23-01-2014, 07:55 PM
Texto melhor formatado em meu blog: Link para o texto
TOMASSI, Rollo. The Rational Male. Tradução de Sonny Bono.
http://www.amazon.com/The-Rational-Male-...492777862/
ONEitis: É uma doença. Uma obsessão romântica doentia com uma única pessoa. Geralmente acompanhada de afeição não-recíproca e idealização completamente irrealista da referida pessoa.
ONEitis é paralisia. Você deixa de amadurecer, você deixa de mover-se, você deixa de ser você.
Não existe a maria-exceção te esperando. Isso é o mito da alma gêmea. Existem companhias ruins, outras razoáveis e algumas boas, mas não há nenhuma especial. Qualquer um que te disser algo diferente, está tentando te vender algo. Existem várias 'pessoas especiais' por aí afora, só perguntar para aquela pessoa divorciada/viúva que casou novamente após sua suposta "alma gêmea" morrer ou se mudar com outra pessoa. Certamente, ela se enganou de alma gêmea, a segunda que é a verdadeira.
O que faz as pessoas divagarem sobre o mito da alma gêmea é essa fantasia de que todos nós possuímos, nem que seja uma pequena parte de nosso ser, de que há um par perfeito para cada um de nós, e assim que os planetas se alinharem e o destino seguir o seu curso, saberemos que estamos destinados para outro ser. Enquanto que, com isso, dá para se fazer um puta enredo de comédia romântica, dificilmente é uma forma REALISTA de planejar sua vida. Na verdade, geralmente é paralisante.
O que eu acho ainda mais fascinante é como o objetivo de vida de muitas pessoas (principalmente homens) é pautado nessa fantasia, no que tange relacionamentos intersexuais.
Homens que reconhecem o valor da compreensão da psicologia, biologia, sociologia, evolução, negócios, engenharia, etc., homens com uma consciência concreta da interação desses aspectos em nossas vidas diariamente, são alguns dos primeiros caras a estarem violentamente contra a ideia de que talvez não haja alguém para todos ou que há várias 'pessoas especiais' lá fora, que podem atender ou até exceder os critérios que nós inconscientemente estabelecemos para nossa suposta 'alma gêmea'.
Dizer isso soa como niilismo, é como dizer que Deus está morto para os religiosos fervorosos. É simplesmente muito terrível contemplar que talvez não exista ninguém especial para você, ou que talvez haja várias. Essa mitologia romântica ocidental é baseada na premissa de que há apenas um par perfeito para qualquer indivíduo e, tanto quanto uma vida inteira, pode e deve ser gasta em constante busca dessa alma gêmea. Tão forte e tão penetrante é esse mito em nossa consciência coletiva que se tornou semelhante a uma declaração religiosa, e de fato foi integrado em muitas doutrinas religiosas, graças à feminização da cultura ocidental.
Eu acho que há uma descaracterização da doença ONEitis. É necessário diferenciar entre um relacionamento saudável com base na afinidade e respeito mútuos, e um relacionamento desequilibrado baseado em ONEitis. Muitos tentam justificar sua doença, ONEitis, alegando serem adeptos da legítima monogamia: "Ahh, tudo bem ter ONEitis pela esposa ou namorada, afinal, ela é a única para ele, certo?"
Na minha opinião, ONEitis é uma dependência psicológica doentia, que é resultado direto da socialização contínua do mito da alma gêmea em nossa consciência coletiva. O que é realmente assustador é que ONEitis tornou-se associada a ser um aspecto normativo saudável de um relacionamento de longo prazo ou de casamento.
Eu cheguei à conclusão de que ONEitis é baseada em raízes sociológicas, não só devido ao fato de ser uma declaração de fé pessoal, mas pelo grau em que esta ideologia é disseminada em massa e comercializada na cultura popular através da mídia, música, literatura, cinema, etc.
