28-05-2018, 01:07 PM
Parabéns pelo desafio. Acho legal esse tipo de coisa.
Um dia quero fazer algo parecido.
Um dia quero fazer algo parecido.
"Se for pra desistir, desista de ser fraco."
Diários de Bicicleta
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28-05-2018, 01:07 PM
Parabéns pelo desafio. Acho legal esse tipo de coisa.
Um dia quero fazer algo parecido.
"Se for pra desistir, desista de ser fraco."
29-05-2018, 08:38 PM
Vamo prosseguindo porque não sei se consigo postar mais essa semana...
Como falei na postagem anterior, já tratei de sair cedinho de Cananéia porque eu sabia que 90% do caminho seria estrada de terra e eu tava com planos de enfrentar a Telégrafo, então como já tava escaldado pela Despraiado que me fez perder bastante tempo, então tava afim de encerrar pelo menos na boca da entrada da trilha (tem uma escola na entrada e pelo que li pessoal costuma dormir por lá caso cheguem tarde na entrada da trilha). Como tinha uma balsa até o continente, fiz questão de pegar logo a primeira do dia, o que foi bom, pois fui agraciado com um belo nascer do sol. O friozinho da manhã nem chegou a incomodar a visão.
Começo de dia:
Daí foram mais alguns minutos de pedalada até a entrada da Estrada do Mandira, que tem um quilombo e uma reserva extrativista ao seu redor. Para alívio meu e do meu joelho (que já tava começando a apitar pelo esforço dos 2 últimos dias) a estrada era plana na maioria do caminho, com quase nada de lama e tirando umas partes meio ruins ou outra, tava dando pra manter uma boa média de começo. Naquele ritmo daria pra chegar na Telégrafo até a hora do almoço, mais ou menos.
Mandira Begins:
O caminho tava muito bom até surgir os atoleiros, do naipe do que peguei na Despraiado. Pelo menos sem as subidas e descidas suicidas, para deixar tudo menos excruciante. Enquanto isso era legal ver o pessoal roceiro da região ou passando a pé ou de carro te cumprimentando, buzinando, sorrindo, etc. É muito legal essas pequenas coisas. Com o ritmo mais lento e acompanhando no GPS meu avanço, já tava mudando os planos e pensando que teria que dormir na tal escolinha (equipamento pra dormir no meio do mato eu tinha msm) e tava numa boa quanto a isso. Afinal a paisagem ao redor ajudava a tirar o stress e também, não tava com pressa, o cronograma estava bom por enquanto.
No caminho:
A pedalada continuou, as subidas começaram e uma cascalhada começou a atrapalhar a pedalada (pedalar no cascalho com pneu fino é uma droga sem tamanho e as vezes tinha que descer e empurrar). Alguns lameiros pelo caminho preocupavam, pois se ali já tava assim, na Telégrafo provavelmente estaria pior. Mas vamo que vamo assim mesmo. Tinha um bocado de sítio abandonado pelo caminho, minha curiosidade sempre pedindo pra dar uma parada e dar uma olhadinha pra ver o q tinha por lá. Acho que um dia ainda parto pro Urbex, esses locais abandonados vivem me chamando e eu acabo não indo. Era umas 2 ou 3 da tarde e cheguei na mais importante encruzilhada do caminho: De um lado, mais 25 km até Ariri, vilinha de pescadores e última cidade do estado de SP antes de chegar no Paraná, se não me engano. Do outro, o caminho de 7 km que daria na entrada do Telégrafo... Olhei pra um lado, olhei pro outro, minhas reservas estavam razoáveis ainda e não tava com medo de dormir no meio do nada mesmo (com sorte teria o mesmo destino do Villas Boas haha). Então, dane-se, partiu Telégrafo...
