08-09-2012, 09:17 PM
Salário mínimo, uma praga
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08-09-2012, 11:11 PM
Essa parada do salário mínimo era verdade na década do pós-guerra dos EUA, onde o Friedman baseou seus estudos. Lá, essa teoria que o salário mínimo gerava desemprego até podia ser verdade, pq era uma economia que estava praticamente em pleno emprego.
Agora num país como o nosso atualmente, o salário mínimo não gera esse tipo de problema. Em parte pq nosso salário mínimo já é extremamente baixo e em parte pq a fiscalização a respeito é extremamente pobre... muitos trabalham sem carteira e nenhuma empresa respeita o piso salarial relativo as profissões. E por fim, sempre existe os meios de burlar esses salários, como a terceirização e o estágio.
09-09-2012, 04:41 PM
Esta questão é complexa porque ao meu ver o problema é que o mínimo não dá para viver ,deveria ser suficiente para um homem mediano sobreviver ,mas é claro que um homem mais talentoso não deveria viver só com o mínimo deveria ter total condição de negociar com o patrão o salário que queria sem que tivesse intromissão de terceiros .
09-09-2012, 07:25 PM
O salário mínimo desregula a economia cada vez que é reajustado. Ou ninguém nunca reparou que, quando o mínimo é reajustado, todos os preços se reajustam junto? Com isso, ao invés de repor a inflação, como se espera do mínimo, o que acaba acontecendo é que o mínimo gera ainda mais inflação.
09-09-2012, 08:19 PM
Acho engraçado a pregação dos países ricos serem contra o salário mínimo. Eles não precisam dele. São ricos.
É interessante para as grandes corporações a ausência de regulação em países pobres, assim pode-se abrir fábricas em países miseráveis onde até crianças trabalham por $0.03 a hora. Sabe porque a China está quebrando? (vide outro post nesse fórum) Porque devido a crise global, países ricos (onde o salário é alto) não estão mais comprando produtos chineses. Produtos estão entulhados. O mercado interno na china, embora possua mais de 1 bilhão de pessoas, é muito fraco porque as pessoas que trabalham para produzir tais produtos recebem uma miséria que não os possibilita comprá-los. Milhões de chineses serão demitidos e passaram a viver na miséria (pior do que já vivem), mas os países ricos vão ficar bem. É legal pregar o liberalismo quando se é um país rico que se aproveita da miséria alheia. P.S. Capitalismo sim, mas regulado pelo governo. Assim evita-se exploração estrangeira em detrimento a população local. Os países mais protecionistas são justamente os mais ricos. Engraçado não é?
09-09-2012, 09:15 PM
(09-09-2012, 08:19 PM)Navarre Escreveu: Acho engraçado a pregação dos países ricos serem contra o salário mínimo. Eles não precisam dele. São ricos. Discordo. A China é uma república socialista que flerta com o capitalismo, mas sem deixar sua essência socialista de lado. Não há liberdade para o cidadão chinês se tornar empreendedor e mudar sua situação miserável. O chinês não passa de um escravo do governo, que não tem chance nem de melhorar um pouco sua vida. O problema da China é exatamente o excesso de regulação do governo, não a falta dela. Se há miséria na China, é por culpa do governo de lá, não do "capitalismo desregulado".
09-09-2012, 09:55 PM
Salário mínimo é uma das maneiras pelas quais o Estado se intromete nos acordos voluntários entre patrões e trabalhadores.
É foda ser empresário no Brasil. Ele contrata um empregado e não pode pagar menos do que um valor X. Assim um outro trabalhador que aceitaria trabalhar por menos fica desempregado. E no Brasil, a coisa se agrava ainda mais, pois para o patrão, o custo do trabalhador é o dobro de seu salário, com essa legislação trabalhista arcaica. Não é de se espantar o fato de tanta gente viver na informalidade.
