08-11-2015, 03:56 PM
Não existe detecção de mentira, existe detecção de variação de comportamento!
Princípios básicos da detecção da mentira
Erros comuns na detecção de mentira
Meu inglês é muito básico, mas acho que Paul Ekman está falando sobre as micro-expressões nos vídeos abaixo:
Definição de mentira
Livingstone Smith afirma que mentira é quando você fala algo com a função de omitir alguma coisa, e Paul Ekman afirma que você mente quando tem a intenção de enganar. As definições devem sem complementadas entre si, pois a função de omitir não pode se caracterizar por si só como mentira. A razão disso é que, na natureza, muitos animais apresentam a camuflagem como uma maneira de "se omitir dos predadores", mas será que eles, sendo irracionais, possuem a intenção de fazer isso? A mentira como "função de omitir" é muito genérica, e portanto, trataremos a definição como: você mente quando faz algo com a função ou intenção de omitir.
Mas qual a diferença entre omissão e mentira? Bom, primeiramente, omissão é um tipo de mentira. Omitir é menos moralmente repreensível; ela geralmente nos dá a capacidade de apresentar desculpas, alegando que não sabíamos de algo, que tínhamos a intenção de falar posteriormente ou que esquecemos. A omissão é um nível menor de mentira, que geralmente é carregada com um tipo de verdade, por exemplo: um confrade vai a um puteiro com os amigos, mesmo sendo casado. Quando ele chega em casa, sua mulher pergunta: "O que você estava fazendo?". E ele responde: "estava me divertindo com meus amigos". Ele não mentiu o que estava fazendo, mas omitiu que estava fazendo isso em um puteiro.
Já a falsificação seria um nível maior de mentira, porque ela exige raciocínio e memorização, estando, também, mais suscetível a erros. Uma estratégia muito comum é "falsificar a causa", por exemplo: você está com medo porque fez uma coisa errada, mas não consegue camuflar esse sentimento. Então, algumas pessoas chegam em você e perguntam o que aconteceu, e você apresenta um outro motivo para estar com medo. Há ainda a estratégia do drible por indução de inferência incorreta, que ocorre no exemplo: um amigo seu chega até você e afirma: "Olha como o meu filho é lindo, não é?". Você nota que a criança é horrível, mas não diz isso. Diz apenas que "é a cara do pai". Você não respondeu o que foi perguntado, mas apenas deu um drible.
Para saber se você está sendo vítima de uma falsificação, pode usar uma estratégia policial, que é, simplesmente, pedir para contar a história de trás para frente. Se a pessoa criou uma história, terá extremas dificuldades em recontá-la.
Livingstone Smith afirma que mentira é quando você fala algo com a função de omitir alguma coisa, e Paul Ekman afirma que você mente quando tem a intenção de enganar. As definições devem sem complementadas entre si, pois a função de omitir não pode se caracterizar por si só como mentira. A razão disso é que, na natureza, muitos animais apresentam a camuflagem como uma maneira de "se omitir dos predadores", mas será que eles, sendo irracionais, possuem a intenção de fazer isso? A mentira como "função de omitir" é muito genérica, e portanto, trataremos a definição como: você mente quando faz algo com a função ou intenção de omitir.
Mas qual a diferença entre omissão e mentira? Bom, primeiramente, omissão é um tipo de mentira. Omitir é menos moralmente repreensível; ela geralmente nos dá a capacidade de apresentar desculpas, alegando que não sabíamos de algo, que tínhamos a intenção de falar posteriormente ou que esquecemos. A omissão é um nível menor de mentira, que geralmente é carregada com um tipo de verdade, por exemplo: um confrade vai a um puteiro com os amigos, mesmo sendo casado. Quando ele chega em casa, sua mulher pergunta: "O que você estava fazendo?". E ele responde: "estava me divertindo com meus amigos". Ele não mentiu o que estava fazendo, mas omitiu que estava fazendo isso em um puteiro.
Já a falsificação seria um nível maior de mentira, porque ela exige raciocínio e memorização, estando, também, mais suscetível a erros. Uma estratégia muito comum é "falsificar a causa", por exemplo: você está com medo porque fez uma coisa errada, mas não consegue camuflar esse sentimento. Então, algumas pessoas chegam em você e perguntam o que aconteceu, e você apresenta um outro motivo para estar com medo. Há ainda a estratégia do drible por indução de inferência incorreta, que ocorre no exemplo: um amigo seu chega até você e afirma: "Olha como o meu filho é lindo, não é?". Você nota que a criança é horrível, mas não diz isso. Diz apenas que "é a cara do pai". Você não respondeu o que foi perguntado, mas apenas deu um drible.
