• Início
  • Portal
  • Pesquisar
  • Membros
  • Novas Respostas
  • Respostas de Hoje
  • Painel de Controle
  • Ajuda
Olá visitante!  Entrar   Registrar-se
Login
Nome de usuário
Senha: Senha Perdida?
 
Fórum do Búfalo Desenvolvimento Pessoal Material [Dossiê] A Teoria dos Jogos
Páginas (3): 1 2 3 Seguinte »
  • 0 votos - 0 Média
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
Modos de Tópico
[Dossiê] A Teoria dos Jogos
Offline Mandrake
Veterano
***
Mensagens: 3,000
Tópicos: 0
Curtido: 7 vezes em 7 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#1
07-10-2011, 01:15 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 10-06-2018, 01:34 AM por Senna. Motivo da edição: Correção de tags )
Show ContentLINK PARA DOWNLOAD DO AUDIOLIVRO SOBRE A TEORIA DOS JOGOS:
Nota do moderador: Acesso em 10/06/2018
https://mega.nz/#!s9hCTYhA!gCc630x_aRViK...EL6VdzliVA

Navarre Escreveu:Eu infelizmente tive que sair da Matrix sozinho, e obviamente esse é o pior jeito.
Só descobri os livros do N.A. quando já estava praticamente fora.

Durante esses anos, esse homem que vos escreve comeu o pão que o diabo amassou.
Fui chifrado, humilhado, desprezado, ignorado, e sofri tudo de ruim que se pode imaginar nas mãos de várias mulheres.
Minha autoestima era frangalhos que eu vivia tentando remendar. Quando finalmente me apresentava como um ser humano, outra mulher passava pela minha vida.

Com o tempo fui construindo uma armadura. Meu instinto de sobrevivência me fez fugir das mulheres. Passei a ser um solitário.
Esse tempo me fez pensar. Me dediquei aos estudos, e entre várias correntes de pensamentos me tornei tremendamente racional.

Comecei a analisar o comportamento das fêmeas do ponto de vista matemático da Teoria dos Jogos. Associei esse conhecimento ao da biologia em mamíferos primatas e a Dinâmica de Comportamento em Grupos Sociais.


Voilá!

Como eu era tão burro de não entender?


O próximo passo foi eliminar os vínculos emocionais que eu tinha com elas. Os relacionamentos se tornaram frios e analíticos. Eu não me relacionava com uma mulher. Eu iniciava um experimento de campo.

Os resultados foram espantosos. Tudo que eu previa analiticamente acontecia com precisão absurda. As mulheres funcionam como animais de laboratório, são quase totalmente instinto.

Descobri que mulheres estão abaixo dos homens na questão de raciocínio, e que homens estão abaixo das mulheres na questão instinto. Elas não controlam seus impulsos instintivos de autopreservação com um alto intelecto, e nós não temos instintos tão apurados para nos defendermos desses instintos predadores femininos.

A dinâmica de grupo em símios é quase inteiramente copiada por elas. Elas operam seguindo a matemática da Teoria dos Jogos, sempre maximizando resultados.

Elas nunca param ou cansam. A cada minuto, cada gesto, e cada respiração elas estão jogando.
Passei a vê-las como robôs.

Confesso que cheguei a sentir pena a princípio. Pensei que a vida delas deveria ser um inferno de competição interminável. Essa pena se desfez com um conhecimento mais profundo do que alimentava todo esse jogo, massacre e controle de egos masculinos.
Logo vi que a própria psique feminina criava um sistema de recompensa. E adivinhem quem provem a recompensa?
Isso mesmo! Nós homens temos o osso na mão e não sabemos disso.

Durante anos eu inverti os papéis, mas agora eu entendia as regras do jogo.
Eram elas quem precisavam de mim. O jogo estava em nunca me deixar perceber isso.

E minha vida mudou.


Navarre Escreveu:A Teoria dos Jogos é uma ferramenta muito poderosa para entender vários fenômenos na natureza.

Ela é uma matemática abstrata usada para desenvolver uma estratégia de maximização de ganho em um ambiente complexo.

Leva-se em conta a reação de cada um dos elementos participantes a sua ação inicial. O resultado realimenta a equação gerando outro resultado atualizado. Esse loop termina quando o resultado máximo é alcançado.

Citar:Exemplo simples:

Imagine 3 atiradores.

Você é o que possue margem de acerto de 25%
Os outros dois possuem 50% e 75% respectivamente.
Os disparos são feitos em turnos.
O pior atirador (você) tenta a primeira chance, o segundo pior é o segundo a atirar, e o melhor é o último.
Então, turno se reinicia com o pior que restou sendo o primeiro a disparar novamente.


O que você faz?

Colocarei a resposta no próximo post.


O que quero mostrar é que você precisa raciocinar bem para saber a resposta, e não é tão simples quanto parece.

Agora vem a coisa mais assustadora.

Quando eu proponho o mesmo problema para uma mulher, ela chuta. Ela nem se dá ao trabalho de pensar na solução.


Agora pasme... Ela acerta a resposta.


Isso aconteceu comigo duas vezes com esse mesmo problema. Duas mulheres acertaram a resposta em 1 segundo sem qualquer cálculo. Em geral, elas acertam em menos da metade do tempo que os homens levam. Só que elas não sabem o porque.

Já ouviu falar da maldita intuição feminina? Pois bem.

Nós humanos temos uma calculadora escondida na parte direita do cérebro. Ela é tremendamente rápida mas não retorna resultados inteligíveis, apenas resultados emocionais. É assim que o lado direito opera. Isso é chamado de instinto.

Nós homens temos déficit no lado direto (instintivo). Concentramos nossa energia no lado esquerdo (analítico). Já as mulheres são mais orientadas ao lado direito (instinto). Elas tem acesso a essa calculadora subjetiva de forma bem mais abrangente.

Em resumo, é como se elas possuíssem um "programa em background" que elas não sabem qual é, mas elas sabem que está lá. Esse programa é desenhado para resolver problemas não lineares como o proposto acima (problemas com múltiplas variáveis).

Enquanto nós precisamos dividir o problema em pedaços para ser analisado, elas intuitivamente processam toda a informação simultaneamente.

Essa vantagem delas vem a um custo muito alto. Para que essa "calculadora interna feminina" funcione, ela suprime o controle da parte esquerda do cérebro sobre elas. O resultado é elas são operadas pela imprecisa intuição. Elas sabem sem saber como.

O jogo para elas é natural. Elas são jogadoras perfeitas. Não precisam pensar, apenas reagir. O cérebro delas está sempre calculando e movendo seus corpos automaticamente sem necessidade de controle consciente. Tudo está acontecendo sem que nem elas saibam como.

Por isso as vejo como robôs.

Continuo depois.


Zerovinteum Escreveu:Interessante Navarre...

Nao tinha escutado a teoria dos jogos...

Vou procurar saber pra me inteirar do assunto e participar melhor aqui..

Acho q deveria abrir um outro post... pois vai ficar contraditório neste aqui...

Quanto a resposta... ao final do turno não sabemos quem acertou ou não...

mas teoricamente pelo postado seria o Smith novamente a recomeçar o turno!

Eu acho...
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Mandrake
Veterano
***
Mensagens: 3,000
Tópicos: 0
Curtido: 7 vezes em 7 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#2
07-10-2011, 01:20 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 10-06-2018, 12:16 AM por Senna. Motivo da edição: Correção de tags )
Citar:A resposta da questão é simples, embora pareça absurda a princí­pio.

Você deve deliberadamente desperdiçar o seu disparo. Atire para o alto.

Isso mesmo, jogue fora a sua chance.

Porque?


O próximo será o atirador com 50% de chance de acerto. Não é interessante para ele atirar contra você. Além de sua baixa chance de acerto, o próximo disparo será efetuado pelo atirador com 75% de chance.


Se ele acertar o alvo, ele eliminará o outro oponente, o turno se reiniciará, e você terá nova chance de atirar. Você terá apenas a opção de atirar contra o atirador de 50% de chance. Se você acertar, todos os oponentes serão eliminados e você ganha o jogo.


