20-09-2015, 12:14 AM
Bom dia/boa tarde/boa noite, confrades.
Tenho 19 anos e leio o fórum desde o começo do ano, como já disse em minha apresentação. Sempre aprendi muito lendo os relatos que foram postados aqui, então decidi que também devo postar o meu. Minhas experiências podem ser úteis para alguém... Eu me fodi bastante e, atualmente, apesar de sequer ter beijado uma mulher na minha vida, tenho a minha paz de espírito.
Sem mais delongas, aí vai o meu muito longo relato:
I) Um resumo e o começo de tudo
Nasci em 1996 e fui criado num bairro modesto da cidade de Guarulhos. Nessa época, meu pai trabalhava como descarregador no aeroporto (GRU) e a minha mãe trabalhava numa papelaria. Não ganhavam muito bem, mas sempre tive o necessário.
Tive a infância de uma criança normal. Jogava bola na rua com uns colegas, jogava videogame, assistia a desenhos etc. Mas tudo mudou quando meus pais se separaram.
Isso ocorreu quando eu tinha 6 anos. Quando eu tinha cerca de 7, minha mãe conheceu outro homem e se mudou para São Paulo comigo. Esse seria um ponto determinante para o futuro da minha vida. Agora, eu dispunha de uma qualidade financeira melhor, o que me traria alguns benefícios posteriores, porém a ausência da figura do meu pai na minha vida traria prejuízos no futuro. Eu queria mesmo é me casar e não me separar, como fizeram os meus pais. Sim, eu estranhamente já pensava nisso tudo quando eu tinha meus 7 anos. Em suma, cresci acreditando no amor romântico.
Sobre o meu padrasto, o homem que minha mãe conheceu, tenho uma grande consideração por ele, pois é uma pessoa legal, mas não posso deixar de dizer que eu não faria o mesmo que ele fez (assumir uma mãe solteira).
Sobre a minha mãe... ela é razoavelmente honrada, mas sempre tentou me empurrar para a matrix e sempre foi muito protetora. Não me deixou sair sozinho até eu ter cerca de 15/16 anos, por exemplo.
Sobre o meu pai: ainda falo com ele e o visito às vezes. Meu pai não era muito honrado com minha mãe, mas ele sempre teve orgulho de mim por minhas conquistas e sempre tive orgulho dele pelo pouco que pôde me ensinar.
Continuando a história, essa mudança toda fez eu ter meu primeiro contato com um computador em 2004. Comecei brincando inocentemente no paint, e logo mais eu já estava jogando online por aí. Virou um vício, e seria o vício que sustentaria quase toda a minha adolescência, infelizmente.
Até os meus 11 anos, minha infância prosseguiu sem acontecimentos marcantes. Eu era notavelmente deslocado, pouco atraente e levemente antissocial, mas acredito que o lado obscuro das crianças da minha idade ainda não era aflorado, então essas características não me trouxeram tantos problemas.
De 2007 a 2009, durante o final do Ensino Fundamental, comecei a perceber que eu ficava cada vez mais deslocado.
Mudei para uma nova escola, particular, na sexta série/sétimo ano. No primeiro dia de aula, quando cheguei na sala, atrasado, uma menina disse que eu era nojento, sem qualquer explicação. Eu não sabia onde enfiar a cara, mas fiquei calado e na minha.
Eu tinha só um ou dois colegas. Um típico aluno com boas notas que causava repulsa em 90% dos alunos da minha turma é o que me descreveria. Isso fazia eu ficar desinteressado nas aulas. Eu tirava minhas notas altas com facilidade, muitas vezes sem estudar, e só me preocupava com voltar para casa e mexer no computador.
Passei por algumas situações vergonhosas nesses anos de Ensino Fundamental, entre elas, vomitar na frente da sala inteira, chorar na frente da sala inteira devido a um moleque que me deu um tapa na cabeça, ser taxado de ladrão por chegar na aula com um tênis caro e por não ser branco etc.
