Conexão mente-corpo: a analogia do sistema hidráulico

[Velho Gonçalves]

Fake until you make it; vocês já ouviram essa frase? Existem diversos tutoriais, livros e vídeos na internet, que falam sobre o poder do chamado Body Language. Os textos da real, eu percebo, abordam esta nuance de forma um pouco tímida. A questão, no entanto, seria indagar se a galera acredita nesta ideia e conceito. Pessoalmente, eu acho, não deveria haver motivos para não dar crédito e aceitar isso como uma máxima.

 

Embora esta ideia é vendida as vezes com embrulhos exagerados, me parece que a devida e merecida atenção não é dada a este tópico. O motivo, a meu ver, se relaciona com uma possível má interpretação do que realmente o Body Language seria. Jogar os ombros para trás, estufar o peito e andar com postura ereta não são apenas ações que funcionam exclusivamente para causar impressões positivas nos outros. Embora isso naturalmente aconteça, a fisiologia desse comportamento vai muito além de “causar boa impressão”. Body language adequado é, acima de tudo, eficaz para alterar o estado da nossa mente e, também, balancear os sentimentos do espírito/consciência.

 

Ao analisar os fatos do no nosso dia a dia, podemos construir uma analogia na qual assumiríamos que o nosso corpo é conectado à nossa mente (e vice-versa) por um sistema hidráulico. Ou seja, certas posturas emuladas no corpo vão produzir determinadas emoções (felicidade, tristeza, confiança, etc.). Na outra ponta, também, essas emoções ao surgirem na mente vão automaticamente emular o corpo exatamente da mesma forma. O meu ponto é que a maioria das pessoas aceitam que essa conexão é via de mão única apenas; ou seja, somente a mente altera a postura do corpo: você fica feliz -> então abre um sorriso; fica triste -> então o “semblante fica caído”; fica preocupado -> então franze o cenho; etc.

 

Se fosse somente dessa forma, a conexão entre o corpo e mente seria realmente o que eu chamei de “via de mão única”, onde apenas a mente e os sentimentos ditariam a postura do corpo. Errado! Com a mesma potência, a postura do corpo – o Body Language - pode alterar o estado da mente e os sentimentos. Então, em um estado neutro e sem sentimentos eminentes (todos os hormônios neutralizados), o seguinte também aconteceria: você abre um sorriso -> então fica feliz; mantém o semblante caído -> então fica triste; franze o cenho -> então fica preocupado; etc. Mente controla o corpo; corpo controla mente. Por isso a analogia de “sistema hidráulico”.

 

Finalmente: dissecando as tripas do jargão “Fake until you make it”

 

Exemplo... Você precisa fazer uma apresentação de Power Point ao seu cliente, demonstrando o seu conhecimento e clareza no assunto que precisa repassar. Porém, não estudou o tema a tempo e, consequentemente, está inseguro (mente preocupada). A sua consciência sobre o seu despreparo é equivalente à pisada no pedal do sistema Hidráulico da conexão mente e corpo em direção a um estado de atenção e defesa para riscos iminentes. A consequência observável no seu corpo é que você vai ficar com o rosto corado, falar gaguejando, não vai olhar nos olhos do cliente por muito tempo; etc. A sua mente, então, entendendo que você está em um estado de risco e perigo, vai bloquear todas as ações positivistas de coragem e bravura; pois em estado de defesa, o ideal é “correr do predador”. Em um ambiente comercial, isso impedirá que o potencial da sua técnica e habilidade seja aflorado, prejudicando a qualidade. O medo vai funcionar como uma rodovia cheia de buracos, na qual sua competência precisa percorrer de forma lenta para não capotar... vai andar muito devagar!