Hora da decisão:
Porém não fui longe. Assim que desci o morrinho que separava a estradinha da estrada principal, surgiu UM PUTA ATOLEIRO com umas valetas enormes (o pessoal da prefeitura tentou passar a patrola em cima pra arrumar o atoleiro, mas conseguiram cagar mais ainda a situação). Então parei, pensei um pouco e cheguei a conclusão que se ali já estava daquele jeito, nem seria bom ver a Telégrafo, especialmente com uma bicicleta de pneus finos e pesando uns 20kg ou mais (carregar 20kg nas costas no plano já é chato, imagina num atoleiro...). Se eu tivesse a pé, ou mais descansado, talvez até arriscaria. Mas já tive minha cota de Calvário lá no Despraiado. Então, botei a viola no saco, voltei pra encruzilhada e toca pro Ariri. O caminho, se não tinha mais lama, já começou com umas subidas meio chatas, o cascalho na pista atrapalhava as vezes e eu já tava começando a ficar cansado com o empurra bike. Acho que foram mais de 2 horas até chegar na periferia da cidade, cheia de chácaras e crianças correndo na estrada (afinal eram férias escolares). Mais um pouquinho já estava na pequena Ariri.
Fim do Dia:
Chegando na vilinha, tratei de arrumar uma hospedagem, comer algo num buteco (acompanhado de uma cervejinha que me fez ficar meio doidão haha) e ver como faria pra chegar no Paraná, pois pelos relatos que tinha lido, teria a opção de pegar um barco com algum pescador e me deixarem em Superagui ou tentar algum transporte até a Ilha do Cardoso, lugar bem remoto mas que teria condição de fazer (mesmo sem ter planejado isso). Com o próprio dono da pousada consegui um barco pra manhã seguinte até Superagui por uns 50 reais, o que me deixou aliviado pois pensei que teria que ficar mofando por ali uns dias. Então, tratei de dar um banho na bicicleta, que tava cheia de lama (banho msm, botei ela no chuveiro do quarto msm haha), dar uma revisada numas peças que tavam começando a ficar bambas por causa da bateção dos outros dias (especialmente o bagageiro chinês quejá tava começando a abrir o bico e então fiz umas emendas usando a sempre útil "enforca gato" ou fita Hellerman). Depois do reparo fiz minha jantinha no fogareiro, deixei a tralha já organizada pra poder jogar no barco e tratei de dormir o sono dos justos. Eu tinha salvo esse print do Strava do dia da pedalada, achei interessante por aqui como registro:
Strava:
É isso aí pessoal, não sei se essa semana posto mais algo porque irei pra casa de uns parentes nesse feriado. Mas se der, posto mais aí.
Acima de tudo, reze o terço.
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31-05-2018, 06:57 AM
Bacana no aguardo do resto do relato.
Tambem acho massa essa parada de Urbex, aqui em bh sempre passo em frente a uns lugares que me mordo de curiosidade pra saber oque tem dentro, tipo uma mansão abandonada na rua São Paulo.
02-06-2018, 11:24 AM
Vou escrever bem "maloca e vileiro", maanoo...toma no cu véeei! Que rolé do caraaalho! Te chamaria pro buteco agora para comer torresmo, fumar um paieiro e tomar umas brejas geladas naqueles copos arranhados em comemoração a esse FEITO que vc teve.
Isso é um sonho, parece simples mas ter esses dias só para nós mesmos, ainda que eu naõ o tenha feito, já posso imaginar sua sensação de paz, liberdade, sossego e realização. Somente as imagens dos lugares que vc passou, das fotos que seu cérebro tirou que ficarão gravadas na sua memoria pro resto de sua vida ja pagará o passeio e fará vc esquecer de qqr problema que tenha tido na viagem, como dores, cansaço, frio, fome, calor, sede entre outros.! Como homens e irmão que somos nesse mundo, MEUS SINCEROS PARABÉNS!
02-06-2018, 04:17 PM
Puta que pariu, que experiência!
Já fiz muito isso só que de carro e moto, viajando pelo Brasil, queria ter essa coragem e energia pra fazer de bicicleta mas o joelho já não me permite nem andar de moto mais, é como o confrade Rooster falou, tem que ir bem simples pra não chamar atenção. Muitas viagens que fiz eu vi mais graça nas coisas que encontrei pelo caminho do que no próprio destino em si. Viajar sozinho, conhecer gente nova, lugares turísticos é um dos prazeres que um homem deve experimentar pelo menos uma vez na vida.
04-06-2018, 08:55 AM
Voltando pro batente, voltando pro diário. Hora de continuar isso aqui.
