12-06-2013, 01:49 PM
Boa tarde, amigos!
De antemão peço desculpas por esse meu relato enorme, mas acho que é necessário pra que entendam e me ajudem a superar esse problema que estou passando.
Bom, sou um cara que sempre primou pelos bons valores: tenho 31 anos, não tenho vícios, não sou muito de ir à baladas, tenho um estilo de vida saudável, sempre fui estudioso e isso me rendeu um bom emprego e o respeito das pessoas que me conhecem. Não querendo ser convencido, mas tenho boa aparência (não aquela do tipo que me faria pegar a mulher que eu quisesse, mas reconheço meu valor e muitas mulheres me dizem isso também).
Conforme for contando minha história, apontarei os erros que eu tenho certeza que cometi (e vocês notarão que foram muitos), e espero que vocês também apontem esses erros e outros que eu tenha deixado passar e o mais importante: não façam o que eu fiz, jamais!!!
Minha história com essa garota começou no dia 17 de outubro de 2012, num dia em que eu estava comentando um post de um amigo meu da Faculdade no Facebook. Reparei que havia um comentário de uma menina bem bonita (tinha 26 anos, hj tem 27), e claro que eu cliquei pra ver o seu perfil. De cara, fiquei impressionado com tamanha beleza. Não apenas isso, o perfil dela também mostrava uma pessoa que sabia se expressar bem, sempre com muita inteligência e domínio dos assuntos que abordava em sua página. Notei que ela estudou na mesma Faculdade que eu aqui no Rio de Janeiro, e que também torce pelo mesmo time que eu. Diante de tantas coisas em comum, não hesitei em lhe enviar um convite pelo Face. Pensei: “o máximo que pode acontecer é ela não aceitar e minha vida não vai mudar em nada. Vou arriscar”. Pra minha surpresa, no dia seguinte ela aceitou minha solicitação de amizade e então começamos a conversar pelo chat do Face.
De cara ela meio que já cortou qualquer tentativa minha de seduzi-la, dizendo que era muito bem casada, ao que eu respondi: “sem problemas, eu vi seu status”. Ela então se sentiu confortável pra conversar comigo e viramos a noite conversando. Logo na primeira conversa, descobrimos muitas afinidades. Incrível como possuíamos tanta coisa em comum. Ela me elogiava durante todo o tempo, dizia que eu era bonito, inteligente e simpático, e que normalmente os caras assim, hoje em dia são quase todos gays, e que ficou surpresa por eu ser hétero e que iria me apresentar a alguma amiga dela. Óbvio que eu não queria nenhuma amiga dela, eu queria era ela, mesmo sabendo que minhas chances eram zero (porque ela era casada e eu definitivamente não queria encrenca pro meu lado).
O que me chamou atenção foi que desde o primeiro contato, ela se sentiu bem confortável pra me contar coisas pessoais dela (casamento, família, amigos, etc.), o que não é comum hoje em dia, mas gostei e passei a contar a ela também tudo sobre minha vida. Com 2 ou 3 dias, já estávamos quase íntimos e tanto eu quanto ela meio que começamos a desenvolver uma certa “dependência mútua”, pois ela dizia que adorava conversar comigo, que eu fazia bem a ela, e isso era recíproco, eu já estava naquela de entrar na Internet só pra falar com ela.
Erro 1: criei uma dependência em relação a uma mulher que nunca vi pessoalmente. Só sabia das coisas que ela me contava (na versão dela), sem conhecer seu estilo de vida e sua maneira de agir diante das mais diversas situações.
Com o passar dos dias, nossa relação ia se aprofundando, ela sempre cheia de elogios pra mim, e eu pra ela. Esqueci de dizer: ela tem uma filha de 6 anos (5 à época), e o casamento dela tava em crise. O agora ex-marido (que nem sei se voltaram ou não depois disso) a conheceu em 2005, ela tinha 19 anos e morava sozinha com umas amigas há 1 ano até então. Em 2006, ela engravidou dele, que era namorado dela à época. Só sei que eles se casaram oficialmente em 2011 (mesmo depois de ele tê-la traído em 2010, se não me engano). Enfim, mulher cega e burra tem que tomar na cabeça mesmo, não satisfeita em ser corna, ainda casou com ele depois. Pelo que ela me contou, as coisas nunca foram as mesmas depois da traição, e eles viviam em pé de guerra (ela já tinha se separado dele duas vezes antes).
Uma coisa que eu sempre disse a quem quer que fosse, é que eu jamais na minha vida me envolveria com uma mulher que já tivesse filho (isso era como um lema meu de vida). Não sei o que me deu dessa vez, mas eu acho que me solidarizei bastante com a situação dela (crise no casamento, uma filha pequena pra criar, trabalhando num emprego que não gostava, ganhando pouco, tendo que cuidar de casa, marido, etc...). enfim, aquilo de certa forma mexeu comigo e eu como sempre gostei de ajudar as pessoas, decidi que eu seria meio que o refúgio dela sempre que ela precisasse. Resultado? Sim, caí na maior armadilha que um homem pode cair: a essa altura, eu estava de volta à matrix!!!
Erro 2: me apaixonei por uma mulher que jamais demonstrou qualquer intenção de ficar comigo. Os elogios que me proferia eram tão somente uma forma carinhosa de agradecimento às palavras de consolo que eu a transmitia sempre que conversávamos.
Aquela mulher passou a ser uma obsessão minha, principalmente porque poucos dias depois ela me disse que agora era definitivo, que estava se separando do dito cujo. Eu acordava pensando nela, me arrumava pra ir ao trabalho como se estivesse indo me encontrar com ela. Tirando os momentos em que eu estava totalmente concentrado no trabalho, o restante do dia eu pensava nela. Àquela altura, era inimaginável passar um dia sequer sem “teclar” com aquela pessoa. Claro que eu não falei nada pra ela, pois eu sabia da situação dela e não queria deixá-la perturbada com mais isso. Passaram-se algumas semanas e tudo continuava da mesma forma, até que eu, numa demonstração extrema de “matrixianismo”, resolvi fazer algo que mal sabia eu que contribuiria pro começo da minha derrota: no dia que completou um mês que nos “conhecemos”, eu me declarei. Mandei uma mensagem pra ela, quase que em forma de um poema. Era o tipo de coisa que qualquer mulher gostaria de receber. Fiquei ansioso pra ver a resposta dela, e no dia seguinte, ela me respondeu, com um texto gigante. Vou tentar resumir o que ela disse: “Olha, eu li e reli sua mensagem. Quando leio imaginando que vc escreveu isso pra outra mulher, acho o texto formidável, lindo, etc., mas sabendo que é pra mim, não vejo qualquer sentido, pois nunca tivemos nada a mais que algumas conversas pelo Facebook. Existem leis universais que devem ser seguidas sempre, como por ex: nunca se declare a uma mulher sem ter a certeza que ela sente o mesmo por você. Relacionamentos devem ser construídos no dia-a-dia, com a convivência, e o amor nasce naturalmente, sem forçar. Ao fazer o que você fez, você cria uma espécie de escudo da mulher contra você, que passa a enxergar um futuro sem vc nele. Outra coisa: nos conhecemos há apenas 1 mês e nunca nos vimos, isso sem contar que vc está lidando com uma mulher separada há menos de 1 mês e que AMA o ex, que por sinal é PAI DA FILHA DELA. Não queria que as coisas chegassem a esse ponto, acho vc o cara perfeito pra namorar, casar e ter filhos, mas no nosso caso, vou ter que me afastar, até que vc consiga matar esse sentimento que se construiu durante esse tempo”.
