23-12-2012, 12:39 PM
Vocês não me conhecem. Gostaria de me apresentar adequadamente, mas não há necessidade disso, por isso não vou entrar em detalhes da minha vida. Vou me limitar a dizer que: devido ao caminho que decidi percorrer, acabei me deparando com a necessidade de ler os livros do Nessahan e Mode One.
Quero compartilhar um entendimento que tenho sobre algo. Faço isso porque sei que a expressão "dissolução do ego" causa problemas de entendimento, como se fosse uma parte sua que tem que ser destruída, e não é o caso. Decidi trocar algumas palavras com vocês, porque é evidente a raiva que, vamos dizer, está aí no inconsciente coletivo do movimento masculinista. Essa raiva precisa deixar de ser: a indiferença que Nessahan sugere, não necessita da raiva pra existir. Essa raiva surge quando percebemos que eramos trouxas e presas fáceis, é um movimento mental chamado aversão, que, no campo das emoções, gera raiva (mas também pode gerar tristeza, medo ou ansiedade): você deseja sexualmente a mulher, mas tem aversão ao comportamento dela... curioso, né? Eu não sei pra vocês, mas viver assim, na minha opinião, é que nem estar em um inferno.
Gostaria de falar primeiro sobre o que eu entendo por ego nos textos do Nessahan.
Da maneira que o Nessahan expõe, não é correto entender o ego como o eu. O ego não é sua individualidade. O ego não é aquele impulso que te compele a viver. O ego não é o olho que percebe a existência. Dissolver o ego, então, não é acabar com uma parte de você mesmo.
Da maneira que o autor expõe, o ego é um conjunto de emoções aos quais você se identifica e é, também, um conjunto de caminhos mentais pouco compreendidos. Ou seja, usando uma metáfora ridícula, são acessórios que você está usando e são coisas sobre você que você não conhece.
Dissolver o ego é, então, se desidentificar das emoções escolhidas para passar por esse processo, e compreender os caminhos mentais.
E como que se faz isso?
Bom, vamos ser sinceros, a maior parte do pessoal aqui não vai ter acesso a um certo tipo de caminho, restando a elas apenas a observação de si mesmo. A verdade é que a observação de si mesmo é a única coisa que necessitamos, o resto é apenas facilitador. Se você aprender a aprender com o dia a dia, terá adquirido uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal.
A única coisa que você precisa para observar a si mesmo é a intenção de fazê-lo e por energia e trabalho nisso. Não importa como, apenas tente fazê-lo.
É foda fazer isso? Com certeza, ainda mais quando você não consegue se por acima dessas águas turbulenas que são as emoções, e nem consegue perceber quando a mente esta tentando te enganar (sabe aquele personagem religioso chamado Loki?).
É aí que entra a meditação. A meditação não e um fim em si mesmo. Ela é o treinamento para a maratona. A maratona é o viver.
No meu entendimento, pra que serve a meditação? Ela serve pra te ENSINAR a se por à parte das emoções (ensinar quer dizer que você não vai precisar meditar toda vez que quiser tentar se por à parte de uma emoção). E qual o objetivo disso? O objetivo disso é para que você consiga ver com clareza aquela emoção. Isso é necessário pelo seguinte motivo: pensamentos são emoções. Um pensamento não é parte da mente. Um pensamento é gerado pelo movimento da mente. Ou seja, a mente age sobre as emoções, e um dos produtos dessa relação é o pensamento. Se pensamentos são emoções, se você não se afastar daquela emoção, você não vai conseguir pensar fora dela, ou seja, em vez de entender o trem, você vai apenas raciocinar em cima dela.
Um dos objetivos da meditação é também te mostrar o que é a mente. A mente é o silêncio que se move. Ela é sua individualidade. Sua individualidade está aí, e ela precisa ser compreendida. Você precisa da meditação para se compreender? Não. A meditação ajuda? Ajuda. Por isso que você sempre vê o povo falando: fique sem pensamentos, deixe a mente parada. Na verdade, o que tão querendo dizer é: para de olhar para os pensamentos, e olhe para a mente e observe-a.
Esse processo é o que eu entendo por dissolução do ego: compreender a mente e se desidentificar de emoções causadores de desarmonia. E, na minha opinião, é muito mais adequada e harmônica, do que o entendimento de austeridade e sofrimento causado por uma leitura superficial da expressão dissolução do ego.
Existe um caralhão de técnicas de meditação. Qualquer busca no google te ajuda com isso. Mas eu gostaria de deixar aqui dois textos muito bons, que deveria ser o pontapé inicial pra qualquer pessoa. Um deles é extraído de um livro do senhor Osho. O outro é o livro do senhor Jiddu Krishnamurti (e eu acredito que o livro do Krishnamurti é o mais importante, para fazer com que apenas o desapaixonamento permaneça, sem a necessidade da raiva).
