[tradução] A importância de um pai (segundo a ciência)

[Dumont]

Artigo original: The importance of a father

Nota: O artigo está repleto de links, mas o layout/tema do fórum os "camuflam".

A importância de ter um pai (segundo a ciência)

Em 1960, 10% das crianças eram criadas em lares com ausência paterna.

Hoje, são 40%.

Há muitas razões que influenciam essa estatística. O clichê do "homem que bate na mulher e foge de casa pra nunca mais voltar" pode sim, ainda, ser uma dessas razões.

Mas, às vezes, o motivo pode não ser esse. Pode ser que uma ex-mulher tenha feito pedido de custódia dos filhos na justiça, tendo 80% de chance ganhar a causa.

Há também um número crescente de mulheres - que por numerosos motivos não podem ou não querem criar seus filhos ao lado de um companheiro - que estão optando intencionalmente por se tornarem mães solteiras.

Parece que cada vez mais e mais pessoas estão aceitando a ideia de que um pai é uma pessoa opcional e que uma mãe solteira consegue desempenhar com excelência todas as funções familiares. Mais da metade dos filhos da Geração Y são de mães que não se casaram, um aumento significativo se os números forem comparardos com os das gerações anteriores (incluindo a Geração X).

Crianças criadas junto com o pai têm menos chances de viver na pobreza

Estatísticas indicam que filhos criados em um lar onde falta o pai estão propensas a ter uma vida mais pobre. De acordo com o Censo estadunidense, 44% das crianças criadas por mães solteiras vivem na faixa da pobreza, enquanto que apenas 12% das crianças que possuem um pai e mãe casados são pobres.

Pequena pausa, meus comentários: É claro, porra! Geralmente quem tem a profissão mais produtiva/importante da família é o pai, não a mãe. Faltou pai = faltou dinheiro/provimento.

Segue o trecho.

O Departamento de Saúde dos EUA também reportou um estatística semelhante que correlaciona a falta de um pai com a pobreza. Num relatório de 2012, foi constatado que 47.6% das crianças que viviam em casas chefiadas por uma mulher (e sem o pai presente) viviam na faixa da pobreza, mais de 4 vezes a taxa de pobreza dos lares com configuração casamento pai-mãe.

The U.S. Department of Health has reported similar statistics that connect absent fathers with poverty. In a 2012 report, they found that children living in female-headed households with no spouse present had a poverty rate of 47.6%, over 4 times the rate of married-couple families.

Crianças que têm pai vão melhor na escola

Um estudo de 2001 do Departamento de Educação mostra que alunos cujos o pai participava ativamente da vida educacional tinha 43% mais chances de tirar nota 10. Esta estatística se comprovou tanto com os pais biológicos como também nos casos de paternidade não biológica (padrastos), e também nos casos onde o pai era solteiro e chefiava a família.

Meus comentários: Me senti obrigado a grifar esta última frase. Isso só mostra o quanto uma mulher - por mais que tente - não consegue por rédeas adequadamente nas crianças. Notem bem: até um pai solteiro aplica mais controle sobre os filhos.

Isso me faz lembrar de um pequena história. Eu estava no transporte coletivo - infelizmente estava sem meus fones de ouvido - e uma mulher bem jovem, conversando com uma amiga, me solta essa: "Ai, Fulana! A direção da creche me chamou pra conversar, o Juninho agrediu um coleguinha de sala! Não sei mais o que eu faço!".

Sigamos.

De modo converso, alunos sem pai tinham o dobro de chance de repetir o ano.

O uma preocupação que muitos educadores têm a respeito dos alunos é que geralmente os meninos não se interessam muito pela leitura. Mas até nesse quesito o pai do garoto pode ajudar. Um estudo indica que quando o pai do menino lê junto com ele, recreativamente, esse aluno tende a ler mais e tirar melhores notas do que aqueles alunos cujo pai dispende pouco ou nenhum tempo na leitura recreativa.

Crianças criadas sem o pai estão mais propensas a cometer algum crime futuramente

Jovens crescidos em lares sem pai têm uma chance significantemente maior de cumprir uma sentença judicial. Essa premissa se mantêm verdadeira até mesmo se as estatísticas forem filtradas pelo nível financeiro da família. Jovens que nunca tiveram a presença do pai são os que têm maior chance de cometer crimes.

O Departamento de Justiça entrevistou 7000 detentos em 2002 e descobriu que 39% viviam com a mãe solteira antes de serem encarcerados. Em um estudo similar, feito com pouco menos de mulheres 14000 detentas, mais da metade foram criadas por mãe solteira.

Crianças criadas junto com o pai têm menos chances de usar drogas e abusar do álcool

Um relatório no Journal of Marriage and Family mostrou que, mesmo filtrando os dados de acordo com o contexto da comunidade (bairros +/- violentos etc.), há significativamente um consumo maior de drogas por parte de jovens que foram criados em lares sem pai.

