02-09-2019, 11:54 AM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 02-09-2019, 12:02 PM por Wild.)
(01-09-2019, 12:27 PM)Gilgamesh Escreveu: Considero que o legado de NA , os livros, são algo similar a uma reunião de aforismos e ditados populares. São um senso comum ,muito bem organizado, o ponto inicial pra desembaralhar as idéias, e , a partir daí, adaptar o que nos é especificamente útil. Duas coisas me tocam até hoje em sua linha de pensamento . Em primeiro lugar o fato de ser uma coleção de conhecimento tão óbvio que precisa ser dito e repetido. Em segundo lugar, a capacidade dele de ver que tudo ia, e vai, degringolar em uma sociedade tão frouxa e com vergonha de agir como tal, que, prefere se destruir na sua incapacidade de tomar uma atitude. Daí por diante é cada um por si , tentando achar sua força no meio da fraqueza.
Cara, talvez de fato muitas ideias já estejam embutidas nas correntes de pensamento atual, talvez algumas já no senso comum, mas acho que isso não tira o mérito do Nesshan, muito pelo contrário, o reforça.
Nisso eu comparo até com o Olavo: Muitas vezes parece estar falando o óbvio, mas é justamente essa a genialidade do negócio.
Nos nossos tempos malucos, com tantas ideias loucas, conspirações lunáticas, discursos prontos, ideologias baratas, enfim, tanto ruído, é extremamente difícil a pessoa enxergar com clareza o óbvio.
Com o engessamento da linguagem (a bendita novilíngua) é difícil você conseguir formular o que você sente ou percebe, pois ao discutir você tá usando o vocabulário já pasteurizado pelo inimigo e não consegue conectar as ideias direito, e se o que você sente não consegue ser transmitido, a ideia morre.
Estamos numa escalada para a inconsciência cada vez mais acelerada. Alguém que consiga quebrar esses grilhões e trazer a racionalidade de volta, ainda mais com tanta clareza, organização, e ainda por cima trazer uma síntese e contribuição original, acredito ser algo louvável.
Mas sim, as peças do quebra-cabeça já estão por aí, o que precisamos é justamente dessa análise, dessa capacidade de juntar e sintetizar as coisas. Tirar a força da fraqueza, como você bem mesmo citou. Então sim, o óbvio infelizmente vai precisar ter que ser repetido até o fim dos tempos, isso por vários motivos.
Depois que alguém fala o óbvio, isso traz luz a nossa cabeça, parece óbvio por que faz sentido, mas talvez sem essa luz a gente nunca conseguisse sair desse labirinto mental nós mesmos. Esses autores, goste ou não goste das figuras, trazem uma luz que permite que a gente pense melhor, inclusive para poder discordar dos próprios depois.
Eu sou um dos que acredita que a coletividade é burra, mais burra que o mais burro dos seus indivíduos, e que o principal ator social é sempre o indivíduo. Se a gente quiser que alguma coisa na sociedade mude, somos nós mesmos que precisamos forçar essa mudança.
Força e honra,