13-02-2015, 05:55 PM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 13-02-2015, 06:02 PM por Gekko.)
Esta semana, após ir ao cinema ver um bom filme de ação, voltando de moto e aproveitando para dar um pequeno passeio por algumas das partes mais bonitas da cidade em que moro, de repente comecei a fazer algumas reflexões sobre a minha vida, minha trajetória e meu momento atual. Resolvi colocar tudo "no papel" e compartilhar as minhas reflexões, para que mais pessoas saibam o quanto é bom se libertar das correntes que nos prendem a troco de nada.
O que me induziu a essa reflexão foi o fato de que, alguns anos atrás, eu necessitava de companhia para ir ao cinema. Me sentia um fracassado caso fosse sozinho. Convidava mulheres para ir comigo, uma namorada, ficante ou alguém em quem estivesse interessado. Muitas vezes, acabava vendo um filminho qualquer para agradar a dama em questão e deixava passar a oportunidade de ver o filme que eu realmente queria ver. Gosto de filmes de ação, comédia, suspense ou até mesmo de um bom drama. Também gosto de filmes épicos e de ficção científica. Difícil encontrar mulheres com um gosto cinematográfico semelhante ao meu. Aos poucos, fui me libertando desse sentimento imbecil que me prendia, que me fazia pagar indiretamente pela companhia de alguém para estar comigo, abrindo mão de mim mesmo, me adequando aos horários e às vontades de outra pessoa - tudo pela necessidade da tal companhia feminina. Hoje vou ao cinema muito naturalmente sozinho, me divirto, escolho o filme conforme o meu gosto, a minha conveniência de horário e de quebra pago apenas um ingresso: o meu.
Quem me conhece sabe o quanto gosto de viajar de moto. Ah, as motos são a minha paixão. Viagens de moto, mais ainda. Curto conhecer lugares novos, fotografar, andar pela estrada sem hora pra voltar, devorar quilômetros e quilômetros sobre duas rodas. E quantas vezes deixei de viajar porque não tinha companhia - quer de amigos, quer de namorada - para ir comigo.
Tinha um medo insano da solidão em lugares estranhos, de não ter com quem dividir a experiência. Outro dia, no início de um mês de férias, estudei um roteiro, arrumei a bagagem, peguei minha moto e saí. De madrugada. Sozinho. Vi o sol nascer na estrada - uma experiência maravilhosa que recomendo a todos, mesmo que não seja de moto. E quer saber? Talvez essa tenha sido a melhor viagem da minha vida, mesmo não sendo os lugares que visitei os mais interessantes. Guardo ótimas recordações dessa viagem que foi para mim o divisor de águas, que deu no momento em que eu parei e pensei: de que eu tenho medo? E mais uma vez me libertei.
Hoje tenho uma situação financeira confortável, busco minha independência, se quisesse levar uma vida mais frugal, até já poderia me aposentar agora e viver de renda. Tenho meu apartamento, não é grande, mas é espaço de sobra para um homem solteiro. Bem localizado, num dos melhores bairros de uma bela cidade turística, com boa infraestrutura de condomínio e uma boa vizinhança. Tenho meu plano de saúde, me dedico aos meus hobbies, banda larga de ótima qualidade, me visto bem (ao menos quando tenho saco pra comprar roupa, que não é uma das minhas atividades preferidas), meu lar é muito bem organizado, muito mais do que quando tive a experiência ruim do que chamamos hoje de união estável, há um bom tempo atrás. Cozinho bem para mim mesmo, vivo bem, com um bom padrão e ainda me sobra uma grana para investir e aumentar o meu patrimônio que só cresce e me proporciona a cada dia mais conforto. E faço tudo isso com um salário que está longe de ser alto. Se tivesse que sustentar uma família, nada me sobraria e estaria longe desse padrão, precisaria ter me esforçado bem mais e teria que abrir mão de muitas coisas de que gosto. Viajar de moto? Nem em sonho!