Em um outro estudo com 228 garotos, aqueles criados por mães solteiras demonstraram maior consumo de álcool/fumo e maior taxas de delinquência agressão quando comparados àqueles criados por pai + mãe.

Crianças criadas sem o pai estão propensas a iniciar as atividades sexuais precocemente

Um estudo recente mostra que o pai tem o dobro de influência na hora de reprimir o sexo dos filhos adolescentes.

Outro estudo que entrevistou adolescentes nos EUA e na Nova Zelândia indica que crianças criadas sem a presença do pai tinham o dobro de chance de praticarem atividades sexuais precocemente e 7 vezes mais chances de engravidarem durante a adolescência.

Crianças criadas sem o pai têm mais chances de serem obesas

Crianças vindas de lares sem pai correm um maior risco de se tornarem obesas e sofrerem riscos de saúde por excesso de peso.

Isso não significa que apenas por que o pai está ao lado a criança será saudável, porém estudos indicam que o pai tem a maior influência no desenvolvimento físico e no peso das crianças.

Em um desses estudos, foi descoberto que a porcentagem de gordura do pai, e não da mãe, era um grande indicador do futuro ganho de peso das filhas do casal.

Outro estudo mostra que (mais uma vez) o índice de massa corpórea do pai está diretamente relacionado ao nível de atividades físicas que o filho pratica.

Crianças criadas com o pai recebem mais roughhousing

Estudos feitos em diversas culturas mostram que uma coisa em comum que todos os pais no mundo têm é que eles brincam mais com os filhos que as mães. Como foi mostrado neste artigo, o roughhousing ajuda no desenvolvimento moral, social e na inteligência da criança.

Crianças criadas com o pai têm um vocabulário maior

Quando o assunto é o desenvolvimento verbal da criança, a crença popular é de que a mãe é quem tem maior influência sobre a criança, afinal, é a mãe que passa a maior parte do tempo com os filhos e as mulheres em geral conversam mais que os homens.

De acordo com Paul Raeburn, em seu livro Do Fathers Matter?, uma pesquisa recente sugere que é tão ou mais importante no desenvolvimento na fluência verbal dos filhos. O professor Lynne Vernon-Feagans conduziu um estudo a fim de medir a influência dos pais no desenvolvimento verbal de crianças na primeira infância. O resultado, que surpreende, sugere que os pais, e não as mães, têm maior influência nesse aspecto.

A hipótese de Vernon-Feagans para esse resultado é de que, como os pais passam menos tempo com seus filhos, eles não têm muita preocupação em fazer a criança aprender a falar "papai" ou "mamãe" ou "vovó". Em vez disso, eles falam coisas mais diversificadas para a criança, o que pode ajudá-las a ter um maior desenvolvimento verbal e aprender coisas novas.

Crianças criadas com o pai têm mais chances de encarar riscos

Enquanto as mães tendem a focar na segurança e no bem-estar da prole, os pais têm uma tendência maior de fazerem os filhos se arriscarem e pensar/agir independentemente, e isso, mais tarde, trará grandes benefícios quando forem adultos. O professor Brad Wilcox, pesquisador de assuntos sobre família e casamentos, explica que pesquisadores descobriram que os pais têm maior influência para encorajar os filhos a falar com estranhos, aceitar desafios e pensar independentemente.

While mothers tend to focus on their child’s safety and well-being, dads are more likely to encourage risk and independent thinking in their children which will benefit them well into adulthood. As family and marriage researcher Professor Brad Wilcox has noted, researchers have found that dads are more likely than moms to encourage their kids to talk to strangers, take on challenges, and to think for themselves.

O Estudo de Grant, de longe o maior estudo feito a respeito da vida masculina, descobriu que o pai de um homem têm influências exclusivas (isto é, influências que a mãe não exerce) na vida do filho. Pais que criaram seus filhos adequadamente fizeram seus filhos:

• Terem uma maior capacidade para brincar;
  
• Aproveitarem melhor as férias;
  
• Terem maior chance de usar o humor como ferramenta social;
  
• Se adaptarem melhor e se sentirem felizes com a vida após a aposentadoria;
  
• Terem menos ansiedade e serem menos afetados em situações de estresse.
  

Conversamente, "não foram os homens com más influências maternas, mas os homens com más influências paternas que, ao longo de suas vidas, tiveram maior tendências para desenvolver matrimônios insatisfatórios". Homens que careceram de uma boa relação com o pai também possuíam "mais chance de se classificarem eles mesmos como pessimistas e de terem problemas na aproximação com pessoas".

Se ficou alguma dúvida, os pais têm importância sim, e muita: a relação de homem com o seu pai pôde, com um grau significante de precisão, prever o grau de satisfação sobre a vida quando esse homem chegasse aos 75 anos de idade - "uma variável que não está nem um pouco associada com a relação maternal".

