11-06-2016, 10:00 AM
O número de divórcios no Brasil cresceu 200% entre 1984 e 2007. No ano passado houve uma mudança na lei que desburocratizou ainda mais o processo jurídico de separação e aumentou um pouco mais o percentual. De qualquer forma o tempo médio de duração de um casamento não sofreu alteração brusca nos últimos 20 anos: era de 10,5 anos na década de 90 e aumentou para 11,5 anos na primeira década do século 21.
Mas por que este cara está levantando números para falar de casamento? Virou blog de estatística? Não, fiquem calmos. Resolvi tocar neste assunto porque tenho visto ou escutado histórias de homens em crise em seus casamentos. Mas, mesmo infelizes, nem todos se separam. Então resolvi enumerar razões (escutei todos estes argumentos) que não prendem ou não deveriam prender um homem a um casamento:
1 – O erro mais frequente, que parece história contada por aquela sua tia-avó que tem uns pêlos estranhos no rosto, mas ainda acontece: fazer um filho no momento de crise. A mulher sente o casamento balançando e trata de engravidar: além de ser uma tremenda sacanagem, é burrice. E, não raramente, o cara concorda com essa decisão estúpida. Isso não vai garantir longevidade ao casamento. No máximo só vai adiar o divórcio e ainda pode fazer com o que o pai nem goste tanto assim da criança (ou, simplesmente, a odeie);
2 – “Ah, mas ela estava do meu lado quando eu não tinha nada.” Claro que nenhum homem deve ser ingrato. Mas não adianta ficar com uma pessoa só “por consideração”. Por mais que ela seja ótima pessoa (muitas delas são, é verdade), é outra bobagem fazer isso. Por quê? Porque se o que te segura é a consideração, você vai virar amigo dela. Ok, essa hipótese é aceita caso você esteja na faixa dos 60 anos. Mas antes disso, é jogar boa parte da sua vida fora (principalmente a sexual). Ou você vai sair pegando todo mundo e encher a cabeça dela de chifres? Isso é consideração?
3 – Preguiça: acredite, isso existe muito. A vida já está estabelecida, o apartamento comprado, filhos na escola, famílias que se conhecem e se dão bem…a relação esfriou, você nem tem vontade de ficar perto da mulher, ou até se apaixonou por outra. Mas separar significa procurar lugar pra morar, gastar dinheiro, chamar advogado, ver os filhos a cada 15 dias, não ter mais quem cuide de você quando você fica doente… Eu entendo tudo isso… mas a vida não é curta demais para ficar acomodado?
4 – “Não existe mulher como a minha”: Ok. A gente sabe que está cada vez mais difícil encontrar uma mulher digna de carinho e dedicação. Mas só por causa disso você vai suportar uma vidinha medíocre? Ou uma mulher mandona? Ou uma rotina massacrante? Tem certa graça procurar agulha no palheiro. Enquanto não encontra uma mulher “certa”, você pode se divertir com as erradas; e outra: quem disse que você precisa se casar de novo?
Agora você está pensando que este texto é uma ode à solteirice. Não iria tão longe. Mas o conceito (principalmente católico) de que casamento é para sempre precisa sair da cabeça das pessoas. Casamentos que duravam a vida toda estão cada vez mais escassos, porque os tempos são outros. As possibilidades para homens e mulheres são muitas: afetivas, sexuais e financeiras (mulheres não dependem mais dos homens para viver). Portanto, sabendo que a chance daquela relação acabar um dia é enorme, é sensato simplificar a burocracia: não assine papel, more junto. Não compre apartamento junto, se possível. Não tenha filhos e esteja com a mochila sempre à mão, pronto para partir.
Um abraço,
J.J.
Obs: comentários são aprovados em sua maioria, mesmo que críticos e até ofensivos a mim. Mas “simpatias” (que têm aparecido muito) e pregações religiosas de qualquer natureza não serão permitidas. Este é um espaço para debate de opiniões, livre. Não será usado para qualquer tentativa de doutrinação ou lavagem cerebral.
Fonte
http://machoalfa.ig.com.br/index.php/201...s#comments