Não preciso dizer que aquilo acabou comigo né...eu aceitaria qualquer coisa, menos vê-la longe de mim. Entendi a posição dela, mas queria ao menos continuar falando com ela, ainda que como amigos. Só sei que ela estava convicta daquilo e queria mesmo ficar um tempo afastada. Insisti pra que ela não se afastasse, ela não quis saber, até que eu disse que aquilo era injusto, que eu sempre estive do lado dela, e que no momento que eu precisava dela por perto, ela se afastava, ao que ela perdeu a compostura (estava de TPM nesse dia) e me disse: “peraí, deixa eu ver se eu entendi...vc está com a vida ganha: tem suas graduações, seu trabalho, um bom dinheiro guardado, tem seus pais pra fazer tudo por vc, é solteiro e tal...eu tenho que aturar um emprego que odeio, ganhando pouco, com uma filha pra criar, tenho que lavar, passar e cozinhar, e vc quer falar de injustiça comigo? Se eu sou injusta, fique sabendo que vc é mimado e egoísta. Se antes não podia falar com vc, agora não quero mesmo. Parabéns, vc sabe como afastar as pessoas.”
Ela me deletou do Face e a essa altura o afastamento dela tinha o mesmo impacto de algum parente meu que chegasse pra mim e dissesse que não quer mais falar comigo. Eu realmente gostava dela, muito além de tão somente pra namorar. Ficamos uns 10 dias afastados e voltamos a nos falar depois disso. No começo, uma coisa um pouco menos intensa, pois eu não queria forçar a barra e vê-la indo embora de novo, mas era complicado ter que me segurar pra não dizer a ela tudo que eu sentia, só por medo de perdê-la.
Erro 3: ao temer perdê-la, fechei meus olhos pra qualquer outra mulher que se aproximasse de mim, mesmo não tendo nada com ela, na minha cabeça, eu tinha. Eu sentia que se ficasse com outra mulher, eu a estaria traindo. Vejam meu grau de dependência em relação a essa pessoa. Deveria ter tratado como só mais uma e me permitido conhecer outras mulheres nesse meio tempo, mas fui fraco demais pra isso.
Um dia ela veio com um papo de que precisava falar comigo. Ela iria reunir uns amigos e amigas na casa dela pra uma espécie de sessão de cinema, e queria me convidar. Eu disse que iria e tal, mas logo depois ela mudou de idéia, disse que estava se precipitando e que talvez fosse melhor deixar pra outro dia, porque ainda não estava preparada e que ainda estava na fossa por causa do ex-marido.
Os dias se passavam e nossas conversas eram sempre mais comedidas e curtas que de costume, por conta dos problemas citados acima. Cheguei a ficar 1 semana sem falar com ela, mais por desencontros mesmo (e ela ficou sem Internet uns 4 dias, o que também contribuiu pra isso) e quando nos falamos de novo (nesse dia ela me disse que estava bêbada e voltando de um barzinho com 2 amigos, que tiveram que levá-la pra casa (mais adiante contarei a participação de um deles nisso tudo). Num determinado momento, eu disse: “saudade de quando nos falávamos diariamente”, ao que ela respondeu: “sabe que eu sinto sua falta? Eu não falo, mas eu sinto. Vou te confessar uma coisa: teve um dia que eu tava muito afim de você...”. Eu perguntei: “e pq não me disse nada? Foi no dia que me chamou pra ir até sua casa?”, e ela disse: “sim, foi nesse dia, mas não falei nada pq não era hora de vc saber ainda...”. Naquela noite, conversamos mais um pouco, e ela, mesmo estando alcoolizada, parecia ainda ter domínio das coisas que dizia, e falando bem francamente, disse que estava numa fase meio conturbada, que ela conhecia uma pessoa, beijava e no dia seguinte não queria mais saber da pessoa, e que não queria que aquilo acontecesse comigo, porque gostava muito de mim. Disse com essas palavras: “não quero que você sofra, pois gosto de você, não do jeito que eu queria, mas gosto muito muito muito muito!!!”. Nos despedimos naquela noite e eu fui dormir, meio triste, porém, àquela altura, já meio que conformado que não a teria comigo nem naquele momento e talvez nunca.