10-09-2012, 09:30 AM
(09-09-2012, 08:19 PM)Navarre Escreveu: Acho engraçado a pregação dos países ricos serem contra o salário mínimo. Eles não precisam dele. São ricos. Exato. Sem salário mínimo o Brasil viraria um México da vida, com suas maquiladoras em toda a parte e o povo comprando tudo made in USA e ganhando um salário miserável. (09-09-2012, 09:15 PM)Bright Escreveu: Discordo. Você está mal informado. A China é a nação que tem possibilitado a aparição do maior número de bilionários e milionários do mundo recentemente. Oq não falta por lá e empreendedor. O salário lá é baixo justamente por esse ser o maior atrativo da China; mão-de-obra barata. Esse foi o grande impulso que fez a nação deles crescer tanto nas últimas duas décadas. Só que a situação deles lá está melhorando pouco a pouco, reflexo do crescimento econômico. Eles estão cada vez mais exigindo mão-de-obra qualificada. E qual é o reflexo disso? As empresas que procuram mão-de-obra barata estão deixando de ir pra China e estão começando a ir pra Índia! (09-09-2012, 07:25 PM)Bright Escreveu: O salário mínimo desregula a economia cada vez que é reajustado. Ou ninguém nunca reparou que, quando o mínimo é reajustado, todos os preços se reajustam junto? Com isso, ao invés de repor a inflação, como se espera do mínimo, o que acaba acontecendo é que o mínimo gera ainda mais inflação. De novo você está equivocado. O salário mínimo responde aos preços e não o contrário. Quando o salário mínimo muda não são os preços que mudam, é ao contrário, são os preços que sobem e o governo é obrigado a subir o mínimo pra não haver corrosão real. Se ocorresse como vc disse, então o salário mínimo não seria problema algum, pq cada vez que ele subisse os empresários repassariam o custo adicional aos preços e o custo com o salário real baixaria e não subiria. Repito: essa teoria era verdade nos EUA do pós-guerra, nos "anos dourados", aonde a economia deles estava em pleno emprego. Ai sim essa teoria é válida pois nessa época não havia desemprego pelo mercado nos EUA, pelo contrário, havia emprego de sobra, só que as empresas preferiam não empregar as vezes pq o salário mínimo era alto. Agora, no Brasil, onde há um caminhão de desempregados dispostos a trabalhar de qualquer forma, qualificados (oq tem de nego com diploma superior ai desempregado não está no gibi), esta teoria de que o salário mínimo causa desemprego não tem sentido algum!
10-09-2012, 10:44 AM
(09-09-2012, 08:19 PM)Navarre Escreveu: Acho engraçado a pregação dos países ricos serem contra o salário mínimo. Eles não precisam dele. São ricos. Navarre, leia novamente aquele artigo sobre a China. Não fique papagaiando a teoria do subconsumo do Keynes e do Marx. Leis de salário mínimo até pioram aa situação. Quando as relações de salários não são perturbadas pelo governo ou pela coerção dos sindicatos, os salários pagos pelos empregadores aos empregados fixam-se, exatamente, ao nível da produtividade marginal do trabalho. Os salários não podem exceder isso, porque se aumentarem acima do nível de mercado, o empregador não apresentaria lucro e seria, daí, obrigado a interromper a linha de produção que não compensasse. Num mercado de trabalho livre, livre de interferência do governo e da coerção por parte dos sindicatos, os padrões salariais para cada tipo de trabalho tenderiam a atingir um nível tal que seria possível a TODOS os trabalhadores encontrarem emprego. Mas na medida em que a Lei ou a violência dos sindicatos evitam que os salários sejam ajustados à taxa à qual todos aqueles que procuram por emprego finalmente o encontram, ocorre o DESEMPREGO. Em conseqüência disso, uma parte considerável da população potencialmente ativa só pode ser empregada por empresas que tenham condições de suportar prejuízos. E uma vez que os negócios não têm como se manter sob a sangria de prejuízos, eles fecham as portas e seus trabalhadores perdem o emprego. A fixação de padrões salariais superiores aos que se estabeleceriam num mercado de trabalho livre redunda inevitavelmente no Desemprego duradouro.
10-09-2012, 10:56 AM
(10-09-2012, 09:30 AM)Mestre Laveley Escreveu: [quote='Navarre' pid='22175' dateline='1347232766'] ![]() Ademais, os mexicanos viveriam melhor ou pior SEM as empresas que dão emprego e geram produzem bens e serviços pra eles? Certamente, ou eles estariam morrendo de fome mendigando na rua, ou estariam recebendo uma espécie de "bolsa família" do governo mexicano.
10-09-2012, 11:41 AM
Eu sou mais q o governo entre como árbitro da parada e q o salário deveria ser decidido entre patrão e empregado. O governo (e os sindicatos) entrariam na jogada apenas para ver se as regras estão sendo cumpridas.