O último ano do Ensino Fundamental chegou e eu decidi que iria fazer as provas do CEFET-SP, do Liceu de Artes e Ofícios e das ETECs no final do ano. Isso me livraria do ambiente de uma escola particular, do qual eu não gostava, sem que eu precisasse ir para uma escola pública qualquer sem estrutura. Então, ingressei num cursinho preparatório e comecei a estudar.
Dois fatos interessantes ocorreram esse ano.
Na escola, virei amigo de duas garotas. Uma deixava eu tocar no sutiã dela e achava isso engraçado, vindo de uma criança inocente. A outra ficava me perguntando se eu achava ela bonita. E eu continuamente respondia "sim". E, assim, o ego dela foi inflado com sucesso...
No cursinho, várias garotas inexplicavelmente me perseguiam. Uma me disse que queria um namorado inteligente depois que tirei nota baixa em um simulado. Outra me chamava de amor toda hora. E outra que eu nem sabia quem era mandou a amiga vir falar comigo por msn, perguntando se eu queria ficar com ela. Nesse último caso, eu covardemente recusei o pedido meio que enrolando e meio que ignorando. Perdi a melhor chance da minha vida de ter uma experiência com alguém do sexo oposto pela primeira vez devido a minha extrema timidez.
:
(Pensando como um realista, a única explicação plausível que achei para essas perseguições foi o fato de que eu era um pouco famoso no cursinho. Seria uma espécie de status que camuflava a minha pouco atraente beleza física.)
Bom, passado o Ensino Fundamental, fui aprovado no Liceu de Artes e Ofícios, mas decidi estudar numa ETEC por ser um pouco mais perto da minha casa. O ambiente lá era melhor que o da escola particular antiga. Consegui ter um grupo de amigos com interesses mais semelhantes aos meus. Mas claro que gente podre tem em todo lugar.
No primeiro ano, uma menina aparentemente me queria, o que novamente não fazia sentido algum para mim. Ela queria que eu a adicionasse no MSN. Apesar de eu achá-la muito bonita e excitante, o que eu fiz foi simplesmente ignorar, como se não tivesse visto nada.
Eu era suficiente tímido para não conseguir encarar garotas de frente. Mesmo quando elas me queriam.
Meu pensamento generalista em relação às mulheres nessa época era o seguinte: "Ninguém aqui vai me querer, então foda-se. Vou cagar e andar para as mulheres e seguir minha vida."
Era um pensamento razoavelmente realista, contudo muito polarizado. E ele continha uma falha: bastava aparecer uma mulher-exceção que eu já ficava desarmado. E foi o que aconteceu em 2012, no último ano do Ensino Médio.
Confrades, a partir daqui, meu relato começa a ficar mais interessante, pois essa é a parte em que eu me fodo.
II) A primeira vez que eu me fodi
Cenário:
Meu desempenho escolar era um pouco pior que o do Ensino Fundamental. Eu tirava apenas o suficiente para ser aprovado e não me esforçava para ser melhor do que isso. Eu tinha um certo potencial, mas não o aproveitava.
Outra coisa: eu dormia pouco. Ficava muito no computador durante a madrugada e compensava dormindo nas aulas. E também briguei com dois dos meus três principais amigos. Já não tinha a aprovação de quase ninguém, e agora nem eles gostavam de mim (depois eu voltaria a falar com eles).
Pra completar o show, eu não tomava café da manhã, e, além do almoço e da janta, a única coisa que eu consumia eram salgadinhos e coca-cola. Isso resultou num belíssimo corpo de 45 kg muito bem distribuídos em mais de 1,70m de altura. Imaginem a delícia![delícia delícia](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/delicia.png)
Além disso, eu estava viciado em música e vivia curtindo aquelas páginas retardadas nível Rock Wins. Eu pagava de rockeiro e usava uns bottoms ridículos na mochila, e isso aparentemente chamou a atenção de uma garota da minha turma que eu nem sabia que existia direito até então. Ela veio falar comigo no MSN no mesmo dia em que viu.
