16-07-2015, 09:45 PM
Confrades, como é algo relacionado à Real e uma história de vida no mínimo interessante, não poderia deixar de trazer a “boa nova”. Tentei postar na quarentena, para que todos tivessem acesso, mas não consegui. Foi aqui mesmo. Espero que esteja no local correto.
Um colega do período que eu frequentei igreja, há uns 3 anos mais ou menos, ia aos cultos periodicamente nos domingos, e durante a semana, vendia bala, utensílios e outras coisas, em ônibus e estabelecimentos. Tendo o rapaz uns 23 anos no período (eu 21), e sem perspectiva de avanço na vida. Fazia parte de uma família pequena, composta por mais 4 membros, com pai mãe e duas irmãs, uma mais velha. Esta última resolve estudar para fazer o ENEM, e toda a família resolve se esforçar para bancar cursinho pra guria “crescer na vida”. O pai que era um “faz tudo”, mesmo velho, resolve arrendar uns trampos pra gerar uma renda; a mãe, costurar uns retalhos e fazer uns concertos de roupa pela redondeza com uma máquina de costurar doméstica que tinha. E também isto resultou que as economias do rapaz ficaram comprometidas e o mesmo teria que trabalhar mais e abandonar os estudos (estava atrasado na escola para a idade, cursando o 3° ano), para que a irmã pudesse realizar o sonho.
Tudo estaria perfeito e garantiria uma reportagem no jornal do meio dia, não é mesmo? Entretanto para os realistas de plantão, há mais coisas por trás dos panos: a jovem em questão tratava-se de uma vadia sem muito valor, que nunca na vida havia feitos sacrifício algum pela família, e já demonstrava que na primeira melhora de vida, iria “partir a mil” e deixaria seus pais a própria sorte. Também era rodada pela redondeza, e costumava pedir “favores” aos demais, em troca de pequenas “ofertas de prazer”, o que repercutia em homens na casa dos pais das mais “diversas” índoles existentes.
Sabendo de quem se tratava fiquei puto e mesmo não sendo meu amigo, ou pessoa próxima decidi que tentaria dar uns conselhos. Se ele me achasse digno e tivesse interesse, ouviria, senão, eu pelo menos não fiquei calado.
No dia de domingo, aproveitando a oportunidade durante a saída da escola dominical, conversei com o colega em questão. Disse que não havia problema em ajudar um parente vez ou outra, mas que o sacrifício seria demais para o mesmo, e que não deveria desistir dos estudos, muito pelo contrário, deveria almejar o mesmo que a irmãzinha. Indiquei que mudasse para à noite os estudos e que pedisse à coordenadora (que dizia ter amizade) que cedesse uns livros e material para estudo. Cedi uns livros que tinha e passei os dvds do Vestibulando Digital e Telecurso 2000 que tinha guardado da época que estudei. O mesmo se propôs a estudar.
Sobre os temas bucetais, costumávamos conversar e passei o livro de NA – Como Lidar com as Mulheres. Ele mostrou interesse no tema, e disse que ia ler. Então vez ou outra comentávamos as partes. Mas o principal era os estudos, pois a galera geral estava no clima de cursinho e vestibular, então nosso foco acabava sendo passar nas malditas provas, e o intento era fazer com que o colega em questão tivesse esse interesse também. Embora ninguém desse muita atenção para ele, pelo fato de ser um baleiro. Mas eu também passado poucas e boas até entrar na faculdade (na época cursava em outra), junto com outros colegas humildes (pessoas de Deus, a quem devo muito), deram grande apoio e ele foi convencido.
Como ele mudou para à noite, ainda disse que como treino, deveria aproveitar a ocasião para tirar uma grana (coisa que já fiz em parte e funcionou): como ele sabia vender e a mãe sabia cozinhar e costurar, ele poderia empreender dentro da escola se tivesse a permissão da diretoria. Passaria a vender canetas e grafites, lanches feitos pela mãe e utensílios (na época se usava tiaras de malha), além de divulgar o trabalho dos pais.
Sugeri também como treino para as provas de vestibular que se comprometesse a pedir aos professores atividades voltadas ao enem e as universidades que prestaria o vestibular, e ele faria ao final de semana. Pegaria os temas mais escabrosos, e se tivesse tempo venderia seu conhecimento para fazer as tarefas dos colegas, ajuda-los em temas mais complicados que ele tivesse domínio (fiz isto algumas vezes).
Dando certo ele teria o valor da inscrição do vestibular, o valor para um intensivão para a segunda fase do curso que escolher, não deixaria de ajudar a vadia da irmã e ajudar os pais no sustento da casa, visto que não deixaria de trabalhar pela manhã e tarde. E teria os finais de semana para estudar.