Mais 4 dias se passaram e eu já estava decidido a esquecê-la e a tratá-la apenas como uma mulher comum. Isso foi numa madrugada de quarta pra quinta, até que na segunda-feira seguinte, estava eu indo almoçar com uns amigos do trabalho e meu telefone tocou. Era um número que eu nunca tinha visto antes e pensei em não atender (detalhe: ela sabia meu telefone, pq eu disse a ela, mas ela nunca tinha me passado o número dela). Atendi e ela disse: “vc tem 3 chances pra advinhar quem é, e não vou ficar chateada se vc errar meu nome”. Eu sabia que conhecia aquela voz, mas não lembrava de onde. Eu e ela uma vez conversamos pelo Skype durante umas 3 horas direto, isso bem no começo quando começamos a conversar. Chutei e disse o nome dela, e quando ela confirmou, meu semblante mudou, fiquei feliz da vida e mais ainda porque ela estava me ligando pra me convidar pra ir ao cinema com ela naquele dia. Disse que a filha estaria na casa da madrinha dela, e que por isso queria me chamar pra ir junto com ela. De repente aquela coisa de esquecer, de deixar pra lá, foi embora num segundo. Era simplesmente a pessoa que eu mais gostava me convidando pra “sair”, e em nenhum momento ela me disse que seria só na base da amizade, como é normal das mulheres quando querem dar uma freada no homem. Nesse dia eu tinha prova no curso de francês às 19:15h, só que como era prova de conversação (era a última prova do semestre), a preferência era de quem chegasse primeiro, e como eu sempre era um dos últimos a chegar, porque só saía do trabalho às 19h e chegava lá quase sempre 19:20h, claro que não iria conseguir fazer a prova antes de todo mundo, e iria me atrasar feio. Ela marcou comigo num shopping que fica próximo à casa dela, que eu freqüento bastante até, mas uma coisa é eu ir da minha casa pra lá, a outra é ir do trabalho ou do curso (do outro lado da cidade), pra lá. Pedi ao pessoal da minha turma que me deixassem fazer a prova na frente deles, pois eu tinha um compromisso, e foram bem legais comigo, me deixando ir na frente fazer a prova. Agradeci e antes de me dirigir ao shopping (isso já era quase 20h), eu tava tão na matrix, que entrei no banheiro lá do curso, me tranquei e, pasmem: eu fui fazer a barba ainda, só pra ficar bonito pra ela. Eu faço a barba em dias alternados e nesse dia eu não tinha feito. Nem tenho muita, mas queria estar impecável pra ela, tanto que quando voltei do almoço, passei na farmácia e comprei um aparelho de barbear e um creme de barbear só pra esse dia (vejam meu desespero e dependência).
Erro 4: permiti que um simples desejo de uma mulher se tornasse mais importante que as coisas que realmente eram prioridades na minha vida: meu trabalho e meu curso, este último, sendo parte de meu desenvolvimento pessoal e intelectual. O certo seria dizer a ela que naquele dia não dava (e não dava mesmo, já que eu estava com o dia cheio) e que seria melhor deixar pro fds, e se ela não quisesse, que se foda, mas eu fui fraco mais uma vez e a coloquei como prioridade-mor na minha vida.
Enfim, cheguei no shopping umas 20:50h, e ela se atrasou, chegando quase 21:30h, e o cinema já estava fechado. Ao me deparar com ela, percebi que se tratava de uma mulher bonita sim, mas nada do que parecia nas fotos...ela tá longe de ser feia, tem o rosto bonito, mas é magrinha, sem peito, sem bunda, em poucos minutos, passaram por nós várias garotas (mais novas ou mais velhas que ela), e todas com corpão, deixando ela no sapato (numa gíria que usamos aqui). Enfim, fomos fazer um lanche, conversa vai, conversa vem, estávamos rindo e tal, até que eu caí na besteira de perguntar o que ela fez no fds (aí começou o mundo a cair pra mim). Ela me disse que foi a um show no sábado, aí eu, na tentativa de começar uma aproximação, disse: “podia ter me chamado, e sorri pra ela”, ao que ela me respondeu: “não dava pra te chamar, pois eu estava acompanhada” (haannn????? TUM, POF, SOC, POW). “Acompanhada???”, perguntei, e daí ela começou a falar do cara, que não era o ex-marido, era um cara de 40 anos (a babaca só gosta de coroas, de 40 pra cima), e começou a dizer que se sentia atraída por ele, que ele era parecido com ela, que foi noivo durante 4 anos, que tava no exterior e bla bla bla...eu já naquele clima de “quero sair daqui e ir pra casa”, mas como ela ainda estava comendo, resolvi ser cavalheiro e esperá-la. Detalhe que no domingo eu tb saí, fui a um outro show, com uma amiga minha. Bonita pra caralho essa minha outra amiga, e ainda assim eu não a olhava com segundas intenções, porque foi aquilo que eu disse lá em cima: eu sentia que se eu ficasse com outra mulher, era como se eu tivesse traindo o que eu sentia por essa pessoa, mas pelo visto ela cagava e andava pra isso. Me disse que não ligava se eu ficasse com outras e que eu devia aproveitar. Já estava ficando impaciente, e nisso ela começou a falar que um desses amigos que a levaram pra casa no dia que tava bêbada, já tinha ficado com ele (ele mora no mesmo prédio dela e se conheceram no supermercado, e ela disse que foi no esquema: conheci, beijei e não quero mais, que ele teria ficado chateado e tal, mas aceitou no final). Eu pensando em silêncio: “FODA-SE, quê que eu tenho a ver com isso?”. E ela ainda ficou puta e mudou o tom de voz numa hora em que eu a critiquei por ela ter voltado com o ex-marido e casado ainda por cima com ele, mesmo depois dele tê-la chifrado. Ela me disse que eu nunca fui casado, que o dia que eu for casado, a gente conversa sobre. Enfim, já estava fudido mesmo (o que é um peido pra quem tá cagado?), e resolvi então que partiria pro ataque...num momento de silêncio de ambas as partes, eu estiquei o braço e segurei a mão dela. A mulher puxou a mão e me olhou com uma cara de ódio, disse que aquilo era falta de respeito, que fazia mais de meia hora que ela tava me dizendo que amava o ex, que embora estivesse separada dele, o amava, que ainda tava com a aliança no dedo e bla bla bla, e que iria embora. Tentei ir atrás, mas ela ficou fazendo aquela cara de raiva, como se eu tivesse feito alguma coisa mt séria com ela, e me disse que iria me excluir do Face. Pedi pra que não fizesse isso, mas ela o fez assim mesmo. Fui pra casa bem abatido, ciente de que aquilo ali era o fim, era tarde da noite já, quase não tinha mais ônibus, e eu tava com a cabeça tão cheia depois daquele dia corrido, com trabalho, prova, e agora isso, que até peguei o ônibus errado. Eu vi o destino escrito e fui na cara e na coragem, ao que o ônibus me deixava num lugar deserto pra caralho, há uns 8 minutos da minha casa, isso já quase 1 da manhã, e eu tive que pegar outro que me deixaria perto de casa. Um dia pra ser esquecido (detalhe que nesse dia era o “aniversário” de 2 meses que eu e ela começamos a conversar pelo Face).
Como sempre fui um cara que acredita muito em si mesmo, eu decidi que a minha história com ela não iria acabar ali, então, uma semana depois, na véspera de Natal, eu escrevi e mandei um SMS gigante pra ela, pedindo desculpas pelos nossos desentendimentos (nem precisava, pois eu não fiz nd com ela que me fizesse ter que pedir desculpas), e falei tudo que estava se passando comigo: trabalho me matando, curso, MBA também, e alguns problemas familiares. Realmente, aquela mulher era o meu refúgio e perder a única coisa que dava equilíbrio à minha vida era algo que eu não esperava (cheguei a pensar em suicídio e só não o fiz porque felizmente me falta coragem pra me dar uma facada ou atirar contra minha cabeça). Pensei: “qualquer pessoa se sensibiliza na época do Natal, ela vai entender tudo e vamos voltar a ser amigos”. No dia seguinte, dia de Natal, eis que chega um SMS dela. Tremi na base, com medo de que pudesse ser algo ruim (e pro meu azar, era)...