Nessa época, eu valorizava muito garotas com o mesmo gosto musical que o meu, então comecei a dar muita atenção para essa garota, que era feia. Ela me contou que foi até confundida com um homem certa vez. Mas eu era romântico e isso não importava
:
Eu ficava conversando com essa garota até tarde da madrugada todo feliz. Isso me empurrou mais ainda para as noites de sono mal dormidas. Quando fui ver, eu já estava tolamente apaixonado.
Em meados de outubro, minha mãe e meu padrasto resolveram cortar a minha internet depois da meia-noite, vendo eles a situação em que eu me encontrava. Isso me deixou depressivo só porque eu não podia mais conversar com a garota
:
:
O passatempo preferido dessa garota era ficar me contando como eram "legais" os homens que ela admirava. Artistas, cantores, atores, enfim. Ela molhava a calcinha por todos e eu ficava só ouvindo, esperando que ela fosse me compensar com sexo selvagem ou algo do tipo.
Ela nem me tratava tão bem. Provavelmente percebeu que eu estava aos pés dela e começou a me tratar de qualquer jeito. E quando eu deixava ela de lado, ela vinha atrás de mim e eu ficava todo feliz. Não tinha jeito: eu estava realmente aos pés dela.
Passou um tempo e combinamos de ir ao Lollapalooza 2013, no ano seguinte, e eu fui convidado para dormir na casa dela um dia antes de comprarmos o ingresso com uma prima dela. Cheguei lá todo tímido e, no final das contas, ficamos fazendo uma coisa muito divertida até 4 da manhã: jogamos videogame.![yaoming yaoming](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/yaoming.png)
Fiquei de pau duro várias vezes aquela noite com a bunda dela, mas eu era, de novo, tímido demais para fazer qualquer coisa.
Tempos depois, fui convidado de novo para ir dormir lá. Dormimos no mesmo quarto, e eu novamente não faria nada, a princípio. No entanto, acordei no meio da noite, não soube me controlar e comecei a apalpar a bunda dela. Fiquei tocando a vagina dela também. Fiquei me sentindo como alguém que havia acabado de perder a virgindade![yaoming yaoming](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/yaoming.png)
![yaoming yaoming](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/yaoming.png)
Numa terceira vez dormindo no quarto dessa garota, cheguei a estar deitado do lado dela, na cama dela, no meio da madrugada, e ela me lançou a seguinte pergunta: "O que vamos fazer agora?". Eu queria responder "sexo", mas respondi "sei lá".
Esse era eu sendo tímido.
Comecei a pensar, depois daquele dia: "Puta que pariu, eu não vou chegar a lugar nenhum com essa timidez escrota."
Saí mais vezes com essa garota. Nessas saídas, ela ficava pegando no meu braço e andávamos como se fossemos namorados. Isso me deixava animado e novamente aos pés dela.
Decidi que deveria me declarar.
Eis que o inesperado ocorre: eu tinha um amigo virtual e contei tudo sobre essa garota para ele. Eu parecia uma garota desesperada querendo que ele resolvesse meu problema. Eis que, sem meu consentimento, ele resolve contar para ela tudo o que eu sentia.
:
Depois daquele dia, tudo ficou obscuro. Cheguei a dizer para essa garota que eu queria viver com ela e caralhos a quatro no dia em que aquilo aconteceu. Ela inventava umas desculpas de que daria um jeito disso acontecer, mas nada parecia real.
Fiquei afundado nessa época, então comecei a procurar coisas sobre as mulheres no google. Eu queria conquistar as mulheres, em vez de fracassar como havia acontecido com essa garota em questão. Foi aí que achei os famigerados fóruns PUAs.
Não aprendi quase nada de útil com eles, mas houve um benefício extraído do fórum PUA que sem querer visitei: Nessahan Alita.
III) Um dos anos mais estressantes da minha vida
Estamos em 2013.