Serviços marqueteiros de namoro como ParPerfeito descaradamente exploram exatamente as inseguranças que essa dinâmica gera nas pessoas que procuram desesperadamente a alma gêmea a que foram destinados. A ideia de que os homens possuem uma capacidade natural de proteção, provisionamento e semi-monogamia tem mérito, tanto do ponto de vista social e biopsicológico, mas essa psicose, ONEitis, não é um subproduto disso. Pelo contrário, eu a colocaria distante dessa dinâmica saudável protetor/provedor, pois ONEitis essencialmente sabota o que nossas propensões naturais, de outra forma, filtram.
Quando a pessoa está solteira, ONEitis é insegurança correndo solta. E quando a pessoa está em um relacionamento de longo prazo com o objeto de sua ONEitis, é potencialmente paralisante. O mesmo desespero neurótico que leva a pessoa a se contentar com sua suposta alma gêmea, sendo ela saudável ou não, é a mesma insegurança que a paralisa de abandonar um relacionamento prejudicial - Afinal, é sua alma gêmea! Como poderia viver sem ela? Ou então, ela é minha alma gêmea, mas tudo que eu preciso é corrigir a mim mesmo ou corrigi-la para ter o meu idealizado relacionamento.
A idealização de um relacionamento é a raiz da ONEitis. Limitando-se à abordagem binária, tudo-ou-nada, a fim de procurar uma agulha no palheiro, investindo esforço emocional ao longo de toda a vida, como é que vamos amadurecer um entendimento saudável do que um relacionamento deve realmente envolver? O próprio relacionamento idealizado - o "felizes para sempre" - promovido como objetivo final de vida, é frustrado e contrariado pelos custos dessa mesma busca constante. Após investir maior parte da vida nessa ideologia, quão mais difícil será para chegar à conclusão de que a pessoa com quem está não é sua alma gêmea? Até onde vai uma pessoa a fim de proteger uma vida inteira desse ego-investimento?
Em algum momento em um relacionamento acometido de ONEitis, um participante vai estabelecer o domínio baseado na impotência do outro. Não há maior poderio para uma mulher do que saber, sem qualquer dúvida, de que ela é a única fonte de sexo e intimidade para o homem. Uma mentalidade ONEitis apenas cimenta esse entendimento de ambas as partes.
Para o homem que acredita que a relação emocional e psicologicamente prejudicial que ele tem ego-investido durante toda a vida é com a única pessoa que ele irá ser compatível com, não terá nada mais paralisante em seu desenvolvimento pessoal. O mesmo, claro, é verdade para as mulheres, e é por isso que balançamos a cabeça quando vemos uma mulher excepcionalmente bela ir atrás de volta para seu namorado idiota abusivo e indiferente, pois ela acredita que ele é sua alma gêmea e única fonte de segurança disponível para ela. Hipergamia pode ser sua raiz imperativa para ficar com ele, mas é o mito de alma gêmea, o medo do "aquele que escapou", que contribui para o investimento emocional, quase espiritual.
A definição de poder não é sucesso financeiro, status ou influência sobre outros, mas é o grau em que temos controle sobre nossas próprias vidas. Acreditar na mitologia da alma gêmea exige que reconheçamos impotência nessa arena de nossas vidas. Melhor, eu acho, seria promover um entendimento saudável de que não há ninguém especial. Existem companhias ruins, outras razoáveis e algumas boas, mas não há nenhuma especial.
Religião da Alma Gêmea
Um dia eu estava na aula de psicologia, cercado por (principalmente) alunos muito mais jovens do que eu, bem astutos e intelectuais para o que se pode esperar de jovens de vinte e poucos anos. Em um ponto da discussão, chegou-se no assunto 'religião', e grande parte da classe expressou-se ser agnóstico ou ateu, ou "espiritual, mas não religioso". A razão foi, naturalmente, que a religião e a crença pode ser explicada como construções psicológicas (medo de mortalidade) que foram expandidas para a dinâmica sociológica.