Se  o atirador com 50% de chance errar, o atirador com 75% irá escolher entre vocês dois. Logicamente ele disparará contra aquele com maior chance de acertá-lo, o de 50%. Se ele acertar o alvo, ele eliminará o outro oponente e o turno se reiniciará. Você terá apenas a opção de atirar contra o atirador de 75% de chance. Se você acertar, todos os oponentes serão eliminados e você ganha o jogo.


Se ambos atiradores errarem o alvo e ninguém for eliminado, o turno se reinicia e você terá nova chance de repetir todo o processo.

O que aconteceria se você não desperdiçasse o seu tiro?
Você poderia matar um dos atiradores, teria usado o seu turno, e o atirador restante não teria outra opção senão disparar contra você. Suas chances de sobreviver ao jogo seriam muito pequenas.


Em resumo, você deve negar a princí­pio sua chance de acertar um dos atiradores e esperar que eles se eliminem. então você estaria livre para disparar contra o atirador que sobrasse.
Agora imagine como é frustrante apresentar esse jogo para uma mulher e ela responder sem pensar em um segundo \"Atiro para cima\"


Eu pergunto a ela o porquê da resposta, ela responde \"não sei\" , e não muda a resposta. Ela sabe que está certa mas não sabe como.
Isso é intuição. A mente inconsciente já efetuou a operação de forma subjetiva.


Outro bom exemplo de T.J. está no filme Uma mente Brilhante.
Na cena do bar. O personagem principal calcula as chances dele e seus amigos conseguirem garotas. Ele descobre que se cada um agir individualmente, eles irão chamar a garota mais bonita para dançar. Ela recusará a dança, e as outras garotas não aceitarão serem segunda opção. Ninguém terá parceira. No entanto, se eles agirem em grupo, ninguém chamará a mais bonita.


Todos terão suas parceiras, e a garota mais bonita ficará sozinha.
Levou um Nobel da Matemática para conseguir transcrever isso para a equações que poderiam ser aplicadas em diferentes campos científicos. Mulheres sabem inconscientemente a resposta e agem de acordo com ela, mas elas não conseguem formulá-la racionalmente.


Os primatas grandes estão sempre jogando nas regras do grupo sem ter consciência disso (lógico por serem macacos). Eles operam por instinto. Suas mentes subjetivas processam os eventos e devolvem resultados também subjetivos (emocionais).


O ser humano analisa o problema e disseca-o. Ele pode então criar uma solução que pode ser repetida indefinidamente e retransmitida para outros com precisá-lo. No homem, a mente intuitiva está suprimida pela mente racional. Nas mulheres, essa mente intuitiva está mais ativa e exposta.


Elas podem responder ao ambiente de forma mais rápida e com precisão assustadora (para um processo intuitivo). Agora, peça para alguma delas explicar algo complexo de forma racional.


Desastre.


Esse é o ponto onde mulheres se tornam previsí­veis.
Todo elemento que opera por instinto tende a repetir os mesmos padrões de ação e reação€.


Não tente entender porque elas fazem isso ou aquilo. Nem elas mesmas sabem. Há uma calculadora que controla a vida delas. A vontade delas é fraca por não serem capaz de controlar eficientemente a parte primitiva da mente. Elas são "carregadas" pelo meio. Ao invés de olhar para uma mulher tentando achar a resposta para suas ações, olhe para o ambiente que a cerca. Este é quem irá ditar seu comportamento.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Mandrake
Veterano
***
Mensagens: 3,000
Tópicos: 0
Curtido: 7 vezes em 7 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#3
07-10-2011, 01:26 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 10-06-2018, 12:26 AM por Senna. Motivo da edição: Correção de tags )
Citar:Nem tudo é cooperação.

A traição é o jogo real. Utilizando-se dela no momento certo, o indiví­duo maximiza o resultado em detrimento ao outro jogador.
Estudando a matemática desse fenômeno mais de perto, pode-se ver que a estratégia da traição não é viável a longo prazo (quando jogadores possuem mesmas chances).

É tudo uma questão de estatística.

Citar:O melhor exemplo está nesse link *The Prisoner's Dilemma*  <=(click aqui)


Se o jogador se arriscar, ele pode sair livre ou pegar uma pena maior.
Se ele cooperar, ele pegará um pena média.
[/size]

A traição, embora gere resultados maximizados, tem chances pequenas de certo. É como um jogo de cassino. Se um dia o seu número sair, ganha-se uma bolada. Mas até lá, já perdeu-se o dobro com as apostas.


No mundo acadêmico tudo soa perfeito. Cooperação é sempre a melhor escolha.
Mas, a natureza trapaceia. Ela não gosta de igualitarismo. Diferentes jogadores possuem chances diferentes.


Em se tratando de competição sexual, a natureza é uma F.D.P.


Não existe jogar por um "seguro segundo lugar". A natureza não se importa se você vai se ferrar completamente. Ela maximiza os resultados sempre. Muitos machos de várias espécies morrem durante ou logo após o acasalamento. Mais ainda morrem na tentativa. Muitas fêmeas morrem logo após dar a concepção.


Você não é importante. O ato de procriar é tudo. A competição sexual é sempre maximizada porque os jogadores não são importantes. O importante é retransmitir os genes. Traição é uma tática válida e incentivada pela mãe "bitch" natureza com o uso de algumas ferramentas. Explicando melhor...


Você sabia que as fêmeas humanas, juntamente com as fêmeas dos grandes símios, são as únicas que possuem ovulação oculta (não há sinais de quando está fértil). Já se perguntou o porquê?


Nessas fêmeas especificamente, é vantajoso possuir dois tipos de machos, o provedor genético e o provedor de segurança. Isso ocorre devido ao alto nível de complexidade destes grupos sociais. Fêmeas são muito dependentes fisicamente do macho. Então, a natureza dotou as fêmeas com uma forma de escolher com quem cada uma delas terá filhos.


O macho nunca sabe quando a fêmea está ovulando. Ela apenas sente vontade de sexo (nem sempre com ele). Se ela for fecundada por outro, esse nunca saberá.
O risco da traição foi reduzido com a ferramenta da ovulação oculta. Assim, essa tática tornou-se viável.


Leões matam filhotes, se estes nascerem de uma fêmea com quem ele não copulou. Ele só copulará quando esta estiver ovulando. Logo, ele sempre tem certeza se o filhote é dele ou não.
Nós não fazemos a menor ideia se o filho é nosso ou de outro. Temos que confiar que a mulher não jogou o jogo da mãe natureza. 


Então entramos no ponto sobre as mulheres.


Elas são inconsequentes porque são guiadas pelos seus impulsos instintivos (intuição feminina).


Elas não procuram um homem, mas dois, e ao mesmo tempo. A natureza trabalhou para que elas não fiquem satisfeitas com o que tem nunca, e sempre procurem pular a cerca por algo geneticamente melhor.



Para se retirar desse jogo, é preciso fazer uma análise racional dele, e então tomar a escolha de não segui-lo. Isso nunca será possível pela intuição.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Mandrake
Veterano
***
Mensagens: 3,000
Tópicos: 0
Curtido: 7 vezes em 7 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#4
07-10-2011, 01:27 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 10-06-2018, 12:27 AM por Senna. Motivo da edição: Correção de tags )
Citar:Achei um texto legal no blog Reflexões Masculinas


Porquê Mulheres Odeiam as Vadias?

http://www.reflexoesmasculinas.com.br/20...adias.html


O texto analisa o dilema do ponto de vista econômico (no sentido teórico e não puramente financeiro) para explicar a relação entre mulheres e o poder do sexo.


Após ler o texto, você vai perceber que o comportamento do grupo é instintivamente organizado (sem nenhum controle racional) de forma muito eficiente. A punição para as mulheres que quebram as regras é imposta sem que elas saibam exatamente porque fazem isso.


O grupo feminino se comporta como um sistema autorregulado que o texto chama de cartel da vagina.