 

O que fazer? Deixar de ter consciência do seu despreparo seria impossível. Então, nesse ponto entra o “Fake”, onde de forma consciente você emularia o seu corpo, falando de forma rápida e direta, olhando firmemente nos olhos do cliente, postura ereta; peito estufado e ombros arqueados. No começo, você forçará; porém, lembre-se: o sistema é hidráulico (via de mão dupla) no momento que você agir assim, automaticamente pisará no pedal da “tranquilidade e confiança”. Ou seja, se você manter uma postura dessa forma, a sua mente obrigatoriamente vai ficar tranquila e confiante. Isso corrigirá o fato de você não ter estudado devidamente? Claro que não; porém, com a mente tranquila e em paz, você não entrará em estado de “defesa e proteção de perigos iminentes”; logo, um estado de mente tranquilo e confiante funcionará como uma rodovia muito bem pavimentada, por onde a sua competência caminhará sem correr riscos de capotar! Then, you’ll make it!

[Spectro]

Estou lendo um livro que fala exatamente sobre isso.
Das influências cognitivas que sofremos não só da postura corporal mas em todos os computos.
Tópico muito bom e necessário.

[Lucianobs.1967]

Fake until you make it; vocês já ouviram essa frase? Existem diversos tutoriais, livros e vídeos na internet, que falam sobre o poder do chamado Body Language. Os textos da real, eu percebo, abordam esta nuance de forma um pouco tímida. A questão, no entanto, seria indagar se a galera acredita nesta ideia e conceito. Pessoalmente, eu acho, não deveria haver motivos para não dar crédito e aceitar isso como uma máxima.

 

Embora esta ideia é vendida as vezes com embrulhos exagerados, me parece que a devida e merecida atenção não é dada a este tópico. O motivo, a meu ver, se relaciona com uma possível má interpretação do que realmente o Body Language seria. Jogar os ombros para trás, estufar o peito e andar com postura ereta não são apenas ações que funcionam exclusivamente para causar impressões positivas nos outros. Embora isso naturalmente aconteça, a fisiologia desse comportamento vai muito além de “causar boa impressão”. Body language adequado é, acima de tudo, eficaz para alterar o estado da nossa mente e, também, balancear os sentimentos do espírito/consciência.

 

Ao analisar os fatos do no nosso dia a dia, podemos construir uma analogia na qual assumiríamos que o nosso corpo é conectado à nossa mente (e vice-versa) por um sistema hidráulico. Ou seja, certas posturas emuladas no corpo vão produzir determinadas emoções (felicidade, tristeza, confiança, etc.). Na outra ponta, também, essas emoções ao surgirem na mente vão automaticamente emular o corpo exatamente da mesma forma. O meu ponto é que a maioria das pessoas aceitam que essa conexão é via de mão única apenas; ou seja, somente a mente altera a postura do corpo: você fica feliz -> então abre um sorriso; fica triste -> então o “semblante fica caído”; fica preocupado -> então franze o cenho; etc.

 

Se fosse somente dessa forma, a conexão entre o corpo e mente seria realmente o que eu chamei de “via de mão única”, onde apenas a mente e os sentimentos ditariam a postura do corpo. Errado! Com a mesma potência, a postura do corpo – o Body Language - pode alterar o estado da mente e os sentimentos. Então, em um estado neutro e sem sentimentos eminentes (todos os hormônios neutralizados), o seguinte também aconteceria: você abre um sorriso -> então fica feliz; mantém o semblante caído -> então fica triste; franze o cenho -> então fica preocupado; etc. Mente controla o corpo; corpo controla mente. Por isso a analogia de “sistema hidráulico”.

 

Finalmente: dissecando as tripas do jargão “Fake until you make it”

 

Exemplo... Você precisa fazer uma apresentação de Power Point ao seu cliente, demonstrando o seu conhecimento e clareza no assunto que precisa repassar. Porém, não estudou o tema a tempo e, consequentemente, está inseguro (mente preocupada). A sua consciência sobre o seu despreparo é equivalente à pisada no pedal do sistema Hidráulico da conexão mente e corpo em direção a um estado de atenção e defesa para riscos iminentes. A consequência observável no seu corpo é que você vai ficar com o rosto corado, falar gaguejando, não vai olhar nos olhos do cliente por muito tempo; etc. A sua mente, então, entendendo que você está em um estado de risco e perigo, vai bloquear todas as ações positivistas de coragem e bravura; pois em estado de defesa, o ideal é “correr do predador”. Em um ambiente comercial, isso impedirá que o potencial da sua técnica e habilidade seja aflorado, prejudicando a qualidade. O medo vai funcionar como uma rodovia cheia de buracos, na qual sua competência precisa percorrer de forma lenta para não capotar... vai andar muito devagar!