Mais tarde, na discussão, o assunto "alma gêmea" apareceu. O professor não chegou a usar a palavra "alma", mas inferiu a ideia pedindo para um levante de mãos daqueles que acreditassem que "havia um alguém especial lá fora para eles?" ou se temiam "aquele que escapou." Quase toda a classe levantou a mão. De todo aquele empirismo racional e apelos ao realismo em relação à espiritualidade, eles (quase) expressaram por unanimidade, uma crença quase cármica em se conectar em um nível íntimo com outra pessoa idealizada para o resto da vida.
Mesmo os playboys de repúblicas estudantis e vagabundas que eu conhecia, que expressamente não estavam à procura de qualquer coisa de longo prazo em seus hábitos de namoro, levantaram as mãos em concordância com a crença em uma alma gêmea. Alguns explicaram o que significava a ideia de alma gêmea para eles, e a maioria tinha definições diferentes dessa mesma idealização - alguns admitiram o fato de ser uma idealização durante a discussão - mas quase todos eles ainda tinham o que de outra forma seria denominada uma crença irracional, até mesmo entre os menos espirituais, em "predestinação", ou que é uma parte da vida emparelhar-se com alguém significativo e que havia "alguém para todos".
Essa discussão foi a catalisadora de um dos meus despertares: apesar de todas as probabilidades, as pessoas em grande parte, se sentem no direito, se acham merecedoras, de um amor importante em suas vidas.
Estatisticamente e pragmaticamente isso é ridículo, mas pessoas acreditam. A feminização, disneyficação desse conceito central foi romantizado e comercializado até o ponto de se tornar uma religião, mesmo para o expressamente não-religiosos. A espera shakespeariana do outrem especial, a busca da cara metade que está destinada a ser o nosso par perfeito tem sido sistematicamente distorcida além de toda razão. E, como eu vou elaborar mais tarde, homens vão tomar suas próprias vidas na ilusão de terem perdido suas almas gêmeas.
Alma Gêmea dos Homens
Essa perversão do mito alma gêmea é atribuível às convenções sociais feminizadas com que lidamos hoje. O medo do isolamento de nossa alma gêmea imaginária, ou o medo de ter irremediavelmente perdido aquela pessoa 'perfeita' para nós, serve de combustível para grande parte das neuroses pessoais e sociais que encontramos na matrix contemporânea de nossa sociedade. Por exemplo, muito do medo inerente ao mito do velho solitário, a ser tratado posteriormente, perde seus alicerces sem uma crença central no mito alma gêmea. O medo da perda e as desilusões de seu poder de barganha só importam realmente quando o homem acredita estar barganhando com a sua predestinada.
O imperativo feminino reconheceu o poder esmagador que o mito da alma gêmea tem sobre homens (e mulheres) desde o início da sua ascensão à primário imperativo social intergênero. Praticamente todas as distorções do núcleo da dinâmica alma gêmea evoluiu como um esquema de controle dos homens. Quando uma mulher se vê como a recompensa de um homem que necessita de uma alma gêmea, há uma série de oportunidades para consolidar o poder em cima. Para ser claro, não ache que isso é alguma engenharia social diabólica criada por uma seita feminazi. Gerações de homens, alheios a esses conhecimentos, de bom grado e ativamente ajudaram a perpetuar o mito da alma gêmea.
Alma Gêmea das Mulheres
Embora hipergamia desempenhe um grande papel na determinação da alma gêmea idealizada das mulheres, elas não são imunes à esse ideal distorcido. De uma certa forma, a hipergamia até potencializa essa neurose. Uma viúva de um alfa sabe muito bem o enfraquecimento associado a suspirar pelo alfa que escapou - especialmente quando ela assentou em um relacionamento de longo prazo com o beta obediente, provedor, depois de sua queda de valor no mercado sexual.
Para as mulheres, a alma gêmea representa essa combinação quase inatingível de despertar o interesse de dominação de um alfa, combinado com alçar um provedor leal para sua segurança a longo prazo que somente ela poderá usufruir.
Hipergamia odeia o princípio da alma gêmea, porque a alma gêmea é uma definição absoluta, enquanto hipergamia deve sempre testar a perfeição. Hipergamia pergunta: "Será esse o escolhido? Ou será esse outro? Talvez aquele lá?" e o mito da alma gêmea responde: "Ele tem que ser o único, ele é sua alma gêmea, e há apenas UM desses."