Isso não deixa de ser T.J.
Vale a pena dar uma lida.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Mandrake
Veterano
***
Mensagens: 3,000
Tópicos: 0
Curtido: 7 vezes em 7 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#5
07-10-2011, 01:29 AM
Citar:
A meu ver, estamos sempre caminhando do instintivo para o racional.
O caminho nunca foi uma linha reta. Tivemos a filosofia grega, e logo depois caimos na Idade das Trevas.

O que ocorre é que hoje temos acesso a uma quantidade descomunal de informações, mas do que isso, podemos analisá-las e perceber padrões.
Procure por Teoria do Caos.

Estamos percebendo que aquilo que pensávamos ser algo totalmente aleatório possue padrões de repetições. Mas do que isso, sistemas totalmente caóticos tendem a achar um equilíbrio dinâmico.

Tudo ocorre sem a interação de uma inteligência guiando o processo. O próprio sistema possue sua inteligência.

No caso do texto Porquê Mulheres Odeiam as Vadias?, o cartel da vagina não existe. Não há uma mente maquiavélica planejando tudo, e as mulheres não se organizaram em uma sociedade secreta para agir assim. O comportamento delas é moldado pelo meio.

Em um dos posts anteriores, eu escrevi que as mulheres eram como robôs. Pois existe uma \"mente coletiva\" controlando estes robôs.
Por isso a mulher deve ser analisada no contexto cultural onde ela se encontra, e não apenas individualmente.

Olhe as mulheres de diferentes culturas. Uma árabe, uma americana, e uma chinesa usam táticas de jogo totalmente diferentes.
Uma européia mostra maturidade, enquanto uma japonesa se infantiliza. A árabe mostra resquardo e respeito, a americana mostra independência e rebeldia, e a brasileira sensualidade e dinamismo, etc... Cada uma delas vive sobre pressões sociais diferentes, e se adaptam a elas.

Homens de várias nações tem o comportamento bem parecido. Eles usam quase sempre as mesmas táticas de conquista, bem previsível. Eles não são tão susceptíveis ao meio como as mulheres.

Os homens sempre mostram a mesma coisa, status.

Para entender o jogo que está sendo jogado, você tem que analisar o meio onde ele ocorre. Não racionalise o comportamento da mulher, isso é inútil. Racionalize as regras sociais em questão.

Começe pela cultura social do país. Vá para a região, depois a cidade, meio social, e ambiente onde o jogo se encontra (trabalho, shopping, boate,etc...). A mesma mulher agirá totalmente diferente dependendo das pressões sociais de onde ela está. Elas são tremendamente sensíveis as regras do meio onde se encontram (intuição).

Com o tempo, se pode ver os padrões se formando. As reações ficaram mais previsíveis assim. Lembrando que quanto menor a amostra, mais instável e imprevisível é o resultado (não generalize). Com o tempo, você desenvolve intuição prática, mas você terá que fazer estudo em campo para isso.

P.S. Isso não é PU nem NA.
É outra coisa.

[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Mandrake
Veterano
***
Mensagens: 3,000
Tópicos: 0
Curtido: 7 vezes em 7 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#6
07-10-2011, 01:32 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 10-06-2018, 12:28 AM por Senna. Motivo da edição: Correção de tags )
Citar:Eu me referia a nao racionalizar o comportamento de forma linear tipo 1+1=2.

Exemplo:

\"Ela deu chilique porque tal coisa deu errado.\"  1+1=2

Errado!
O motivo nao eh o que ela diz ser que estah errado.

Ela deu chilique porque um mecanismo de pressao social que voce nao ve a estah levando a agir desta forma.
1+1=2 funciona com homens racionais.

Mulheres sao funcoes f(x) quando \"x\" eh o valor de pressao do meio em questao.
Entenda a equacao, e voce vai saber o resultado de f(x) para todo valor de \"x\".

Da ateh para fazer um grafico como o que jah existe para a TPM.
O dificil eh inferir a equacao. Para isso voce tem que coletar dados. Quanto mais dados, mais preciso serah seu modelo.

Esse video que jah foi postado aqui eh um otimo exemplo de como um comportamento puramente instintivo pode ser reduzido a uma equacao com uma margem de acerto satisfatoria.

http://www.youtube.com/watch?v=TaeiUY8BGmE
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Mandrake
Veterano
***
Mensagens: 3,000
Tópicos: 0
Curtido: 7 vezes em 7 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#7
07-10-2011, 01:36 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 07-10-2011, 01:36 AM por Mandrake.)
Citar:Que interessante isso, confesso que não tinha conhecimento da Teoria dos Jogos , vou pesquisar sobre isso.


Citar:O macho nunca sabe quando a fêmea está ovulando. Ela apenas sente vontade de sexo (nem sempre com ele). Se ela for fecundada por outro, esse nunca saberá.
O risco da traição foi reduzido com a ferramenta da ovulação oculta. Assim, essa tática tornou-se viável


Talvez, não tenha entendido esse trecho, se estivesse escrito O risco da traição aumentou com a ferramenta da ovulação oculta ou O risco de descoberta da traição foi reduzido com a ferramenta da ovulação oculta, eu compreenderia, mais do modo como está, não.


Citar:Eu quiz dizer que o fator risco da traição foi reduzido.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Mandrake
Veterano
***
Mensagens: 3,000
Tópicos: 0
Curtido: 7 vezes em 7 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#8
07-10-2011, 01:38 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 10-06-2018, 12:33 AM por Senna. Motivo da edição: Correção de tags )
Citar:Muito bem colocado pelo Navarre o erro de tentarmos analisar linearmente o comportamento feminino sem levar em conta o ambiente especí­fico.


A mulher pode ter seu polo de coerência e de contradição em uma única posição.
O meu maior erro foi tentar manipular minhas atitudes esperando gerar determinado efeito no comportamento feminino, incutindo-me a ideia de que era necessário apenas um método funcional, uma técnica bem empregada, para poder surtir resultados desejados. Pode até ser em determinado ponto, mas existem empecilhos quantitativos, por desprezar eventos externos que não estão diretamente em conjunção com minhas ações, apenas a engloba como mais um fator a ser combinado em um universo de variáveis distintas.


Veja como a natureza é \"desgraçada\" para com toda a humanidade, e principalmente para com o homem, quando falamos de \"confirmation bias\" e sua relação biológica com a produção hormonal dos seres vivos. As mulheres sentem  prazer ao identificar um macho-beta e mantê-lo rotulado dessa forma, pois produzem(os homens também) a ocitocina. Elas precisam de dados comparativos (estereótipos) para sua autoafirmação(em uma competição, só pode haver o melhor quando há o pior). Por isso, uma vez beta, sempre beta. Quer dizer, não no sentido exato da frase, embora a generalização seja útil.


Eu tento evitar me comportar estritamente para maximizar meus ganhos, ajo calculando quais são as chances de a minha ação dar errada, de ser sucumbida por, até mesmo, pequenos detalhes.
A partir daí­, incorporo três artifí­cios importantíssimos para o combate terrestre:  poder de mobilidade, poder de fogo e informação. Se eu tenho informações, estou ligeiramente com mais vantagens. Com informações, o bom senso e a razão imperam limitando o escopo das minhas ações, eliminando primeiro as que tem a maior probabilidade de dar errado.


E quando a probabilidade de algo acontecer é mínima e o risco consequentemente alto, e, ao invés de eu eliminá-la do meu repertório, me sentir mais obstinado e curioso de querer ver um resultado positivo sair do inesperado ? Quais são as chances (de x e de y e de z e de h e de j e de k e de a e de b e de c ) acontecerem ?


Qual é a linha tênue entre a \"irracionalidade\" e a coragem ?


Essa é a pergunta a qual um dia espero obter boas respostas.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Mandrake
Veterano
***
Mensagens: 3,000
Tópicos: 0
Curtido: 7 vezes em 7 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#9
07-10-2011, 01:43 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 10-06-2018, 12:34 AM por Senna. Motivo da edição: Correção de tags )



Pronto !! Dossiê Completo !!

Agora, vamos continuar aqui, o debate sobre esta Teoria!!



