25-12-2015, 12:44 PM
(25-12-2015, 05:55 AM)Basileus Basileon Escreveu:(24-12-2015, 12:45 PM)John Escreveu: Você tocou em um ponto importante, confrade.
Ainda estou completando a primeira metade da graduação, mas a ansiedade me faz correr atrás de informações para o que fazer após a mesma. Sim, esses livros de "Como passar em concurso" podem ter um teor muito grande de auto-ajuda mesmo, e eu já passei por essa fase, de ficar com sede de respostas para minhas perguntas existenciais e cheguei a acreditar que talvez um livro pudesse ter informações TÃO valiosas que te mudariam, transformariam. Enfim, essa fase passou. Não tenho preconceito com livros de auto-ajuda, apenas mudei minha visão sobre eles e leio com uma visão crítica e ceticismo, parei de colocar tanta expectativa em um livro.
Só que de uns tempos para cá, venho questionando meu método de estudo, principalmente para a faculdade de Direito. Nunca fui um exemplo de excelência na área. Nem tiro as melhores notas da classe, por exemplo. Consegui lograr êxito no vestibular, mas considero que o ENEM tenha um perfil totalmente diferente de concursos de meu possível interesse. Questões que envolviam pura interpretação de texto e lógica, além de atualidades e redação, foram uma grande oportunidade para mim. Mas me questiono se realmente tenho essa capacidade para competir em níveis mais altos de concorrência. Eu tenho meu "método", ele funcionou para o ENEM. Mas para provas discursivas, por exemplo, quando era exigido um conteúdo mais aprofundado da matéria, eu costumava sucumbir. Ainda não me adaptei ao estudo do Direito, ainda estou perdido nesse mundo jurídico, que para um iniciante na área parece ser muito complexo e complicado, e também como o mercado de trabalho em si, a vida adulta{tenho 20 anos}, as dificuldades e os potenciais benefícios de ser bem-sucedido no ramo.
Também acho que não existe fórmula mágica. Mas para um "jovem perdido" rs, a possível orientação devida seria importantíssima. Claro que não quero "cortar caminho", também não acho que nada substitua o velho trabalho duro. Mas vale a pena procurar certas ferramentas de estudo, que de repente podem ajudar nos menores detalhes, que fazem a diferença. Por isso estou atrás de material para aprimorar meu estudo, sei que a medida que vou evoluindo como ser humano e me desenvolvendo como homem o próprio tempo trará as respostas, mas essa demanda atual por "respostas" as vezes é inconsciente e te faz tomar medidas desesperadas e impulsivas, como foi a minha de comprar o livro citado{ò mais barato, de 23 reais} hahaha. Vou ler sim, e extrair o que achar útil. Mas como você citou, é muito individual.
Confrade, primeiramente um feliz natal e um próspero ano novo! Que em 2016, consiga atingir os seus objetivos pessoais.
Tome cuidado com essa ansiedade. Filtre o material que desperta uma curiosidade pessoal, para diferenciá-lo daquele conteúdo programático que você não tem como escapar de ler.
Sobre a questão do estudo, o confrade ainda está reproduzindo aquela forma oriunda do ENEM/ E.M que não se adequa ao Ensino Superior e ao curso do Direito. Identifique o tema proposto pelo(a) professor(a), busque o conceito dele através das doutrinas consolidadas para conseguir instrumentalizar aquela matéria. A partir desse ponto, dê uma olhada nas doutrinas minoritárias, para conhecer o outro lado defendido, aí é só ver a sua atualidade (o que vem sendo discutido dele atualmente) e as ementas são de grande valia aqui.
Muitos se perdem no curso porque querem só decorar a matéria, querem o mastigado, ou, se fixam em apenas uma visão, quando a didática dos professores é mais expositiva (querem exaurir e esgotar o tema), aí o aluno só conhece o básico e o teórico, não consegue aprofundar a matéria, e o pior, não dá aplicabilidade para aquele conteúdo.
Isso é o método mais básico de estudo, que vai te servir para tocar a graduação, uma OAB e concursos públicos. Quando você se acostumar a aprofundar, verticalizar e instrumentalizar a matéria, aí vai começar a adequar o método de acordo com as suas vontades.
De resto, algumas coisas não tem como escapar, concursos, OAB e até mesmo a prática fazem extenso uso. Citei exemplo do Bittencourt no Criminal, mas tem ainda o casal Bandeira de Mello e Zanella Di Pietro no Direito Administrativo. É algo que você deverá percorrer no seu curso e concursos.
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Nas tuas metas, fica um conselho pessoal que eu colocaria no campo da faculdade. Estude material estrangeiro. O Brasil não é um grande produtor de material jurídico, na verdade, importamos a maior parte das nossas teorias de outros países de tradição romano-germânica. Algumas ideias já consolidadas lá fora, ou ainda debatidas, acabam chegando com atraso aqui. Uma boa vantagem é já conhecê-las para sair na frente ou até mesmo empreender em cima disso. Muitas leis nacionais são copiadas do estrangeiro.
Uma dica de economia é utilizar o Google Books. É a maior biblioteca virtual do mundo, com várias obras em português, muitas inteiramente digitalizadas e outras quase completas, além de muito material histórico de excelente qualidade.
Se for muito sovina, consegue fazer TCC, artigos e trabalhos só utilizando referências bibliográficas de lá.
Excelente ano para você também, confrade. Vamos em frente, sempre.
Obrigado pelas dicas, vão com certeza me ajudar nessa caminhada, creio que se mantermos nossa mente aberta a novas ideias de uma maneira ou de outra iremos evoluir.