Cedinho já tratei de pegar a lancha, pra poder aproveitar bem o dia e tentar ver se eu conseguia dormir já na divisa de SC (infelizmente com o desvio de rota que fiz na Telégrafo não consegui ver muita coisa do PR, uma pena). Então, boto a bicicleta e as tralhas na baike e zarpo em direção a Superagui. No caminho fui até batendo papo com o barqueiro, um cara bacana, que foi me explicando as coisas da região, marés, essas coisas. E me deixou já na praia propriamente dita, pois infelizmente parece q tem uns que largam mais pra trás, na saída de um mangue. O que seria um começo de dia não muito bom...
Zarpando:
Desembarcando no Paraná, me despeço do barqueiro, prendo as tralhas na baike e vou embora. A pedalada seria no mesmo nível da que fiz em Ilha Comprida, então nada de novo. Teria só 25km pela frente e a única incógnita do caminho era como iria fazer pra chegar até Paranaguá. Pelo que tinha lido tinha barcos que saiam de manhã e na hora do almoço, então me concentrei em não me apressar tanto e ver se conseguia chegar a tempo do próximo barco sair. Essa pedalada foi a mais solitária de todas. Era impressionante ficar horas sem ver UMA VIVA ALMA. O máximo de contato humano que tive em boa parte do caminho eram os barcos de pescadores que estavam no mar e dava pra ver de longe. É uma sensação de paz indescritível. Não tem como não comparar com aqueles filmes de fim do mundo, onde você é aquele cara perdido andando pelas ruínas da antiga civilização que pereceu. Pra não dizer que não vi ninguém no caminho, o máximo que vi foi uma senhora, provavelmente esposa de algum pescador que estavam acampando enquanto armavam as redes, que tava com um cachorrinho que resolveu me seguir por tempo, doido pra arrancar um pedaço da minha canela.
Nas praias do meu Paranã:
E foi nisso, de novo pedalando com o mar quebrando do seu lado, aquele ventinho frio gostoso e quando tava chegando em Superagui finalmente começou a aparecer gente e até alguns turistas. Minha solidão tinha terminado. Chegando na vila de Superagui, fui direto pro cais que tinha lido e tudo vazio... Hmm... Fui andando, olhando ao redor pra ver se achava algum barco se preparando pra ir e nada. E como a vila não tem calçamento, suas ruas são de areia. Coisa linda, tirando o fato que empurrar bicicleta de pneu fino na areia fofa é quase impraticável (pedalar pode esquecer ) Então parei numa vendinha e comecei a conversar com o dono sobre o tal barco. O senhor, muito gentil e um dos poucos nos quais eu conseguia entender o que tava falando (parece que os paranaenses daquela região tem um dialeto próprio ) foi explicando que não tem transporte regular pra Paranaguá, que os barcos só saem quando tem gente. Mas que boa parte das vezes toda manhã saia pelo menos um, já que como a vila era isolada o pessoal tem q fazer compras e resolver seus problemas no continente. Conversei mais um pouco com ele, que foi fazendo as tradicionais perguntas sobre a viagem e contando um pouco da vida dele também (é muito gostoso essa troca de experiências).
Vila caiçara de Superagui:
Aí, resolvi procurar algum lugar pra ficar. Tava olhando o mapa, caçando algum camping (tinham muitos) e torcendo que algum tivesse aberto quando um senhorzinho me aborda e naquele estranho dialeto do pessoal da região me fala umas coisas que não entendo direito, tirando a palavra "minha pousada", "40 reais". Perguntei só se tinha banho quente e como a resposta foi positiva (e era ali perto), tratei de fazer meu pouso por lá mesmo. Como tinha o resto do dia livre (cheguei lá não era nem meio dia), então fiquei foi passeando um pouquinho, tentando arranjar sinal de celular e falar com o pessoal de casa que não tinha morrido (ainda ) e esse tipo de coisa. Aproveitei até pra dar uma relaxada tb, pq o joelho já tava reclamando bastante. O próprio dono da pousada se prontificou a arrumar um barco pra mim na outra manhã (ou foi pelo menos o q eu entendi ele falar ), então tava sossegado. Se não arrumasse tb, eu aproveitaria pra ficar passeando por lá, que é bem interessante (meio sujo na parte da vila, mas um lugar bacana). O dono da pousada me descolou um rango na faixa, fui lavar a bicicleta pra arrancar a areia que tava lixando as peças e um pouco da maresia e basicamente foi um isso, um dia até "perdido", mas que foi bom pelo descanso. Amanhã prossigo o relato, rumo as terras catarinenses!