[+]
  •
Procurar
Responder
Offline barbanegra
Búfalo
**
Mensagens: 208
Tópicos: 19
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#10
07-10-2011, 04:24 PM
Concordo plenamente que as mulheres agem por instinto.
É melhor um olho de vidro e uma perna de pau do que ter um olho que encherga mas não faz nada e uma perna que anda mas sempre treme.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline barbanegra
Búfalo
**
Mensagens: 208
Tópicos: 19
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#11
07-10-2011, 04:25 PM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 10-06-2018, 12:34 AM por Senna. Motivo da edição: Correção de tags )
Citar:Nós humanos temos uma calculadora escondida na parte direita do cérebro. Ela é tremendamente rápida mas não retorna resultados inteligíveis, apenas resultados emocionais. É assim que o lado direito opera. Isso é chamado de instinto.

(Y)
É melhor um olho de vidro e uma perna de pau do que ter um olho que encherga mas não faz nada e uma perna que anda mas sempre treme.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Tom
Búfalo
**
Mensagens: 405
Tópicos: 21
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#12
21-05-2012, 08:16 PM
Esse tópico precisa ser upado para que todos possam entender essa teoria!

Sempre passo aqui para reler ela.
Quem disse que as mulheres não tem direitos?
Elas tem o direito de Permanecerem caladas!

Ausente por uns tempos!
Me pergunte algo no Formspring http://www.formspring.me/TomHernandez
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Tom
Búfalo
**
Mensagens: 405
Tópicos: 21
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#13
21-05-2012, 09:10 PM
quem quiser ver o topico original:


http://forumantigo.forumeiros.com/t819-t...+dos+jogos
Quem disse que as mulheres não tem direitos?
Elas tem o direito de Permanecerem caladas!

Ausente por uns tempos!
Me pergunte algo no Formspring http://www.formspring.me/TomHernandez
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Rider
Geopolítico da Real
***
Mensagens: 1,085
Tópicos: 19
Curtido: 6 vezes em 6 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Apr 2012
#14
22-05-2012, 01:04 PM
Interessante como são as coisas. Eu próprio não conhecia a Teoria dos Jogos, mas estava desenvolvendo algo parecido a partir do que conheço da Teoria Freudiana do Insconciente.

O meu pensamento se baseou nesse exemplo de Freud que, muitos que tiveram aulas de psicologia ou filosofia devem conhecer:

A nossa Mente é como um salão onde está havendo uma palestra. O palestrante (o Ego) está discursando para a plateia qdo começa uma algazarra.

Alguns do público começam a fazer uma barulheira ensurdecedora, de forma que o Ego não consegue mais falar. Depois de um tempo, uma parte do público se levanta, expulsa os arruaceiros pra fora do salão e ainda fazem uma barricada na porta, para que eles não possam entrar.

Mesmo assim, os arruaceiros continuam com sua zona do lado de fora, querem forçar a porta, fazem tudo pra serem ouvidos - mesmo que o que eles queiram falar não faça o menor sentido.

Por fim, chega-se a um acordo: o Ego permitirá aos arruaceiros fazerem sua bagunça sobre determinadas horas e em lugares permitidos; em troca disso, o Ego poderá fazer seu discurso para a plateia, e uma parte do público irá, mesmo assim, ficar de olho nos baderneiros, pq mesmo tendo aceitado o acordo, é notório que eles são inconsequentes e incontroláveis.

O Ego é nossa mente racional. Os arruaceiros, o Id (ou Inconsciente). O "público-polícia" é o Superego.

Todos sabem que o Id se manifesta nos sonhos, em bebedeiras ou arruaças, em grandes festas, sob o uso de drogas etc. Fora desses momentos, o Superego trata de reforçar a vigilância sob o Id, de forma que o Ego possa se manifestar de forma civilizada.

O que ocorria na época de Freud? As convenções sociais eram tão pesadas, que a maioria dos homens sempre enchia a cara, mais cedo ou mais tarde, para poderem manifestar seu Id livremente; e as mulheres sofriam surtos de histerismo, pq não havia nenhuma "válvula social" para elas. Eu mesmo teorizo que até as guerras, duelos, brigas pela honra que haviam nessa época tb serviam para soltar a energia guardada pelo Id masculino.
[+] 1 usuário curtiu o post de Rider:1 usuário curtiu o post de Rider
  • Rapaz Iniciante
Procurar
Responder
Offline Rider
Geopolítico da Real
***
Mensagens: 1,085
Tópicos: 19
Curtido: 6 vezes em 6 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Apr 2012
#15
22-05-2012, 01:17 PM
CONTINUANDO...

E o que ocorre na Mente Feminina? Obviamente, essa é a MINHA TEORIA, que pode ou não estar certa!

O processo estava ocorrendo mais ou menos da mesma forma que o descrito acima, mas aí, o Id "deu um jeito" de se inflitrar no salão, burlou a vigilância do Superego, e subverteu o palestrante.

O Ego continuaria a fazer o seu discurso, MAS QUEM ESCREVE O ROTEIRO É O ID, O INCONSCIENTE.

Mesmo assim, o Superego ainda está presente - na forma da Sociedade, da Religião, até mesmo da opinião de nós, Homens - de forma que o Inconsciente deve manifestar suas ideias de forma subrepitícia.

É por isso que o que a Mulher fala e as decisões que elas tomam não fazem o menor sentido. O QUE ELAS DIZEM É UMA MISTURA ENTRE O QUE O EGO QUER FALAR E O QUE O INCONSCIENTE DEIXA PASSAR.

Por isso, temos coisas assim:

"Queremos homens bonzinhos, sustentadores, amigáveis, bons pais de família" para usarmos como provedores e nos sustentarem financeiramente na velhice; para que não fiquemos sozinhas e possamos esfregar na cara das concorrentes.

"Esses bad boys, metidos, alpha são horríveis" porque eles estão com outra e não comigo; se eles estivessem comigo, ah, eu tinha domado a fera.

"Você vai encontrar a mulher certa" que não sou eu, claro, pq vc é um beta que eu já miguxei, mas quero ao meu lado pra servir de step pro meu futuro e de escravo emocional no presente.

E por aí vai.

O Inconsciente é um paroxismo, ele quer tudo ao mesmo tempo, inclusive coisas que se anulam. E, como as mulheres deixam que o Inconsciente mande nelas - mesmo que elas mesmas não percebam e neguem até a morte - o q vemos são falarem uma coisa e fazerem outra. Dizerem que amam os bons, compreensivos, civilizados, mas se fascinarem com os marginais, vida lokas, assassinos, bad boys e destacados.

E o Inconsciente é velocíssimo, ele não obedece a nenhuma racionalização, ele ultrapassa facilmente essa barreira. Por isso que elas sabem, quase imediatamente, onde irão "pôr" um homem na hierarquia de valores dela.

E não adianta culpá-las ou falar isso pra elas e esperar que elas mudem. ELAS NÃO MUDARÃO. Elas não aceitarão que estão erradas, elas dirão que são seres racionais e que estamos viajando, elas usarão shame language, elas gritarão, chorarão, usarão desculpas emocionais... opa, olha o Inconsciente, o Id mostrando sua cara feia de novo!
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline Rider
Geopolítico da Real
***
Mensagens: 1,085
Tópicos: 19
Curtido: 6 vezes em 6 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Apr 2012
#16
22-05-2012, 01:27 PM
FINAL

E isso está muito ruim no Ocidente, principalmete no Mundo Anglófono, porque as barreiras sociais foram eliminadas:

- Religião: a Igreja perdeu totalmente a força que tinha. Os escândalos de pederastia, a escolha de um Papa, sinceramente, "sem carisma" para atrair o rebanho de volta, e mesmo a mudança do discurso da Igreja - veja o site do dalrock para mais detalhes - fez com que o "freio" que a Religião colocava na hipergamia e misandria femininas sumirem.

- Sociedade: as sociedades anglófonas relaxaram como um todo. Nelas, à mulher é permitido quase tudo; uma coisa que é motivo de riso qdo ocorre com um homem (como, por exemplo, ser espancado pela mulher) é caso de polícia qdo ocorre com a mulher. Não existe igualdade dos sexos, existe só o double standard e o pussy pass.

