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Fórum do Búfalo Desenvolvimento Pessoal Outros [DOSSIÊ] Vícios
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[DOSSIÊ] Vícios
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#1
19-10-2014, 12:14 AM




Pergunta: Sobre os viciados em jogos,pcs – coisas parecidas.

Seria uma forma de fuga?

Pois percebo algo como estarem em transe, dedicam suas forças em coisas supostamente inúteis, sem retorno algum para suas vidas futuras, penso eu. Não digo no sentido de gostar, mas viciado de virar noites, e vejo que isso é majoritariamente masculino.




Resposta do Mandrake: Depende.

Jogos, sejam eles, quais forem, geram satisfação, pois estão inseridos na camada "Criatividade/Hobbies e Diversão", da nossa roda da vida. O problema é quando o jovem passa a viver grande parte do seu dia, pensando e jogando seus jogos, deixando de trabalhar outras camadas de sua roda da vida.

Hobbies são importantes para a nossa vida, desde que eles sejam bem explorados e gerem o estado de flow. Agregam para nossa satisfação.


O vicio, dentre suas definições, é uma falta de controle, falta de limite perante um comportamento, sabendo que este, lhe trará consequências negativas. No fundo, este jovem sabe que faz mal ficar mais tempo do necessário, jogando seus jogos, ou na frente do computador, e este tempo exagerado causará dor. E no fundo ele está buscando na dor, uma forma de prazer. Prazer pela dor.

O Estado de flow não causa dor, proporciona satisfação. É o oposto.

Esse prazer pela dor, pode ser uma forma de autopunição do seu subconsciente, por estar sabotando-se, fugindo de alguma responsabilidade que a vida está lhe colocando.









Vício é um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem. Seu oposto é a virtude.



A acepção contemporânea está relacionada a uma sucessão de denominações que se alteraram historicamente e que culmina com uma relação entre o Estado, a individualidade, a ética e a moral, nas formas convencionadas atualmente. Além disso, está fortemente relacionada a interpretações religiosas, sempre denotando algo negativo, inadequado, socialmente reprimível, abusivo e vergonhoso. Porém, em termos genéricos, é interessante a abordagem de Margaret Mead:


Citar:“A virtude é quando se tem a dor seguida do prazer; o vício, é quando se tem o prazer seguido da dor”


Faltando porém, um detalhe: os períodos onde a dor e o prazer se inserem variam, sendo que o segundo é sempre mais longo e permanente que o primeiro, em ambos os casos. Daí a relação que se cria também com o trabalho, como processo doloroso que gera prazer posterior permanente, e que portanto, eleva(m) o homem, através do orgulho e da vitória. Fatalmente, o vício relaciona-se também com a perda, a derrota, e portanto, a queda, fechando um ciclo conceitual que interliga o social, o biológico, o religioso e a ética-moral laica.



Para a psicologia comportamental o vício é resultado de uma construção orgânica, desencadeada pelo reforço de uma relação entre estímulo e prazer químico, ou ainda, é uma questão puramente biológica, em detrimento da abordagem simbólico-linguística que a psicanálise Lacaniana enuncia.




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#2
19-10-2014, 12:14 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 19-10-2014, 12:20 AM por Mandrake.)




O Vício comportamental (diferentemente de dependência de substâncias químicas), é uma forma de vício que não é causada pelo uso de drogas. Vício comportamental consiste numa compulsão causada pelo empenho repetitivo em uma ação até o ponto desta causar consequências negativas para o indivíduo fisicamente, mentalmente, socialmente, e/ou no seu bem estar financeiro. A persistência do comportamento apesar dessas consequências, pode ser um sinal de vício.


O ICD-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) da Organização Mundial da Saúde, não separa vícios comportamentais como um espectro independente de desordens mentais. Este reconhecimento entre psiquiatras é difícil pelo fato da etiologia e do patogênico de todas as variedades dos vícios comportamentais ainda são indeterminados.


Como esperado, com diferentes equipamentos científicos com diferentes desvios, os resultados obtidos foram informações fragmentadas e preocupações particulares com específicos gêneros de vício. Pouco ou nenhuma pesquisa complexa e metodológica foi feita sobre vícios. Os variados conceitos de vícios comportamentais têm que ser explicados.