Para saber se você está sendo vítima de uma falsificação, pode usar uma estratégia policial, que é, simplesmente, pedir para contar a história de trás para frente. Se a pessoa criou uma história, terá extremas dificuldades em recontá-la.
Princípios básicos da detecção da mentira
- Toda mentira gera uma alteração comportamental. Logo, quanto mais você conhecer a pessoa, mais chances terá de saber se ela está mentindo ou não, porque você já tem uma ideia do comportamento dela. Essas alterações são inconscientes.
Fique atento para a chamada máscara da falsificação emocional, que é quando a pessoa está com medo de ser pega e coloca a máscara de outra emoção, como a raiva. Saindo de cana enraivecida pelo menor dos motivos que você der, só para camuflar o medo que sente de ser descoberta.
- Fique atento às micro-expressões. Paul Ekman chama a atenção para as expressões de poucos segundos, difíceis de identificar, mas que oferecem um grande apoio na detecção da mentira. Para identificá-las, você deve ter um olho muito treinado ou ter gravado a cena, pausando-a constantemente e a verificando em busca das micro-expressões. Ekman recomenda que o sujeito que vai detectar as mentiras não seja o que vai fazer o interrogatório, mas sim um indivíduo que fique a uma certa distância da cena avaliando somente a linguagem corporal, que é a que mais ajuda nesta tarefa. Uma clássica micro-expressão é o sorriso falso: quando ele é verdadeiro, os músculos da boca e os ao redor dos olhos são contraídos; quando falso, só ocorre a contração dos músculos da boca.
- Sinais de engano. Geralmente quem está mentindo age na defensiva, cruzando os braços e pernas, coçando o rosto ou o nariz, colocando a mão no pescoço, aponta os pés numa direção contrário ao do interlocutor, contraindo os ombros, etc. Fique atento a variação do tom de voz também e ao fato da pessoa coçar a cara com o dedo do meio mais estendido que os demais - neste último caso, a pessoa está com muita raiva de você. O fato da pessoa fazer carinho em si mesmo também é uma forma de se acalmar. O mais importante aqui é perceber a variação de comportamento, se uma pessoa nunca falou movimentando as mãos para se explicar, e começa a movimentá-las, fique atento.
- Não acredite no mito dos melhores sinais estarem nos olhos, na boca e nas mãos. Todo mundo já sabe disso; as pessoas criaram defesas a isso. Os sinais mais óbvios estão do pescoço para baixo e no tom de voz. Fique atento aos pés. A maioria das pessoas acostumou a escondê-los ao longo da vida, atrás de uma mesa de escritório por exemplo. Se você for fazer uma negociação, tente fazer de modo que os pés do outro sujeito estejam visíveis. A arte de detectar mentiras é a arte detectar variações no comportamento. Quanto mais solto os pés estiverem, mais calma a pessoa vai estar e, provavelmente, menores serão as chances de ela estar mentindo. Fique atento se os pés não estão apontando para a porta, mostrando que a pessoa quer sair daquela situação. Os pés empinados no chão mostram que a pessoa está confortável. Em contrapartida, quanto mais afastadas estiverem um pé do outro, ou uma perna da outra, mais desconfortável a pessoa estará.
- O neurônio espelhado. Quando alguém boceja na sua frente, provavelmente você também terá vontade de bocejar. Quando você está tensionado, ou seja, talvez mentindo, isso não acontece. Se você bocejar, e o cara bocejar com você, ele está confortável. Lembrando que esse é apenas mais um indício, não há extremismo. Você via ter que avaliar todo o contexto.
- Flerte. Se você bater o pé na perna da pessoa, sutilmente como uma paquera, e ela se afastar estranhamente, estará desconfortável.
- Demonstrações de segurança (não mentira). São exemplos de demonstrações de segurança em um diálogo: bater palma para a frente, virar a palma da mão 180º, ombros se movimentando, juntar os dedos da mão, etc.
Erros comuns na detecção de mentira
- A cegueira da desconfiança. É quando você coloca o ciúme na história e você passa a agir compulsivamente. Primeiro procure as evidências, e depois tire as conclusões!
- Questionamento carregado emocionalmente. Se você suspeita da mentira, não chegue gritando perguntando "Aonde você estava?!"; uma pergunta que tem uma essência de acusação, faz a pessoa ter uma "auto-defesa" e camuflar ainda mais as emoções e, consequentemente, a verdade. Seja sutil para a pessoa não se preocupar muito e não agir na defensiva.
Meu inglês é muito básico, mas acho que Paul Ekman está falando sobre as micro-expressões nos vídeos abaixo:
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