Por exemplo, se o cara quer trabalhar ganhando apenas 100 reais, problema o dele. O q não pode é um governo impor uma escravidão como na China e praticamente forçar td mundo lá a ganhar uma merreca.
Acima de tudo, reze o terço.
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10-09-2012, 01:29 PM
(10-09-2012, 10:44 AM)Búfalo Escreveu: Navarre, leia novamente aquele artigo sobre a China. Não fique papagaiando a teoria do subconsumo do Keynes e do Marx. Isso é verdade (ou ao menos deveria ser sob a luz da teoria economica). Só que o problema do salário mínimo gerando desemprego só acontece se a faixa de salário mínimo estiver ACIMA do nível de produtividade marginal do tabalho, oq NÃO É O CASO DO BRASIL pq aqui o salário mínimo já é baixo! E dificilmente é o caso de qualquer economia que não esteja muito próxima ao pleno emprego. Citar:Mas o México tem uma lei de salário mínimo... Obvio que tem, mas é um salário muito menor que o dos americanos. E essas empresas não geram bens e serviços para eles, geram para os americanos. Afinal, é muito menos custoso produzir no México que nos EUA devido a mão-de-obra barata. Oq ocorre no Brasil hj é que existe um excedente de mão de obra qualificada e é isso que gera desemprego nessa faixa do mercado de trabalho e não o salário mínimo. Inclusive li uma noticia outro dia que engenheiros portugueses estavam sendo barrados pelo governo como medida de protecionismo, pra vcs verem como está a situação hj em dia. Em compensação, empregos mais técnicos que não exigem qualificação estão com pouca oferta e pagando bem, ouvi dizer que pedreiro está ganhando mais de 2 mil reais, mestre de obras 6 mil e tenho um parente que trabalha numa concessionária de energia elétrica que também ganha 6 mil e não tem nem ensino médio completo. Outra profissão que paga bem e que exige nenhuma escolaridade é padeiro... enfim os exemplos são vários. Vou contar 2 relatos que ocorreram a não muito tempo atrás comigo: O primeiro é que eu estava viajando de onibus e ao passar em uma cidade do interior do paraná entra um cara e senta ao meu lado. Começou a puxar conversa e disse que tinha ido pra lá pra ver uma vaga de emprego, o kra era soldador e disse que estava voltando pra casa (SP) pq achou o salário muito baixo. Não cheguei a perguntar o valor, mas soldados bom hj em dia é disputado a tapa e ganha mais que muita gente com doutorado debaixo do braço por ai. Outro relato é quando fui em uma seleção de trainee a um tempo atrás. Era uma vaga pruma multinacional européia do setor de commodities pruma cidade de médio porte do interior e pagava 4 mil dilmas. Fui meio sem esperanças mais pra ver qual era a real. Eram 3 dias de seleção e eu imaginei que iam pintar uns 10 candidatos no dia que fui me apresentar, totalizando 30 candidatos pra um vaga.... mera ilusão, cheguei lá eram QUARENTA! Quarenta em um dia apenas, logo fazendo a média, daria de 100 a 120 candidatos para aquela vaga, isso que esses foram selecionados previamente pela internet. Desses quarenta, eram todos "power rangers" como o próprio pessoal la definiu. Tudo com experiência no exterior, experiência de trabalho, falando 2 linguas ou mais, com mestrado ou doutorado. Considerando que qualquer cargo público federal paga pelo menos 5 mil dilmas eu fiquei até com uma pulga atrás da orelha e perguntei pro pessoal lá pq não tentavam concurso público. A maioria disse que queria a iniciativa privada pq dava uma oportunidade de crescimento maior (ou seja, queriam ficar ricos, detalhe que quase ninguém consegue e mesmo que consiga, vai ter que se matar trabalhando) e pq tinha a oportunidade de, quem sabe, ir trabalhar e morar fora do país por se tratar de uma multinacional (oq eu acho dificil, pro perfil da vaga que eles queriam). Aí você liga a TV e vê os empresários dizendo que não tem mão-de-obra qualificada no mercado... BALELA, oq eles querem não é mão-de-obra qualificada, eles querem mão-de-obra qualificada disposta a trabalhar por ninharia! Ai é obvio que eles acham "pouca" gente.
