31-05-2015, 12:47 AM
Basta acompanhar o desenvolvimento histórico da ciência para perceber a importância que tiveram as religiões.
Um exemplo com o Cristianismo é ligação entre a antinomia fundadora da mecânica quântica e o dogma cristológico: a luz se apresenta umas vezes como onda e outras como corpúsculo, impedindo que certos experimentos sejam explicados a menos que se admita que ela é ora uma coisa, ora outra (o que é obviamente contraditório)… O dogma cristológico, como qualquer católico deve saber, afirma que há Cristo tanto uma natureza humana quanto uma natureza divina, de forma que ambas as naturezas são unidas sem serem misturadas e ao mesmo tempo diferentes sem serem separadas. Enfim, há total semelhança entre o dogma cristológico e a dualidade onda-corpúsculo. No dogma cristológico, essa antinomia é superada entrando no plano da realidade de divina. o dispositivo mental é o mesmo no caso da dualidade onda-corpúsculo, sendo a antinomia superada pela transfiguração num nível de realidade chamado Espaço Hilbert
Enfim… mecanismos intelectuais como estes foram impostos como necessários à mente humana devido aos motivos religiosos. A FÉ os tornou plausíveis.
O engraçado é que os homens racionais da época tentaram considerar racionalmente essas coisas e acabaram considerando-nas irracionais… Aliás, sabe-se que TODAS as heresias cristãs nada mais são que tentativas de racionalização de dogmas canônicos. Do ponto de vista religioso, os Santos Padres optaram por fórmulas dogmaticas que VIOLAM o pensamento normal, mas fizeram isso devido a este ser o conteúdo da REVELAÇÃO CRISTÃ. Historicamente, estas fórmulas dogmaticas acabaram sendo incorporadas no funcionamento da mente cristã, devido a seu conteúdo religioso presente em todo mundo cristão, passando a servir depois como os prinicpais mecanismos de funcionamento da mente européia no desenvolvimento das matemáticas avançadas e físicas teoréticas.
Fora do Cristianismo, temos o desenvolvimento da matemática na Índia, com conceitos importantíssimos como o zero e o negativo… Enquanto os gregos chegaram a tentar uma aplicação da matemática sobre a natureza, a Índia nem mesmo chegou a tentar esse tipo de aplicação… Motivo? Idéias como Maya, que diziam que a natureza do universo era apenas uma ILUSÃO… Sendo a natureza uma ilusão, não havia para eles uma razão para tentar aplicar a matemática na natureza… Devido a esta circunstância, a matemática foi desenvolvida como domínio autônomo, ou seja, não sendo tão condicionada pelo contato com a empiria.
Sei que ateus militantes tem essa mania de achar que são completamente racionais e realistas e que apenas se deve acreditar naquilo que pode ser provado com fatos concretos e todo esse bla bla bla…
Well,
O próprio raciocínio matemático é permitido apenas devido a uma abstração lógica, saindo da lógica pura. Na lógica pura (identidade), 7 = 7, mas não pode ser 7 = 3 + 7… 7 = 3 + 7 apenas dentro da lógica matemática (igualdade), ou seja, de uma lógica quantitativa … para a próprio explicitação do principio da identidade pura o homem precisa fazer uma espécie de contorcionismo mental.. é óbvio que ele sabe a coisa implicitamente, mas foi preciso um certo esforço para expô-lo explicitamente, por meio de duas operações (onde cada uma, tomada em si e para si, é irracional). Exemplo: A = A… a formulação parece nao alcançar o objeto de modo direto, mas por meio de voltas… Ambas tem sentido diametralmente oposto, sendo a primeira operação “irracional” anulada por uma segunda operação tb “irracional”: 1. A é pensado 2 vezes, apesar de ser um só (ato “irracional” pensar algo que é uma só vez como se fossem duas) 2. Ambos os A’s são obrigados a se fundirem até uma completa coincidencia (outro ato “irracional”)… Enfim.. por meio dessa volta paradoxal de duas operações irracionais e de sentido diametralmente oposto se pode chegar a formulação de algo tao simples como o principio da identidade.
E quanto à licenciosidade do método experimental da ciência de tipo galileo-newtoniano? Para possibilitar a redução da cumplicidade universal, permitindo dessa forma atingir da maneira mais eficaz possível o fenômeno, se recorre a certos atos licenciosos: sustenta-se que se pode fazer abstração de certas condições ao fenômeno experimental por elas serem “constantes” ou porque sua influência sobre o fenômeno em questão seria ínfima…
Enfim, se o pensamento humano simplesmente quisesse se ater a uma espécie de “puro realismo”, querendo apenas fatos concretos e 100% racionais de acordo com o mundo real, estaríamos FUDIDOS!