- Leis: com leis como a que permite à mulher se divorciar sem nenhum motivo aparente, e ainda sair com os bens do homem, filhos e até a casa, o Inconsciente só precisa forçar um pouquinho, ou esperar que a mulher "betanize" totalmente o alpha com quem ela casou, para ela sair por cima. Isso eu ainda não vejo acontecer no Brasil.

Portanto, cabe a nós, Homens, revertermos esse jogo. Com o uso da Razão, com os textos esclarecedores de NA e outros, com toda a troca de informações que a manosphere nos passa, evitarmos sermos atropelados pelo Inconsciente Feminino. Evitarmos sermos miguxados, transformados em beta (ou pior ainda, em ômegas), evitarmos deixar que elas nos arrastem pras suas infernizações, joguinhos emocionais e hipergamia. Cabe a nós espalharmos esse Conhecimento para a maioria dos homens, tirá-los da Matrix Feminina, e destruirmos esse jogo.

Não existe nenhum problema que a Mente Racional não possa superar.
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline AndrewRyan
Búfalo
**
Mensagens: 813
Tópicos: 36
Curtido: 0 vezes em 0 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Dec 2012
#17
04-12-2012, 03:09 PM
Esse negócio de id, superego, não se prenda muito nisso
A psicologia e a psiquiatria já evoluíram muito depois do Freud, aliais muita coisa do que ele disse só continua sendo repetida hoje por causa da mídia, dos imbecis que controlam a mídia, porque ele acabou virando uma figura popular, e porque certas coisas são tão convenientemente vagas que os freudianos podem pegar qualquer coisa que a neurociência descubra depois e falar que Freud já tinha previsto aquilo.
Do mesmo jeito que o Nostradamus, o cara que acerta tudo mas só depois que o troço acontece
Qual a diferença entre um homem e um parasita? Um homem constrói.Um parasita pergunta 'Qual é a minha parte?'. Um homem cria. Um parasita diz: 'o que os vizinhos vão pensar?'.Um homem inventa.Um parasita diz: 'Cuidado, ou você pode acabar pisando nos dedos de Deus...'
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline John Romano
General das Legiões do Leste
***
Mensagens: 4,256
Tópicos: 102
Curtido: 15 vezes em 14 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#18
28-12-2012, 02:09 AM
Reupando este tópico que gosto bastante, pra dividir com os senhores um audiolivro sobre o tema:
http://uploading.com/files/get/2b29b175/...BJogos.rar

É só um trabalho introdutório ao tema, mas é bastante claro e traz bastantes exemplos dos principais jogos da teoria, como "o dilema dos prisioneiros", "o chicken game, "a tragédia dos comuns", "o leilão do dólar" e "o jogo do ultimato".

Baixem, ouçam e aprendam!

Pra não deixar nem o tópico nem o assunto morrerem, trago um bom texto da Superinteressante sobre a Teoria dos Jogos:

Show ContentSpoiler:
Citar:Tudo está em jogo

A fascinante Teoria dos Jogos usa a solidez da matemática para compreender e antecipar o insólito e imprevisível comportamento humano

por Clemente Nobrega / Alessandra Kalko


Você está estacionando o carro e – crassshh! – amassa o pára-lama daquele reluzente BMW ao lado. Ninguém viu. Você, um cara decente, pensa em deixar um bilhete assumindo a responsabilidade. Mas, espera aí. É um BMW. O dono certamente tem dinheiro. E não estaria dirigindo um carro desses por aí se não tivesse seguro. Essa batidinha para ele não será nada. Já para você...
Ou, então: você está na estação do metrô, tarde da noite. Ninguém por perto. Por que não saltar a roleta e viajar sem pagar? É claro que o metrô não vai quebrar se você fizer isso. Os trens circulam com ou sem passageiros. Por que não saltar a roleta?
Há uma infinidade de situações como essas, em que o interesse individual se choca com o coletivo. No caso do carro em que você bateu, o seguro paga e repassa o custo para os prêmios que cobra. Não assumindo o prejuízo, você acaba penalizando gente que nada tem a ver com isso. O caso do metrô é idêntico: engrossando as estatísticas dos que não pagam, você contribui para o aumento das passagens dos que pagam.
Esse é um dilema freqüente nas organizações – na família, nas empresas, entre nações. Ele surge de um impulso com o qual todo mundo lida em inúmeras circunstâncias: a tendência de satisfazer o interesse individual agindo de uma forma que, se todos imitassem, seria catastrófica para todos.
Essas situações são tão recorrentes que há mais de 50 anos vêm merecendo a atenção dos cientistas. John Nash – o matemático interpretado por Russell Crowe no filme Uma Mente Brilhante – ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 1994 por ter ajudado a desvendar parte da dinâmica desses conflitos de interesse. Em seu trabalho, Nash lançou mão de um ramo da matemática chamado Teoria dos Jogos, criado na década de 40 por outro matemático, o húngaro naturalizado americano John Von Neumann.
O objetivo da Teoria dos Jogos é compreender a lógica dos processos de decisão e ajudar a responder o seguinte: o que é preciso para haver colaboração entre os jogadores? Em quais circunstâncias o mais racional é não colaborar? Que políticas devem ser adotadas para garantir a colaboração entre os jogadores?
O ponto de partida da Teoria dos Jogos – em sua missão de equacionar, por meio da matemática, os conflitos de interesse que acontecem a todo instante na sociedade – é constatar que, de modo geral, a tendência entre os jogadores é maximizar o ganho individual. Nem as sociedades mais civilizadas conseguiram resolver esse dilema entre o pessoal e o coletivo. É claro que se todos se comportassem de forma altruísta não haveria dilema algum. Não haveria jogo. Mas a vida real simplesmente não é assim.
Ao estudar por que não é assim, a Teoria dos Jogos despe-se de qualquer julgamento moral. Ao tentar entender os conflitos por meio da matemática não há espaço para conceitos como “bem” e “mal”. O foco são as estratégias utilizadas pelos jogadores. O porquê de determinadas ações. Não há “certo” ou “errado”. A Teoria dos Jogos não manda ninguém nem para o céu nem para o inferno. Ela apenas,digamos, decodifica a equação que compõe cada tomada de decisão, e tenta compreender a economia interna das situações.