Li Nessahan Alita, aprendi que as mulheres não eram tudo aquilo que eu imaginava. Larguei da garota que conheci em 2012, pois considerei que ela não era uma exceção de fato. Isso era bom, mas também significava que eu ainda seria receptivo a outras exceções que aparecessem. E isso me traria mais um problema no futuro.
Mas não foi por causa das mulheres ou dos relacionamentos amorosos que 2013 foi o pior ano da minha vida.
O que aconteceu foi o seguinte: eu queria me reerguer e, para isso, começaria reerguendo os meu desempenho nos estudos.
Fechei o meu Ensino Médio com notas ruins, apenas suficientes para passar de ano. Além disso, prestei o vestibular da Fuvest em 2012 sem pretensões de ser aprovado e acertei míseras 25 questões na primeira fase. Isso me deixou abalado, pois passei de uma pessoa que tirava notas boas com facilidade a uma espécie de vagabundo que não estava nem aí para nada.
Resolvi ingressar num cursinho preparatório, assim como havia feito antes do Ensino Médio. Escolhi o Etapa. Dessa vez, meu objetivo era a USP. Mas eu não sabia ainda que curso eu queria...
De qualquer forma, fui fazer a prova de bolsa desse cursinho e até consegui algo razoável, mas mesmo assim a mensalidade ainda era muito cara. Só foi possível arcar com os custos disso porque meu padrasto tinha o dinheiro para isso. Esse foi um dos benefícios mencionados no início do relato que obtive.
Iniciadas as aulas, percebi que eu me encontrava num ambiente extremamente hostil e competitivo. Eu estava cercado de um bando de pessoas que viviam em panelas e que gostavam de esbanjar suas notas em simulados por aí.
Encontrei umas pessoas que estudaram comigo nesse cursinho, mas ninguém era da minha turma, então foda-se. E não fiz amizade com ninguém. Lembro que tinha uma garota tímida lá que eu achava muito interessante na minha turma, mas nem pra isso dei bola. Eu queria me focar nessa porra.
(continua)
Tenho 19 anos e leio o fórum desde o começo do ano, como já disse em minha apresentação. Sempre aprendi muito lendo os relatos que foram postados aqui, então decidi que também devo postar o meu. Minhas experiências podem ser úteis para alguém... Eu me fodi bastante e, atualmente, apesar de sequer ter beijado uma mulher na minha vida, tenho a minha paz de espírito.
Sem mais delongas, aí vai o meu muito longo relato:
I) Um resumo e o começo de tudo
Nasci em 1996 e fui criado num bairro modesto da cidade de Guarulhos. Nessa época, meu pai trabalhava como descarregador no aeroporto (GRU) e a minha mãe trabalhava numa papelaria. Não ganhavam muito bem, mas sempre tive o necessário.
Tive a infância de uma criança normal. Jogava bola na rua com uns colegas, jogava videogame, assistia a desenhos etc. Mas tudo mudou quando meus pais se separaram.
Isso ocorreu quando eu tinha 6 anos. Quando eu tinha cerca de 7, minha mãe conheceu outro homem e se mudou para São Paulo comigo. Esse seria um ponto determinante para o futuro da minha vida. Agora, eu dispunha de uma qualidade financeira melhor, o que me traria alguns benefícios posteriores, porém a ausência da figura do meu pai na minha vida traria prejuízos no futuro. Eu queria mesmo é me casar e não me separar, como fizeram os meus pais. Sim, eu estranhamente já pensava nisso tudo quando eu tinha meus 7 anos. Em suma, cresci acreditando no amor romântico.
Sobre o meu padrasto, o homem que minha mãe conheceu, tenho uma grande consideração por ele, pois é uma pessoa legal, mas não posso deixar de dizer que eu não faria o mesmo que ele fez (assumir uma mãe solteira).
Sobre a minha mãe... ela é razoavelmente honrada, mas sempre tentou me empurrar para a matrix e sempre foi muito protetora. Não me deixou sair sozinho até eu ter cerca de 15/16 anos, por exemplo.
