13-09-2014, 07:52 PM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 13-09-2014, 08:20 PM por Pensador.)
Salve confrades!
Escrevi há mais de um ano atrás um texto sobre o mito da musculação dentro da Real. Nele prometi escrever um breve ensaio sobre algumas idéias que rodeiam minha cabeça, entre elas a que a Real pode levar o indivíduo despreparado para uma outra Matrix, ainda mais rígida e invisível.
A Real como âncora para a Matrix.
Venho observado a um tempo que a Real tem se difundido bastante na internet, sobretudo nas redes sociais. Isso fez com que o Fórum do Búfalo recebesse diversos novos membros que consumiam o material da Real com muita velocidade.
Por inexperiência, pressa ou ignorância, alguns desses novos usuários não assimilaram devidamente a sublime filosofia da Real e caíram na fase da revolta. Mas agora essa conhecida fase de raiva e ódio misógino mudou de cara e não mais tem como alvo as mulheres e o feminazismo, e sim o PT, o Foro de São Paulo, a esquerda e tutti quanti.
Em outras palavras, vários desses novos membros que se arrogam conhecedores da verdade, da realidade dura da vida, da dinâmica do comportamento humano, estão agora presos noutra matrix, não mais sentimental, e sim ideológica.
Se antes esses indivíduos passavam o dia todo manginando - como esse verbo é conciso e traiçoeiro – mulheres por aí, agora ficam gastando o precioso tempo de juventude discutindo política, as nefandas estratégias da esquerda latina, da Rússia duguinista, dentre outros temas que não competem a um cidadão tão inócuo e raso. Mas na cabeça do néscio ele é conhecedor da Real, portanto paira sobre as cabeças dos tolos, dos manginas, dos despolitizados.
Saíram de um simulacro pequeno e frágil, pra entrar num mais rígido e complexo. Este bem mais ardiloso que aquele, sejamos francos. Deixaram o manginismo pra cair num direitismo bobo e caricato. Um conservadorismo tão sem consistência, lunático, que sonha salvar o ocidente com Hangouts do Youtube, memes no Facebook e livros do Olavo de Carvalho. Há também os libertários radicais, que incorrem no mesmo fanatismo.
É como se, um lutador depois de vencer seu fraco adversário na luta, saísse do ringue e chamasse toda a academia para um combate! O lutador provavelmente sairá derrotado, já que não possui FORÇA, PREPARO e INTELIGÊNCIA para esse intento.
É evidente que não estou fazendo um manifesto anti-conservador, ou que não quero que se discuta política no fórum, muito pelo contrário. O que questiono é que as idéias ditas de direita precisam de um arcabouço teórico muito maior e mais consolidado. Além do seu livrinho do Olavo e do seu artigo do Instituto Mises, é preciso no mínimo ler mais uns 500 livros, de autores que vão de Kirk à Russeau, de Babbitt à Foucault. É preciso vários anos de estudo para se discutir com segurança sobre política, ainda mais de vertente liberal/conservadora. Fugindo disso o que sobra é ressentimento, perda de tempo e sonhos molhados com tempos que não se viveu. Política não é coisa pra amadores, nem estudiosos de meia pataca.
Se antes o sujeito passava todo seu dia com o nome de uma genérica Amanda, Luísa, Paula agora fica com Olavo, Duguin, Ditadura Comunista. Matrix por Matrix, ao menos a primeira não parecia neurose esquizofrênica.
O que me entristece é que também vejo búfalos velhos de savana caindo na mesma armadilha.
Em poucas palavras sabemos, nas linhas de vários confrades (Lawlyet, Mandrake, Doutrinador, Ali e muitos outros), que a real é sobre desenvolvimento pessoal. E não consigo ver nenhum crescimento quando se fica o dia todo no Fórum lamentando sobre o PT no poder, o feminazismo, o Foro de São Paulo e porque ninguém ama a ditatura.
A Real é sobre consertar a própria vida e não o ocidente!
A Real é sobre vencer os próprios obstáculos e não sobre vencer esse ou aquele partido!
A Real é sobre o homem e seus ideais e não sobre o jogo político!
A Real é sobre levantar da cadeira e agir e não sobre lamentar, se vitimizar e espernear na internet!
A Real é sobre o indivíduo que se diferencia e prospera e não sobre aquele parasita que espera o sucesso de alguma providência ou de outra pessoa.
Os pensamentos ditos realísticos não começaram ontem. Há passagens de pensadores de centenas de anos atrás que lembram os escritos dos Founding Fathers da Real. De Schopenhauer[1] à Doutrinador, de Montaigne[2] à Lawlyet, passando até por Ayn Rand[3], existe uma grande tradição de pessoas que optaram por pensar com os próprios neurônios, se desenvolvendo dia após dia, com amor próprio – e porque não uma boa dose de egoísmo - , sem lamentos, pensando sempre não em quem vai permitir mas em quem vai impedir. Esses eu chamo de Realistas.