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04-06-2018, 09:48 AM
Quando vejo as fotos e o relato das pessoas que aparecem pelo caminho, fico imaginando...existem tantos lugares, tantas pessoas com vidas completamente diferente das nossas, com outras preocupações, outros hobbies, outra rotina. E a gente se preocupa tanto com a nossa, como se ela fosse a única possível. Fazer essas viagens deve abrir muito a nossa mente nesse sentido. Sentar na areia e olhar o mar por algumas horas, esquecer dos problemas, da rotina, se voltar à natureza, sinto muita falta disso.
04-06-2018, 12:55 PM
Muito bom viver essas experiências de vida, as pequenas coisas passam a ter um grande valor. Não é fácil tomar essa decisão e seguir estrada a fora, mas o importante é fazer o que tem vontade.
Também gosto muito de pedalar, mas uso a bicicleta como lazer. Aproveitando a sua experiência e o assunto, compartilho esses vídeos para motivar (ainda mais) você e os que estão pensando em fazer o mesmo.
04-06-2018, 01:00 PM
Chegou a filmar, barão, ou só tirou foto?
Considere na próxima arrumar uma GoPRO nem que for xing ling ou com celular mesmo e ir gravando trechos do caminho.
04-06-2018, 05:41 PM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 04-06-2018, 05:42 PM por barãozin.)
(04-06-2018, 09:48 AM)Tim Laflour Escreveu: Quando vejo as fotos e o relato das pessoas que aparecem pelo caminho, fico imaginando...existem tantos lugares, tantas pessoas com vidas completamente diferente das nossas, com outras preocupações, outros hobbies, outra rotina. E a gente se preocupa tanto com a nossa, como se ela fosse a única possível. Fazer essas viagens deve abrir muito a nossa mente nesse sentido. Sentar na areia e olhar o mar por algumas horas, esquecer dos problemas, da rotina, se voltar à natureza, sinto muita falta disso. Rapaz, pega umas férias e faz isso aí, nem que seja uma pedalada de 2 ou 3 dias. Acho que depois dessa viagenzinha eu parei de ligar pra um monte de coisas que não tinham tanta importância assim. Aliás, uma coisa que vc conquista fazendo isso aí é aquela de "eu posso". Cara que é muito travado, muito tímido, talvez se largasse um pouco a teorização e partisse pra uma viagem dessas por uns 15 dias, ia voltar mudado. Eu msm já tenho umas 2 ou 3 viagens malucas planejadas pra fazer. Se Deus quiser em julho agora parto pra outra (E vou relatar aqui tb, claro)
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04-06-2018, 06:47 PM
Muito bom esse relato, pensei que fosse impossível viajar tão longe de bicicleta.
Faz tempo que estou querendo fazer uma viagem de uns 60 a 70 Km pelo litoral paulista, o tópico me motivou bastante, mas o problema é os roubos que tem nesse litoral sul, por Praia Grande, Mongaguá e Itanhanhém. Ouvi dizer que bicicleta por lá troca de mão mais do que mulher rodada.
04-06-2018, 07:13 PM
Já fiz uma mini loucura dessas, não se compara nem 10% do que o @[b]barãozin [/b]
Fez, mas foi muito foda, sai da rotina totalmente, comigo foi assim, um clube de futebol na época acho que sub 20 da capital de onde eu morava queria fechar um jogo treino com um time de um projeto que um amigo meu tinha onde eles faziam peneiras e vendiam os jogadores bons e tal, nesse dia esse camarada que era o diretor desse clube do projeto me chamou para ir assistir o jogo porem iríamos de bicicleta, eu peguei uma bike emprestada, sem freio, enferrujada mesmo haha meu amigo, era emoção forte andar naquele troço, e fomos até pouco depois da capital, pela BR mesmo, chovendo, cada vez que passava um caminhão a milhão por hora, a minha bicicleta parecia avião com turbulência, chegamos no jogo, assisti lá a partida, e voltamos, te falar foi um dos dias mais legais cheguei em casa com a roupa toda suja por causa da chuva e por conta da bicicleta velha que nem para lamas tinha, confesso a vocês, ainda tenho vontade de comprar um skate para dar uns rolés mais tranquilos também, mas faz falta alguns mais sem noção, como o desse dia que passei, foram quase uma hora e meia de BR para chegar debaixo de chuva! para voltar acho que demoramos menos.