Construindo o Mistério
Devido a esse conceito central e ao mito da alma gêmea, ambos os sexos procurarão aperfeiçoar essa idealização para si - mesmo sob o ideal mínimo de condições.
Queremos tanto construir nossas relações íntimas com base em nosso idealismo de alma gêmea, a fim de aliviar o medo e resolver o problema, que nós habilmente ignoramos os avisos, os abusos e as consequências de ter feito isso. Para as mulheres, o impacto do macho alfa mais significativo que elas avistaram é o que inicialmente define a idealização da alma gêmea. Para os homens, pode ser a primeira mulher a transar com ele ou a que melhor se mostrar uma mulher que ele (equivocadamente) acredita poder amá-lo em uma orientação definida por ele mesmo.
No entanto, esses são os pontos de origem para a construção dessa alma gêmea ideal. Esse ideal é então construído sobre camadas de investimentos na esperança de que essa pessoa "possa ser de fato a única que o destino prescreveu." Investimento emocional, financeiro, até mesmo de seu futuro inteiro, sacrifícios pessoais em um esforço de criar uma alma gêmea. Caso o ideal não se mostre presente, este deve ser criado a partir dos recursos disponíveis.
Esse processo é o motivo de eu dizer que o mito de alma gêmea é ridículo - é psicologicamente muito mais pragmático construir outra pessoa para se encaixar naquele ideal do que jamais será "esperar o destino seguir seu curso." Pessoas que acreditam no mito preferem construir sua alma gêmea e as conseqüências que se danem. Assim, mulheres vão tentar construir um melhor beta, ou domar um alfa só para elas, enquanto os homens vão tentar transformar uma prostituta em uma dona de casa, ou vice-versa.
Um dos sabores mais amargos advindos da tomado a pílula vermelha está em abandonar velhos paradigmas por novos. Eu descrevi isso como ser semelhante a ter de matar um velho amigo. E um amigo que precisa ser morto é exatamente essa mitologia. Desiludir-se desse mito é vital para desligar-se totalmente do velho paradigma, porque muito do condicionamento social deste mundo feminizado é dependente dele.
Deixar cair o mito da alma gêmea não é o niilismo que muitos podem te fazer crer ser. No mais, vai livrá-lo para ter um relacionamento futuro melhor, mais saudável, com alguém que é genuinamente importante para você - uma relação baseada no desejo genuíno, respeito mútuo, compreensão, cortesia um do outro e do amor, em vez de uma baseada em um medo de perder sua primeira e única representação de contentamento nesta vida. Em qualquer relacionamento, a pessoa com o maior poder é aquela que precisa do outro o mínimo.
Essa é a base de qualquer relacionamento, não apenas os intersexuais, como também os familiares, negócios, etc. É uma dinâmica que está sempre em vigor. Para o meu próprio bem-estar e de minha família, eu preciso do meu empregador mais do que ele precisa de mim, por isso me ergo para o trabalho de manhã. E mesmo que eu também sou uma parte vital para a continuidade ininterrupta de sua empresa, ele simplesmente precisa de mim menos do que eu preciso dele. Agora, eu poderia ganhar na loteria amanhã, ou ele pode decidir cortar o meu salário, ou limitar meus benefícios, ou eu posso terminar meu mestrado e decidir que eu mereço coisa melhor, assim, através de alguma condição, iniciada por mim ou não, eu sou colocado em uma posição de precisar menos dele do que ele precisa de mim. Nesse ponto, ele é forçado a uma posição de decidir o quanto eu valho a suas ambições e, ou corta a relação ou negocia uma promoção.
O mesmo vale para as relações intersexuais. Se você deseja basear seu relacionamento em "poder" ou não, não é essa a questão. O jogo começou desde o seu primeiro ponto de atração. Você é aceitável para ela por atender qualquer número de critérios e vice-versa. Se esse não fosse o caso, você simplesmente não iria iniciar uma relação mútua.