10-09-2012, 02:43 PM
Como ainda não tenho uma opinião formada sobre esse assunto, vou acompanhar aqui a discussão, que está muito boa!
Aliás, essa história me lembrou daquele episódio do seriado "Todo mundo odeia o Chris" em que ele exige receber o salário mínimo no trampo e é demitido! hahahahahah
10-09-2012, 02:51 PM
(10-09-2012, 02:43 PM)John Romano Escreveu: Como ainda não tenho uma opinião formada sobre esse assunto, vou acompanhar aqui a discussão, que está muito boa! Pois, é demitido e acha outro emprego que lhe paga o salário mínimo, mas como há os impostos na jogada, acaba recebendo menos que no trabalho anterior. Resultado: retorna ao primeiro emprego
11-09-2012, 10:26 AM
(10-09-2012, 11:41 AM)barão_kageyama Escreveu: Eu sou mais q o governo entre como árbitro da parada e q o salário deveria ser decidido entre patrão e empregado. O governo (e os sindicatos) entrariam na jogada apenas para ver se as regras estão sendo cumpridas. [2] Concordo totalmente. O salário deve ser acordado pela livre negociação entre empregador/empregado. E não imposto pelo governo e/ou pela máfia sindical.
11-09-2012, 10:42 AM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 11-09-2012, 10:48 AM por Búfalo.)
(10-09-2012, 01:29 PM)Mestre Laveley Escreveu:(10-09-2012, 10:44 AM)Búfalo Escreveu: Navarre, leia novamente aquele artigo sobre a China. Não fique papagaiando a teoria do subconsumo do Keynes e do Marx. Bom, mestre, de volta à pergunta: os mexicanos estariam em situação pior ou melhor SEM aquelas multinacionais? Como estariam SEM estas maquiladoras? Recebendo assistencialismo do governo, como um recebedor de Bolsa Família? Ou estariam mendingando nas ruas do México? Realmente empreendedores sempre irão querer vender seus bens e serviços ao maior preço possível e sempre tentarão reduzir seus custos ao menor valor possível. É daí que advém o lucro, essencial para a continuidade de suas atividades. Não há divergência quanto a este fato. Não irei me concentrar nesta questão aqui. Mas o que irá impedir que salários miseráveis sejam pagos foi completa e detalhadamente explicado por George Reisman nestes dois artigos: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1241 http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=773 Agora, afirmar que "existe um excedente de mão de obra qualificada" é negar tudo isso que você relatou. O Brasil, com a sua educação latrinária (consequência inevitável dos currículos universitários impostos pelo Ministério da Educação), está sofrendo um desconcertante apagão de talento e qualificação. Escolha qualquer área e qualquer setor da economia hoje: o que você verá são profissionais mais incapacitados do que aqueles de 10 anos atrás — consequência direta do sumidouro de talentos que é o setor público, que, ao oferecer salários nababescos (sustentados por impostos espoliados da iniciativa privada), rouba do setor privado pessoas capacitadas que nunca mais voltarão para ele. Vá às universidades de hoje, aos cursos de engenharia, e pergunte aos melhores alunos da turma o que eles querem ser: auditor da Receita, do INSS, fiscal da Fazenda Estadual e por aí. Dez anos de incentivos distorcidos criados pelo senhor Luiz Inéscio não poderiam passar incólumes. As consequências serão inevitáveis. Daqui pra frente, a situação tende a piorar ainda mais, assim como a qualidade dos serviços e a capacitação das pessoas.
11-09-2012, 12:27 PM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 11-09-2012, 12:29 PM por Búfalo.)
Só uma coisa que eu me esquecí de dizer: no Brasil, os salaŕio são baixos mas os encargos trabalhistas e sociais são os maiores do mundo. Dependendo do caso, os encargos sociais e trabalhistas podem chegar a quase 102% do salário ( http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/p...s_trab.htm ), o que faz com que um salário de R$ 622,00 gere um custo final total de R$ 1.256,44 para o empregador. São estes encargos que elevam o custo total da mão-de-obra, e são eles que, em última instância, jogam praticamente metade da mão-de-obra na informalidade.