 

O que fazer? Deixar de ter consciência do seu despreparo seria impossível. Então, nesse ponto entra o “Fake”, onde de forma consciente você emularia o seu corpo, falando de forma rápida e direta, olhando firmemente nos olhos do cliente, postura ereta; peito estufado e ombros arqueados. No começo, você forçará; porém, lembre-se: o sistema é hidráulico (via de mão dupla) no momento que você agir assim, automaticamente pisará no pedal da “tranquilidade e confiança”. Ou seja, se você manter uma postura dessa forma, a sua mente obrigatoriamente vai ficar tranquila e confiante. Isso corrigirá o fato de você não ter estudado devidamente? Claro que não; porém, com a mente tranquila e em paz, você não entrará em estado de “defesa e proteção de perigos iminentes”; logo, um estado de mente tranquilo e confiante funcionará como uma rodovia muito bem pavimentada, por onde a sua competência caminhará sem correr riscos de capotar! Then, you’ll make it!

Muito legal o post. E acho que vale aqui citar, em defesa dessa abordagem de que o corpo e a mente são mutuamente influenciáveis, o caso do sistema hormonal, que atua no organismo à revelia das opções consciente de nossa mente. São sistemas autônomos que, ao equilibrarem os processos do nosso organismo, propiciam estados de espírito diversos. Quem aqui não sabe que uma pessoa que fica tomando cargas de testosterona para crescer a musculatura não é uma pessoa de temperamento explosivo, justamente por efeito do hormônio? No hinduísmo o binômio kama-manas é entendido tb como um processo de mão dupla, sendo kamas o veículo da paixão e dos desejos, de forma genérica sendo relacionado com nossos impulsos e de forma particular se relacionando com o corpo, que é o veículo da satisfação das emoções mais básicas. E manas o veiculo da mente, gerador de todo o processo mental do indivíduo. É um binômio pq se influenciam mutuamente. O assunto é antigo mas ter uma visão moderna, mais centrada na nossa experiência cotidiana, é muito bacana. Excelente post.

[Gilgamesh]

Interessante . Pra ações e reações não existe ensaio que seja perfeito, e por mais que se tente manter controle da situação , as vezes sua mente pode querer comunicar algo , e, passar uma mensagem completamente diferente através da forma com que se expressa no corpo, na voz , em suma, no físico . Para alcançar resultados , o duo corpo-mente deve estar 100% alinhado.

[Gorlami]

Controle e inteligência emocional.

Eu acredito sim na influência do nosso corpo na percepção que o outro tem de nós. Por exemplo, alguém inseguro, por mais que consiga ser comunicativo verbalmente, dificilmente consegue manter uma postura confiante e atrai coisas ruins pra si, na medida que os concorrentes o veem como alguém fácil de passar por cima.

Acredito, falando na minha percepção corpo/mente, que o fluxo mente > corpo é muito mais forte em relação ao corpo > mente. Mas sim, provavelmente ambos são ligados. Da mesma forma que praticar uma atividade fisica afeta seus hormônios e te faz se sentir melhor, raciocinar mais, etc.

Em relação ao "fake until you make it" ou algo do tipo, exige muito tempo e atenção. Um problema grave são as pessoas que estão sempre distraídas. Mudar requer uma análise de si e aí então entrar com as correções;

[BloodSeeker]

Com a mesma potência, a postura do corpo – o Body Language - pode alterar o estado da mente e os sentimentos.

Não enxergo que corpo altere o estado da mente com a mesma potência que de forma contraria, vou me dedicar nos próximos dias a reparar nisso...

De resto concordo com td, deve ser muito bom ter o habíto automático de usar Body Language para manipular a mente.

[Gilgamesh]

Corpo x mente , mente x corpo , essa sintonia é bem fácil de perceber. E quanto à influência do ambiente @Velho Gonçalves ? Acho até que arriscaria mensurar sua importância em uns 40% no que se reflete em reações corporais expressas pela análise cerebral.