04-06-2018, 08:19 PM
(04-06-2018, 06:47 PM)PODER-MASCULINO Escreveu: Muito bom esse relato, pensei que fosse impossível viajar tão longe de bicicleta. Tem cara que cruza o mundo em cima de uma bicicleta. Parte de litoral só é crítico mesmo Praia Grande, especialmente ali pela praia e naquela saída da ponte pênsil até mais ou menos o começo da Pres. Kennedy. Mas vc indo cedinho e sem muita coisa chamativa vc passa batido. Daí vc prossegue pela Kennedy msm, que como é avenida comercial é muito mais tranquilo e sempre tá passando PM, sem falar q a ciclovia dela é boa. As outras cidades são bem tranquilas e passou Peruíbe a preocupação é praticamente 0, pq já vira interior.
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05-06-2018, 10:33 AM
Vamos prosseguir...
Ainda bem que no outro dia o cara do dialeto estranho me arrumou um barco, que lá eles chamam de voadeira. Ia sair cedinho com mais alguns passageiros, então daria pra pedalar bem naquele dia. Antes de embarcar tinha um tiozinho que trabalhava de humorista e fazendo shows pelo Paraná e agora tava morando no Superagui pq segundo ele, mais uns meses e ele morreria de cirrose porque os amigos deles viviam chamando ele pra ir tomar umas pingas e como ele é bom de copo sempre ia. Ficamo batendo papo até prepararem o barco pra sair, cara bastante simpático. Botamo a bicicleta no barco, todo mundo se agasalhou como pode pq tava um frio lascado e uma garoinha chata e partiu Paranaguá. Mais ou menos uns 30 minutos de barco entre os navios do Porto de Paranaguá depois, desembarcamos numa prainha. Tentei pedir pra um frentista de um posto próximo para que eu pudesse bater uma água rapidinho na bike pra tirar a areia, mas o cara tava de mal humor e não deixou... Bem, fazer o que. Tratei logo de zarpar pq tinha um pessoalzinho estranho naquela parte do caís.
Paranaguá:
Só que tive que parar logo em seguida, pois começou cair uma chuva meio grossa (e fria!) que ferrava tudo. Parei embaixo de uma marquise de um banco e resolvi esperar um pouquinho, enquanto já deixava a capa de chuva fácil pra vestir, se preciso. Eu tava acostumado a pedalar em chuvas torrenciais em pleno Julho, então não seria nada extraordinário. Mas São Pedro foi legal comigo e a chuva parou depois de um tempinho, então, toca pra estrada. Infelizmente nem tirei muita foto do caminho de Paranaguá porque com a chuva eu tava com medo de que o celular molhasse, me deixando sem o Strava e o mapa que usava pra checar o caminho. Aí tinha duas opções: tentar ir pra Garuva (meu plano original se eu tivesse ido pela Telégrafo e ido mais por dentro do PR), uma cidadezinha pequena já em SC ou ir costeando pelo Pontal do Paraná. Obviamente preferi ir pela costa, pra poder apreciar melhor a paisagem das praias do Paranã.
Pontal do Paranã:
O caminho tava muito bom, bem planinho, só que o joelho direito e meu calcanhar esquerdo tava ficando crítico de tanta dor. Tinha hora que tinha q tinha q descer da bicicleta, empurrar um pouco ela pra poder esticar as pernas e continuar a pedalar. Nesse ritmo cheguei a Matinhos, bela cidade litorânea (e meio riquinha) e dali tive que pegar um morrinho FILHO DA PUTA pra poder chegar até a barca que fazia a travessia até Guaratuba. Na balsa, mais uma vez pessoal via aquele jagunço de bicicleta cheio de tralhas e vinha perguntar daonde eu vinha e pra onde eu ia. Qdo eu falava que era de SP pessoal sempre arregalava o olho hahah
Spoiler:
Chegando do outro lado tratei de bater um rango pq eu tava ficando sem energia. Os lanchinhos que tinham trago não tavam dando conta. Então cacei um restaurante mais em conta, dum casalzinho chinês, peguei o pratão mais caprichado que tinha (flango com macarrão) e fiquei lá na porta do estabelecimento batendo o rangão como um PEDREIRO. Pessoal passava e não sei se ficava mais de cara comigo que tava parecendo um nômade mongol ou com a bicicleta carregada que tava do meu lado. Pança cheia e digestão feita, trepei na bike e fui sentido SC. Queria tirar uma foto bem bacana naquelas placas de rodovia, que sinalizam a divisa de estado. Porém não achei nenhuma e tava me perguntando onde diabos estava Santa Catarina. Chegando numa prainha, paro pra descansar e tomar minha água misturada com aqueles soros em pó (aquilo salva viu? Recomendo quem for fazer loucura semelhante levar uns saquinhos disso, é baratinho e mata a caibra que a desidratação dá e quase me quebrou no 2º dia), olho pra cima e vejp no posto salva vidas que já tava em SC! Porra, nem pra ter uma plaquinha legal avisando...