11-09-2012, 09:51 PM
(11-09-2012, 10:42 AM)Búfalo Escreveu: Bom, mestre, de volta à pergunta: os mexicanos estariam em situação pior ou melhor SEM aquelas multinacionais? Como estariam SEM estas maquiladoras? Recebendo assistencialismo do governo, como um recebedor de Bolsa Família? Ou estariam mendingando nas ruas do México? Não respondi a tua pergunta pq ela não tem nada haver com questão que eu apontei. Não sei se estaria melhor ou pior com ou sem as maquiladoras. A questão que eu levantei não foi a de que as maquiladoras deveriam ou não existir no méxico. A questão é que elas existem e o povo lá é obrigado a trabalhar por um salário miserável pois não tem poder de barganha frente a essas firmas e o estado não intervém, primeiro por medo de afastar tais firmas que são um bolsão de empregos pra sua população (mesmo que sejam péssimos) e segundo pq se o fizesse só afastaria tais firmas que só são atraídas pela mão-de-obra barata de qualquer forma. Terceiro, e mais importante, que foi o próprio estado mexicano que atraiu tais firmas para lá, seguindo a pauta liberal que os americanos ditaram a eles, por meio da alca, fizeram tudo que os americanos pediram: abriram os mercados, e abdicaram da indústria nacional para atrair a indústria americana. Só que a indústria americana que foi pra lá só foi pensando no barateamento dos fatores de produção, não foram para lá pensando em gerar empregos de qualidade para o povo e desenvolver uma nação, no fim acabaram por quebrar a já incipiente indústria genuinamente mexicana. Agora, sob a luz da teoria econômica e liberal tu iria dizer que a culpa é do estado mexicano, que não capacitou a população para que quando as firmas americanas invadissem o país, encontrassem mão de obra qualificada e pagassem um salário muito superior. Aliás, devido a isso nem seriam firmas trabalho intensivas que iriam para lá, mas sim capital intensivas que produziriam produtos de maior valor agregado, o que por sua vez ajudaria os mexicanos a se desenvolver ainda mais... enfim foi essa a propraganda que os americanos venderam e os mexicanos compraram. Mas isso tudo não é o foco da discussão do tópico e, tampouco estou afim de discutir se a situação mexicana atual é culpa do liberalismo econômico ou não. Esse rodeio todo que fiz foi para te deixar claro que quando citei a situação do méxico era para exemplificar oq ocorreria ao Brasil (hoje talvez não, mas no passado com certeza) se não houvessem leis trabalhistas que protegessem o empregado e não barateassem tanto a mão-de-obra. Nesse quesito os chineses foram muito mais espertos que os mexicanos: quando abriram o seu mercado para as transnacionais, fizeram exigências a elas para que produzissem ali, com um único e singular objetivo; transferência de tecnologia. A cada transnacional que se instalava na china para se aproveitar da mão-de-obra barata tinha que demonstrar toda a sua forma de produção ao governo chinês. Não só isso, como o governo chines imediatamente instalava uma firma nacional ao lado da transnacional, com o único objetivo de copiar o produto que ali estava sendo produzido. Veja que a china assim conseguiu criar uma indústria nacional a partir da copia gerada pela transferência tecnológica gringa, atraves de exigência estatal. Hoje em dia a china tem a segunda maior indústria do mundo e produzem até automóveis, coisa que era inimaginavel a 20 anos atrás. Veja que oq separou o futuro chines do mexicano foi justamente a intervenção estatal que tu tanto condenas. Não na questão salarial, é verdade, mas mesmo assim, sem um estado forte e interventor a indústria genuinamente chinesa jamais teria se criado. Bueno, agora vamos ao assunto que realmente interessa: o caso Brasileiro. Quanto a questão do excedente de mão-de-obra qualificada. Bom, vc pode discordar de mim, mas o IBGE não. As últimas estatísticas de emprego demonstram que a taxa de desemprego tem subido entre a faixa de escolaridade a nível superior em relação a de nível médio e fundamental e técnico. Aliás, muita gente está abdicando de fazer faculdade pra fazer cursos técnicos profissionalizantes pq sai de lá já empregado. Isso não é opinião minha cara. É só vc ir atrás dos dados para verificar tal fato. Nem precisaria pq é só observar o dia-a-dia para constatar tais coisas, assim como eu constatei por meio dos relatos que aqui descrevi. Agora quanto a questão dos encargos trabalhistas. Bom, isso é verdade e não poderia discordar de ti. Não só os encargos como toda a carga tributária que pesa em cima da indústria em si. Isso sim gera desemprego! Perceba que o problema não é o salário mínimo em si. Poderia colocar aqui outro relato que presenciei certa vez, mas não vou para não me alongar demais (o post já está gigante), mas perceba que os empresários reclamam muito mais dos impostos do que do salário mínimo e do custo da mão-de-obra! É por isso que uma reforma tributária nessa nação é imprescindível e urgente para o desenvolvimento. Mas é claro que isso não acontece pq mexe com os interesses escusos das elites políticas nacionais, afinal, pra onde vai esse caminhão de impostos que é pago ao governo?