Pesquisadores pontuam a falta de definições científicas competentes para vício.Os variados conceitos de vícios comportamentais têm que ser explicados. Pesquisadores pontuam a falta de definições científicas competentes para vício.


Investigações atuais tentam clarificar definições e criar um sistema de diagnóstico. Patrick Carnes diz ser de primordial importância para uma desordem, as experiências de alterações de humor. Aviel Goodman formula que a colocação de Carnes indica um avanço para a mais nova forma de definição de vício, porque implica que a sua essência não é o abuso de substâncias ou um comportamento, mas as alterações de humor.


Mas esse pensamento ainda é suscetível à críticas. A menos que a definição de Carnes é seguida por uma definição específica de "relação patológica", não há informações suficientes para ser usada num contexto científico. Enquanto compartilha as vantagens da definição de Carnes, A. Goldman empenha para propor um diagnóstico similar ao do DSM.


Ele define vício como uma desordem na qual o comportamento vicioso tem tanto a função de produzir prazer como a de proporcionar um escape para um desconforto interno e tem padrões caracterizados por falhas no controle do comportamento vicioso; e; na continuação do comportamento mesmo que proporcione más consequências.

Tsezar Korolenko, foi o primeiro a sugerir uma classificação não-baseada em substâncias químicas, caracterizou o vício comportamental como uma forma de escapar da realidade, sobre o pretexto de mudar uma condição mental.


Os tipos de comportamentos que algumas pessoas caracterizam como viciosos incluem jogos de azar, comer excessivamente, vício sexual, assistir pornografia, uso de computadores, jogar vídeo-game, uso de internet, exercícios físicos, trabalhar demasiado, obsessão espiritual (tal qual oposta à devoção religiosa), automutilação, viajar e compra compulsiva.


Quando analisamos, por exemplo, o vício em comer, um estudo realizado em 2009 pelo Scripps Research Institute, tem mostrado, pela primeira vez, que a mesma molécula que faz as pessoas se tornarem viciadas em drogas, faz elas terem compulsão por comida, se tornando obesas.


Neste estudo, cientistas focaram num receptor particular do cérebro, conhecido por tornar as pessoas vulneráveis à serem viciados em drogas, conhecido como receptor D2 de dopamina. O receptor D2 responde por dopamina, um neurotransmissor que é lançado no cérebro quando há experiências prazerosas como o sexo, ou drogas como cocaína.


O vício em internet é uma desordem psicossocial e suas características são as seguintes: tolerância, crises de abstinência, desordens afetivas, e problemas nas relações sociais. O uso constante da internet causa desordens psicológicas, sociais, escolares e/ou no trabalho e dificuldades na vida pessoal.


O uso excessivo da internet pode criar um elevado nível de prazer psicológico, resultando em falta de sono, falta de comer por um longo período de tempo, limitadas atividades físicas, possivelmente levando o usuário à experimentar problemas físicos e mentais como a depressão, OCD, poucas relações com os familiares e ansiedade.




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#3
19-10-2014, 12:15 AM




COMO SUPERAR O VÍCIO



Tentar superar um vício, percorre os mesmos caminhos angustiantes do tormento que uma vítima passa ao tentar libertar-se do seu sequestrador. Mas, a natureza do vício é autodestrutiva. É como se a própria pessoa desenvolvesse a Síndrome de Estocolmo, mas ao invés de se afeiçoar ao sequestrador, afeiçoa-se ao seu vício.


O Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular desenvolvido por pessoas que são vítimas de sequestro, em que a vítima desenvolve sentimentos de lealdade para com o sequestrador apesar da situação de perigo em que se encontra colocada.


Na grande maioria dos vícios, uns mais destrutivos que outros, a pessoa tem consciência do quão prejudicial é continuar a alimentar o comportamento inadequado, que na grande maioria das vezes toma conta da sua vida, ou pelos menos causa-lhe grandes transtornos em algumas áreas da sua vida. No entanto, paradoxalmente a pessoa vive entre o reforço positivo (afeiçoa-se ao vício) e a punição (tem consciência do mal que faz). Todos os comportamentos de dependência têm pelo menos duas coisas em comum:


Citar:Ajudam as pessoas a reduzir os sentimentos dolorosos e angustiantes,
São fortemente influenciadas ou controladas por um processo de pensamento destrutivo que tanto seduz a pessoa para realizar o comportamento, como é punida por ceder à tentação.



