20-07-2015, 03:16 AM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 20-07-2015, 03:55 AM por Teophilo.)
(17-07-2015, 01:11 AM)lawlyet_w Escreveu: sideghx,
Não vemos a paixão como algo ruim, mas sim como uma coisa que pode tanto ser boa como ruim. é necessário discernir que paixão é e como ela age... e o problema também não seria o tamanho ou a força da paixão, mas o tamanho e a força do indivíduo. Ele vai usar aquilo para o bem? ou aquilo irá levá-lo para o mal? Ele conseguirá se manter no caminho correto? Ele continuará fazendo o que é certo sempre? Entende? Podemos fazer uma analogia, vendo a paixão como o tempero e o amor como a comida:
A paixão por si mesma de fato não é má. Entretanto, qualquer coisa que venha a tolher a razão, isto é, a ordem à perfeição, por mínimo que seja, e a faz mudar, por isso e mesmo que apenas um pouco, a ordem dos bens, ou o conhecimento dos próprios bens, ou o quanto deve-se desejar tais ou quais bens com a devida intensidade que seja proporcional aos seus valores, é sim má. Pois, pode-se dizer que é quase impossível que se mantenha intacta a ordem para a perfeição quando se tem paixão por certa mulher ou qualquer outro tipo de paixão. O homem, depois da condição primeva adâmica, jamais terá completo controle sobre sua parte inferior, isto é, os apetites sensitivos, para onde se voltam as paixões ou afecções da alma e não raro os desordena.
Daí o perigo de não ver a paixão como algo para se ter muita cautela, e não a deixar a cargo apenas da força do indivíduo. Ora, se nos balizarmos pelos melhores dos homens dentre eles, os sábios e santos, vemos que estes evitavam esse tipo de paixão e outras, não porque a paixão em si fosse má ou porque não queriam ter mulheres (por si só), haja vista que muitos deles foram casados. Mas porque sabiam o quão perigoso era se apaixonar, posto que, nas visões e experiências deles, seria quase impossível manter, sobretudo nesse tipo de paixão, a perfeição da ordem dos afetos de modo a não turvar, o mínimo que fosse, a razão. Se tão árdua era/é para os mais perfeitos a lida com as paixões, imagina para um homem médio apenas?
A paixão, por causa da condição decaída do homem, não é uma questão apenas de ser um terreno para indivíduos de força, porque mesmo eles (os sábios e santos) evitavam a fio tal terreno, e prudentemente o faziam (com efeito, mesmo "o justo cairá sete vezes"... que dirá o homem médio). Não é algo que vá depender tão facilmente assim apenas do tamanho da força de cada um, se assim se considera aproxima-se demais, tal afirmação, do nefasto liberalismo da consciência, mais uma obra da soberba humana, a qual também cria as condições para que alguns se auto intitulem fortes, já mostrando o quão fracos são por ausência de humildade.
“Se o mundo for contra a verdade, então Atanásio será contra o mundo.” (Sto. Atanásio)
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