Sobre o meu pai: ainda falo com ele e o visito às vezes. Meu pai não era muito honrado com minha mãe, mas ele sempre teve orgulho de mim por minhas conquistas e sempre tive orgulho dele pelo pouco que pôde me ensinar.
Continuando a história, essa mudança toda fez eu ter meu primeiro contato com um computador em 2004. Comecei brincando inocentemente no paint, e logo mais eu já estava jogando online por aí. Virou um vício, e seria o vício que sustentaria quase toda a minha adolescência, infelizmente.
Até os meus 11 anos, minha infância prosseguiu sem acontecimentos marcantes. Eu era notavelmente deslocado, pouco atraente e levemente antissocial, mas acredito que o lado obscuro das crianças da minha idade ainda não era aflorado, então essas características não me trouxeram tantos problemas.
De 2007 a 2009, durante o final do Ensino Fundamental, comecei a perceber que eu ficava cada vez mais deslocado.
Mudei para uma nova escola, particular, na sexta série/sétimo ano. No primeiro dia de aula, quando cheguei na sala, atrasado, uma menina disse que eu era nojento, sem qualquer explicação. Eu não sabia onde enfiar a cara, mas fiquei calado e na minha.
Eu tinha só um ou dois colegas. Um típico aluno com boas notas que causava repulsa em 90% dos alunos da minha turma é o que me descreveria. Isso fazia eu ficar desinteressado nas aulas. Eu tirava minhas notas altas com facilidade, muitas vezes sem estudar, e só me preocupava com voltar para casa e mexer no computador.
Passei por algumas situações vergonhosas nesses anos de Ensino Fundamental, entre elas, vomitar na frente da sala inteira, chorar na frente da sala inteira devido a um moleque que me deu um tapa na cabeça, ser taxado de ladrão por chegar na aula com um tênis caro e por não ser branco etc.
O último ano do Ensino Fundamental chegou e eu decidi que iria fazer as provas do CEFET-SP, do Liceu de Artes e Ofícios e das ETECs no final do ano. Isso me livraria do ambiente de uma escola particular, do qual eu não gostava, sem que eu precisasse ir para uma escola pública qualquer sem estrutura. Então, ingressei num cursinho preparatório e comecei a estudar.
Dois fatos interessantes ocorreram esse ano.
Na escola, virei amigo de duas garotas. Uma deixava eu tocar no sutiã dela e achava isso engraçado, vindo de uma criança inocente. A outra ficava me perguntando se eu achava ela bonita. E eu continuamente respondia "sim". E, assim, o ego dela foi inflado com sucesso...
No cursinho, várias garotas inexplicavelmente me perseguiam. Uma me disse que queria um namorado inteligente depois que tirei nota baixa em um simulado. Outra me chamava de amor toda hora. E outra que eu nem sabia quem era mandou a amiga vir falar comigo por msn, perguntando se eu queria ficar com ela. Nesse último caso, eu covardemente recusei o pedido meio que enrolando e meio que ignorando. Perdi a melhor chance da minha vida de ter uma experiência com alguém do sexo oposto pela primeira vez devido a minha extrema timidez.
![facepalm facepalm](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/facepalm.png)
(Pensando como um realista, a única explicação plausível que achei para essas perseguições foi o fato de que eu era um pouco famoso no cursinho. Seria uma espécie de status que camuflava a minha pouco atraente beleza física.)
Bom, passado o Ensino Fundamental, fui aprovado no Liceu de Artes e Ofícios, mas decidi estudar numa ETEC por ser um pouco mais perto da minha casa. O ambiente lá era melhor que o da escola particular antiga. Consegui ter um grupo de amigos com interesses mais semelhantes aos meus. Mas claro que gente podre tem em todo lugar.
No primeiro ano, uma menina aparentemente me queria, o que novamente não fazia sentido algum para mim. Ela queria que eu a adicionasse no MSN. Apesar de eu achá-la muito bonita e excitante, o que eu fiz foi simplesmente ignorar, como se não tivesse visto nada.