O vício encontra um padrão pelo qual entra diretamente na vida de uma pessoa, atraindo e condenando, confortando e destruindo. Pouco a pouco vai levando a pessoa à exaustão, consumindo a sua energia, os seus recursos funcionais, alterando o seu raciocínio, adulterando as ideias e os desejos. Os condicionamentos sucedem-se, a pessoa vê-se numa miríade de obstáculos, não conseguido por vezes fazer o que pretende, como se algo comandasse a sua vida e ela fosse na grande maioria do tempo um mero espetador forçado por uma força invisível.



A voz interior autocrítica sempre desempenha dois papéis durante o tormento de um vício: sedutor e punidor. Comportamentos de dependência representam um ataque direto contra a saúde física e bem-estar emocional, e limitam a capacidade de realizar objetivos pessoais significativos na vida.


Portanto, é importante identificar as vozes críticas internas que regem esses padrões de mau hábito e desafiar os seus dilemas, aprendendo formas mais construtivas de lidar com a dor emocional e sofrimento.




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#4
19-10-2014, 12:16 AM




TÉCNICAS PARA AJUDÁ-LO A SUPERAR O SEU VÍCIO:



Identificar - É vital identificar os pensamentos (usualmente percepcionados como sendo a sua voz interior) que o irão prejudicar, atraindo-o para um comportamento destrutivo. Mesmo que esses pensamentos possam parecer amigáveis ou reconfortantes, eles devem ser reconhecidos como um inimigo. Neste processo é importante procurar padrões no seu comportamento:


Citar:O que ocorre ou o que passa pela sua cabeça antes de você tomar a decisão de iniciar uma ação autodestrutiva
Que situações funcionam como uma tentação?

Que cenários você sabe que são perigosos?

Que desculpas “lógicas” você constrói para defender a necessidade do vício?



Ao identificar os gatilhos internos (voz interior) e externos (situações) que fazem disparar a sua lista de desculpas que promovem o seu comportamento de vício, você pode tornar-se mais autoconsciente e acionar uma resposta mais adequada. Ao saber identificar a sua voz interna afável (ilusoriamente amiga), você consegue parar para refletir e resistir-lhe, não seguindo os pensamentos que vão contra o seu própria interesse.



Registar os acontecimentos – Depois de reconhecer os seus pensamentos e voz interior, você pode registá-los como um meio para se conhecer melhor e familiarizar-se com os seus maus hábitos. Ao tomar consciência de alguns tipos de pensamento justificativos que o têm conduzido ao seu vício, você pode construir uma âncora positiva que lhe permita reverter o pensamento negativo e a voz interior que promovem esse mesmo vício. Uma âncora positiva, é algo que você escolhe dizer para si mesmo, ou fazer, que lhe permitem afastar-se da tentação quando se apanha a ter pensamentos desencadeadores do comportamento de vício



Refletir e disputar – Depois de saber quais são a situações e pensamentos gatilho que fazem disparar a sua incontrolabilidade sobre o seu impulso para iniciar o comportamento não desejado, você pode tentar perceber qual a satisfação psicológica ou física na base do seu vício.

Citar:Que alívio físico lhe proporciona?

Que alívio psicológico lhe proporciona?

Do que é que você está fugindo?

Que compensação emocional lhe trás?

Está relacionado com algo preso no seu passado?


Provavelmente o seu vício foi maioritariamente aprendido. Certamente, depois de responder a algumas destas questões ficará mais esclarecido e, com essa informação na sua posse, está mais preparado para arranjar um substituto saudável para a funcionalidade do seu mau hábito. Se aprendeu a implementar na sua rotina diária algo que lhe é prejudicial, tem a capacidade de aprender um comportamento alternativo, mais adequado e assertivo.