Escrevi há mais de um ano atrás um texto sobre o mito da musculação dentro da Real. Nele prometi escrever um breve ensaio sobre algumas idéias que rodeiam minha cabeça, entre elas a que a Real pode levar o indivíduo despreparado para uma outra Matrix, ainda mais rígida e invisível.
A Real como âncora para a Matrix.
Venho observado a um tempo que a Real tem se difundido bastante na internet, sobretudo nas redes sociais. Isso fez com que o Fórum do Búfalo recebesse diversos novos membros que consumiam o material da Real com muita velocidade.
Por inexperiência, pressa ou ignorância, alguns desses novos usuários não assimilaram devidamente a sublime filosofia da Real e caíram na fase da revolta. Mas agora essa conhecida fase de raiva e ódio misógino mudou de cara e não mais tem como alvo as mulheres e o feminazismo, e sim o PT, o Foro de São Paulo, a esquerda e tutti quanti.
Em outras palavras, vários desses novos membros que se arrogam conhecedores da verdade, da realidade dura da vida, da dinâmica do comportamento humano, estão agora presos noutra matrix, não mais sentimental, e sim ideológica.
Se antes esses indivíduos passavam o dia todo manginando - como esse verbo é conciso e traiçoeiro – mulheres por aí, agora ficam gastando o precioso tempo de juventude discutindo política, as nefandas estratégias da esquerda latina, da Rússia duguinista, dentre outros temas que não competem a um cidadão tão inócuo e raso. Mas na cabeça do néscio ele é conhecedor da Real, portanto paira sobre as cabeças dos tolos, dos manginas, dos despolitizados.
Saíram de um simulacro pequeno e frágil, pra entrar num mais rígido e complexo. Este bem mais ardiloso que aquele, sejamos francos. Deixaram o manginismo pra cair num direitismo bobo e caricato. Um conservadorismo tão sem consistência, lunático, que sonha salvar o ocidente com Hangouts do Youtube, memes no Facebook e livros do Olavo de Carvalho. Há também os libertários radicais, que incorrem no mesmo fanatismo.
É como se, um lutador depois de vencer seu fraco adversário na luta, saísse do ringue e chamasse toda a academia para um combate! O lutador provavelmente sairá derrotado, já que não possui FORÇA, PREPARO e INTELIGÊNCIA para esse intento.
É evidente que não estou fazendo um manifesto anti-conservador, ou que não quero que se discuta política no fórum, muito pelo contrário. O que questiono é que as idéias ditas de direita precisam de um arcabouço teórico muito maior e mais consolidado. Além do seu livrinho do Olavo e do seu artigo do Instituto Mises, é preciso no mínimo ler mais uns 500 livros, de autores que vão de Kirk à Russeau, de Babbitt à Foucault. É preciso vários anos de estudo para se discutir com segurança sobre política, ainda mais de vertente liberal/conservadora. Fugindo disso o que sobra é ressentimento, perda de tempo e sonhos molhados com tempos que não se viveu. Política não é coisa pra amadores, nem estudiosos de meia pataca.
Se antes o sujeito passava todo seu dia com o nome de uma genérica Amanda, Luísa, Paula agora fica com Olavo, Duguin, Ditadura Comunista. Matrix por Matrix, ao menos a primeira não parecia neurose esquizofrênica.
O que me entristece é que também vejo búfalos velhos de savana caindo na mesma armadilha.
Em poucas palavras sabemos, nas linhas de vários confrades (Lawlyet, Mandrake, Doutrinador, Ali e muitos outros), que a real é sobre desenvolvimento pessoal. E não consigo ver nenhum crescimento quando se fica o dia todo no Fórum lamentando sobre o PT no poder, o feminazismo, o Foro de São Paulo e porque ninguém ama a ditatura.
A Real é sobre consertar a própria vida e não o ocidente!
A Real é sobre vencer os próprios obstáculos e não sobre vencer esse ou aquele partido!
A Real é sobre o homem e seus ideais e não sobre o jogo político!
A Real é sobre levantar da cadeira e agir e não sobre lamentar, se vitimizar e espernear na internet!
A Real é sobre o indivíduo que se diferencia e prospera e não sobre aquele parasita que espera o sucesso de alguma providência ou de outra pessoa.
Os pensamentos ditos realísticos não começaram ontem. Há passagens de pensadores de centenas de anos atrás que lembram os escritos dos Founding Fathers da Real. De Schopenhauer[1] à Doutrinador, de Montaigne[2] à Lawlyet, passando até por Ayn Rand[3], existe uma grande tradição de pessoas que optaram por pensar com os próprios neurônios, se desenvolvendo dia após dia, com amor próprio – e porque não uma boa dose de egoísmo - , sem lamentos, pensando sempre não em quem vai permitir mas em quem vai impedir. Esses eu chamo de Realistas.