TOMASSI, Rollo. The Rational Male. Tradução de Sonny Bono.
http://www.amazon.com/The-Rational-Male-...492777862/
ONEitis: É uma doença. Uma obsessão romântica doentia com uma única pessoa. Geralmente acompanhada de afeição não-recíproca e idealização completamente irrealista da referida pessoa.
ONEitis é paralisia. Você deixa de amadurecer, você deixa de mover-se, você deixa de ser você.
Não existe a maria-exceção te esperando. Isso é o mito da alma gêmea. Existem companhias ruins, outras razoáveis e algumas boas, mas não há nenhuma especial. Qualquer um que te disser algo diferente, está tentando te vender algo. Existem várias 'pessoas especiais' por aí afora, só perguntar para aquela pessoa divorciada/viúva que casou novamente após sua suposta "alma gêmea" morrer ou se mudar com outra pessoa. Certamente, ela se enganou de alma gêmea, a segunda que é a verdadeira.
O que faz as pessoas divagarem sobre o mito da alma gêmea é essa fantasia de que todos nós possuímos, nem que seja uma pequena parte de nosso ser, de que há um par perfeito para cada um de nós, e assim que os planetas se alinharem e o destino seguir o seu curso, saberemos que estamos destinados para outro ser. Enquanto que, com isso, dá para se fazer um puta enredo de comédia romântica, dificilmente é uma forma REALISTA de planejar sua vida. Na verdade, geralmente é paralisante.
O que eu acho ainda mais fascinante é como o objetivo de vida de muitas pessoas (principalmente homens) é pautado nessa fantasia, no que tange relacionamentos intersexuais.
Homens que reconhecem o valor da compreensão da psicologia, biologia, sociologia, evolução, negócios, engenharia, etc., homens com uma consciência concreta da interação desses aspectos em nossas vidas diariamente, são alguns dos primeiros caras a estarem violentamente contra a ideia de que talvez não haja alguém para todos ou que há várias 'pessoas especiais' lá fora, que podem atender ou até exceder os critérios que nós inconscientemente estabelecemos para nossa suposta 'alma gêmea'.
Dizer isso soa como niilismo, é como dizer que Deus está morto para os religiosos fervorosos. É simplesmente muito terrível contemplar que talvez não exista ninguém especial para você, ou que talvez haja várias. Essa mitologia romântica ocidental é baseada na premissa de que há apenas um par perfeito para qualquer indivíduo e, tanto quanto uma vida inteira, pode e deve ser gasta em constante busca dessa alma gêmea. Tão forte e tão penetrante é esse mito em nossa consciência coletiva que se tornou semelhante a uma declaração religiosa, e de fato foi integrado em muitas doutrinas religiosas, graças à feminização da cultura ocidental.
Eu acho que há uma descaracterização da doença ONEitis. É necessário diferenciar entre um relacionamento saudável com base na afinidade e respeito mútuos, e um relacionamento desequilibrado baseado em ONEitis. Muitos tentam justificar sua doença, ONEitis, alegando serem adeptos da legítima monogamia: "Ahh, tudo bem ter ONEitis pela esposa ou namorada, afinal, ela é a única para ele, certo?"
Na minha opinião, ONEitis é uma dependência psicológica doentia, que é resultado direto da socialização contínua do mito da alma gêmea em nossa consciência coletiva. O que é realmente assustador é que ONEitis tornou-se associada a ser um aspecto normativo saudável de um relacionamento de longo prazo ou de casamento.
Eu cheguei à conclusão de que ONEitis é baseada em raízes sociológicas, não só devido ao fato de ser uma declaração de fé pessoal, mas pelo grau em que esta ideologia é disseminada em massa e comercializada na cultura popular através da mídia, música, literatura, cinema, etc.