Eu era suficiente tímido para não conseguir encarar garotas de frente. Mesmo quando elas me queriam.
Meu pensamento generalista em relação às mulheres nessa época era o seguinte: "Ninguém aqui vai me querer, então foda-se. Vou cagar e andar para as mulheres e seguir minha vida."
Era um pensamento razoavelmente realista, contudo muito polarizado. E ele continha uma falha: bastava aparecer uma mulher-exceção que eu já ficava desarmado. E foi o que aconteceu em 2012, no último ano do Ensino Médio.
Confrades, a partir daqui, meu relato começa a ficar mais interessante, pois essa é a parte em que eu me fodo.
II) A primeira vez que eu me fodi
Cenário:
Meu desempenho escolar era um pouco pior que o do Ensino Fundamental. Eu tirava apenas o suficiente para ser aprovado e não me esforçava para ser melhor do que isso. Eu tinha um certo potencial, mas não o aproveitava.
Outra coisa: eu dormia pouco. Ficava muito no computador durante a madrugada e compensava dormindo nas aulas. E também briguei com dois dos meus três principais amigos. Já não tinha a aprovação de quase ninguém, e agora nem eles gostavam de mim (depois eu voltaria a falar com eles).
Pra completar o show, eu não tomava café da manhã, e, além do almoço e da janta, a única coisa que eu consumia eram salgadinhos e coca-cola. Isso resultou num belíssimo corpo de 45 kg muito bem distribuídos em mais de 1,70m de altura. Imaginem a delícia
![delícia delícia](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/delicia.png)
Além disso, eu estava viciado em música e vivia curtindo aquelas páginas retardadas nível Rock Wins. Eu pagava de rockeiro e usava uns bottoms ridículos na mochila, e isso aparentemente chamou a atenção de uma garota da minha turma que eu nem sabia que existia direito até então. Ela veio falar comigo no MSN no mesmo dia em que viu.
Nessa época, eu valorizava muito garotas com o mesmo gosto musical que o meu, então comecei a dar muita atenção para essa garota, que era feia. Ela me contou que foi até confundida com um homem certa vez. Mas eu era romântico e isso não importava
![facepalm facepalm](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/facepalm.png)
Eu ficava conversando com essa garota até tarde da madrugada todo feliz. Isso me empurrou mais ainda para as noites de sono mal dormidas. Quando fui ver, eu já estava tolamente apaixonado.
Em meados de outubro, minha mãe e meu padrasto resolveram cortar a minha internet depois da meia-noite, vendo eles a situação em que eu me encontrava. Isso me deixou depressivo só porque eu não podia mais conversar com a garota
![facepalm facepalm](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/facepalm.png)
![facepalm facepalm](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/facepalm.png)
O passatempo preferido dessa garota era ficar me contando como eram "legais" os homens que ela admirava. Artistas, cantores, atores, enfim. Ela molhava a calcinha por todos e eu ficava só ouvindo, esperando que ela fosse me compensar com sexo selvagem ou algo do tipo.
Ela nem me tratava tão bem. Provavelmente percebeu que eu estava aos pés dela e começou a me tratar de qualquer jeito. E quando eu deixava ela de lado, ela vinha atrás de mim e eu ficava todo feliz. Não tinha jeito: eu estava realmente aos pés dela.
Passou um tempo e combinamos de ir ao Lollapalooza 2013, no ano seguinte, e eu fui convidado para dormir na casa dela um dia antes de comprarmos o ingresso com uma prima dela. Cheguei lá todo tímido e, no final das contas, ficamos fazendo uma coisa muito divertida até 4 da manhã: jogamos videogame.
![yaoming yaoming](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/yaoming.png)
Fiquei de pau duro várias vezes aquela noite com a bunda dela, mas eu era, de novo, tímido demais para fazer qualquer coisa.
