06-09-2013, 07:04 AM
Citar:No livro Mulheres de Ditadores, a belga Diane Ducret mostra que, por trás de um tirano, existe sempre um bando de moças embevecidas. Hitler arquivava as cartas de admiradoras, Mussolini recebia bombons, Fidel Castro colecionava conquistas de sua revolução sensual. E há os que arregimentavam suas companhias com políticas de Estado
Adolf Hitler recebeu mais cartas do que os Beatles e Mick Jagger juntos. Não as lia, mas lhes dava valor. O Führer estava convencido, como muitos outros ditadores, de que seu poder repousava em sua sedução, e as mulheres eram um bom indicativo.
Ele mandava classificar essa frenética correspondência no Arquivo A, sob a desprezível etiqueta “Rabiscadas por mulheres”, que ficava sob o controle de altos dignatários do Reich, como Rudolf Hess. As cartas são um delírio. “Meu Führer querido, penso em você todos os dias, todas as horas, todos os minutos”, diz uma delas.
Uma senhora chamada Von Heyden anuncia o envio de um pote de mel. Em 23 de abril de 1935, Friedel S. diz: “Uma mulher de Saxe gostaria muito de ter um filho seu”. A baronesa Elsa Hagen exagera: “Eu não escrevo ao Senhor chanceler de um grande Reich, e sim ao homem que eu amo e que seguiria até o fim de sua vida”. Infelizmente, para essa baronesa, havia muita concorrência.
Outra mulher, no fim dos anos 1930, escreve: “A eterna fêmea o atraiu. Então, exulte, ó, meu coração, e se deixe abraçar pelas estrelas”.
Na Itália, Benito Mussolini era adorado. Chegavam-lhe de 30 mil a 40 mil cartas por mês. Em 13 de janeiro de 1940, R. Severina, “jovem fascista”, um pouco tímida sem dúvida, envia ao Duce uma caixa de bombons. Uma fascista mais decidida, M. Ilenia, comunica: “Eu não tive nem coragem nem tempo para me jogar sob as rodas de seu carro, nesta manhã, na Piazza Venezia”. Não conhecemos a resposta de Mussolini. Talvez ele a tenha aconselhado a “pensar mais um pouco” antes de fazer uma nova tentativa.
Esse mergulho nas estranhas correspondências dos tiranos forma a abertura grotesca e assustadora de dois volumes escritos pela historiadora belga Diane Ducret, sob o título Mulheres de Ditadores. A obra acompanha os amores de 14 deles e, ao mesmo tempo, as provas heroicas, patéticas, ternas ou atrozes suportadas pelas mulheres que amaram até o grotesco ou até o sublime esses “senhores do mundo”.
Texto Completo: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-se...a-seducao/