mas na verdade é uma alegoria criada para mostrar que este é um rito de passagem. Passagem esta, representada na internalização da Real em nossas vidas, e, agora, deverá ser aplicada em nosso contexto social, filtrando as pessoas que se aproximam da gente, e nos afastando de antigas companhias que nunca agregaram em nossa vida, ou na própria amizade desenvolvida, e estavam lá apenas para nos atrapalhar e sabotar. O rompimento, portanto, acaba sendo necessário.
Esse é o momento, em que com as ferramentas em punho dadas pela Real, devemos decidir se queremos viver a nossa vida, e ser o protagonista dela, ou, se continuaremos a viver a vida dos outros.
Por outro lado, com esse crivo analítico desenvolvido e o respectivo amadurecimento, aprendemos a valorizar as verdadeiras companhias que surgem em nossas vidas. Companhias que trazem um senso de união maior, de coesão e que agregam algo à nossa individualidade e para até mesmo o laço de amizade gerada. Pessoas que contam com você, e com quem você pode contar, já que se importam de verdade contigo, independente da vitória ou da derrota de um dia-a-dia.

Confrade... este post resumiu o que está sendo minha vida neste momento.

Li 3 vezes e mal pude acreditar...

É tudo verdade, passei na pele por todos esses estágios. Não significa que você é o Realista fodão que quer que todo mundo se foda... nada disso...
Seu ciclo de amizades diminui na quantidade e aumenta na qualidade.

Aqueles que permanecem, você passa a valorizar ainda mais.

[Florentino Pérez]

Um exemplo para nos alertar dessa matrix da amizade verdadeira e sem interesses escusos, é a situação de um colega meu. Há uns 4 anos atrás ele estava com carro acima da média pro nível do bairro que moro, com dinheiro pra gastar, todos tinham aquela camaradagem, muitas vezes forçada, todos o achavam gente boa, todas suas piadas eram engraçadas . Hoje a vida ele financeiramente está ruim, inclusive desempregado, esses mesmos caras  que o exaltava, agora se juntam pra falar do mal cara, que antes achavam super gente boa, a única mudança dele ? Não tem mais nem carro nem dinheiro .

Todos falam de como o poder financeira atrai mulheres, mas muitas vezes deixamos passar despercebido como todo mundo acha que tem dinheiro legal, gente boa, mesmo que o cara mal fale com eles .

[Dartagnan]

Um exemplo para nos alertar dessa matrix da amizade verdadeira e sem interesses escusos, é a situação de um colega meu. Há uns 4 anos atrás ele estava com carro acima da média pro nível do bairro que moro, com dinheiro pra gastar, todos tinham aquela camaradagem, muitas vezes forçada, todos o achavam gente boa, todas suas piadas eram engraçadas . Hoje a vida ele financeiramente está ruim, inclusive desempregado, esses mesmos caras  que o exaltava, agora se juntam pra falar do mal cara, que antes achavam super gente boa, a única mudança dele ? Não tem mais nem carro nem dinheiro .

Todos falam de como o poder financeira atrai mulheres, mas muitas vezes deixamos passar despercebido como todo mundo acha que tem dinheiro legal, gente boa, mesmo que o cara mal fale com eles .

Interessante esse ponto aqui. Mas fico me perguntando: isso foi pelo dinheiro ou carro em si? Ou porque a má fase financeira afetou a personalidade do cara ou outra coisa? Como vc que conviveu com a situação, pode dizer.

Eu já tive um pouco dessa experiência quando fiquei desempregado. As pessoas que falavam com vc, já não falam tanto....ou falam de forma pior, não ficam tão disponíveis, etc.....pode ter sido impressão ruim minha, ou mesmo eu por estar chateado à época acabar repelindo as pessoas a volta. Pode acontecer também.

[Senna]

Lembrei deste tópico, não muito pelo meu texto inicial, mas pelos complementos sobre vampirismo nas relações sociais trazidos pelo Coach Man.

[Spectro]

Já sofri essa situação de vampirismo social quando mais novo, hoje percebo quando tentam fazer isso comigo.
Eu lido com as pessoas sempre na desconfiança, quem confia em todo mundo tem 50% de chance de se ferrar, quem desconfia de todo mundo tem só 25% de chance.

Então o segredo é nunca confiar em ninguém.