• Início
  • Portal
  • Pesquisar
  • Membros
  • Novas Respostas
  • Respostas de Hoje
  • Painel de Controle
  • Ajuda
Olá visitante!  Entrar   Registrar-se
Login
Nome de usuário
Senha: Senha Perdida?
 
Fórum do Búfalo Mulheres/Feminazismo/Relacionamentos Geralzão da Real Plantão de Notícias A decadência da França
  • 1 votos - 5 Média
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
Modos de Tópico
A decadência da França
Offline AndrewRyan
Búfalo
**
Mensagens: 813
Tópicos: 36
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Dec 2012
#1
10-01-2013, 07:19 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 10-01-2013, 07:19 AM por AndrewRyan.)
Gérard Depardieu já é cidadão russo. Foi recebido pelo próprio Vladimir Putin, depois de polêmica feia com o governo de François Hollande.

Eis a questão: Depardieu está cansado de pagar impostos. Durante a sua longa carreira, já pagou mais de € 145 milhões (cerca de R$ 384 milhões). Chega. Sobretudo quando o governo de Hollande promete taxar com redobrada dureza os mais ricos do país.

Comento essa história com alguns amigos progressistas que não se conformam: se o Estado francês deseja aumentar para 75% o Imposto de Renda de quem ganha mais de € 1 milhão (R$ 2,6 milhões), como é possível que Depardieu se recuse a contribuir?

Claro que o verbo, na minha opinião, não é "contribuir". É "permitir". No caso, "permitir" ser roubado pelo Estado. Mas o problema, no fundo, é outro: quando Depardieu diz adeus à França e aceita um passaporte de Putin, talvez seja a França, e não Depardieu, que esteja com problemas sérios.

Aliás, bastaria perguntar aos meus amigos progressistas quando estiveram eles em Paris pela última vez. O silêncio seria geral. Paris é uma cidade que já não existe no radar deles.

Sem falar do óbvio: qual foi o último romancista francês que eles leram em 2012? Qual foi o filme a que assistiram? Que exposição os motivou ou encantou?

E, filosoficamente falando, quem é o grande pensador francês da atualidade? Melhor ainda: seriam eles capazes de ler esse pensador na língua original?

"É a economia, estúpido!", dizia um conhecido marqueteiro americano nas eleições presidenciais de 1992 entre Clinton e Bush (pai). No caso da França, a economia é apenas o começo do problema.

E esse começo é o mesmo dos países do sul da Europa: o euro, uma quase imposição gaulesa para que a União Europeia engolisse a temível reunificação da Alemanha, permitiu à França uma década de endividamento e gastos públicos como se não existisse amanhã.

Os resultados, que a revista "The Economist" resumiu recentemente, arrepiam qualquer cristão: o Estado consome 57% do PIB (a maior fatia de toda a zona do euro). A dívida pública saltou dos 22% do PIB (em 1981) para os 90% (em 2012). O desemprego atinge 25% da população jovem.

Perante tudo isso, a solução de François Hollande é taxar tudo que se mexe: trabalho, capitais, patrimônio. E depois? Quando não existir mais nada nem ninguém para "contribuir"?

Depois, a França chegará a duas conclusões dolorosas.

A primeira é que, ao adiar as reformas necessárias para que a sua economia seja minimamente competitiva, Paris capitulou perante a Alemanha: Angela Merkel é hoje a líder informal da Europa, não François Hollande.

E, segunda, que há um cheiro de declínio no território preferencial dos franceses: o da cultura.

Anos atrás, a revista "Time" provocou polêmica ao cartografar esse declínio com números. Na França, publica-se muito -mas os livros não sobrevivem fora das fronteiras francesas. Na França, filma-se muito -mas os filmes também não sobrevivem fora do país.

O mais celebrado artista plástico francês -Robert Combas- é personagem secundário nos circuitos artísticos internacionais (que estão em Londres, Nova York e até Berlim). A cultura pop francesa é uma piada (ou, no limite, uma imitação grotesca dos rappers americanos).

Se não fossem moda e gastronomia, que só com muita benevolência podem ser consideradas "alta cultura", o que seria da França, hoje?

Formulo essa questão e o leitor, conhecendo a minha costela anglófila, imagina um riso perverso.

Imagina mal. Em 2012, o melhor livro que li foi francês ("O Mapa e o Território", de Michel Houellebecq). Em 2012, o melhor filme a que assisti foi uma produção parcialmente francesa ("Amour", de Michael Haneke). E, para ficar na filosofia, o melhor tratado de política que li no ano findo também foi francês (uma história do liberalismo de Pierre Manent).

Só que tudo isso são exceções que só confirmam o meu desgosto: eu gostaria de ter mais França, e não menos, nas estantes de minha casa. Isso só não é possível porque o declínio é real.

Sem enfrentar esse declínio, os meus amigos progressistas podem encontrar em Gérard Depardieu o bode expiatório. Infelizmente, não será o bode a ressuscitar o rebanho.

João Pereira Coutinho
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joa...anca.shtml
Qual a diferença entre um homem e um parasita? Um homem constrói.Um parasita pergunta 'Qual é a minha parte?'. Um homem cria. Um parasita diz: 'o que os vizinhos vão pensar?'.Um homem inventa.Um parasita diz: 'Cuidado, ou você pode acabar pisando nos dedos de Deus...'
[+]
  •
Procurar


Mensagem neste Tópico
A decadência da França - por AndrewRyan - 10-01-2013, 07:19 AM

Possíveis Tópicos Relacionados...
Tópico: Autor Respostas: Visualizações: Última Mensagem
  Revolução anti feminazi se formando na França barãozin 2 1,102 10-02-2014, 09:26 AM
Última Mensagem: Gekko
  Restaurante proíbe a entrada de bebês na França Búfalo 15 8,012 08-10-2013, 03:05 PM
Última Mensagem: Homem Sem Medo
  Manifestantes de extrema direita jogam garrafas em protestos na França Ricardo D 13 5,988 31-05-2013, 05:42 PM
Última Mensagem: Ricardo D
  França reitera proibição aos testes de paternidade Tito S. 37 18,289 04-03-2013, 09:48 PM
Última Mensagem: Andarilho

Facebook   Twitter  


usuários a ver este tópico:
1 Visitante(s)

  •  
  • Voltar ao Topo  
  • Modo Leve (Arquivo)  
Theme © 2014 iAndrew
Suportado Por MyBB, © 2002-2025 MyBB Group.
Modo Linear
Modo listagem
Ver Vista de Impressão
Subscrever este tópico
Adicionar Pesquisa para esse tópico
Enviar tópico para um amigo