A mensagem dela dizia exatamente assim: “não há do que se desculpar ou pedir perdão. Lamento, mas não seremos mais amigos. Espero que fique bem. Te desejo tudo de bom. Feliz Natal.” Esse “não seremos mais amigos” soou como a pior coisa que eu ouvi na vida (olha que eu já passei por muitos problemas com mulheres, xinguei, ameacei meter a porrada, etc.), mas nada até então tinha me impactado tanto como essa frase dela. A partir daquele momento, meu mundo desabou. Eu só pensava em ir pra minha cama, fechar os olhos e dormir por muitos meses, até eu esquecê-la. Foi foda, complicada demais essa fase.
De agora até o final do relato, vocês vão observar uma série de burrices que eu fiz. Até então eu classificava como erro, porque acho que muita gente alguma vez na vida já fez coisas parecidas com essas que citei acima, agora, o que eu fiz depois, já é burrice. Seguem abaixo os detalhes...
Eu estava tão mal de não poder me aproximar dela, que comecei a pensar em outras maneiras de fazer com que ela amolecesse aquele coração e me desse ao menos a chance de uma conversa, pra gente esclarecer tudo, mas ela estava irredutível. Então lembrei que no começo de fevereiro era aniversário dela. Eu sempre memorizei as datas de aniversário dos meus amigos, família, namoradas, ficantes, etc., ao que me ocorreu de fazer uma surpresa: eu ia esperar aqueles quase 2 meses, sem procurá-la, e iria telefonar pra ela (de um telefone que não era o meu, claro), e 2 dias antes do aniversário, pra ser totalmente imprevisível. Passei os piores 45 dias que um matrixiano pode passar. Perdi peso, pois não sentia fome, fiquei mal humorado com todos, acordava e passava os dias só pensando nela e aquele sofrimento infindável que me consumia, de maneira que eu só sentia vontade de estar na minha cama o tempo todo. Quando finalmente chegou o esperado dia, eu acordei bem disposto, cheguei mais cedo no trabalho, adiantei muitas coisas e por volta das 15h, pedi a um amigo o telefone dele pra que eu pudesse ligar pra ela. Quando ela atendeu, eu fiz um certo suspense, disse que ela ganharia um presente se adivinhasse quem era, e ela riu e disse que então não ganharia o presente, porque é péssima pra lembrar de vozes e nomes. Enrolei mais um pouquinho, ela tava rindo e feliz, e aquilo me fez lembrar o tempo em que eu tinha isso todo dia com ela, porém, quando eu disse que era eu, fez-se um silêncio do outro lado da linha, cheguei a pensar que ela iria desligar, mas continuou falando cmg, só que num tom de seriedade, completamente seca e com poucas palavras. Eu tentei manter uma conversa amigável, mas ela prontamente disse: “olha só, eu estou no trabalho agora, nem estava pensando mais nisso, vc me pegou de surpresa, era algo que não estava esperando. Eu vou pensar e o dia que eu quiser falar com vc, pode deixar que eu mesma te procuro. Prefiro que vc não me ligue. Mas obrigada pelos parabéns!”. Nessa mesma conversa, ela me disse que não tinha raiva de mim, só que não seria amiga de uma pessoa que PRECISA da amizade dela (eu disse a ela que tava ruim demais aquela situação e que eu queria retomar a nossa amizade). Me despedi e foi a última vez que falei com ela. (Acham que as burrices acabaram aí? Não, eu ainda cometi outras burrices depois...)
Mandei ainda um e-mail no dia do aniversário dela, adicionei no Skype de novo, no Facebook, mas nada disso deu certo. Ela não só não aceitou, como me bloqueou em tudo. Meu acesso a ela agora era impossível. Óbvio que isso foi a deixa pra eu chutar o balde (quase, na verdade, porque no último dia 4 de maio, eu peguei um celular novo e instalei o whatsapp, que foi, aí sim, minha última tentativa de contactá-la, e novamente acho que ela me bloqueou lá tb). Fiquei puto, diferentemente das outras vezes, em que eu acusava o golpe, dessa vez achei uma babaquice dela. Eu sou assim, corro mt atrás do que eu quero, mas quando a raiva se instala, já era. Não digo que nunca me envolveria com ela de novo, mas se isso tiver que acontecer, será à minha maneira, e vou ditar o ritmo da relação, ao invés de deixá-la no comando. Só me fudi fazendo isso. Outra coisa que me arrependo muito também foi o fato de eu nunca ter sido grosso e falado alto com ela, nunca ter mandado ela praquele lugar nas vezes que ela mereceu ouvir isso. Mulher quando percebe que o homem é um babacão matrixiano, dá a ele aquilo que seria papel do homem em relação à mulher: dar porrada (não só no sentido figurado).
Confesso que essa pessoa teve o poder de acabar com a minha auto-estima, que estou recuperando aos poucos. Nessas horas a gente sempre se pergunta o porquê de os valores estarem invertidos hoje em dia: tratam bem quem as pisa e desprezam quem faz coisas boas por elas. Ela fala com o ex-marido todos os dias (ou falava pelo menos), a irmã dela, garota problema, drogada, alcóolatra, 17 anos, a agrediu ano passado, e ela expulsou a irmã de casa (a irmã morava com ela, pois já tnha sido expulsa da casa da mãe e depois da casa do pai, os pais são divorciados), mas hoje já fala normalmente com ela como se nada tivesse acontecido. Um cara babacão que estudou na mesma Faculdade que estudamos, vi uma troca de mensagens entre os 2 no Twitter, ela dizendo que era amiga e confidente dele. Detalhe: quando a conheci, ela disse que não falava mais com ele, por ele ter espalhado uma foto dela na Internet, dizendo ser namorada dele, quando ela nunca nem o conheceu pessoalmente. Aí pergunto a vcs: o que de mal eu fiz pra essa fdp pra receber desprezo em troca? O ex-marido chifrou, a irmã agrediu, o outro espalhou foto dela na Internet, e todos tem hoje em dia a atenção dela.
É amigos, quem disse que a vida é justa?
