30-06-2016, 03:07 PM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 30-06-2016, 04:13 PM por Remy LeBeau.)
(29-06-2016, 11:08 PM)Jaguar Paw Escreveu: O casamento (formal ou não) não será extinto, os problemas que debatemos aqui são meramente ocidentais. Chineses, muçulmanos etc cagam e andam para eles.
A instituição do matrimônio sofre uma crise tão violenta, que está passando por uma mutação que poderá, ou não, resultar em algo tão distinto que sequer pode ter a aparência de um matrimônio. Seu possível fim, ou substituição por um modelo muito mais flexibilizado e simplificado, não é assustador ou tão distante de acordo com a realidade dos dias de hoje, se analisá-la friamente.
Muita gente no passado torceu o nariz para a figura da união estável por motivos de religiosidade e moral. Tal preconceito não existe mais e a prática é comum. Ademais, esta mesma figura quebrou o paradigma da monogamia, já que é possível contrair uniões com várias outras pessoas simultaneamente, e assumir mutualmente obrigações e direitos desses relacionamentos, o que o matrimônio proíbe expressamente, tanto religiosamente quanto legalmente (bigamia). É o tal poliamor, ou a banalização dos sentimentos afetivos.
Segundo dados de 2010 do IBGE, por exemplo, "nas regiões Norte e Nordeste, o percentual de uniões consensuais em relação ao total das uniões conjugais supera o de casamento civil e religioso. No Norte, 52,8% dos casais estavam em união estável em 2010, ante 24,53% que eram casados no civil e no religioso. No Nordeste, os percentuais eram de 42,32% e 31,31%, nesta ordem".
Enquanto que no Brasil, de forma geral, "houve um aumento expressivo das uniões consensuais, a chamada união estável, que passou de 28,6% para 36,4% do total, e uma consequente redução dos casamentos oficiais, com destaque para a modalidade civil e religioso, que caiu de 49,4% em 2000 para 42,9%".
Fonte: http://mulher.uol.com.br/casamento/notic...stavel.htm
(Sim, interessante, a reportagem foi direcionada para mulheres, e não para casais.
![yaoming yaoming](https://legadorealista.com/fdb/images/smilies/yaoming.png)
E sobre o casamento em específico, ele continua, até está crescendo (ainda que menos em comparação direta com a união estável), mas o tempo-médio de um casamento está diminuindo; as taxas de divórcio estão crescendo em uma proporção maior do que os casamentos (o que é natural, levando em consideração sua flexibilização muito recente) e os homens e mulheres estão cada vez mais casando mais tarde. Senão vejamos (dados de 2014) .
"Após registrar uma década de retração, a quantidade de casamentos no Brasil voltou a subir, de acordo com as estatísticas do Registro Civil de 2014 divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira. No ano passado, ocorreram cerca de 1,1 milhão de casamentos no país, um aumento de 5,1% em relação a 2013. Em contrapartida, caiu a duração média do matrimônio, de 19 para 15 anos, entre os anos de 1984 e 2014.
Se os brasileiros estão se casando mais, eles também estão se divorciando com mais facilidade. Em 2014, o número de separações aumentou 5% em relação a 2013. O IBGE começou a coletar informações sobre divórcios em 1984. Nesses 30 anos, o número cresceu mais de dez vezes: passou de 30,8 mil para 341,1 mil. O divórcio ganha força desde 2010, com o fim da necessidade de separação prévia do casal (ou seja, quem quer desfazer o casamento passou a poder se divorciar a qualquer momento, extinguindo-se os prazos que eram obrigatórios para dar entrada no pedido). A facilitação do divórcio também elevou a estatística de novos casamentos, pois as pessoas passaram a ficar livres para novas uniões mais rapidamente.
Numa tendência que acompanha a dos países desenvolvidos, os brasileiros também estão esperando mais para se casar. A idade média dos homens na data das núpcias passou de 27 para 30 anos e a das mulheres, de 23 para 27, na comparação entre 1974 e 2014."
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/...dura-menos
Que há uma mudança profunda nesse paradigma, isto é inquestionável. Em parte ela seria natural, pois a população procura o comodismo, a facilitação e flexibilização das regras que uma união proporciona e o casamento também vem sendo facilitado neste sentido. Mas todo aquele ideal de união e esforço conjunto, base para qualquer relacionamento visando qualquer fim que seja, já foi deturpado há muito tempo, eis então as críticas para os reais interesses das uniões, sua manutenção e seu fim, que aqui fazemos, e também o que explica a não naturalidade deste fenômeno.
Até do ponto de vista religioso o descrédito é evidente, já que o Papa afirmou que o grosso dos casamentos religiosos, de acordo com a doutrina cristã, seriam nulos.
É flagrante, portanto, que nesse momento ocorre uma profunda alteração nesta instituição e o seu futuro é incerto ao menos por essas bandas (Ocidente).
Sobre o casamento chinês, desconheço sua forma, regras e etc, mas creio que os aspectos religiosos devem existir, porém não devem ser tão preponderantes por causa do ateísmo de Estado que foi praticado de 1949 até os anos 80. Eles só foram adotar a monogamia em 53, 71 no caso de Hong Kong. Muito embora toda essa parte civil por lá seja regrada, oficialmente, através de contratos de união;
A título de curiosidade, na entrada do vilarejo Xinwupu, no condado Yangxin, o próprio Estado colocou essa placa, que mal e porcamente (Google Tradutor) pode ser traduzida como: "Mantenha um casamento legal, para enfrentar os casamentos ilegais". O que denota ao menos a preocupação local para que as uniões saiam da clandestinidade e sejam oficializadas perante o Estado.
![[Imagem: 800px-Xinwupu-entrance-sign-0036.jpg]](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/40/Xinwupu-entrance-sign-0036.jpg/800px-Xinwupu-entrance-sign-0036.jpg)
Já sobre os islâmicos, aquilo lá tem uma força religiosa maior do que qualquer outra coisa pra início de conversa que eu nem sei o que falar, hehehe, e que é particular daquele grupo em específico.