Planejar - Sabendo as situações, os pensamentos e a voz interior que desencadeia em você o impulso para o vício, fica mais capacitado para orientar as suas ações promotoras da superação. Você pode, então, definir um plano com estratégias acerca do que fazer nos momentos em que se sinta compelido a usar ou desfrutar dos seus comportamentos indesejados. Você pode visualizar-se a dizer não. Você pode procurar uma pessoa para conversar, um amigo certo para sair, ou realizar uma determinada atividade que sabe diminuir-lhe os níveis de stress.




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Offline Mandrake
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#5
19-10-2014, 12:17 AM




Ter compaixão por você mesmo - Todos nós enfrentamos as nossas lutas e cometemos erros. Querer lidar com o vício e superá-lo é um sinal de força, não de fraqueza, e você não deve permitir que a sua voz interior autocrítica o mande abaixo por quaisquer erros ou recaídas. Lembre-se que o desejo de autopunição é um fator tremendamente forte no apego à dependência. Dar ouvidos ao seu diálogo interior mordaz, seguir as indicações depreciativas, desmotivacionais e sombrias só vai funcionar contra você, mesmo quando você sofre um revés. Quando você tem uma recaída, não quer dizer que tudo voltou ao mesmo, apenas quer dizer que você tem de manter-se no caminho da recuperação, orientar a sua voz motivacional, agarrar-se às ações que irão conduzi-lo ao sucesso.



Reavivar o seu sentimento – A dependência entorpece a alegria de uma pessoa, assim como a dor. Inibe a capacidade de sentir algumas emoções e consequentemente impede-o de viver algumas experiências no seu dia-a-dia. O vício funciona como um tampão emocional, você deixa de experienciar alguns sentimentos, e por outro lado, por vezes acredita não tolerar outros.


Naturalmente, quando você supera um vício, algumas emoções surgirão mais vivas, você passará a sentir algumas coisas mais à flor da pele, pois a dependência encarregou-se de mascará-las. Sentir essas emoções e obter bem-estar através delas vai fazer você ficar mais forte e restabelecer o equilíbrio emocional. Irá também reduzir a sua “necessidade” percebida da substância ou comportamento que estava alimentando o seu vício.


Inicialmente, as vozes críticas internas ficarão mais altas, atacarão o seu eu de forma mais intensa. Nesse momento você tem de ser persistente, ficar muito atento e orientar-se pelas suas âncoras positivas. No entanto, quando você perseverar nas suas ações, as vozes depreciativas irão diminuir e eventualmente desaparecer.


Ao longo deste processo, você deve ser flexível, aberto e compassivo. Falar com alguém é importante, e a terapia é uma opção saudável e inteligente.


Quando você luta contra um vício, desafiando as suas vozes interiores destrutivas, você fortalece o seu verdadeiro eu. Você alcança um melhor equilíbrio emocional, deixando-o mais forte em face das tentações e comportamentos destrutivos. Neste processo você liberta-se de todas as correntes internas que o impedem de viver o seu pleno potencial, permitindo que procure ativamente o que pretende realizar na sua vida.




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Offline Noah
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#6
19-10-2014, 01:44 AM
Muito bom, Mandrake. Tenho aproveitado muito os seus tópicos aqui, na área de desenvolvimento.

Uma pergunta em relação ao vício: se o trabalho proporciona prazer, pode-se considerá-lo como um hobbie, e assim aumentar o tempo que você gasta nele, uma vez que ele também lhe proporciona prazer? Ou o prazer seria uma desculpa para continuar com o vício?
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Offline Ajax
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#7
19-10-2014, 02:26 AM
Estou travando essa batalha no momento...

O maior desafio ao meu desenvolvimento pessoal!
''Im gonna shove that bat up your ass, and turn you into a popsicle''
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Offline cabraman
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#8
19-10-2014, 06:07 AM
excelente, copiado.

muito bom.
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Offline Mandrake
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#9
19-10-2014, 09:20 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 19-10-2014, 09:21 AM por Mandrake.)
(19-10-2014, 01:44 AM)Noah Escreveu: Muito bom, Mandrake. Tenho aproveitado muito os seus tópicos aqui, na área de desenvolvimento.

Uma pergunta em relação ao vício: se o trabalho proporciona prazer, pode-se considerá-lo como um hobbie, e assim aumentar o tempo que você gasta nele, uma vez que ele também lhe proporciona prazer? Ou o prazer seria uma desculpa para continuar com o vício?