Obrigado a todos e desculpem por essa novela toda. Abçs!
De antemão peço desculpas por esse meu relato enorme, mas acho que é necessário pra que entendam e me ajudem a superar esse problema que estou passando.
Bom, sou um cara que sempre primou pelos bons valores: tenho 31 anos, não tenho vícios, não sou muito de ir à baladas, tenho um estilo de vida saudável, sempre fui estudioso e isso me rendeu um bom emprego e o respeito das pessoas que me conhecem. Não querendo ser convencido, mas tenho boa aparência (não aquela do tipo que me faria pegar a mulher que eu quisesse, mas reconheço meu valor e muitas mulheres me dizem isso também).
Conforme for contando minha história, apontarei os erros que eu tenho certeza que cometi (e vocês notarão que foram muitos), e espero que vocês também apontem esses erros e outros que eu tenha deixado passar e o mais importante: não façam o que eu fiz, jamais!!!
Minha história com essa garota começou no dia 17 de outubro de 2012, num dia em que eu estava comentando um post de um amigo meu da Faculdade no Facebook. Reparei que havia um comentário de uma menina bem bonita (tinha 26 anos, hj tem 27), e claro que eu cliquei pra ver o seu perfil. De cara, fiquei impressionado com tamanha beleza. Não apenas isso, o perfil dela também mostrava uma pessoa que sabia se expressar bem, sempre com muita inteligência e domínio dos assuntos que abordava em sua página. Notei que ela estudou na mesma Faculdade que eu aqui no Rio de Janeiro, e que também torce pelo mesmo time que eu. Diante de tantas coisas em comum, não hesitei em lhe enviar um convite pelo Face. Pensei: “o máximo que pode acontecer é ela não aceitar e minha vida não vai mudar em nada. Vou arriscar”. Pra minha surpresa, no dia seguinte ela aceitou minha solicitação de amizade e então começamos a conversar pelo chat do Face.
De cara ela meio que já cortou qualquer tentativa minha de seduzi-la, dizendo que era muito bem casada, ao que eu respondi: “sem problemas, eu vi seu status”. Ela então se sentiu confortável pra conversar comigo e viramos a noite conversando. Logo na primeira conversa, descobrimos muitas afinidades. Incrível como possuíamos tanta coisa em comum. Ela me elogiava durante todo o tempo, dizia que eu era bonito, inteligente e simpático, e que normalmente os caras assim, hoje em dia são quase todos gays, e que ficou surpresa por eu ser hétero e que iria me apresentar a alguma amiga dela. Óbvio que eu não queria nenhuma amiga dela, eu queria era ela, mesmo sabendo que minhas chances eram zero (porque ela era casada e eu definitivamente não queria encrenca pro meu lado).
O que me chamou atenção foi que desde o primeiro contato, ela se sentiu bem confortável pra me contar coisas pessoais dela (casamento, família, amigos, etc.), o que não é comum hoje em dia, mas gostei e passei a contar a ela também tudo sobre minha vida. Com 2 ou 3 dias, já estávamos quase íntimos e tanto eu quanto ela meio que começamos a desenvolver uma certa “dependência mútua”, pois ela dizia que adorava conversar comigo, que eu fazia bem a ela, e isso era recíproco, eu já estava naquela de entrar na Internet só pra falar com ela.
Erro 1: criei uma dependência em relação a uma mulher que nunca vi pessoalmente. Só sabia das coisas que ela me contava (na versão dela), sem conhecer seu estilo de vida e sua maneira de agir diante das mais diversas situações.
Com o passar dos dias, nossa relação ia se aprofundando, ela sempre cheia de elogios pra mim, e eu pra ela. Esqueci de dizer: ela tem uma filha de 6 anos (5 à época), e o casamento dela tava em crise. O agora ex-marido (que nem sei se voltaram ou não depois disso) a conheceu em 2005, ela tinha 19 anos e morava sozinha com umas amigas há 1 ano até então. Em 2006, ela engravidou dele, que era namorado dela à época. Só sei que eles se casaram oficialmente em 2011 (mesmo depois de ele tê-la traído em 2010, se não me engano). Enfim, mulher cega e burra tem que tomar na cabeça mesmo, não satisfeita em ser corna, ainda casou com ele depois. Pelo que ela me contou, as coisas nunca foram as mesmas depois da traição, e eles viviam em pé de guerra (ela já tinha se separado dele duas vezes antes).
Uma coisa que eu sempre disse a quem quer que fosse, é que eu jamais na minha vida me envolveria com uma mulher que já tivesse filho (isso era como um lema meu de vida). Não sei o que me deu dessa vez, mas eu acho que me solidarizei bastante com a situação dela (crise no casamento, uma filha pequena pra criar, trabalhando num emprego que não gostava, ganhando pouco, tendo que cuidar de casa, marido, etc...). enfim, aquilo de certa forma mexeu comigo e eu como sempre gostei de ajudar as pessoas, decidi que eu seria meio que o refúgio dela sempre que ela precisasse. Resultado? Sim, caí na maior armadilha que um homem pode cair: a essa altura, eu estava de volta à matrix!!!
Erro 2: me apaixonei por uma mulher que jamais demonstrou qualquer intenção de ficar comigo. Os elogios que me proferia eram tão somente uma forma carinhosa de agradecimento às palavras de consolo que eu a transmitia sempre que conversávamos.
Aquela mulher passou a ser uma obsessão minha, principalmente porque poucos dias depois ela me disse que agora era definitivo, que estava se separando do dito cujo. Eu acordava pensando nela, me arrumava pra ir ao trabalho como se estivesse indo me encontrar com ela. Tirando os momentos em que eu estava totalmente concentrado no trabalho, o restante do dia eu pensava nela. Àquela altura, era inimaginável passar um dia sequer sem “teclar” com aquela pessoa. Claro que eu não falei nada pra ela, pois eu sabia da situação dela e não queria deixá-la perturbada com mais isso. Passaram-se algumas semanas e tudo continuava da mesma forma, até que eu, numa demonstração extrema de “matrixianismo”, resolvi fazer algo que mal sabia eu que contribuiria pro começo da minha derrota: no dia que completou um mês que nos “conhecemos”, eu me declarei. Mandei uma mensagem pra ela, quase que em forma de um poema. Era o tipo de coisa que qualquer mulher gostaria de receber. Fiquei ansioso pra ver a resposta dela, e no dia seguinte, ela me respondeu, com um texto gigante. Vou tentar resumir o que ela disse: “Olha, eu li e reli sua mensagem. Quando leio imaginando que vc escreveu isso pra outra mulher, acho o texto formidável, lindo, etc., mas sabendo que é pra mim, não vejo qualquer sentido, pois nunca tivemos nada a mais que algumas conversas pelo Facebook. Existem leis universais que devem ser seguidas sempre, como por ex: nunca se declare a uma mulher sem ter a certeza que ela sente o mesmo por você. Relacionamentos devem ser construídos no dia-a-dia, com a convivência, e o amor nasce naturalmente, sem forçar. Ao fazer o que você fez, você cria uma espécie de escudo da mulher contra você, que passa a enxergar um futuro sem vc nele. Outra coisa: nos conhecemos há apenas 1 mês e nunca nos vimos, isso sem contar que vc está lidando com uma mulher separada há menos de 1 mês e que AMA o ex, que por sinal é PAI DA FILHA DELA. Não queria que as coisas chegassem a esse ponto, acho vc o cara perfeito pra namorar, casar e ter filhos, mas no nosso caso, vou ter que me afastar, até que vc consiga matar esse sentimento que se construiu durante esse tempo”.