TRAGÉDIA DOS COMUNS
Imagine, por exemplo, que você vai jantar com três amigos. Vocês combinam, com antecedência, rachar a conta. Nesse caso, você sabe que vai arcar com 25% da despesa. Como quer manter uma relação de confiança com seus amigos, você escolhe pratos que custem mais ou menos o mesmo que os que seus colegas pediram (se um “amigo” mais malandro resolve pedir lagosta, depois que todo mundo pediu pizza, ele será considerado não-confiável e perderá a condição de amigo). Ao final, portanto, cada um gasta mais ou menos o que gastaria se estivesse comendo sozinho.
Já no almoço de fim de ano do escritório – com umas 30 pessoas – você, que está meio duro, pensa em pedir um hambúrguer. Mas os primeiros a pedir escolhem camarões gratinados. Você sabe que vai pagar só 3% da conta, independente do que comer, e muda rapidinho seu pedido – vitela especial. O custo incremental para seus colegas será mínimo e você vai ter uma refeição melhor. Como todo mundo pensa assim, o grupo acaba por gastar muito mais do que teria gasto se cada um pagasse individualmente pelo que consumisse – o que teria acontecido se o grupo tivesse se dividido em várias mesas menores. Não é culpa de ninguém. As coisas simplesmente acontecem assim. O grupo explorou a si mesmo. A decisão racional de cada indivíduo levou a um resultado irracional para o grupo.
Situações desse tipo são chamadas de “tragédia dos comuns”. Jogos com exploração de recursos coletivos quase sempre conduzem à “tragédia dos comuns”, o que só pode ser evitado introduzindo regras para que os participantes sejam recompensados por agir de forma altruísta. Quer dizer, o altruísmo é “comprado” dos indivíduos que compõem o grupo.
Imagine vários fazendeiros dividindo o mesmo pasto para alimentar suas vacas. A tendência é que cada um deles tente colocar o maior número possível de cabeças de gado ali. Isso levará à destruição do pasto e à morte dos animais, mas a atitude predominante entre os jogadores, assim mesmo, é: “Se eu não o fizer, alguém fará”. A Teoria dos Jogos sugere que o modo de evitar essa “tragédia dos comuns” é dividir o pasto – que é um recurso coletivo – entre os fazendeiros, de modo que cada um deles tenha uma área definida para suas vacas. E não apenas colha os benefícios mas também arque com os custos da sua preservação. Essa é a razão pela qual as terras das fazendas são cercadas. Ou seja: a solução para esse jogo seria privatizar o pasto. Claro como a resposta a uma equação, concorda? Mares, rios, o ar que respiramos, as florestas. Tudo isso é recurso coletivo. Você já sabe o que acontece se não houver regras que impliquem em incentivo – ou punição, dá no mesmo – à sua preservação.
Foi precisamente esse o jogo que se deu no Brasil no episódio do racionamento de energia. Ameaçando com sobretaxas individuais e cortes de fornecimento, o governo transferiu para cada cidadão, individualmente, a responsabilidade por algo que, até então, era percebido como uma obrigação diluída entre todos. O governo, de certa forma, “cercou o pasto” da energia elétrica. Usou a solução clássica para a “tragédia dos comuns”. Com isso, deixou claro aos indivíduos que era do seu interesse pessoal colaborar com o grupo. Ao contrário do que muito repetiu, portanto, não houve nada de altruísta no modo como a população reagiu à crise. Estávamos todos cuidando dos próprios interesses. John Nash diria que governo e sociedade atigiram uma “estratégia de equilíbrio” – na qual os interesses deixam de ser conflitantes porque é vantajoso para todos cooperar.
O termo técnico inventado por John Von Neumann para essa “vantagem” é utilidade – muito utilizado depois por John Nash. Jogadores sempre escolhem obter certos resultados em detrimento de outros. Essas preferências são chamadas de utilidade. A utilidade que um jogador atribui a um certo resultado é o que determina a sua estratégia no jogo. Agir racionalmente, no contexto da Teoria dos Jogos, significa agir de modo a maximizar a utilidade.
Veja o caso do PT na campanha presidencial, um jogo que, até agora – escrevo no final de março de 2002 –, sinaliza um desfecho desfavorável para o partido. O PT não tem consenso sobre qual é a utilidade que busca nesse jogo – a própria eleição – que disputa. Sem consenso sobre isso, não há como montar uma estratégia. E sem estratégia só se vence por sorte. Em fevereiro, a direção do PT articulara uma aliança com o PL. Alianças são muito racionais em eleições e é por isso que são feitas. Boa parte do PT, porém, não admite que ganhar votos seja “só o que conta numa eleição”. Pela óptica da Teoria dos Jogos, é possível dizer que enquanto o PT não decidir que utilidade buscará maximizar nesse jogo – se votos ou se a demarcação da sua posição ideológica – não sairá vitorioso. O PFL, por sua vez, é o oposto do PT. Seus políticos são chamados de “profissionais” exatamente porque admitem sem escrúpulos o que querem maximizar: votos. Estão nas esferas mais altas do poder há mais tempo do que qualquer outro partido. O
PFL não tem dúvida sobre o que quer: o poder. Que fique claro: não há nisso qualquer juízo de valor. Trata-se apenas de uma análise da situação pela óptica da Teoria dos Jogos.

JOGOS DE SOMA ZERO
Uma área particularmente interessante da Teoria dos Jogos é a que dá conta dos “jogos de soma zero”. É quando a vitória de um jogador implica, necessariamente, na derrota de outro – como no xadrez ou no jogo-da-velha. Em “jogos de soma zero”, não há possibilidade de colaboração entre os participantes. Essa área foi a mais explorada por Von Neumann. John Nash, por sua vez, tratou de situações em que o mais racional é colaborar.
Von Neumann se inspirou muito no pôquer para desenvolver seus estudos. Ele estava particularmente interessado no blefe, nas pequenas táticas de trapaça, na desconfiança e na traição entre os jogadores. Sua genialidade foi perceber que a dissimulação é um recurso racional em “jogos de soma zero”. E que ela é tratável matematicamente. Os jogadores são tomados como seres racionais e desconfiados querendo se dar bem a todo custo – em detrimento do outro.
Pense no jogo particular que é travado entre o goleiro e o batedor por ocasião de um pênalti. O batedor tem todo o interesse em que o goleiro pense que ele vai chutar num canto. Então, chuta no outro. Dissimular é uma estratégia racional para ele. O mesmo vale para o goleiro, que tentará fazer com que o batedor acredite que ele se atirará para um lado – enquanto pula para o outro. O blefe faz parte do talento que eles têm que ter.
A Teoria dos Jogos é, sobretudo, como você já percebeu, um estudo de estratégias: o que cada jogador tem de fazer para obter o resultado que lhe convém. Imagine uma viúva que vivia com suas duas filhas. Todo dia, ao voltar para casa, trazia um pedaço de bolo. E se esforçava para dividi-lo em duas fatias exatamente iguais. Cada filha, porém, sempre achava que a mãe dera o maior pedaço à outra. A mãe sofria. As duas – com aquele maquiavelismo típico das crianças ao perceberem que os pais são manipuláveis – atormentavam em conjunto a pobre mulher. Era um jogo. Um jogo fácil de resolver por meio da lógica: bastaria pedir a uma das filhas que dividisse o bolo e à outra que fizesse a escolha primeiro. Pronto. Ninguém poderia reclamar de ninguém.
A matemática da Teoria dos Jogos trata rigorosamente de conflitos reais, mas não dá garantia de sucesso, só dá a garantia da lógica. Infelizmente, sucesso e lógica não andam necessariamente juntos. Levar em conta o ser humano como ele realmente é, implica levar em conta sua emoção. Ela tem que ser parte do jogo. A coisa então fica muito mais interessante.
Lembra o filme Indiana Jones e a Última Cruzada? Nosso herói chega com seu pai ferido e mais um bando de nazistas – o que seria do cinema sem vilões nazistas? –, ao local onde está escondido o Santo Graal. Só o poder de cura do Cálice Sagrado poderia salvar o pai de Indiana da morte. Há vários cálices. Escolher o cálice errado conduz à morte. Indiana pega um cálice e hesita. “Só há um jeito de saber”, diz. Mergulha-o na fonte, bebe... e acerta. Dá de beber a seu pai e salva-lhe a vida. É chato dizer, mas, do ponto de vista da Teoria dos Jogos, Indiana usou a estratégia errada. Ele deveria ter levado primeiro o cálice ao pai. Se tivesse escolhido o cálice certo, seu pai estaria salvo de qualquer forma. Se tivesse escolhido errado, bem... o velho morreria mas ele se salvaria. Do jeito que agiu, se tivesse escolhido o cálice errado, Indiana morreria e, com isso, decretaria também a morte do pai. Prejuízo total.
Agora, imagine que Indiana faz a opção racional. Escolhe o cálice, dá de beber ao pai ferido e... o velho morre. “Bem”, pensaria, “eu tentei. De nada adiantaria ter bebido primeiro porque agora eu e meu pai estaríamos mortos. Tenho certeza de que o velho aprovaria a escolha lógica que fiz.” Ou não. Indiana tenta racionalizar a situação, mas tudo o que encontra à sua frente é um tremendo sentimento de culpa. Cai em depressão. Fica impotente (sem um certo exagero dramático essas histórias não têm graça), começa a beber. A mulher o abandona (ninguém agüenta heróis deprimidos). Procura terapias alternativas. Lê livros de auto-ajuda. Até perceber que a escolha lógica nem sempre leva ao sucesso.