Trabalho, por ser algo complexo, não gera prazer, que é algo instantaneo. Ele gera satisfação, pois é agregador ao Self. Vc só vai ter satisfação em seu trabalho se este lhe gerar o Estado de Flow. Se este lhe proporcionar desafios claros, se vc tiver habilidade necessária para fazê-lo, enfim.


O vicio é o "Lado Sombra" do prazer.
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Offline Mandrake
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#10
19-10-2014, 09:22 AM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 09-11-2014, 09:41 PM por Mandrake.)



Thoth (Mundo Realista) perguntou:


Citar:Sobre o estado de Flow, há algum modo de induzi-lo ou torná-lo mais fácil de ser atingido direcionando-o para tarefas complicadas/espinhosas?



Resposta:


Salve Thoth!



O Estado de flow é um estado de concentração total, estar completamente envolvido em uma atividade. É Um sentimento de êxtase, de estar fora da realidade do dia a dia, devido à uma atividade prazerosa.


Thoth, o Estado de Flow gera uma maior claridade interna, sabendo o que deve ser feito e quão bem estamos fazendo o que deve ser feito. Temos feedback imediato. Vc sabe que a atividade é possível, que nossas habilidades são adequadas para a tarefa. Lhe dá um sentimento de serenidade, sem preocupações e um sentimento de estar crescendo além dos limites do ego. Lhe dá uma idéia de estar além da dimensão temporal, totalmente focado no momento presente.


As horas parecem passar como se fossem minutos e a motivação intrínseca, seja qual for o elemento que produz o flow, é a nossa própria recompensa.


Cada pessoa encontra o flow quando está fazendo aquilo que realmente gosta. Quando temos controle, temos um bom domínio do que estamos fazendo, mas não nos sentimos muito desafiados. A apatia é o ponto mais negativo de todos.



E as atividades que geram prazer, como comer, dormir, que estão na primeira camada da Piramide de Maslow?!?!?!


Thoth, a resposta é que estas atividades são prazerosas, mas elas envolvem pouca determinação e força de vontade consciente. Assim, não promovem nosso crescimento. O desafio é muito baixo e portanto essas atividades de puro prazer que exigem pouca habilidade nos levam ao relaxamento, tédio ou, pior: apatia.


Segundo Mihaly (quem definiu este estado), se o ser humano for passivo, as chances dele alcançar a felicidade são baixas. É como se o ser humano não fosse naturalmente construído para encontrar felicidade como estado padrão.


Mihaly propõe pensarmos no universo em termos de ordem e caos (ou entropia/desordem). Em sua teoria, os seres humanos acham que a organização é prazerosa por si só. Esta constatação é peça fundamental da Teoria do Flow: a satisfação humana está no processo de trazer ordem e controle para nossas vidas.


O trabalho de Mihaly tem muita influência de Carl Jung e de Sigmund Freud. No caso de Freud, a idéia do “id” é a representação dos desejos animais e instintivos do corpo, enquanto o “superego” representa o mundo externo que modela nossa própria imagem.


É o ego que representa a consciência que possui autonomia apesar de nossos instintos e dos mecanismos de controle da sociedade.


Portanto, Mihaly aponta para a autodeterminação como o caminho para que a consciência seja livre e feliz. Uma pessoa que faz aquilo que entende ser o correto vai adquirindo experiência e, com isso, mais habilidades.


A cada momento que superamos nossos desafios, evoluímos e adquirimos maior complexidade, ficando prontos para desafios maiores.


É uma espiral virtuosa.


Continuando esse processo, estamos na rota de tornarmos indivíduos extraordinários.


Assim, as oportunidades que permitem atingir o flow são "viciantes": sem elas, a vida seria chata, sem sentido ou cheia de ansiedade.



Para Mihaly, a felicidade pode ser aumentada ao fazermos aquilo que amamos. O propósito geralmente é algo que transcende nosso interesse imediato. O próprio flow nos deixa mais conscientes de nossa existência e como nos relacionamos com o mundo.