Não preciso dizer que aquilo acabou comigo né...eu aceitaria qualquer coisa, menos vê-la longe de mim. Entendi a posição dela, mas queria ao menos continuar falando com ela, ainda que como amigos. Só sei que ela estava convicta daquilo e queria mesmo ficar um tempo afastada. Insisti pra que ela não se afastasse, ela não quis saber, até que eu disse que aquilo era injusto, que eu sempre estive do lado dela, e que no momento que eu precisava dela por perto, ela se afastava, ao que ela perdeu a compostura (estava de TPM nesse dia) e me disse: “peraí, deixa eu ver se eu entendi...vc está com a vida ganha: tem suas graduações, seu trabalho, um bom dinheiro guardado, tem seus pais pra fazer tudo por vc, é solteiro e tal...eu tenho que aturar um emprego que odeio, ganhando pouco, com uma filha pra criar, tenho que lavar, passar e cozinhar, e vc quer falar de injustiça comigo? Se eu sou injusta, fique sabendo que vc é mimado e egoísta. Se antes não podia falar com vc, agora não quero mesmo. Parabéns, vc sabe como afastar as pessoas.”
Ela me deletou do Face e a essa altura o afastamento dela tinha o mesmo impacto de algum parente meu que chegasse pra mim e dissesse que não quer mais falar comigo. Eu realmente gostava dela, muito além de tão somente pra namorar. Ficamos uns 10 dias afastados e voltamos a nos falar depois disso. No começo, uma coisa um pouco menos intensa, pois eu não queria forçar a barra e vê-la indo embora de novo, mas era complicado ter que me segurar pra não dizer a ela tudo que eu sentia, só por medo de perdê-la.
Erro 3: ao temer perdê-la, fechei meus olhos pra qualquer outra mulher que se aproximasse de mim, mesmo não tendo nada com ela, na minha cabeça, eu tinha. Eu sentia que se ficasse com outra mulher, eu a estaria traindo. Vejam meu grau de dependência em relação a essa pessoa. Deveria ter tratado como só mais uma e me permitido conhecer outras mulheres nesse meio tempo, mas fui fraco demais pra isso.
Um dia ela veio com um papo de que precisava falar comigo. Ela iria reunir uns amigos e amigas na casa dela pra uma espécie de sessão de cinema, e queria me convidar. Eu disse que iria e tal, mas logo depois ela mudou de idéia, disse que estava se precipitando e que talvez fosse melhor deixar pra outro dia, porque ainda não estava preparada e que ainda estava na fossa por causa do ex-marido.
Os dias se passavam e nossas conversas eram sempre mais comedidas e curtas que de costume, por conta dos problemas citados acima. Cheguei a ficar 1 semana sem falar com ela, mais por desencontros mesmo (e ela ficou sem Internet uns 4 dias, o que também contribuiu pra isso) e quando nos falamos de novo (nesse dia ela me disse que estava bêbada e voltando de um barzinho com 2 amigos, que tiveram que levá-la pra casa (mais adiante contarei a participação de um deles nisso tudo). Num determinado momento, eu disse: “saudade de quando nos falávamos diariamente”, ao que ela respondeu: “sabe que eu sinto sua falta? Eu não falo, mas eu sinto. Vou te confessar uma coisa: teve um dia que eu tava muito afim de você...”. Eu perguntei: “e pq não me disse nada? Foi no dia que me chamou pra ir até sua casa?”, e ela disse: “sim, foi nesse dia, mas não falei nada pq não era hora de vc saber ainda...”. Naquela noite, conversamos mais um pouco, e ela, mesmo estando alcoolizada, parecia ainda ter domínio das coisas que dizia, e falando bem francamente, disse que estava numa fase meio conturbada, que ela conhecia uma pessoa, beijava e no dia seguinte não queria mais saber da pessoa, e que não queria que aquilo acontecesse comigo, porque gostava muito de mim. Disse com essas palavras: “não quero que você sofra, pois gosto de você, não do jeito que eu queria, mas gosto muito muito muito muito!!!”. Nos despedimos naquela noite e eu fui dormir, meio triste, porém, àquela altura, já meio que conformado que não a teria comigo nem naquele momento e talvez nunca.