Obrigado pela atenção de vocês.
Osho on technique of Gazing - Tratak
First and Last Freedom (Jiddu Krishnamurti)
Quero compartilhar um entendimento que tenho sobre algo. Faço isso porque sei que a expressão "dissolução do ego" causa problemas de entendimento, como se fosse uma parte sua que tem que ser destruída, e não é o caso. Decidi trocar algumas palavras com vocês, porque é evidente a raiva que, vamos dizer, está aí no inconsciente coletivo do movimento masculinista. Essa raiva precisa deixar de ser: a indiferença que Nessahan sugere, não necessita da raiva pra existir. Essa raiva surge quando percebemos que eramos trouxas e presas fáceis, é um movimento mental chamado aversão, que, no campo das emoções, gera raiva (mas também pode gerar tristeza, medo ou ansiedade): você deseja sexualmente a mulher, mas tem aversão ao comportamento dela... curioso, né? Eu não sei pra vocês, mas viver assim, na minha opinião, é que nem estar em um inferno.
Gostaria de falar primeiro sobre o que eu entendo por ego nos textos do Nessahan.
Da maneira que o Nessahan expõe, não é correto entender o ego como o eu. O ego não é sua individualidade. O ego não é aquele impulso que te compele a viver. O ego não é o olho que percebe a existência. Dissolver o ego, então, não é acabar com uma parte de você mesmo.
Da maneira que o autor expõe, o ego é um conjunto de emoções aos quais você se identifica e é, também, um conjunto de caminhos mentais pouco compreendidos. Ou seja, usando uma metáfora ridícula, são acessórios que você está usando e são coisas sobre você que você não conhece.
Dissolver o ego é, então, se desidentificar das emoções escolhidas para passar por esse processo, e compreender os caminhos mentais.
E como que se faz isso?
Bom, vamos ser sinceros, a maior parte do pessoal aqui não vai ter acesso a um certo tipo de caminho, restando a elas apenas a observação de si mesmo. A verdade é que a observação de si mesmo é a única coisa que necessitamos, o resto é apenas facilitador. Se você aprender a aprender com o dia a dia, terá adquirido uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal.
A única coisa que você precisa para observar a si mesmo é a intenção de fazê-lo e por energia e trabalho nisso. Não importa como, apenas tente fazê-lo.
É foda fazer isso? Com certeza, ainda mais quando você não consegue se por acima dessas águas turbulenas que são as emoções, e nem consegue perceber quando a mente esta tentando te enganar (sabe aquele personagem religioso chamado Loki?).
É aí que entra a meditação. A meditação não e um fim em si mesmo. Ela é o treinamento para a maratona. A maratona é o viver.
No meu entendimento, pra que serve a meditação? Ela serve pra te ENSINAR a se por à parte das emoções (ensinar quer dizer que você não vai precisar meditar toda vez que quiser tentar se por à parte de uma emoção). E qual o objetivo disso? O objetivo disso é para que você consiga ver com clareza aquela emoção. Isso é necessário pelo seguinte motivo: pensamentos são emoções. Um pensamento não é parte da mente. Um pensamento é gerado pelo movimento da mente. Ou seja, a mente age sobre as emoções, e um dos produtos dessa relação é o pensamento. Se pensamentos são emoções, se você não se afastar daquela emoção, você não vai conseguir pensar fora dela, ou seja, em vez de entender o trem, você vai apenas raciocinar em cima dela.
Um dos objetivos da meditação é também te mostrar o que é a mente. A mente é o silêncio que se move. Ela é sua individualidade. Sua individualidade está aí, e ela precisa ser compreendida. Você precisa da meditação para se compreender? Não. A meditação ajuda? Ajuda. Por isso que você sempre vê o povo falando: fique sem pensamentos, deixe a mente parada. Na verdade, o que tão querendo dizer é: para de olhar para os pensamentos, e olhe para a mente e observe-a.
Esse processo é o que eu entendo por dissolução do ego: compreender a mente e se desidentificar de emoções causadores de desarmonia. E, na minha opinião, é muito mais adequada e harmônica, do que o entendimento de austeridade e sofrimento causado por uma leitura superficial da expressão dissolução do ego.
Existe um caralhão de técnicas de meditação. Qualquer busca no google te ajuda com isso. Mas eu gostaria de deixar aqui dois textos muito bons, que deveria ser o pontapé inicial pra qualquer pessoa. Um deles é extraído de um livro do senhor Osho. O outro é o livro do senhor Jiddu Krishnamurti (e eu acredito que o livro do Krishnamurti é o mais importante, para fazer com que apenas o desapaixonamento permaneça, sem a necessidade da raiva).
Obrigado pela atenção de vocês.
Osho on technique of Gazing - Tratak
First and Last Freedom (Jiddu Krishnamurti)