12-09-2012, 10:52 AM
Então os trabalhadores que trabalham nas maquiladoras no México são superexplorados, né? Compare as fotos abaixo:
![]() Costureiras numa maquiladora de Baja California ![]() Mineiros presos num buraco no Chile, durante trabalho Me responda, será que as condições de trabalho dos trabalhadores das maquiladoras são tão péssimas assim? Posso te afirmar que as costureiras da primeira foto trabalham em condições bem melhores do que os mineiros da segunda. Se você pesquisar, verá que a maioria das maquiladoras no México são multinacionais americanas e japonesas são fábricas de produtos médicos, produtos eletrônicos (multinacionais como a Sharp), montagem e costuras de roupas desportivas... ou seja, serviços leves. Esta reclamação de que as condições de trabalho nas maquiladoras são penosas me parece coisa de feminazi que considera o trabalho doméstico, um trabalho duro, enquanto consideram a vida do homem que tem que levantar peso, arriscar a sua vida numa guerra, muito boa... Não acha? Reparou na semelhança? E tem mais uma coisa: Citar:Desde 1964, la industria maquiladora en Baja California fue factor fundamental para disminuir en gran porcentaje el éxodo de migrantes, pues miles se quedaron aquí a trabajar percibiendo un buen salario.http://www.el-mexicano.com.mx/informacio...doras.aspx Pois é, pelo visto o salário que as maquiladoras pagam não são tão miseráveis como você pensa. Pelo menos é o suficiente para manter os mexicanos no México. E não, os mexicanos não são obrigados a trabalhar nelas. Eles até poderiam optar por trabalhar no mini-mercadinho da esquina, mas pelo visto as maquiladoras oferecem um salário bem melhor, e assim é mais vantajoso pros mexicanos... Pois é, SEM as maquiladoras a vida dos mexicanos estaria muito piores do que imaginamos... Até porque você mesmo diz: Citar:o estado não intervém, primeiro por medo de afastar tais firmas que são um bolsão de empregos pra sua população (mesmo que sejam péssimos)Como vimos, esses empregos não são tão péssimos. São melhores do que os mineiros da Vale, os operários que trabalham no pré-sal e os trabalhadores que trabalham nas obras do PAC.
12-09-2012, 11:07 AM
Sobre a questão da mão-de-obra qualificada: o problema é que o IBGE considera "qualificação" e "preparo" apenas ter um diploma. Para mim, "qualificação" e "preparo" dependem da inteligência (qualidade inata e desenvolvida em média até os 16 anos) e do esforço próprio. O IBGE considera como sendo mão-de-obra qualificada qualquer indivíduo com curso superior. Eu sou completamente infenso a diplomas. O que vale é o sujeito realmente ser bom naquilo que faz. E nesse quesito estamos em situação deplorável. E a coisa só desandou nos últimos 10 anos, exatamente pelos motivos que expliquei acima. Agora, se você realmente acredita que um país que tem: Aloízio Mercadante supervisionando o currículo das faculdades, Marta Suplício como ministra da cultura e Mantega fechando a economia, tem alguma chance de deslanchar e virar potência, aí eu realmente peço que você mande meu abraço para a Dorothy e para o homem-de-lata aí em Oz.
É o cumulo dizer que sobra mão-de-obra qualificada no Brasil, sobra mão-de-obra improdutiva, de pouca útilidade, tá cheio de cursos assim nas universidades, mão-de-obra realmente útil, por exemplo, engenharia(engenharia de verdade, não essas pseudo engenharia que tem por ai), tá sobrando vaga. E os melhores alunos das universidades sempre preferem trabalhar pro governo, trabalhar na Receita Federal é o sonho de qualquer engenheiro hoje em dia. |
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