Mais 4 dias se passaram e eu já estava decidido a esquecê-la e a tratá-la apenas como uma mulher comum. Isso foi numa madrugada de quarta pra quinta, até que na segunda-feira seguinte, estava eu indo almoçar com uns amigos do trabalho e meu telefone tocou. Era um número que eu nunca tinha visto antes e pensei em não atender (detalhe: ela sabia meu telefone, pq eu disse a ela, mas ela nunca tinha me passado o número dela). Atendi e ela disse: “vc tem 3 chances pra advinhar quem é, e não vou ficar chateada se vc errar meu nome”. Eu sabia que conhecia aquela voz, mas não lembrava de onde. Eu e ela uma vez conversamos pelo Skype durante umas 3 horas direto, isso bem no começo quando começamos a conversar. Chutei e disse o nome dela, e quando ela confirmou, meu semblante mudou, fiquei feliz da vida e mais ainda porque ela estava me ligando pra me convidar pra ir ao cinema com ela naquele dia. Disse que a filha estaria na casa da madrinha dela, e que por isso queria me chamar pra ir junto com ela. De repente aquela coisa de esquecer, de deixar pra lá, foi embora num segundo. Era simplesmente a pessoa que eu mais gostava me convidando pra “sair”, e em nenhum momento ela me disse que seria só na base da amizade, como é normal das mulheres quando querem dar uma freada no homem. Nesse dia eu tinha prova no curso de francês às 19:15h, só que como era prova de conversação (era a última prova do semestre), a preferência era de quem chegasse primeiro, e como eu sempre era um dos últimos a chegar, porque só saía do trabalho às 19h e chegava lá quase sempre 19:20h, claro que não iria conseguir fazer a prova antes de todo mundo, e iria me atrasar feio. Ela marcou comigo num shopping que fica próximo à casa dela, que eu freqüento bastante até, mas uma coisa é eu ir da minha casa pra lá, a outra é ir do trabalho ou do curso (do outro lado da cidade), pra lá. Pedi ao pessoal da minha turma que me deixassem fazer a prova na frente deles, pois eu tinha um compromisso, e foram bem legais comigo, me deixando ir na frente fazer a prova. Agradeci e antes de me dirigir ao shopping (isso já era quase 20h), eu tava tão na matrix, que entrei no banheiro lá do curso, me tranquei e, pasmem: eu fui fazer a barba ainda, só pra ficar bonito pra ela. Eu faço a barba em dias alternados e nesse dia eu não tinha feito. Nem tenho muita, mas queria estar impecável pra ela, tanto que quando voltei do almoço, passei na farmácia e comprei um aparelho de barbear e um creme de barbear só pra esse dia (vejam meu desespero e dependência).
Erro 4: permiti que um simples desejo de uma mulher se tornasse mais importante que as coisas que realmente eram prioridades na minha vida: meu trabalho e meu curso, este último, sendo parte de meu desenvolvimento pessoal e intelectual. O certo seria dizer a ela que naquele dia não dava (e não dava mesmo, já que eu estava com o dia cheio) e que seria melhor deixar pro fds, e se ela não quisesse, que se foda, mas eu fui fraco mais uma vez e a coloquei como prioridade-mor na minha vida.
Enfim, cheguei no shopping umas 20:50h, e ela se atrasou, chegando quase 21:30h, e o cinema já estava fechado. Ao me deparar com ela, percebi que se tratava de uma mulher bonita sim, mas nada do que parecia nas fotos...ela tá longe de ser feia, tem o rosto bonito, mas é magrinha, sem peito, sem bunda, em poucos minutos, passaram por nós várias garotas (mais novas ou mais velhas que ela), e todas com corpão, deixando ela no sapato (numa gíria que usamos aqui). Enfim, fomos fazer um lanche, conversa vai, conversa vem, estávamos rindo e tal, até que eu caí na besteira de perguntar o que ela fez no fds (aí começou o mundo a cair pra mim). Ela me disse que foi a um show no sábado, aí eu, na tentativa de começar uma aproximação, disse: “podia ter me chamado, e sorri pra ela”, ao que ela me respondeu: “não dava pra te chamar, pois eu estava acompanhada” (haannn????? TUM, POF, SOC, POW). “Acompanhada???”, perguntei, e daí ela começou a falar do cara, que não era o ex-marido, era um cara de 40 anos (a babaca só gosta de coroas, de 40 pra cima), e começou a dizer que se sentia atraída por ele, que ele era parecido com ela, que foi noivo durante 4 anos, que tava no exterior e bla bla bla...eu já naquele clima de “quero sair daqui e ir pra casa”, mas como ela ainda estava comendo, resolvi ser cavalheiro e esperá-la. Detalhe que no domingo eu tb saí, fui a um outro show, com uma amiga minha. Bonita pra caralho essa minha outra amiga, e ainda assim eu não a olhava com segundas intenções, porque foi aquilo que eu disse lá em cima: eu sentia que se eu ficasse com outra mulher, era como se eu tivesse traindo o que eu sentia por essa pessoa, mas pelo visto ela cagava e andava pra isso. Me disse que não ligava se eu ficasse com outras e que eu devia aproveitar. Já estava ficando impaciente, e nisso ela começou a falar que um desses amigos que a levaram pra casa no dia que tava bêbada, já tinha ficado com ele (ele mora no mesmo prédio dela e se conheceram no supermercado, e ela disse que foi no esquema: conheci, beijei e não quero mais, que ele teria ficado chateado e tal, mas aceitou no final). Eu pensando em silêncio: “FODA-SE, quê que eu tenho a ver com isso?”. E ela ainda ficou puta e mudou o tom de voz numa hora em que eu a critiquei por ela ter voltado com o ex-marido e casado ainda por cima com ele, mesmo depois dele tê-la chifrado. Ela me disse que eu nunca fui casado, que o dia que eu for casado, a gente conversa sobre. Enfim, já estava fudido mesmo (o que é um peido pra quem tá cagado?), e resolvi então que partiria pro ataque...num momento de silêncio de ambas as partes, eu estiquei o braço e segurei a mão dela. A mulher puxou a mão e me olhou com uma cara de ódio, disse que aquilo era falta de respeito, que fazia mais de meia hora que ela tava me dizendo que amava o ex, que embora estivesse separada dele, o amava, que ainda tava com a aliança no dedo e bla bla bla, e que iria embora. Tentei ir atrás, mas ela ficou fazendo aquela cara de raiva, como se eu tivesse feito alguma coisa mt séria com ela, e me disse que iria me excluir do Face. Pedi pra que não fizesse isso, mas ela o fez assim mesmo. Fui pra casa bem abatido, ciente de que aquilo ali era o fim, era tarde da noite já, quase não tinha mais ônibus, e eu tava com a cabeça tão cheia depois daquele dia corrido, com trabalho, prova, e agora isso, que até peguei o ônibus errado. Eu vi o destino escrito e fui na cara e na coragem, ao que o ônibus me deixava num lugar deserto pra caralho, há uns 8 minutos da minha casa, isso já quase 1 da manhã, e eu tive que pegar outro que me deixaria perto de casa. Um dia pra ser esquecido (detalhe que nesse dia era o “aniversário” de 2 meses que eu e ela começamos a conversar pelo Face).
Como sempre fui um cara que acredita muito em si mesmo, eu decidi que a minha história com ela não iria acabar ali, então, uma semana depois, na véspera de Natal, eu escrevi e mandei um SMS gigante pra ela, pedindo desculpas pelos nossos desentendimentos (nem precisava, pois eu não fiz nd com ela que me fizesse ter que pedir desculpas), e falei tudo que estava se passando comigo: trabalho me matando, curso, MBA também, e alguns problemas familiares. Realmente, aquela mulher era o meu refúgio e perder a única coisa que dava equilíbrio à minha vida era algo que eu não esperava (cheguei a pensar em suicídio e só não o fiz porque felizmente me falta coragem pra me dar uma facada ou atirar contra minha cabeça). Pensei: “qualquer pessoa se sensibiliza na época do Natal, ela vai entender tudo e vamos voltar a ser amigos”. No dia seguinte, dia de Natal, eis que chega um SMS dela. Tremi na base, com medo de que pudesse ser algo ruim (e pro meu azar, era)...
