15-07-2019, 10:59 PM
O documentário, por si só, já valeria um outro tópico. Mas o aspecto que mais me chamou a atenção, e é justamente o que discuto com meus amigos quando o assunto é “consumo excessivo”, é o fator de reconexão com o próximo, e com a natureza, que a vida minimalista e desapegada de bens materiais proporciona. Não é à toa que, quase como uma mensagem subliminar, o vídeo destaca muito os abraços sinceros que os protagonistas da jornada do documentário oferecem àqueles que se propõem a escutar a mensagem.
Conforme foi proposto pelo Spectro, o vídeo com certeza é uma introdução perfeita quando o tema é reeducação financeira. Eu também não sou especialista do assunto, e estou muito atrás no que diz respeito a manutenção das finanças pessoais. Eu ainda tenho alguns hábitos financeiros ruins. Então, vou acompanhar o tópico mais com a intenção de tomar nota de dicas e lições.
Porém, não posso deixar de contar coisas da minha experiência pessoal, a fim de agregar na discussão. Para não estender muito, vou falar dessa vez apenas sobre a pressão que o homem sofre no ambiente de trabalho em relação às coisas que ele consome e utiliza. Eu sou um cara que não uso redes sociais, desde adolescente (acho que isso é um reflexo de eu, no passado, me achar muito feio... logo, não tinha motivação para publicar minhas fotos kkkk). Então, o efeito colateral, inevitável, do meu afastamento de redes sociais (orkut, facebook e derivados), foi que eu cresci e me desenvolvi na idade dos 20 aos 30, com uma filosofia de vida na qual eu mijava, vomitava, cagava e andava para o que as pessoas pensavam de mim e de minhas coisas, uma vez que ninguém via porra nenhuma: pois nenhuma virgula da minha vida se encontrava exposta na internet. Bingo!
Logo, tendo eu crescido (dos 20 aos 30) sem me preocupar com o julgamento das comparações entre a minha vida e a dos meus amigos e colegas - e tbm das potenciais ficantes e namoradinhas – nunca me preocupei em comprar coisas simplesmente pelo fato de acreditar que os “outros” achariam legal”. Mesmo tendo criado essa blindagem, no entanto, a pressão que falei no começo não demorou a aparecer... Só foi meu salário aumentar um pouco que as pessoas ao meu redor começaram a falar que eu deveria trocar de carro porque o meu era feio, viajar para lugares “cool”, parar de almoçar no restaurante simples da esquina... E foi ai que dei a cartada:
“Não preciso disso. O seu Cruze 2.0 faria por mim a mesma coisa que o meu Logan 1.0 me faz, hoje! No dia que realmente precisar de um carro melhor, não vou deixar de comprar. Mas hoje não preciso. Você me fala isso... mas na verdade está se referindo àquilo que o carrão zero do ano poderia me proporcionar: status, atenção das mulheres e respeito dos homens. Tudo isso, até hoje, eu já tive e tenho: andando de metro, ônibus e com a porra do meu carro feio. E nunca me faltou um amigo para beber uma cerveja comigo, e nunca faltou uma mulher gostosa para me fazer companhia”
Claro que não falei com essas palavras rsr. Mas foi basicamente o que eu dizia, rebatendo meus colegas e amigos que enchiam meu saco... Pouco tempo depois, eu percebi que eu criei uma identidade... Após perderem a luta, todos ao meu redor pararam de me pressionar e passaram a se referir à mim como eu sendo um cara tranquilo, com a vida simples. Já era! Identidade pessoal forjada... O Ferro vermelho esfria e a lamina não entorta nunca mais!
Para fechar, por hora, a minha participação na discussão: Cabe ressaltar que o documentário não explica uma forma de vida na qual a pessoa deixa de comprar as coisas que gosta. Trata-se de uma vida na qual a pessoa, sistematicamente, entra em um processo de avaliação das coisas que “realmente” são necessárias para a vida diária dela. Por isso que eu citei minha experiência na ausência da participação das redes sociais, que fizeram de mim uma pessoa com zero necessidade de ostentação. Isso só trás benefícios!
Abraços,
(OBS: nada contra redes sociais... mas sabemos que mentes fracas costumam se foder lá)