O Mihaly acredita em uma sociedade em que a população está altamente engajada e apaixonada por aquilo que faz.
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Offline Appollo
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#11
19-10-2014, 10:38 AM
Quero deixar um depoimento aqui.

Eu era um viciado em um jogo online(World Of Warcraft). Eu não tinha vida social e ficava o dia todo em casa jogando, acordava umas 10:00 e já ia direto pro jogo e só deslogava lá por volta das meia noite, uma hora da manhã. Tomava café, almoçava e jantava tudo na frente do computador.

Depois passei por aquele inferno descrito no meu relato e descobri a real. Meu pequeno mundo gradualmente foi se expandido e aos poucos fui diminuindo o tempo do qual eu gastava pra jogar. Chegava vez que eu logava no jogo(minimizava ele) e ia ler artigos pela internet, fórum, etc.

Outras jogava meia hora e saia fazer uma atividade física, etc. Só sei que meu corpo, minha mente desenvolveu uma escudo protetor. Percebo que me sinto enojado quando passo tempo muito grande jogando ou mesmo no computador, me sinto um lixo e preciso sair realizar uma atividade fora daquela realidade pra me sentir vivo.

E a sensação é ótima quando saio do "modo zumbi" e volto a realidade.

Hoje graças a Deus, não sinto mais aquela sensação viciante ou aquela vontade imensa. É algo que uso pra passar o tempo. Se aparece uma atividade melhor eu desligo numa boa. O jogo não mais me empolga como antigamente, independente de qual seja.

Minha dica é, ocupe seu tempo com outras atividades. Leia bastante, as vezes eu ligava o jogo e abria o navegador da internet começava a ler artigos da real, fórum etc. Passei a sentir mais vontade de explorar o mundo real, a tentar coisas novas, passei do estágio de ficar a imaginar para o de experienciar a vida.

Os relatos dos confrades me abriram os olhos, eu via que fulano fazia isso, beltrano fazia aquilo, ciclano foi para x lugar. Aquilo começou a despertar algo dentro de mim, a vontade de querer viver mais, de explorar o mundo, de sentir as mesmas coisas.

Comecei a ir assistir jogos da várzea no campo, comecei a conhecer pessoas de diferentes idades, comecei a ajudar familiares com reformas e pequenos serviços em casa.

Cada ação me ajudou a desvencilhar desses vícios, como falei ali em cima. Meu corpo desenvolveu um certo "nojo", repulsa, um sentimento ruim, quando passava muito tempo online, ou jogando alguma coisas. As vezes nem jogo direito, só fico batendo papo com alguns amigos que fiz e que conheço pessoalmente.

Fica ai o depoimento.
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Offline johnmcclane
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20-10-2014, 10:38 AM
Excelente texto e reflexão;

Eu cortei o vício do VideoGame e hoje estou cortando o vício de ficar vendo séries por horas. Já cheguei a assistir 10 horas seguidas. Tempo que podia estar dedicando aos meus estudos.

Sobre o estado Flow, sinto isso quando fico mexendo no carro e quando estou dirigindo em estradas. Parece que estou em modo automático.
Yippee-ki-yay, motherfucker!
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Ausente Marcílio
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21-10-2014, 03:53 PM
(20-10-2014, 10:38 AM)johnmcclane Escreveu: Excelente texto e reflexão;

Eu cortei o vício do VideoGame e hoje estou cortando o vício de ficar vendo séries por horas. Já cheguei a assistir 10 horas seguidas. Tempo que podia estar dedicando aos meus estudos.

Sobre o estado Flow, sinto isso quando fico mexendo no carro e quando estou dirigindo em estradas. Parece que estou em modo automático.

Cara, 8 anos atrás já fiquei quase 8 horas só com pornografia. Acredita?

Pior desgraça que o ser humano pode ter e esse vício. Pior, quanto vc conta pra outros fazem é rir de sua cara.

É triste.
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Offline Spectro
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21-10-2014, 10:35 PM
(19-10-2014, 10:38 AM)Appollo Escreveu: Quero deixar um depoimento aqui.

Eu era um viciado em um jogo online(World Of Warcraft). Eu não tinha vida social e ficava o dia todo em casa jogando, acordava umas 10:00 e já ia direto pro jogo e só deslogava lá por volta das meia noite, uma hora da manhã. Tomava café, almoçava e jantava tudo na frente do computador.