O cara ficou motivado, mas a família não deu muita trela, pois nunca foi bom nos estudos, a irmã que se saia bem (pedindo favores, trouxas ajudando e estudando mesmo). Mas dissuadi o mesmo a levar adiante afinal ela não fazia nada além de arrumar macho, então tinha tempo de sobra para tirar melhores notas. Ele mesmo “cabreiro”, seguiu boa parte dos conselhos. Mas foi o período em que saí da igreja e por eu mesmo estar em minha luta, a história dele não pôde ser acompanhada de perto.
Ontem á noite encontro o rapaz meio arrumado, acabado de cansado. O cumprimentei, pergunta de praxe, como ia a vida e tudo mais. Eis que ele me relata que dentre várias coisas que aconteceram, o fato de que também havia se afastado da igreja, e agora tinha curso técnico, trabalha, faz faculdade de sistemas de informação à noite, e a empresa se comprometeu a pagar o inglês que ele deu início.
Perdemos um bom tempo de papo, afinal queria me atualizar sobre tudo. Ele demonstrou bastante gratidão, e disse que seguiu muito daquilo e deu certo. Conseguiu estudar e passar no ENEM no curso de interesse (estava praticamente na metade). A irmã começou um também, mas havia trancado pois, não conseguiu conciliar trabalho e estudos, e a menor estava grávida. Ele agora era o orgulho dos pais, um bom exemplo de superação, e a razão de inveja de muita gente.
Como últimos detalhes, não preciso dizer o deserto sexual que o rapaz em questão vivia, afinal não existem mendigos encantados, não é mesmo? Mas agora até mulher tinha aparecido na horta do cara. Ele demonstrou foco no objetivo, pois sabia de onde tinha saído. Aproveitei e dei mais umas reais “atualizadas”. Ele disse que tinha lido o livro de NA umas 3 vezes e que acreditava em tudo ali. Eu então já em casa, orgulhoso, segurando suor viril nos olhos, me peguei admitindo que nunca imaginaria ver aquele cara tão bem, e que eu mesmo não esperava que ele seguisse as “besteiras” que eu dizia, afinal, dado as circunstâncias, as vezes nem eu mesmo acreditava. Mas de fato, as necessidades e obstáculos da vida tem movido as pessoas certas.
Enfim, é isto.
Um colega do período que eu frequentei igreja, há uns 3 anos mais ou menos, ia aos cultos periodicamente nos domingos, e durante a semana, vendia bala, utensílios e outras coisas, em ônibus e estabelecimentos. Tendo o rapaz uns 23 anos no período (eu 21), e sem perspectiva de avanço na vida. Fazia parte de uma família pequena, composta por mais 4 membros, com pai mãe e duas irmãs, uma mais velha. Esta última resolve estudar para fazer o ENEM, e toda a família resolve se esforçar para bancar cursinho pra guria “crescer na vida”. O pai que era um “faz tudo”, mesmo velho, resolve arrendar uns trampos pra gerar uma renda; a mãe, costurar uns retalhos e fazer uns concertos de roupa pela redondeza com uma máquina de costurar doméstica que tinha. E também isto resultou que as economias do rapaz ficaram comprometidas e o mesmo teria que trabalhar mais e abandonar os estudos (estava atrasado na escola para a idade, cursando o 3° ano), para que a irmã pudesse realizar o sonho.
Tudo estaria perfeito e garantiria uma reportagem no jornal do meio dia, não é mesmo? Entretanto para os realistas de plantão, há mais coisas por trás dos panos: a jovem em questão tratava-se de uma vadia sem muito valor, que nunca na vida havia feitos sacrifício algum pela família, e já demonstrava que na primeira melhora de vida, iria “partir a mil” e deixaria seus pais a própria sorte. Também era rodada pela redondeza, e costumava pedir “favores” aos demais, em troca de pequenas “ofertas de prazer”, o que repercutia em homens na casa dos pais das mais “diversas” índoles existentes.
Sabendo de quem se tratava fiquei puto e mesmo não sendo meu amigo, ou pessoa próxima decidi que tentaria dar uns conselhos. Se ele me achasse digno e tivesse interesse, ouviria, senão, eu pelo menos não fiquei calado.