Comparei minha situação com a de um colega de trabalho, cara legal, honesto, gente boa, quarenta e poucos anos, recém divorciado e com uma pensão pra pagar, morando sozinho lá no fim do mundo com o dinheiro que lhe sobra, tendo que vender o único bem que construiu - uma casa - para dividir com uma mulher que nunca moveu uma palha para aumentar o patrimônio e que ele sustentou durante tantos anos. Definitivamente eu não gostaria de trocar de lugar com ele.
Os mais pessimistas hão de perguntar: mas e a velhice? Meu amigo, a velhice vem para todos, para os que constituem família e para os que ficam solteiros. Ter esposa e filhos não é garantia alguma de ter felicidade na velhice. Na verdade, nos dias de hoje, a chance maior é de que você sofra um divórcio, perca grande parte do seu patrimônio e da sua renda - juntamente com parte da sua alegria de viver - e que seus filhos vivam suas vidas como se você não existisse quando você estiver velho.
O melhor é cuidar de si, cuidar da sua saúde e do seu patrimônio, para que quando a velhice chegar, você tenha como se virar e não vá depender de ninguém. Ou por acaso alguém que está lendo este texto acredita que os velhinhos nos asilos estão lá por uma espécie de castigo divino por não terem formado família?
Ser feliz sozinho é mais fácil do que ser feliz em um relacionamento - e eu falo isso após vários namoros (alguns bem longos), um noivado e uma união estável. Ter a liberdade de se dedicar ao que você quiser, ter sua carteira sempre bem recheada, ter seu espaço, viver da forma como melhor lhe aprouver. Em pensar que alguns jogam fora tudo isso e pagam para serem escravos em um relacionamento que não tem como dar certo - deixando claro que falo dos que se casam por medo da solidão. Não sou contra o casamento em si, mas ao modelo atual do mesmo, no qual o homem só tem deveres e não tem a contrapartida daquela que se pretende sua companheira e que na verdade não passa de um fardo pesado que a sociedade quer te obrigar a carregar sozinho, como se fosse nos anos 1950, sem levar em conta todas as mudanças sócio-culturais que foram engendradas desde então.
Não lhes dê ouvidos. Quando você estiver ferrado, ninguém vai te dar apoio nem muito menos pagar suas contas. Viva por si mesmo, de forma plena, responsável, feliz, produtiva e, acima de tudo: seja livre!
O que me induziu a essa reflexão foi o fato de que, alguns anos atrás, eu necessitava de companhia para ir ao cinema. Me sentia um fracassado caso fosse sozinho. Convidava mulheres para ir comigo, uma namorada, ficante ou alguém em quem estivesse interessado. Muitas vezes, acabava vendo um filminho qualquer para agradar a dama em questão e deixava passar a oportunidade de ver o filme que eu realmente queria ver. Gosto de filmes de ação, comédia, suspense ou até mesmo de um bom drama. Também gosto de filmes épicos e de ficção científica. Difícil encontrar mulheres com um gosto cinematográfico semelhante ao meu. Aos poucos, fui me libertando desse sentimento imbecil que me prendia, que me fazia pagar indiretamente pela companhia de alguém para estar comigo, abrindo mão de mim mesmo, me adequando aos horários e às vontades de outra pessoa - tudo pela necessidade da tal companhia feminina. Hoje vou ao cinema muito naturalmente sozinho, me divirto, escolho o filme conforme o meu gosto, a minha conveniência de horário e de quebra pago apenas um ingresso: o meu.
Quem me conhece sabe o quanto gosto de viajar de moto. Ah, as motos são a minha paixão. Viagens de moto, mais ainda. Curto conhecer lugares novos, fotografar, andar pela estrada sem hora pra voltar, devorar quilômetros e quilômetros sobre duas rodas. E quantas vezes deixei de viajar porque não tinha companhia - quer de amigos, quer de namorada - para ir comigo.