Depois passei por aquele inferno descrito no meu relato e descobri a real. Meu pequeno mundo gradualmente foi se expandido e aos poucos fui diminuindo o tempo do qual eu gastava pra jogar. Chegava vez que eu logava no jogo(minimizava ele) e ia ler artigos pela internet, fórum, etc.

Outras jogava meia hora e saia fazer uma atividade física, etc. Só sei que meu corpo, minha mente desenvolveu uma escudo protetor. Percebo que me sinto enojado quando passo tempo muito grande jogando ou mesmo no computador, me sinto um lixo e preciso sair realizar uma atividade fora daquela realidade pra me sentir vivo.

E a sensação é ótima quando saio do "modo zumbi" e volto a realidade.

Hoje graças a Deus, não sinto mais aquela sensação viciante ou aquela vontade imensa. É algo que uso pra passar o tempo. Se aparece uma atividade melhor eu desligo numa boa. O jogo não mais me empolga como antigamente, independente de qual seja.

Minha dica é, ocupe seu tempo com outras atividades. Leia bastante, as vezes eu ligava o jogo e abria o navegador da internet começava a ler artigos da real, fórum etc. Passei a sentir mais vontade de explorar o mundo real, a tentar coisas novas, passei do estágio de ficar a imaginar para o de experienciar a vida.

Os relatos dos confrades me abriram os olhos, eu via que fulano fazia isso, beltrano fazia aquilo, ciclano foi para x lugar. Aquilo começou a despertar algo dentro de mim, a vontade de querer viver mais, de explorar o mundo, de sentir as mesmas coisas.

Comecei a ir assistir jogos da várzea no campo, comecei a conhecer pessoas de diferentes idades, comecei a ajudar familiares com reformas e pequenos serviços em casa.

Cada ação me ajudou a desvencilhar desses vícios, como falei ali em cima. Meu corpo desenvolveu um certo "nojo", repulsa, um sentimento ruim, quando passava muito tempo online, ou jogando alguma coisas. As vezes nem jogo direito, só fico batendo papo com alguns amigos que fiz e que conheço pessoalmente.

Fica ai o depoimento.
Seu depoimento é o meu depoimento.
Parabéns confrade Apolo.
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Offline Spectro
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21-10-2014, 10:36 PM
Alias esse tópico do Mandrake veio muito a calhar, edificante confrade.
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Offline Mandrake
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09-11-2014, 09:33 PM
Alguns novatos deveriam ler este tópico, com ênfase no Estado de Flow.
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Offline NW GD FLW
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#17
09-11-2014, 10:35 PM
Por isso que a real salva vidas, valeu Mandrake.
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Ausente Marcílio
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#18
09-11-2014, 11:01 PM (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 09-11-2014, 11:01 PM por Marcílio.)
(09-11-2014, 09:33 PM)Mandrake Escreveu: Alguns novatos deveriam ler este tópico, com ênfase no Estado de Flow.

Sua descrição de Coach não é por acaso.

Ainda não li Estado de Flow. Mas se for que eu to pensando, deve ser uma das melhores coisas que se tem por aqui.

Adquirir prazer na profissão e operar no piloto automático é um dos objetivos de vida que muitos deveriam ter.

Valeu Mandrake !
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Offline Mandrake
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#19
10-11-2014, 01:17 AM
Piloto automático não seria o termo correto para o Estado de Flow. Piloto automático é condicionamento de comportamento.

A descrição de Coach refere-se à minha profissão. É meu ganha pão.
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#20
10-11-2014, 10:19 AM
Excelente tópico Mandrake.
Tive uma fase em minha vida,que usei o futebol como rota de fuga de um relacionamento que aprisionava...então aquilo,era libertador e viciante..quando
larguei a maldita,o futebol acabou me trazendo um outro tipo de prazer/ satisfação....no caso do trabalho,acredito que quando fazemos o que gostamos,isso acaba sendo um pouco viciante também,ainda mais quando estipulamos metas/objetivos. De qualquer forma sempre falo do equilíbrio na vida como um todo,é difícil mais é um exercício que temos que praticar.
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