Spoiler:
Aí fui pedalando nas orlas catarinenses até chegar em Itapoá, cidade estilo Praia Grande, onde o pessoal compra casas de veraneio e vai pra lá nos feriadões (achei bem mais bacana que PG, mesmo com um monte de pistinhas de terra). Chegando lá fui logo pro camping mais na ponta da cidade que tinha, porque queria ficar o mais perto pra chegar em Joinville logo. Um camping muito bonito e tudo, só que FECHADO... Fui caçando outro lugar pra dormir no celular, basicamente só tinham quartos pra alugar pra temporada. Aí finalmente achei outro camping, tava aberto, era baratinho, então parti pra lá. Chegando lá, as habituais questões sobre a minha jornada, fui batendo um papo com o dono do lugar, um cara bem legal e tratei de armar minha rede (enquanto os mosquitos e um filhotinho de cachorro me enchiam o saco) pq tinha q dar uma boa descansada pra amanhã. Fiz um rango rápido, tomei um banho quente e cama! Dormi feito uma pedra e as 5 já tava de pé. Só tomei um desjejum, arrumei a tralha e parti (uma pena pois até queria ficar mais por lá). Pretendia parar em Joinville pra poder descansar melhor o meu joelho, que já tava pedindo arrego. Parti rumo a Balsa do Vigorelli, que fazia a travessia Vila da Glória - Joinville. Tava pensando em ir pra São Francisco do Sul, porém como Joinville era maior e tinha o Museu da Bicicleta, resolvi ir pra lá mesmo. Tive que pegar uma estradinha de areia muito da filha da puta que me fazia atolar feito porco na lama. Mas rapidinho ela passou e pedalei na parte sul, já na Vila da Glória, mais uma bela paisagem do litoral catarinense.
Vila da Glória:
Daí peguei a pista pro Vigorelli, onde tinha outras subidas lascadas e lá vai eu pro empurra bike. Chegou numa parte que começou umas descidas meio fortes e então fui pelo acostamento, que só tinha na contra mão. Nesse momento tive mais um momento "cu na mão". Tava descendo a milhão no acostamento e do nada uma porrada de galhos me aparece no meio do caminho. Fui desviar, só que vieram 3 carros na contra mão... Entre se espatifar com carro ou nas árvores, bem, lá fui eu beijar a natureza... Foi uma porrada e tanto, mas ainda bem que nem cai da bicicleta nem nada, foi mais um tremendo susto. Só tava sentindo uma ardência desgramada no pescoço, mas como tava chegando na balsa ia deixar pra ver isso lá.
Spoiler: Chegando na balsa, paro pra tomar uma água que tinha numa bica e ver que diabos era aquilo no meu pescoço. Qdo fui ver com um espelho, tava tudo encaroçado e vermelho. Que porra era aquela? Aí na habitual explanação do "onde vinha/onde vou" pra uns ciclistas que tavam lá esperando a balsa pra voltar pra Joinville, eles me explicam que bati de frente com o famigerado bambu "Lambe Papo" e que basicamente todo ciclista de lá já teve a infelicidade de tb ter seu papo avariado pela bendita planta. E que ainda tive sorte, pois esse mesmo bambu tem uns esporões e costuma enfiar no couro de muito ciclista azarado, causando um estrago daqueles. Dei Graças por ter só me ferrado aquele tanto e continuei a meter água gelada no pescoço, pra ver se aliviava um pouco aquela ardência. A balsa chegou, embarquei nela e só no meio do caminho percebi que deixei meu boné velho de guerra do outro lado. Até pedi pro pessoal da balsa ver se achava ele, mas não conseguiram. Então dei ele como baixa, subi na bicicleta e fui pedalando na manha até Joinville, onde me hospedei numa pousadinha. Depois que o corpo esfriou, foi que o joelho começou a cobrar a dívida de dias de abuso: uma dor ferrada, sendo um suplício para poder subir escada e até mesmo andar. Ai ai ai... Encerro por aqui, amanhã posto o que fiz em Joinville e o que fiz pra tentar remendar o joelho.