O DILEMA DO PRISIONEIRO
Se a Teoria dos Jogos tem na base o interesse dos jogadores em maximizar o ganho pessoal, também é verdade que há nos jogos humanos algo que vai além desse puro auto-interesse. Tem de haver, ou a vida em sociedade seria impossível. Essa questão é muito bem captada por um jogo que se chama “o dilema do prisioneiro” – formulado e estudado na década de 1950 por matemáticos de Princeton, a mesma universidade de Einstein, Von Neumann e Nash. Funciona assim: dois criminosos praticam um crime juntos. São presos e interrogados separadamente. A polícia não tem provas contra eles e a única forma de condená-los é um delatar o outro. Cada prisioneiro tem uma escolha: calar ou acusar o companheiro. Se os dois ficarem quietos, ambos serão postos em liberdade. A polícia, querendo uma solução rápida para o caso, oferece alguns incentivos: o prisioneiro que denunciar o outro ganha a liberdade e ainda por cima leva um prêmio em dinheiro. O outro pegará prisão perpétua. Qual a escolha lógica?
Ambos começam a pensar. Se os dois se acusarem mutuamente, os dois serão condenados. O melhor a fazer é calar, pois ambos serão soltos. Mas o prisioneiro A sabe que B está pensando a mesma coisa. E sabendo que não pode confiar no colega, percebe que o menos arriscado é denunciar B. Sim, pois se esse calar, A estará livre. Se o outro igualmente o denunciar, bem, A teria de cumprir a pena de qualquer forma – pelo menos não ficará preso sozinho. Acontece que B pensa exatamente da mesma maneira. Resultado: ambos são levados, pela fria lógica, para o pior resultado possível: traição mútua e prisão dos dois.
Para investigar o “dilema do prisioneiro” mais a fundo, o cientista social Robert Axelrod, da Universidade de Michigan, Estados Unidos, promoveu, em 1980, um torneio em que os participantes apresentariam programas de computador representando os prisioneiros. Os vários programas seriam confrontados aos pares e cada um deles teria apenas duas opções – trair ou cooperar. Havia um detalhe, porém: em vez de jogar uma única vez, cada par de programas jogaria um contra o outro 200 vezes seguidas. Note que num “dilema do prisioneiro”, o melhor para cada jogador é trair enquanto o oponente coopera. O pior para cada jogador é ele cooperar enquanto o outro trai. Alguns dos programas participantes jogavam com estratégias muito complexas. Mas o vencedor, para surpresa geral, foi uma estratégia muito simples chamada tit for tat, que, em tradução livre, significa “olho por olho”. A estratégia tit for tat – ou TFT – era expressa em um programa de apenas quatro linhas. Sempre começava cooperando.
E depois fazia exatamente o que o oponente tivesse feito no lance anterior: traía, se tivesse sido traída. Cooperava, caso tivesse obtido cooperação.

OLHO POR OLHO
TFT tem quatro características. É “bacana” (nice), porque nunca trai primeiro. É “vingativa” (tough), porque nunca deixa passar uma traição sem retaliar na mesma moeda no lance seguinte. É “generosa” (forgiving) – se, após a traição e conseqüente retaliação, o oponente passar a se comportar bem, TFT esquece o passado e se engaja num comportamento cooperativo. É “transparente” (clear), porque permite ao oponente notar de imediato com que tipo de comportamento está lidando. Não há truque.
Depois que apareceu como vencedora, TFT foi desafiada e venceu mesmo em torneios em que os demais competidores apresentaram programas desenhados especificamente para batê-la. Um exemplo de TFT é a estratégia “viva e deixe viver” (live and let live) que apareceu espontaneamente nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial: unidades inimigas, frente a frente por meses a fio, evitavam dar o primeiro tiro. Apesar de não haver comunicação formal, e de serem inimigas, o compromisso tácito que surgiu foi: “Se você não atirar eu não atiro”. O fato de os mesmos soldados estarem convivendo na mesma situação por vários meses fez nascer a cooperação.
Até aqui falamos de comportamento humano e de conflitos em sociedade, mas mesmo em situações em que não há comportamento consciente envolvido TFT pode ser adotada. Certas espécies de morcegos vampiros saem em bandos à noite para sugar sangue de animais. Como nem todos conseguem o seu jantar, é comum alguns morcegos que conseguiram mais do que necessitavam, regurgitarem o excesso de sangue para algum colega que não conseguiu nada. O colega, dias depois, retribui o favor. Eles se reconhecem na multidão de morcegos. Reputação, no grupo, conta. E muito. TFT é isso. E, como se vê, tem mais a ver com a economia interna de determinada situação do que com lógica ou moralidade.
Os soldados na trincheira e os morcegos cooperativos ilustram algo importantíssimo. Para que TFT possa se instaurar, a relação entre os jogadores tem que ter uma perspectiva concreta de durar muito tempo. Tem que haver uma grande probabilidade de haver novos encontros no futuro entre os participantes. A “sombra do futuro”, como dizem os especialistas, tem de ser longa. Se não for, você já sabe: o racional é trair. A melhor maneira de forçar a colaboração é alongar essa “sombra do futuro”, fazendo os jogadores levarem em conta, em suas estratégias, que “logo vou encontrar esse cara de novo”.
Perceba que, na política, ninguém faz acordo com quem não tem chance de se reeleger; claro, não haveria chance para a retribuição no futuro. Quando um executivo cai em desgraça não há acordos possíveis com seus colegas, pois seu poder e influência têm data marcada para acabar. Empresas em má situação não conseguem negociar prazos ou créditos com fornecedores. Casais que já decidiram se separar mergulham freqüentemente num mar de mesquinharias. Escondem migalhas um do outro, brigam até por guardanapos. Quando a relação tem data marcada para acabar – quando a “sombra do futuro” é curta – a tentação de trair se torna irresistível.
Mas TFT não é perfeita. Se ela tivesse sido a estratégia preferencial da evolução, por exemplo, os seres humanos não existiriam. Não do jeito que somos. O problema com TFT é que ela não é capaz de perceber quando alguém erra involuntariamente. É fria demais, matemática demais, digamos. Se calhar de dois jogadores adotando TFT entrarem em sintonia, tudo bem, começa o jogo da reciprocidade e ele vai longe. Mas, se, por acidente ou engano, um deles trai, tem início uma série infinita de retaliações mútuas da qual não é mais possível escapar. E a traição mútua, você já sabe, é o pior cenário para os jogadores.
O ser humano, em suas interações sociais, é complexo e sutil. Não é um traidor inveterado. Ao contrário, busca a cooperação porque, de alguma forma, percebe que isso é melhor a longo prazo. Damos gorjetas a garçons que nunca mais veremos. Doamos sangue. Cumprimentamos estranhos com sorrisos.Votamos em eleições. Todas essas ações são perfeitamente irracionais à luz da Teoria dos Jogos. Tentamos ao máximo parecer críveis e simpáticos, como quem diz: “Pode jogar comigo, sou confiável”. Por que fazemos isso? Talvez, porque busquemos reciprocidade. Através dela pode-se tirar o máximo proveito da vida em sociedade colaborando com os dilemas do prisioneiro que surgem a toda hora