Serviços marqueteiros de namoro como ParPerfeito descaradamente exploram exatamente as inseguranças que essa dinâmica gera nas pessoas que procuram desesperadamente a alma gêmea a que foram destinados. A ideia de que os homens possuem uma capacidade natural de proteção, provisionamento e semi-monogamia tem mérito, tanto do ponto de vista social e biopsicológico, mas essa psicose, ONEitis, não é um subproduto disso. Pelo contrário, eu a colocaria distante dessa dinâmica saudável protetor/provedor, pois ONEitis essencialmente sabota o que nossas propensões naturais, de outra forma, filtram.
Quando a pessoa está solteira, ONEitis é insegurança correndo solta. E quando a pessoa está em um relacionamento de longo prazo com o objeto de sua ONEitis, é potencialmente paralisante. O mesmo desespero neurótico que leva a pessoa a se contentar com sua suposta alma gêmea, sendo ela saudável ou não, é a mesma insegurança que a paralisa de abandonar um relacionamento prejudicial - Afinal, é sua alma gêmea! Como poderia viver sem ela? Ou então, ela é minha alma gêmea, mas tudo que eu preciso é corrigir a mim mesmo ou corrigi-la para ter o meu idealizado relacionamento.
A idealização de um relacionamento é a raiz da ONEitis. Limitando-se à abordagem binária, tudo-ou-nada, a fim de procurar uma agulha no palheiro, investindo esforço emocional ao longo de toda a vida, como é que vamos amadurecer um entendimento saudável do que um relacionamento deve realmente envolver? O próprio relacionamento idealizado - o "felizes para sempre" - promovido como objetivo final de vida, é frustrado e contrariado pelos custos dessa mesma busca constante. Após investir maior parte da vida nessa ideologia, quão mais difícil será para chegar à conclusão de que a pessoa com quem está não é sua alma gêmea? Até onde vai uma pessoa a fim de proteger uma vida inteira desse ego-investimento?
Em algum momento em um relacionamento acometido de ONEitis, um participante vai estabelecer o domínio baseado na impotência do outro. Não há maior poderio para uma mulher do que saber, sem qualquer dúvida, de que ela é a única fonte de sexo e intimidade para o homem. Uma mentalidade ONEitis apenas cimenta esse entendimento de ambas as partes.
Para o homem que acredita que a relação emocional e psicologicamente prejudicial que ele tem ego-investido durante toda a vida é com a única pessoa que ele irá ser compatível com, não terá nada mais paralisante em seu desenvolvimento pessoal. O mesmo, claro, é verdade para as mulheres, e é por isso que balançamos a cabeça quando vemos uma mulher excepcionalmente bela ir atrás de volta para seu namorado idiota abusivo e indiferente, pois ela acredita que ele é sua alma gêmea e única fonte de segurança disponível para ela. Hipergamia pode ser sua raiz imperativa para ficar com ele, mas é o mito de alma gêmea, o medo do "aquele que escapou", que contribui para o investimento emocional, quase espiritual.
A definição de poder não é sucesso financeiro, status ou influência sobre outros, mas é o grau em que temos controle sobre nossas próprias vidas. Acreditar na mitologia da alma gêmea exige que reconheçamos impotência nessa arena de nossas vidas. Melhor, eu acho, seria promover um entendimento saudável de que não há ninguém especial. Existem companhias ruins, outras razoáveis e algumas boas, mas não há nenhuma especial.
Religião da Alma Gêmea
Um dia eu estava na aula de psicologia, cercado por (principalmente) alunos muito mais jovens do que eu, bem astutos e intelectuais para o que se pode esperar de jovens de vinte e poucos anos. Em um ponto da discussão, chegou-se no assunto 'religião', e grande parte da classe expressou-se ser agnóstico ou ateu, ou "espiritual, mas não religioso". A razão foi, naturalmente, que a religião e a crença pode ser explicada como construções psicológicas (medo de mortalidade) que foram expandidas para a dinâmica sociológica.