A mensagem dela dizia exatamente assim: “não há do que se desculpar ou pedir perdão. Lamento, mas não seremos mais amigos. Espero que fique bem. Te desejo tudo de bom. Feliz Natal.” Esse “não seremos mais amigos” soou como a pior coisa que eu ouvi na vida (olha que eu já passei por muitos problemas com mulheres, xinguei, ameacei meter a porrada, etc.), mas nada até então tinha me impactado tanto como essa frase dela. A partir daquele momento, meu mundo desabou. Eu só pensava em ir pra minha cama, fechar os olhos e dormir por muitos meses, até eu esquecê-la. Foi foda, complicada demais essa fase.
De agora até o final do relato, vocês vão observar uma série de burrices que eu fiz. Até então eu classificava como erro, porque acho que muita gente alguma vez na vida já fez coisas parecidas com essas que citei acima, agora, o que eu fiz depois, já é burrice. Seguem abaixo os detalhes...
Eu estava tão mal de não poder me aproximar dela, que comecei a pensar em outras maneiras de fazer com que ela amolecesse aquele coração e me desse ao menos a chance de uma conversa, pra gente esclarecer tudo, mas ela estava irredutível. Então lembrei que no começo de fevereiro era aniversário dela. Eu sempre memorizei as datas de aniversário dos meus amigos, família, namoradas, ficantes, etc., ao que me ocorreu de fazer uma surpresa: eu ia esperar aqueles quase 2 meses, sem procurá-la, e iria telefonar pra ela (de um telefone que não era o meu, claro), e 2 dias antes do aniversário, pra ser totalmente imprevisível. Passei os piores 45 dias que um matrixiano pode passar. Perdi peso, pois não sentia fome, fiquei mal humorado com todos, acordava e passava os dias só pensando nela e aquele sofrimento infindável que me consumia, de maneira que eu só sentia vontade de estar na minha cama o tempo todo. Quando finalmente chegou o esperado dia, eu acordei bem disposto, cheguei mais cedo no trabalho, adiantei muitas coisas e por volta das 15h, pedi a um amigo o telefone dele pra que eu pudesse ligar pra ela. Quando ela atendeu, eu fiz um certo suspense, disse que ela ganharia um presente se adivinhasse quem era, e ela riu e disse que então não ganharia o presente, porque é péssima pra lembrar de vozes e nomes. Enrolei mais um pouquinho, ela tava rindo e feliz, e aquilo me fez lembrar o tempo em que eu tinha isso todo dia com ela, porém, quando eu disse que era eu, fez-se um silêncio do outro lado da linha, cheguei a pensar que ela iria desligar, mas continuou falando cmg, só que num tom de seriedade, completamente seca e com poucas palavras. Eu tentei manter uma conversa amigável, mas ela prontamente disse: “olha só, eu estou no trabalho agora, nem estava pensando mais nisso, vc me pegou de surpresa, era algo que não estava esperando. Eu vou pensar e o dia que eu quiser falar com vc, pode deixar que eu mesma te procuro. Prefiro que vc não me ligue. Mas obrigada pelos parabéns!”. Nessa mesma conversa, ela me disse que não tinha raiva de mim, só que não seria amiga de uma pessoa que PRECISA da amizade dela (eu disse a ela que tava ruim demais aquela situação e que eu queria retomar a nossa amizade). Me despedi e foi a última vez que falei com ela. (Acham que as burrices acabaram aí? Não, eu ainda cometi outras burrices depois...)
Mandei ainda um e-mail no dia do aniversário dela, adicionei no Skype de novo, no Facebook, mas nada disso deu certo. Ela não só não aceitou, como me bloqueou em tudo. Meu acesso a ela agora era impossível. Óbvio que isso foi a deixa pra eu chutar o balde (quase, na verdade, porque no último dia 4 de maio, eu peguei um celular novo e instalei o whatsapp, que foi, aí sim, minha última tentativa de contactá-la, e novamente acho que ela me bloqueou lá tb). Fiquei puto, diferentemente das outras vezes, em que eu acusava o golpe, dessa vez achei uma babaquice dela. Eu sou assim, corro mt atrás do que eu quero, mas quando a raiva se instala, já era. Não digo que nunca me envolveria com ela de novo, mas se isso tiver que acontecer, será à minha maneira, e vou ditar o ritmo da relação, ao invés de deixá-la no comando. Só me fudi fazendo isso. Outra coisa que me arrependo muito também foi o fato de eu nunca ter sido grosso e falado alto com ela, nunca ter mandado ela praquele lugar nas vezes que ela mereceu ouvir isso. Mulher quando percebe que o homem é um babacão matrixiano, dá a ele aquilo que seria papel do homem em relação à mulher: dar porrada (não só no sentido figurado).
Confesso que essa pessoa teve o poder de acabar com a minha auto-estima, que estou recuperando aos poucos. Nessas horas a gente sempre se pergunta o porquê de os valores estarem invertidos hoje em dia: tratam bem quem as pisa e desprezam quem faz coisas boas por elas. Ela fala com o ex-marido todos os dias (ou falava pelo menos), a irmã dela, garota problema, drogada, alcóolatra, 17 anos, a agrediu ano passado, e ela expulsou a irmã de casa (a irmã morava com ela, pois já tnha sido expulsa da casa da mãe e depois da casa do pai, os pais são divorciados), mas hoje já fala normalmente com ela como se nada tivesse acontecido. Um cara babacão que estudou na mesma Faculdade que estudamos, vi uma troca de mensagens entre os 2 no Twitter, ela dizendo que era amiga e confidente dele. Detalhe: quando a conheci, ela disse que não falava mais com ele, por ele ter espalhado uma foto dela na Internet, dizendo ser namorada dele, quando ela nunca nem o conheceu pessoalmente. Aí pergunto a vcs: o que de mal eu fiz pra essa fdp pra receber desprezo em troca? O ex-marido chifrou, a irmã agrediu, o outro espalhou foto dela na Internet, e todos tem hoje em dia a atenção dela.
É amigos, quem disse que a vida é justa?
Obrigado a todos e desculpem por essa novela toda. Abçs!