Conclusão

Eu sei que as vezes ser pai pode parecer uma tarefa árdua e desencorajante. Talvez você ache que você não tem muita influência sobre os filhos. Eu espero que todos esses estudos apontados tenham mostrado a você que a situação é precisamente contrária. Sua função como pai é imensamente importante. Por isso, tente ser o melhor pai que puder. "Estar lá" não é o bastante. Leia com seus filhos. Se envolva na vida escolar deles. Brinque bastante. Encoraje-os a enfrentar riscos. Pratique atividades físicas. Essas pequenas coisas trazem retornos imensos para o bem-estar e para toda a vida das crianças.

Se você é pai, mas não participou muito da vida do seu filho, por qualquer que seja a razão, eu te desafio a dar um passo atrás e tentar novamente. Não vai ser fácil, nem sempre vai ser legal, mas é sua responsabilidade, e ser um homem é cumprir com seus compromissos.

Se você é mãe solteira, não por opção, estes estudos podem parecer desencorajadores. Mas, em vez de desanimar, considere-os como um incentivo para que seu filho tenha bons mentores masculinos - podem ser tios, irmãos, treinadores do time de futebol etc.

Se você está passando por um divórcio, saiba que querer os filhos a maior parte do tempo é uma coisa normal, mas se seu marido é uma boa pessoa (falando de modo objetivo, e não considerando sua visão de ex-esposa), é muito importante, para o bem dos seus filhos, que o tempo de custódia seja igual para ambos.

Pais: vocês podem exercer um grande impacto no mundo. Não subestimem a influência que vocês têm na vida de seus filhos.

A conclusão do artigo já fechou tudo, mas só queria sintetizar: se for pra fazer um filho, cuide bem. Do contrário você vai estar apenas CONTRIBUINDO pra merda atual que é nossa sociedade.

[Senna]

Tópico aprovado.

[cabraman]

Nada a comentar o texto fala por si. Excelente.

[Nerd]

e quem teve pai em casa, mas sem presença NENHUMA?
dá pra reverter alguma dessas merdas? e como?

[hellblazer]

A criação da criança na minha opinião deve ser forte dos 2 lados da balança

Minha mãe me ensinou muito sobre a realidade da vida e das pessoas, desde pequeno nunca passou a mão na minha cabeça e sempre me orientou no que é certo e errado, principalmente no que tange em justiça ( ainda mais no assunto de relacionar com as pessoas )

Meu pai teve uma presença mais na questão financeira, pelo jeito dele nunca foi muito de se aproximar, porem, sempre demonstrava preocupado da minha formação como individuo ( não reclamo de nada dele, tenho muito oq agradecer e ainda agradeço é o jeitao dele é importante respeitar como filho )

E hj vejo isso, esse equilibrio q minha familia teve para construir minha formação, forneceram uma boa base ao meu ver, meu pai deu as condições e minha mãe a educação, souberam trabalhar em harmonia.

[hellblazer]

Uma coisa que percebo e acho interessante , é que se o pai ou mãe tem pulso firme e a mãe ou pai passa a mão na cabeça da criança, essa criança tem fortes tendencias de virar capacho na vida

Agora se o pai e a mãe tem pulso firme com a criança , a criança não tem por onde correr e buscar conforto, vai ter q andar na linha por si só , quando estiver errada não vai correr pra alguem q diga q ela esta certa. Acho esse ponto fundamental e hj em dia vejo muita criança com pais ( mãe e pai ) efeminados, acham q a criança é um animal pra ficar mimando

[São Jorge]

A tradução é sua, confrade? Muito boa.

[Dumont]

A criação da criança na minha opinião deve ser forte dos 2 lados da balança

Sim. Se os dois forem íntegros e passarem bons valores, melhor ainda, isso vai fazer uma diferença pro resto da vida.

E digo mais, o importante é fazer isso desde cedo, desde o dia 1º. Eu perdi meus pais muito novo, com 8 anos de idade, mas as repreensões (e algumas chineladas) me fizeram andar na linha até hoje.

A tradução é sua, confrade? Muito boa.

Sim, é minha. Obrigado.

[hellblazer]

Muito bom o texto mesmo, é oq eu falo, conhecer a educação que a pessoa tem é a chave pro sucesso para qualquer relacionamento, tu consegue analisar falhas e coisas solidas de maneira mais facil, assim agir de acordo com o comportamento da pessoa e a educação que recebeu

E isso vale para todos os tipos de relacionamentos, sejam eles amorosos ou amizades, tendo esse conhecimento da educação do individuo evita decepções, são coisas que agindo racionalmente tu se antecipa e prepara um terreno melhor e confortavel para os envolvidos

[Azoth]

Maioria não quer casar, quer saber de trans@r.