Mais tarde, na discussão, o assunto "alma gêmea" apareceu. O professor não chegou a usar a palavra "alma", mas inferiu a ideia pedindo para um levante de mãos daqueles que acreditassem que "havia um alguém especial lá fora para eles?" ou se temiam "aquele que escapou." Quase toda a classe levantou a mão. De todo aquele empirismo racional e apelos ao realismo em relação à espiritualidade, eles (quase) expressaram por unanimidade, uma crença quase cármica em se conectar em um nível íntimo com outra pessoa idealizada para o resto da vida.
Mesmo os playboys de repúblicas estudantis e vagabundas que eu conhecia, que expressamente não estavam à procura de qualquer coisa de longo prazo em seus hábitos de namoro, levantaram as mãos em concordância com a crença em uma alma gêmea. Alguns explicaram o que significava a ideia de alma gêmea para eles, e a maioria tinha definições diferentes dessa mesma idealização - alguns admitiram o fato de ser uma idealização durante a discussão - mas quase todos eles ainda tinham o que de outra forma seria denominada uma crença irracional, até mesmo entre os menos espirituais, em "predestinação", ou que é uma parte da vida emparelhar-se com alguém significativo e que havia "alguém para todos".
Essa discussão foi a catalisadora de um dos meus despertares: apesar de todas as probabilidades, as pessoas em grande parte, se sentem no direito, se acham merecedoras, de um amor importante em suas vidas.
Estatisticamente e pragmaticamente isso é ridículo, mas pessoas acreditam. A feminização, disneyficação desse conceito central foi romantizado e comercializado até o ponto de se tornar uma religião, mesmo para o expressamente não-religiosos. A espera shakespeariana do outrem especial, a busca da cara metade que está destinada a ser o nosso par perfeito tem sido sistematicamente distorcida além de toda razão. E, como eu vou elaborar mais tarde, homens vão tomar suas próprias vidas na ilusão de terem perdido suas almas gêmeas.
Alma Gêmea dos Homens
Essa perversão do mito alma gêmea é atribuível às convenções sociais feminizadas com que lidamos hoje. O medo do isolamento de nossa alma gêmea imaginária, ou o medo de ter irremediavelmente perdido aquela pessoa 'perfeita' para nós, serve de combustível para grande parte das neuroses pessoais e sociais que encontramos na matrix contemporânea de nossa sociedade. Por exemplo, muito do medo inerente ao mito do velho solitário, a ser tratado posteriormente, perde seus alicerces sem uma crença central no mito alma gêmea. O medo da perda e as desilusões de seu poder de barganha só importam realmente quando o homem acredita estar barganhando com a sua predestinada.
O imperativo feminino reconheceu o poder esmagador que o mito da alma gêmea tem sobre homens (e mulheres) desde o início da sua ascensão à primário imperativo social intergênero. Praticamente todas as distorções do núcleo da dinâmica alma gêmea evoluiu como um esquema de controle dos homens. Quando uma mulher se vê como a recompensa de um homem que necessita de uma alma gêmea, há uma série de oportunidades para consolidar o poder em cima. Para ser claro, não ache que isso é alguma engenharia social diabólica criada por uma seita feminazi. Gerações de homens, alheios a esses conhecimentos, de bom grado e ativamente ajudaram a perpetuar o mito da alma gêmea.
Alma Gêmea das Mulheres
Embora hipergamia desempenhe um grande papel na determinação da alma gêmea idealizada das mulheres, elas não são imunes à esse ideal distorcido. De uma certa forma, a hipergamia até potencializa essa neurose. Uma viúva de um alfa sabe muito bem o enfraquecimento associado a suspirar pelo alfa que escapou - especialmente quando ela assentou em um relacionamento de longo prazo com o beta obediente, provedor, depois de sua queda de valor no mercado sexual.
Para as mulheres, a alma gêmea representa essa combinação quase inatingível de despertar o interesse de dominação de um alfa, combinado com alçar um provedor leal para sua segurança a longo prazo que somente ela poderá usufruir.
Hipergamia odeia o princípio da alma gêmea, porque a alma gêmea é uma definição absoluta, enquanto hipergamia deve sempre testar a perfeição. Hipergamia pergunta: "Será esse o escolhido? Ou será esse outro? Talvez aquele lá?" e o mito da alma gêmea responde: "Ele tem que ser o único, ele é sua alma gêmea, e há apenas UM desses."
