24-10-2016, 03:39 AM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 24-10-2016, 04:15 AM por Marcílio.)
(11-01-2016, 01:00 PM)Deuxcartes Escreveu: Gostei da frase de que o introvertido é quem se vende mal. Embora discorde por parte do que estudo, boa parte dos introvertidos e alguns extrovertidos realmente possuam tal característica: ou não sabem se vender ou se vendem muito mal.
Já me indicaram cursos de oratória, e falar em público não tem sido problema há anos, iniciar diálogos com desconhecidos também não, principalmente em quesito trabalho.
Uma das melhores coisas que aprendi no curso de oratória foi sobre improvisação. Davam 2 minutos para nós falarmos sobre temas sorteados, e vc tinha que se virar pra falar. Me lembro na época (2006), tirei sobre relógio, e inventei um história sobre o relógio de Londres, ficou paia de mais improvisação, mas deu pra enrolar 2 minutos.
Posteriormente ele explicou o macete dele: ler muito, ler revista e sempre falar quando der.
Durante 4 anos fiz exatamente o que ele mandou. Pra alguém que tinha uma personalidade introvertida como eu, foi um virada de Copérnico até então. No finalzinho, no quarto ano, foi quando trabalhei como vendedor em 2 empresas e essa habilidade me ajudou muito.
Só que essa habilidade foi curiosamente destroçada a medida que fiquei mais "inteligente" lendo mais livros e comecei adotar os ensinamentos de Pondé, Nelson Rodrigues e Olavo de Carvalho, quando eles fazem uma crítica pesada de que brasileiro fala demais de coisa que não entende e não ler direito.
O burro aqui pensou em parar de falar muito também, pois achava errado em cometer os mesmo erros que lia e ouvia desses intelectuais. Por consequência, usei indiscriminadamente esse estilo mais ponderado e reservado em qualquer meio social que participava e normalmente só falava quando me sentia seguro do que tava falando ou sobre coisas que entendia bem.
Resultado: pra quem tem uma personalidade introvertida como a minha e não tem um círculo social amplo e variado, foi um tiro no pé, pois comecei a falar pouco, muito menos do que já estava habituado. Senti como se um músculo "social" e de "comunicação" tivesse se atrofiando.
Só não foi mais danoso porque eu já tinha conhecido sobre curso de oratória, já tinha ganhado ótimas experiências no trabalho de vendas (bati a meta mais díficil da empresa), nos trabalhos na faculdade (era considerado um dos melhores apresentadores de trabalho) e nos de estágios prestando consultoria em escritórios de advocacia.
Me valeu muito essas experiências na área de vendas (como o Steven Kannitz dá a entender, profissão de vendedor é a profissão da vida), ter feito o curso de oratória e ter lido alguns livros de oratória (Reinaldo Polito, Mario Ferreira do Santos e outros).
Tive alguns momentos críticos de crise de auto-confiança que me sentia literalmente amarrado ou travado, prejudicando bastante uma comunicação de alto nível que até então pensava em ter. Só consegui superar a dura penas porque olhei pro passado e me relembrava das minhas conquistas já feitas (graças a Deus tenho diário sobre isso, pois ajudou e ajuda bastante a reviver melhor as emoções passadas).
Acho que vale a pena pelo menos fazer um curso de oratória e ler algum livro relacionado ao tema. Não só para trabalhar sua personalidade introvertida, mas também pra ganhar autonomia intelectual o suficiente para ter um estilo autêntico e não copiar tudo o que os outros determinam (no meu caso, Pondé, Nelson Rodrigues e Olavo).