MATEMÁTICA E EMOÇÃO
TFT, está claro, é incapaz de perdoar o equívoco e só retaliar a malandragem. Como distinguir, então, num jogo, a má-fé premeditada – e que merece ser punida – do erro involuntário, que merece uma segunda chance? Uma hipótese bacana para esse caminho que a evolução trilhou diz que foi embutindo emoção no equipamento mental dos seres humanos. Na Primeira Guerra Mundial, há o relato de um episódio que se deu durante o cessar-fogo entre ingleses e alemães frente a frente nas trincheiras. Por engano, a trégua foi rompida por tiros vindos do lado dos alemães. Como bons jogadores TFT, os ingleses estavam prontos para retaliar àquela clara traição. Mas aí veio um emocionado e imediato pedido de desculpas de um soldado alemão. Isso fez com que a trégua fosse mantida. Naquele momento, o que restaurou o equilíbrio na trincheira foi a reafirmação, por parte dos alemães, do compromisso de continuar jogando o jogo como antes.
O que levou os ingleses a acreditar? Foi a forma pela qual o pedido de desculpas foi feito. A emoção fez com que o compromisso anunciado ficasse crível.
Para o economista Robert Frank, da Cornell University, Estados Unidos, emoção é algo que surgiu no processo evolucionário para nos habilitar a jogar o jogo social, garantindo credibilidade a nossos compromissos. Por meio das emoções, provamos – para muito além das palavras – que somos jogadores confiáveis. Revelamos, por meio das emoções, a nossa sinceridade, ou a falta dela, independentemente do que digamos com palavras. Emoções são muito difíceis de camuflar. Ficamos ruborizados. É comum não controlarmos o riso ou o choro. Dizemos “eu te amo” emocionadamente...
Considere a ereção num macho. Por que será que a evolução escolheu um mecanismo tão trabalhoso para que um pênis fique em condições de penetrar uma fêmea? Por que não um osso, tão mais simples (e comum em outras espécies) em vez desse complicado processo hidráulico, com sangue sendo bombeado em alta pressão? A utilidade – o objetivo de um jogador, lembra? – para os seres vivos é a propagação de seus genes. Machos em todos os contextos biológicos têm uma inclinação maior para trapacear no jogo do sexo, por uma questão de economia: óvulos são raros, espermatozóides são abundantes. Machos simplesmente não perdem nada – ou perdem muito pouco – sendo promíscuos: copulando com o maior número possível de fêmeas, eles maximizam as chances de propagar os próprios genes. O esperma gasto é rapidamente substituído. Fêmeas, ao contrário, têm muito a perder se entregarem seus preciosos óvulos para qualquer um fecundar. Perdem tempo e energia – se gerarem crias doentes, por exemplo.
Perdem também a possibilidade de gerar outras crias no período da gestação. O conflito de interesses é evidente no jogo do sexo. Enquanto os machos aprenderam formas mais elaboradas de “propaganda enganosa” – prometer e não cumprir, aparentar sem ser –, as fêmeas tornaram-se progressivamente melhores na detecção dessas fraudes e reagiram utilizando sua arma mais letal: negando a cópula. Isso forçou a mudança de comportamento dos machos. Eles tiveram que se provar verdadeiramente dignos de copular com determinada fêmea. É aí que entra – sem duplo sentido – a ereção. Por meio dela, o macho está dizendo: “Pode copular comigo, eu sou saudável. Não corro risco de gerar crias doentes. Machos doentes não têm ereção”. É impossível trapacear nesse campo. Um pênis flácido não pode fingir estar ereto. Assim como as emoções, outro equipamento humano, mostra com clareza o que as palavras poderiam tentar esconder.
Você imaginava que as especulações matemáticas de um cientista hiper-racional no início da Guerra Fria pudessem ajudar a entender tanta coisa – da dissimulação de um goleiro na hora do pênalti à corte sexual dos humanos? Pois é... E não é Freud que explica – é a Teoria dos Jogos...

* Clemente Nobrega é físico, consultor de empresas, escritor e palestrante


"O melhor cérebro do mundo"
O inventor da Teoria dos Jogos, o húngaro naturalizado americano John Von Neumann, era ao mesmo tempo um homem charmoso e excêntrico, hedonista e educado, cínico e genial. Nasceu em Budapeste em 1903, onde obteve seu PhD em Matemática em 1926. Em 1930 foi convidado a lecionar Mecânica Quântica em Princeton. Nunca mais saiu de lá. Em 1948, foi contratado pela inteligência militar americana com a proposta de que passasse ao governo idéias que tivesse sobre estratégia militar “enquanto estivesse se barbeando”. Qualquer idéia, portanto. A proposta era de que ele não as jogasse fora – mas as repassasse ao Pentágono.
Mais ou menos na mesma época Von Neumann teve a idéia de que situações de conflito de interesse podiam ser tratadas matematicamente. Era o ponto de partida para a Teoria dos Jogos. Além dessa idéia seminal, Von Neumann esteve metido em quase todos os maiores desenvolvimentos científicos e tecnológicos do século XX – da física quântica à bomba atômica. Antecipou, em Princeton, a universidade onde desenvolveu sua carreira, a idéia de que a vida é algo que acontece por meio de um processamento de informações codificadas – prevendo, assim, a existência de uma estrutura como o DNA. Neumann ajudou a definir que essa máquina que hoje chamamos computador processaria instruções a partir de softwares. Não seria uma engenhoca programada direto via hardware. Previu também que o computador operaria de maneira digital – e não analógica. E que armazenaria dígitos binários – e não decimais. Numa época em que Einstein dava expediente todo dia em Princeton, Von Neumann foi considerado “o melhor cérebro do mundo”.
Sua obra é muito mais impressionante que a de John Nash, cientista retratado no filme Uma Mente Brilhante que, mais tarde, desenvolveria a sua Teoria dos Jogos.
Mulherengo, festeiro, boêmio, debochado, hiper-racional, Von Neumann morreu em 1957, aos 54 anos, de câncer. Uma morte prematura, de um cientista de gênio que ainda tinha muito a dar. Ainda hoje, Von Neumann é um dos maiores e menos lembrados nomes da ciência do século XX.


Para saber mais
Na livraria
Prisioner’s Dilemma – John Von Neumann, Game Theory and the Puzzle of the Bomb, William Poudstone, Anchor Books,1992
God’s Utility Function, Richard Dawkins, Scientific American, November 1995
O Rio Que Saía do Éden – Uma Visão Darwiniana da Vida, Richard Dawkins, Rocco, 1994
The Selfish Gene, Richard Dawkins, Oxford University Press, 1989
As Origens da Virtude – Um Estudo Biológico da Solidariedade, Matt Ridley, Record, 2000
Pensando Estrategicamente, Avinash K. Dixit e Barry J. Nalebuff, Atlas, 1994
The Evolution of Cooperation, Robert Axelrod, Basic Books, 1984
The Arithmetics of Mutual Help, Martin Nowak, Robert May, Karl Sigmund, Scientific American, June 1995
Non Zero – The Logic of Human Destiny, Robert Wright, Pantheon Books, 1999
Passions Within Reason – The Strategic Role of Emotions, Robert Frank, Norton, 1988
Por Que o Sexo é Divertido, Jared Diamond, Rocco, 1999
O Glorioso Acidente, Clemente Nobrega, Objetiva, 1998

Na internet
http://netrunners.mur.csu.edu.au/~osprey/prisoner.html
www.princeton.edu/~mdaniels/PD/PD.html
www.clementenobrega.com.br

Fonte:
http://super.abril.com.br/ciencia/tudo-e...2854.shtml
[+]
  •
Website Procurar
Responder
Offline Petulante
Klaatu Barada Nikto
***
Mensagens: 2,228
Tópicos: 170
Curtido: 14 vezes em 3 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Aug 2012
#19
01-02-2013, 02:42 PM
Não tinha visto este tópico ainda, mas fiquei de cara agora. Por curiosidade cliquei no link do reflexões masculinas, e vejam só. Caiu no blog de uma mulher?!?!?!?!
[+]
  •
Procurar
Responder
Offline John Romano
General das Legiões do Leste
***
Mensagens: 4,256
Tópicos: 102
Curtido: 15 vezes em 14 posts
Posts que curtiu: 0
Registrado: Oct 2011
#20
01-02-2013, 04:25 PM
(01-02-2013, 02:42 PM)Petulas Escreveu: Não tinha visto este tópico ainda, mas fiquei de cara agora. Por curiosidade cliquei no link do reflexões masculinas, e vejam só. Caiu no blog de uma mulher?!?!?!?!

O reflexões fioterrísticas caiu há tempos. Nem sei se alguém se dispôs a backupear os textos deles...
Mas vale uma pesquisada. Os textos antigos deles eram muito bons.
[+]
  •
Website Procurar
Responder
Páginas (3): 1 2 3 Seguinte »


Facebook   Twitter  


usuários a ver este tópico:
1 Visitante(s)

  •  
  • Voltar ao Topo  
  • Modo Leve (Arquivo)  
Theme © 2014 iAndrew
Suportado Por MyBB, © 2002-2025 MyBB Group.
Modo Linear
Modo listagem
Ver Vista de Impressão
Subscrever este tópico
Adicionar Pesquisa para esse tópico
Enviar tópico para um amigo