Tempos depois, fui convidado de novo para ir dormir lá. Dormimos no mesmo quarto, e eu novamente não faria nada, a princípio. No entanto, acordei no meio da noite, não soube me controlar e comecei a apalpar a bunda dela. Fiquei tocando a vagina dela também. Fiquei me sentindo como alguém que havia acabado de perder a virgindade
![yaoming yaoming](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/yaoming.png)
![yaoming yaoming](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/yaoming.png)
Numa terceira vez dormindo no quarto dessa garota, cheguei a estar deitado do lado dela, na cama dela, no meio da madrugada, e ela me lançou a seguinte pergunta: "O que vamos fazer agora?". Eu queria responder "sexo", mas respondi "sei lá".
Esse era eu sendo tímido.
Comecei a pensar, depois daquele dia: "Puta que pariu, eu não vou chegar a lugar nenhum com essa timidez escrota."
Saí mais vezes com essa garota. Nessas saídas, ela ficava pegando no meu braço e andávamos como se fossemos namorados. Isso me deixava animado e novamente aos pés dela.
Decidi que deveria me declarar.
Eis que o inesperado ocorre: eu tinha um amigo virtual e contei tudo sobre essa garota para ele. Eu parecia uma garota desesperada querendo que ele resolvesse meu problema. Eis que, sem meu consentimento, ele resolve contar para ela tudo o que eu sentia.
![facepalm facepalm](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/facepalm.png)
Depois daquele dia, tudo ficou obscuro. Cheguei a dizer para essa garota que eu queria viver com ela e caralhos a quatro no dia em que aquilo aconteceu. Ela inventava umas desculpas de que daria um jeito disso acontecer, mas nada parecia real.
Fiquei afundado nessa época, então comecei a procurar coisas sobre as mulheres no google. Eu queria conquistar as mulheres, em vez de fracassar como havia acontecido com essa garota em questão. Foi aí que achei os famigerados fóruns PUAs.
Não aprendi quase nada de útil com eles, mas houve um benefício extraído do fórum PUA que sem querer visitei: Nessahan Alita.
III) Um dos anos mais estressantes da minha vida
Estamos em 2013.
Li Nessahan Alita, aprendi que as mulheres não eram tudo aquilo que eu imaginava. Larguei da garota que conheci em 2012, pois considerei que ela não era uma exceção de fato. Isso era bom, mas também significava que eu ainda seria receptivo a outras exceções que aparecessem. E isso me traria mais um problema no futuro.
Mas não foi por causa das mulheres ou dos relacionamentos amorosos que 2013 foi o pior ano da minha vida.
O que aconteceu foi o seguinte: eu queria me reerguer e, para isso, começaria reerguendo os meu desempenho nos estudos.
Fechei o meu Ensino Médio com notas ruins, apenas suficientes para passar de ano. Além disso, prestei o vestibular da Fuvest em 2012 sem pretensões de ser aprovado e acertei míseras 25 questões na primeira fase. Isso me deixou abalado, pois passei de uma pessoa que tirava notas boas com facilidade a uma espécie de vagabundo que não estava nem aí para nada.
Resolvi ingressar num cursinho preparatório, assim como havia feito antes do Ensino Médio. Escolhi o Etapa. Dessa vez, meu objetivo era a USP. Mas eu não sabia ainda que curso eu queria...
De qualquer forma, fui fazer a prova de bolsa desse cursinho e até consegui algo razoável, mas mesmo assim a mensalidade ainda era muito cara. Só foi possível arcar com os custos disso porque meu padrasto tinha o dinheiro para isso. Esse foi um dos benefícios mencionados no início do relato que obtive.
Iniciadas as aulas, percebi que eu me encontrava num ambiente extremamente hostil e competitivo. Eu estava cercado de um bando de pessoas que viviam em panelas e que gostavam de esbanjar suas notas em simulados por aí.
Encontrei umas pessoas que estudaram comigo nesse cursinho, mas ninguém era da minha turma, então foda-se. E não fiz amizade com ninguém. Lembro que tinha uma garota tímida lá que eu achava muito interessante na minha turma, mas nem pra isso dei bola. Eu queria me focar nessa porra.
(continua)