Acima de tudo, reze o terço.
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05-06-2018, 11:10 AM
Matinhos bela? Guaratuba é bem melhor, mas enfim ... Joinvile é uma cidade muito maneira, bonita, etc e Paranaguá histórica, poderia ter feito um turismo ali, é bem interessante.
06-06-2018, 09:15 AM
Em Joinville resolvi dar uma parada pq senão meu joelho ia quebrar em 2. Então, primeira coisa que fiz ao chegar na pousada foi desmontar a baike e fazer uma lavagem um pouco mais detalhada, pois ela tava com muita areia dos dias anteriores e ferrugem se espalhando. Tb tive q passar na farmácia pra pegar uns anti inflamatórios e remédio pra dor, pra ver se em 2 dias o joelho não apitava tanto (o meu calcanhar tava até meio "esponjoso" por dentro, era um treco bem estranho)
O mais legal é que mais pro fim do dia chegou um francês na pousada que tb tava viajando de bicicleta. Só que o cara era um monstro, pois fazia em média uns 200km ou mais por dia em cima da bicicleta e msm tendo saído um tempo depois de mim lá do Espírito Santo, já tinha me alcançado aqui em Joinville. O cara tinha bom português e deu pra conversar bastante sobre o que vimos no caminho e a filosofia "mulambiker" minha contra o "avançadismo de alto nível" do cara, que usava uma bicicleta toda em fibra de carbono e era levíssima, sem falar que ele carregava bem menos bagagem que eu (já que ele não ia se enfiar no meio do mato com aquela bicicleta). Só fiquei de cara como é que não tinham depenado ele no caminho, já que só aquele equipamento dele devia valer brincando uns 15 mil reais, provavelmente mais. No outro dia dei um rolê pela cidade, aproveitei pra passar na Decatlhon para pegar um boné novo e comprar daquelas joelheiras tensoras pro joelho véio. Ajudou bastante pra botar o joelho em ordem de novo. Só duas decepções no dia é que fui passar no Museu da Bicicleta pra ver umas raridades e descobri que estava fechado indefinidamente pra reformas e o catavento da Opa Bier tava fechado tb... No mais é isso aí, no próximo capítulo saio de Joinville pra quebrar um recorde pessoal.
Em Joinville:
Acima de tudo, reze o terço.
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08-06-2018, 09:49 AM
Com o joelho já mais ou menos recuperado, de manhã sai cedinho junto com o francês, q tb ficou em Joinville pra dar uma passeada.
Eu e ele fomos pelo trânsito caótico matinal de Joinville até mais ou menos a entrada da BR 101, onde nos despedimos e ele foi em frente, rápido feito um foguete. Fui seguindo pela estrada e acabei pegando uma curva errada num trevo que me fez perder quase 1 hora pedalando... Pra melhorar 2 raios da roda traseira foram pro saco, quando passei numas britas e elas estavam meio fofas. Tive que parar na beira da estrada, arrancar os raios zuados e continuar a viagem com a roda traseira meio esquisita e praticamente sem muito freio, já que tive q aliviar a tensão do cabo para as sapatas não ficarem raspando no aro. O bagageiro xing Ling estava começando a se desfazer tb, mas segui remendando ele com fita hellerman. Engraçado que mesmo com esses contratempos todos eu tava tranquilão. Depois de dias de "trecheiro" teu ânimo e humor se transformam. Vc passa a se importar muito menos com problemas bobos e tudo que importa no fim é Deus te proteger pra q vc não ser espatifado por um caminhão. O foda de pedalar em BR é que vc fica constantemente com o cu na mão. Primeiro, porque no acostamento vc tá perto dos caminhões que passam na faixa da direita. Td vez q um bicho desses passa perto vc balança td por causa do vento e do barulho. Outras são as saídas pras pistas laterais e retornos, como tem muito motorista corno que não dá seta pra entrar na pista você tem que esperar um tempinho pra poder passar, perdendo o ritmo da pedalada. A vantagem é que você tem uma pista bem melhor pra pedalar e os pneus finos rendem bastante. E os SAU's finalmente te fazem gostar um pouquinho de pedágio, sempre parava neles pra tomar um café e esticar as pernas. Mas sempre que dava eu saia das BR's e tentava pedalar o mais próximo possível da orla. Pedalar em BR era estressante pra caralho, e preferiria ter uma pedalada mais lenta e relaxante do que ir mais rápido não vendo muita coisa e ficar pilhado por causa dos caminhões. Queria passar pela orla de Piçarras e de Penha, sem falar que queria dar uma parada no Beto Carrero pra tirar umas fotos (era um dos meus objetivos da viagem) e pela 101 teria q fazer um desvio só pra poder chegar lá.