No dia de domingo, aproveitando a oportunidade durante a saída da escola dominical, conversei com o colega em questão. Disse que não havia problema em ajudar um parente vez ou outra, mas que o sacrifício seria demais para o mesmo, e que não deveria desistir dos estudos, muito pelo contrário, deveria almejar o mesmo que a irmãzinha. Indiquei que mudasse para à noite os estudos e que pedisse à coordenadora (que dizia ter amizade) que cedesse uns livros e material para estudo. Cedi uns livros que tinha e passei os dvds do Vestibulando Digital e Telecurso 2000 que tinha guardado da época que estudei. O mesmo se propôs a estudar.
Sobre os temas bucetais, costumávamos conversar e passei o livro de NA – Como Lidar com as Mulheres. Ele mostrou interesse no tema, e disse que ia ler. Então vez ou outra comentávamos as partes. Mas o principal era os estudos, pois a galera geral estava no clima de cursinho e vestibular, então nosso foco acabava sendo passar nas malditas provas, e o intento era fazer com que o colega em questão tivesse esse interesse também. Embora ninguém desse muita atenção para ele, pelo fato de ser um baleiro. Mas eu também passado poucas e boas até entrar na faculdade (na época cursava em outra), junto com outros colegas humildes (pessoas de Deus, a quem devo muito), deram grande apoio e ele foi convencido.
Como ele mudou para à noite, ainda disse que como treino, deveria aproveitar a ocasião para tirar uma grana (coisa que já fiz em parte e funcionou): como ele sabia vender e a mãe sabia cozinhar e costurar, ele poderia empreender dentro da escola se tivesse a permissão da diretoria. Passaria a vender canetas e grafites, lanches feitos pela mãe e utensílios (na época se usava tiaras de malha), além de divulgar o trabalho dos pais.
Sugeri também como treino para as provas de vestibular que se comprometesse a pedir aos professores atividades voltadas ao enem e as universidades que prestaria o vestibular, e ele faria ao final de semana. Pegaria os temas mais escabrosos, e se tivesse tempo venderia seu conhecimento para fazer as tarefas dos colegas, ajuda-los em temas mais complicados que ele tivesse domínio (fiz isto algumas vezes).
Dando certo ele teria o valor da inscrição do vestibular, o valor para um intensivão para a segunda fase do curso que escolher, não deixaria de ajudar a vadia da irmã e ajudar os pais no sustento da casa, visto que não deixaria de trabalhar pela manhã e tarde. E teria os finais de semana para estudar.
O cara ficou motivado, mas a família não deu muita trela, pois nunca foi bom nos estudos, a irmã que se saia bem (pedindo favores, trouxas ajudando e estudando mesmo). Mas dissuadi o mesmo a levar adiante afinal ela não fazia nada além de arrumar macho, então tinha tempo de sobra para tirar melhores notas. Ele mesmo “cabreiro”, seguiu boa parte dos conselhos. Mas foi o período em que saí da igreja e por eu mesmo estar em minha luta, a história dele não pôde ser acompanhada de perto.
Ontem á noite encontro o rapaz meio arrumado, acabado de cansado. O cumprimentei, pergunta de praxe, como ia a vida e tudo mais. Eis que ele me relata que dentre várias coisas que aconteceram, o fato de que também havia se afastado da igreja, e agora tinha curso técnico, trabalha, faz faculdade de sistemas de informação à noite, e a empresa se comprometeu a pagar o inglês que ele deu início.
Perdemos um bom tempo de papo, afinal queria me atualizar sobre tudo. Ele demonstrou bastante gratidão, e disse que seguiu muito daquilo e deu certo. Conseguiu estudar e passar no ENEM no curso de interesse (estava praticamente na metade). A irmã começou um também, mas havia trancado pois, não conseguiu conciliar trabalho e estudos, e a menor estava grávida. Ele agora era o orgulho dos pais, um bom exemplo de superação, e a razão de inveja de muita gente.
Como últimos detalhes, não preciso dizer o deserto sexual que o rapaz em questão vivia, afinal não existem mendigos encantados, não é mesmo? Mas agora até mulher tinha aparecido na horta do cara. Ele demonstrou foco no objetivo, pois sabia de onde tinha saído. Aproveitei e dei mais umas reais “atualizadas”. Ele disse que tinha lido o livro de NA umas 3 vezes e que acreditava em tudo ali. Eu então já em casa, orgulhoso, segurando suor viril nos olhos, me peguei admitindo que nunca imaginaria ver aquele cara tão bem, e que eu mesmo não esperava que ele seguisse as “besteiras” que eu dizia, afinal, dado as circunstâncias, as vezes nem eu mesmo acreditava. Mas de fato, as necessidades e obstáculos da vida tem movido as pessoas certas.
Enfim, é isto.