Tinha um medo insano da solidão em lugares estranhos, de não ter com quem dividir a experiência. Outro dia, no início de um mês de férias, estudei um roteiro, arrumei a bagagem, peguei minha moto e saí. De madrugada. Sozinho. Vi o sol nascer na estrada - uma experiência maravilhosa que recomendo a todos, mesmo que não seja de moto. E quer saber? Talvez essa tenha sido a melhor viagem da minha vida, mesmo não sendo os lugares que visitei os mais interessantes. Guardo ótimas recordações dessa viagem que foi para mim o divisor de águas, que deu no momento em que eu parei e pensei: de que eu tenho medo? E mais uma vez me libertei.
Hoje tenho uma situação financeira confortável, busco minha independência, se quisesse levar uma vida mais frugal, até já poderia me aposentar agora e viver de renda. Tenho meu apartamento, não é grande, mas é espaço de sobra para um homem solteiro. Bem localizado, num dos melhores bairros de uma bela cidade turística, com boa infraestrutura de condomínio e uma boa vizinhança. Tenho meu plano de saúde, me dedico aos meus hobbies, banda larga de ótima qualidade, me visto bem (ao menos quando tenho saco pra comprar roupa, que não é uma das minhas atividades preferidas), meu lar é muito bem organizado, muito mais do que quando tive a experiência ruim do que chamamos hoje de união estável, há um bom tempo atrás. Cozinho bem para mim mesmo, vivo bem, com um bom padrão e ainda me sobra uma grana para investir e aumentar o meu patrimônio que só cresce e me proporciona a cada dia mais conforto. E faço tudo isso com um salário que está longe de ser alto. Se tivesse que sustentar uma família, nada me sobraria e estaria longe desse padrão, precisaria ter me esforçado bem mais e teria que abrir mão de muitas coisas de que gosto. Viajar de moto? Nem em sonho!
Comparei minha situação com a de um colega de trabalho, cara legal, honesto, gente boa, quarenta e poucos anos, recém divorciado e com uma pensão pra pagar, morando sozinho lá no fim do mundo com o dinheiro que lhe sobra, tendo que vender o único bem que construiu - uma casa - para dividir com uma mulher que nunca moveu uma palha para aumentar o patrimônio e que ele sustentou durante tantos anos. Definitivamente eu não gostaria de trocar de lugar com ele.
Os mais pessimistas hão de perguntar: mas e a velhice? Meu amigo, a velhice vem para todos, para os que constituem família e para os que ficam solteiros. Ter esposa e filhos não é garantia alguma de ter felicidade na velhice. Na verdade, nos dias de hoje, a chance maior é de que você sofra um divórcio, perca grande parte do seu patrimônio e da sua renda - juntamente com parte da sua alegria de viver - e que seus filhos vivam suas vidas como se você não existisse quando você estiver velho.
O melhor é cuidar de si, cuidar da sua saúde e do seu patrimônio, para que quando a velhice chegar, você tenha como se virar e não vá depender de ninguém. Ou por acaso alguém que está lendo este texto acredita que os velhinhos nos asilos estão lá por uma espécie de castigo divino por não terem formado família?
Ser feliz sozinho é mais fácil do que ser feliz em um relacionamento - e eu falo isso após vários namoros (alguns bem longos), um noivado e uma união estável. Ter a liberdade de se dedicar ao que você quiser, ter sua carteira sempre bem recheada, ter seu espaço, viver da forma como melhor lhe aprouver. Em pensar que alguns jogam fora tudo isso e pagam para serem escravos em um relacionamento que não tem como dar certo - deixando claro que falo dos que se casam por medo da solidão. Não sou contra o casamento em si, mas ao modelo atual do mesmo, no qual o homem só tem deveres e não tem a contrapartida daquela que se pretende sua companheira e que na verdade não passa de um fardo pesado que a sociedade quer te obrigar a carregar sozinho, como se fosse nos anos 1950, sem levar em conta todas as mudanças sócio-culturais que foram engendradas desde então.
Não lhes dê ouvidos. Quando você estiver ferrado, ninguém vai te dar apoio nem muito menos pagar suas contas. Viva por si mesmo, de forma plena, responsável, feliz, produtiva e, acima de tudo: seja livre!