No trecho:
E era umas 4 da tarde, mais ou menos, quando finalmente vi o castelo do Beto Carrero World. Porra mermão, eu lembro daquele filme Férias Frustradas que os caras se fodiam todo pra chegar no Wally World e ficavam felizões quando chegaram lá. Missão cumprida! Foi mais ou menos no mesmo estilo que fiquei, porque você para pra pensar e percebe "porra, cheguei até aqui numa bicicleta velha e na cara e na coragem, caralho!" Fiquei lá bem uns 15 minutos, tirando foto, enviando video pro pessoal, dando "entrevista" pros turistas, afinal só eu lá de bicicleta carregada despertava a curiosidade. Quase pulando de alegria, que vitória!
A castle too far:
Dali, resolvi pedalar até Navegantes, já que tinha uns conhecidos que moravam lá e pensei pedir pouso na casa deles. Fui indo pela orla, na manha e estranhamente não tava cansado, com fome, com nada. Até o joelho parou de encher o saco. Tava muito motivado com tudo o que consegui fazer no dia. Cheguei na balsa que liga até itajaí e pensei... Balneário é quase do lado aqui e tava pensando em dar um rolê lá mesmo. Pra que perder tempo vindo pra cá se já posso me estabelecer lá e ter o dia inteiro livre pra passar no Balneário? Eu não tava cansado mesmo, então que se lasque. Tirando o morrão que liga Itajaí ao Balneário e que demorou um pouco pra ser subido, antes das 8 da noite eu tava hospedado numa pousadinha e já tinha guardado as tralhas. Pena que não tinha água na hora, pois tava preto de fuligem e tive q dormir porcão mesmo. Corri no mercadinho do lado e peguei um bacon viril e umas coisas pra meter no fogo e comer e aproveitei e peguei uma cerveja, pra comemorar. De novo uma simples latinha já me deixou "no grau"... Como sou idiota, em cima de um dos fogões da pousada tinha um whiskão 12 anos dando sopa e não deu outra... Tomei qse um copo cheio daquilo. O negócio bateu feito um trem em cima de mim. Nunca façam que nem eu e encham a cara depois de um longo dia de atividade física, vão se arrepender depois. Mesmo chapado, ainda encontrei um cara que tb tava na pousada de Joinville qdo estive lá e ainda ficamos batendo papo por boa parte da noite. Acabei q no fim já zuado de cansaço e pinga, apaguei td sujo msm e só consegui tomar o merecido banho de madrugada, qdo acordei pra mijar e vi que a água tinha voltado. Como tinha um bom tempo e Florianópolis ficava a menos de 100km de pedalada, resolvi ficar em Balneário mesmo e dar uma passeada por lá Interessante notar como a cidade é organizada, quase sem lixo, sem mendigo na rua, sem nada. Nem parece Brasil. Enquanto isso, o francês que tinha saído junto comigo de Joinville já tinha chegado em Florianópolis, mais de 200km de distância. O fio da puta rápido pra caralho.
Passeando no Balneário:
Mas mesmo com os problemas, foi um dia e tanto. Além do recorde pessoal batido, deve ter sido uns dias que mais paisagens diferentes eu tive o prazer de ver. Continua no próximo post...
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08-06-2018, 10:01 AM
Tópico sensacional barão.
Ps. As primeiras fotos deste último post estão com problemas. |
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