Um exemplo com o Cristianismo é ligação entre a antinomia fundadora da mecânica quântica e o dogma cristológico: a luz se apresenta umas vezes como onda e outras como corpúsculo, impedindo que certos experimentos sejam explicados a menos que se admita que ela é ora uma coisa, ora outra (o que é obviamente contraditório)… O dogma cristológico, como qualquer católico deve saber, afirma que há Cristo tanto uma natureza humana quanto uma natureza divina, de forma que ambas as naturezas são unidas sem serem misturadas e ao mesmo tempo diferentes sem serem separadas. Enfim, há total semelhança entre o dogma cristológico e a dualidade onda-corpúsculo. No dogma cristológico, essa antinomia é superada entrando no plano da realidade de divina. o dispositivo mental é o mesmo no caso da dualidade onda-corpúsculo, sendo a antinomia superada pela transfiguração num nível de realidade chamado Espaço Hilbert
Enfim… mecanismos intelectuais como estes foram impostos como necessários à mente humana devido aos motivos religiosos. A FÉ os tornou plausíveis.
O engraçado é que os homens racionais da época tentaram considerar racionalmente essas coisas e acabaram considerando-nas irracionais… Aliás, sabe-se que TODAS as heresias cristãs nada mais são que tentativas de racionalização de dogmas canônicos. Do ponto de vista religioso, os Santos Padres optaram por fórmulas dogmaticas que VIOLAM o pensamento normal, mas fizeram isso devido a este ser o conteúdo da REVELAÇÃO CRISTÃ. Historicamente, estas fórmulas dogmaticas acabaram sendo incorporadas no funcionamento da mente cristã, devido a seu conteúdo religioso presente em todo mundo cristão, passando a servir depois como os prinicpais mecanismos de funcionamento da mente européia no desenvolvimento das matemáticas avançadas e físicas teoréticas.
Fora do Cristianismo, temos o desenvolvimento da matemática na Índia, com conceitos importantíssimos como o zero e o negativo… Enquanto os gregos chegaram a tentar uma aplicação da matemática sobre a natureza, a Índia nem mesmo chegou a tentar esse tipo de aplicação… Motivo? Idéias como Maya, que diziam que a natureza do universo era apenas uma ILUSÃO… Sendo a natureza uma ilusão, não havia para eles uma razão para tentar aplicar a matemática na natureza… Devido a esta circunstância, a matemática foi desenvolvida como domínio autônomo, ou seja, não sendo tão condicionada pelo contato com a empiria.
Sei que ateus militantes tem essa mania de achar que são completamente racionais e realistas e que apenas se deve acreditar naquilo que pode ser provado com fatos concretos e todo esse bla bla bla…
Well,
O próprio raciocínio matemático é permitido apenas devido a uma abstração lógica, saindo da lógica pura. Na lógica pura (identidade), 7 = 7, mas não pode ser 7 = 3 + 7… 7 = 3 + 7 apenas dentro da lógica matemática (igualdade), ou seja, de uma lógica quantitativa … para a próprio explicitação do principio da identidade pura o homem precisa fazer uma espécie de contorcionismo mental.. é óbvio que ele sabe a coisa implicitamente, mas foi preciso um certo esforço para expô-lo explicitamente, por meio de duas operações (onde cada uma, tomada em si e para si, é irracional). Exemplo: A = A… a formulação parece nao alcançar o objeto de modo direto, mas por meio de voltas… Ambas tem sentido diametralmente oposto, sendo a primeira operação “irracional” anulada por uma segunda operação tb “irracional”: 1. A é pensado 2 vezes, apesar de ser um só (ato “irracional” pensar algo que é uma só vez como se fossem duas) 2. Ambos os A’s são obrigados a se fundirem até uma completa coincidencia (outro ato “irracional”)… Enfim.. por meio dessa volta paradoxal de duas operações irracionais e de sentido diametralmente oposto se pode chegar a formulação de algo tao simples como o principio da identidade.
E quanto à licenciosidade do método experimental da ciência de tipo galileo-newtoniano? Para possibilitar a redução da cumplicidade universal, permitindo dessa forma atingir da maneira mais eficaz possível o fenômeno, se recorre a certos atos licenciosos: sustenta-se que se pode fazer abstração de certas condições ao fenômeno experimental por elas serem “constantes” ou porque sua influência sobre o fenômeno em questão seria ínfima…
Enfim, se o pensamento humano simplesmente quisesse se ater a uma espécie de “puro realismo”, querendo apenas fatos concretos e 100% racionais de acordo com o mundo real, estaríamos FUDIDOS!