Construindo o Mistério
Devido a esse conceito central e ao mito da alma gêmea, ambos os sexos procurarão aperfeiçoar essa idealização para si - mesmo sob o ideal mínimo de condições.
Queremos tanto construir nossas relações íntimas com base em nosso idealismo de alma gêmea, a fim de aliviar o medo e resolver o problema, que nós habilmente ignoramos os avisos, os abusos e as consequências de ter feito isso. Para as mulheres, o impacto do macho alfa mais significativo que elas avistaram é o que inicialmente define a idealização da alma gêmea. Para os homens, pode ser a primeira mulher a transar com ele ou a que melhor se mostrar uma mulher que ele (equivocadamente) acredita poder amá-lo em uma orientação definida por ele mesmo.
No entanto, esses são os pontos de origem para a construção dessa alma gêmea ideal. Esse ideal é então construído sobre camadas de investimentos na esperança de que essa pessoa "possa ser de fato a única que o destino prescreveu." Investimento emocional, financeiro, até mesmo de seu futuro inteiro, sacrifícios pessoais em um esforço de criar uma alma gêmea. Caso o ideal não se mostre presente, este deve ser criado a partir dos recursos disponíveis.
Esse processo é o motivo de eu dizer que o mito de alma gêmea é ridículo - é psicologicamente muito mais pragmático construir outra pessoa para se encaixar naquele ideal do que jamais será "esperar o destino seguir seu curso." Pessoas que acreditam no mito preferem construir sua alma gêmea e as conseqüências que se danem. Assim, mulheres vão tentar construir um melhor beta, ou domar um alfa só para elas, enquanto os homens vão tentar transformar uma prostituta em uma dona de casa, ou vice-versa.
Um dos sabores mais amargos advindos da tomado a pílula vermelha está em abandonar velhos paradigmas por novos. Eu descrevi isso como ser semelhante a ter de matar um velho amigo. E um amigo que precisa ser morto é exatamente essa mitologia. Desiludir-se desse mito é vital para desligar-se totalmente do velho paradigma, porque muito do condicionamento social deste mundo feminizado é dependente dele.
Deixar cair o mito da alma gêmea não é o niilismo que muitos podem te fazer crer ser. No mais, vai livrá-lo para ter um relacionamento futuro melhor, mais saudável, com alguém que é genuinamente importante para você - uma relação baseada no desejo genuíno, respeito mútuo, compreensão, cortesia um do outro e do amor, em vez de uma baseada em um medo de perder sua primeira e única representação de contentamento nesta vida. Em qualquer relacionamento, a pessoa com o maior poder é aquela que precisa do outro o mínimo.
Essa é a base de qualquer relacionamento, não apenas os intersexuais, como também os familiares, negócios, etc. É uma dinâmica que está sempre em vigor. Para o meu próprio bem-estar e de minha família, eu preciso do meu empregador mais do que ele precisa de mim, por isso me ergo para o trabalho de manhã. E mesmo que eu também sou uma parte vital para a continuidade ininterrupta de sua empresa, ele simplesmente precisa de mim menos do que eu preciso dele. Agora, eu poderia ganhar na loteria amanhã, ou ele pode decidir cortar o meu salário, ou limitar meus benefícios, ou eu posso terminar meu mestrado e decidir que eu mereço coisa melhor, assim, através de alguma condição, iniciada por mim ou não, eu sou colocado em uma posição de precisar menos dele do que ele precisa de mim. Nesse ponto, ele é forçado a uma posição de decidir o quanto eu valho a suas ambições e, ou corta a relação ou negocia uma promoção.
O mesmo vale para as relações intersexuais. Se você deseja basear seu relacionamento em "poder" ou não, não é essa a questão. O jogo começou desde o seu primeiro ponto de atração. Você é aceitável para ela por atender qualquer número de critérios e vice-versa. Se esse não fosse o caso, você simplesmente não iria iniciar uma relação mútua.