Este papo de pai e filho são para outros tempos, basta ver o próprio fórum. Gostei do texto, mas é totalmente inútil - principalmente no nosso reduto - onde até um namoro é visto como bem passivo.

Filho atualmente é para o cara que está 'entediado' da vida ou não tem planejamento, raros são os que abarcam pensando em algo a mais. No caso, acaba caindo na lista de passivos do cara.

[Gary Holt]

Maioria não quer casar, quer saber de trans@r.

Este papo de pai e filho são para outros tempos, basta ver o próprio fórum. Gostei do texto, mas é totalmente inútil - principalmente no nosso reduto - onde até um namoro é visto como bem passivo.

Filho atualmente é para o cara que está 'entediado' da vida ou não tem planejamento, raros são os que abarcam pensando em algo a mais. No caso, acaba caindo na lista de passivos do cara.

e pensar que sou um dos poucos que "rema contra esta maré"...

[Dumont]

Entendo os pontos do Azoth. Eu também não tenho nenhuma vontade de ter filho, mas fiz a tradução por 2 razões:

• Alguns gatos pingados aqui no fórum já são pais.
  
• O artigo está repleto de dados e estudos. Eu sempre li aqui no fórum "blah blah.. a maioria dos delinquentes são filhos de mãe solteira" mas nunca havia lido um artigo sobre isso.
  

[Appollo]

Eu cheguei a ver esse artigo, até pensei na possibilidade de traduzi-lo. Sorte que não fiz.

[Tiago Sorine]

O artigo é totalmente válido. Somente com dados científicos e com pesquisas sérias é que teremos argumentos lógicos e sólidos para combater essa maldita esquerda e seu sentimentalismo ilógico e raso.

[Senna]

Entendo os pontos do Azoth. Eu também não tenho nenhuma vontade de ter filho, mas fiz a tradução por 2 razões:

• Alguns gatos pingados aqui no fórum já são pais.
  
• O artigo está repleto de dados e estudos. Eu sempre li aqui no fórum "blah blah.. a maioria dos delinquentes são filhos de mãe solteira" mas nunca havia lido um artigo sobre isso.
  

Acho que os pontos do Azoth são totalmente inválidos, porque cedo ou tarde a maioria aqui será pai e não poderá alegar "inocência" sobre seu dever e importância na criação de um filho. Por mais que muitos aqui se afirmem como "ala da desonra", vejo que deixar um filho legítimo abandonado nunca foi um comportamento apoiado pelos membros desse fórum.

Por isso Dumont, parabéns pela inciativa, escolheu um excelente artigo para traduzir. Mesmo eu não tenho filhos, ele me levou a refletir sobre minha própria criação e de alguns familiares meus. Não sou filho de mãe solteira, tive meu pai bastante ausente (indiferente) em praticamente toda a minha criação, principalmente após os 11 anos. Mas o pouco que ele se fez presente até essa idade, me influenciou positivamente em várias áreas. Como exemplo, posso citar minhas notas na escola, que eram ótimas até essa idade, depois passei por anos em que quase fui reprovado.

Então, além de nos dar uma base científica para importância do papel do pai em uma família, também nos ajuda em um processo de autoconhecimento, pois a partir do momento que identificamos a causa de certo defeito que temos, passamos a ter poderes para mudarmos, deixamos de ser "inocentes".

Proponho que este artigo vá para o canal.

[Velho]

Excelente. Sugiro que vá ao canal. Participo ativamente da criação da minha filha e vivo a diferença que isso pode causar. Temos uma vizinha de porta que o pai não tem interesse em participar da vida da criança, que vive com a babá. Eu vejo a evolução na coordenação, na fala, nas expressões, na vida social e na interatividade. É uma diferença absurda. E as únicas pessoas que podem mudar o futuro são eles, ATRAVÉS DOS NOSSOS EXEMPLOS.

[Ermac]

Excelente tradução!

Infelizmente, cresci sem pai e fui fraco emocionalmente durante boa parte da minha vida. Mas o que me ajudou bastante a segurar as pontas, por incrível que pareça, foi hqs e filmes que tinham um apelo bastante voltado para o público masculino. Acho que isso foi um jeito que minha mãe encontrou pra tentar subsitituir o papel que meu pai teria caso fosse vivo.

E é bastante difícil encarar os desafios da vida sem a presença do pai, no caso do homem. Mãe também é importante, mas tem coisas que só um homem pode ensinar o outro. E aprender tudo sozinho... Só Deus sabe o quanto coisas simples se tornam avalanches de complicações.

[Gilgamesh]

O melhor é , tendo uma família padrão, ter a possibilidade de transferir maior diversidade de situações, o campo a ser visto/vivido pelo filho é maior. Dá até pra entender,dada essa constatação, aqueles casais que não se separam "por causa das crianças".