Capital Marital : O Marido com um Bem Escasso

[express]

Caros Colegas,

Eu encontrei uns artigos da antropóloga Miriam Goldenberg falando do conceito criado por ela : o de capital marital. Em outras palavras, é a idéia do marido enquanto um bem escasso no mercado, e das mulheres que possuem esse bem como as que se sentem mais realizadas na vida.

Além disso, a pesquisa dela mostra que esses casamentos em que as mulheres se sentem mais felizes e realizadas são precisamente aqueles em que há o dito modelo "patriarcal". Ela, como antropóloga, desanda a falar da miséria subjetiva das mulheres brasileiras. Mas, de qualquer forma, é interessante pois confirma aquilo que já sabemos.


"Como mostrei no livro Coroas, no Brasil, ter um marido é uma verdadeira riqueza, especialmente em um mercado em que os homens disponíveis para o casamento são escassos. Utilizei as ideias de Pierre Bourdieu para criar um novo tipo de capital, que é extremante importante para as mulheres brasileiras: o "capital marital". As mulheres casadas que pesquisei se sentem muito poderosas, pois, além de terem um marido, acreditam que são mais forte e independentes do que eles (mesmo que eles ganhem muito mais do que elas e sejam mais bem sucedidos em suas profissões)."

" Diferentemente das alemãs, as brasileiras centram o seu discurso na figura masculina. Repetem, insistentemente, que "falta homem no mercado". As que se mostraram mais satisfeitas com suas vidas, entre as brasileiras pesquisadas, são aquelas casadas há muitos anos. Apesar de afirmarem que estão muito satisfeitas, disseram que os seus maridos são completamente dependentes, acomodados, inseguros e infantis. O interessante é que, em quase todos os casos, o marido é o principal provedor da família, tendo um salário muito superior ao da esposa."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/livra...echo.shtml

http://miriangoldenberg.com.br/content.p...Itemid=106


No entanto, ela atribui essas características às mulheres brasileiras somente , e diz que as mulheres alemãs são diferentes. Ou seja, que as alemãs não tem esses problemas de insegurança,baixa autoestima e amargura que as mulheres que não se realizaram no amor geralmente têm. O que vocês acham? Alguém aí que viveu fora conhece bem o perfil das mulheres de outros países nessa área? É tudo igual ou tem mesmo alguma diferença?

[otavianoaugusto1]

"Apesar de afirmarem que estão muito satisfeitas, disseram que os seus maridos são completamente dependentes, acomodados, inseguros e infantis."

Essa antropóloga tem muita razão quanto a esse ser um elemento presente no discurso das casadas - o que obviamente não quer dizer que seja verdade em qualquer sentdio, mas apenas uma manifestação do ego tresloucado.
Ouço muito esse papo por aí.
É um ponto que poderíamos discutir melhor.
Por exemplo, será que uma certa infantilização e dependência é fabricada (pela esposa para assegurar-se de que não será abandonada)?
Essa infantilização fabricada seria um método de controle?

[Sacerdote John Preston]

"Apesar de afirmarem que estão muito satisfeitas, disseram que os seus maridos são completamente dependentes, acomodados, inseguros e infantis."

DU-VI-DO que elas tenham dito isso, ou que venham a dizer, na frente deles!

Isso me parece algo como uma tática de intimidação, como se fosse para mostrar que "ele pode ser muito mais fuderoso que eu em tudo, MAS eu sou mais! Pode não parecer, mas eu sou, sim!"

Esse trecho me fez lembrar desse texto (à moderação: se o blog indicado no link não for permitido, peço desculpas antecipadamente):

http://masculinismo.org/2012/03/25/por-q...ente-amam/

Tentando responder à questão do otavianoaugusto1, creio que pode ser isso, sim. Afinal, é biológico/antropológico/evolutivo essa coisa do homem proteger a mulher, um ser (fisicamente) mais fraco. Há 10000 anos ou mais, era um comportamento útil, hoje em dia, nem tanto... Então, elas podem muito bem fazer esse joguinho.

[otavianoaugusto1]

Gostei bastante do texto indicado.
Ao presenciar uma cena semelhante - mulher menosprezando seu marido - eu fiz a mesma pergunta ("então por que está com o tal?"), mas sem agressividade no questionamento.
Ela ficou confusa e silenciou.

[raphaeru mastu]

elas falam assim em lojas de roupa e de sapato. por exemplo a maioria não gosta de rola longa gosta de rola grossa. e ficam comparando rolas com se estivesse comparando roupas.

[Gekko]

Se com "dependência, acomodação, insegurança e infantilidade" elas estão se referindo ao fato de que seus maridos esperam que elas cuidem da casa, dos filhos, da comida e da roupa deles, eu é que não ia querer me cara para ser "independente, esforçado seguro e adulto." O texto deixou bem claro que elas são sutentadas pelos maridos e que os mesmos ganham bem mais que elas. Como elas podem chamá-los de acomodados se eles são mais bem sucedidos que elas? Isso me lembrou um episódio em que a minha ex-mulher, já no final da nossa relação, me chamou de acomodado porque eu não passei em um concurso público melhor. Perguntei a ela por que ELA não fez isso, já que era tão fodona. A resposta? "porque não tive sorte." Daí eu respondi: "Então eu não passo porque sou acomodado. Você é porque não teve sorte. Entendi (em tom sarcástico)."


P.S.: ela ganhava um terço do que eu ganhava na época.

[Andarilho]

"Apesar de afirmarem que estão muito satisfeitas, disseram que os seus maridos são completamente dependentes, acomodados, inseguros e infantis."

Essa antropóloga tem muita razão quanto a esse ser um elemento presente no discurso das casadas - o que obviamente não quer dizer que seja verdade em qualquer sentdio, mas apenas uma manifestação do ego tresloucado.
Ouço muito esse papo por aí.
É um ponto que poderíamos discutir melhor.
Por exemplo, será que uma certa infantilização e dependência é fabricada (pela esposa para assegurar-se de que não será abandonada)?
Essa infantilização fabricada seria um método de controle?

É só ego gritando. "Eu sou útil, NÃO SOU DEPENDENTE E SUBMISSA, ELE QUE É DEPENDENDE DE MIM. Eu juro! Acreditem em mim, por favooooor..."

Mulheres são mestres em preencher necessidades e resolver problemas que os homens não teriam se não tivessem mulheres.

[Chimera]

A minha professora de Alemão da faculdade disse uma coisa muito interessante nos últimos dias de aula: Que invejava a maneira de se vestir das Brasileiras, suas roupas coloridas e folgadas, enquanto segundo ela, na Alemanha as mulheres "se vestem de maneira muito prática, mas muito pouco feminina, parecem homens".

E não foi a primeira vez que ouvi isso de uma estrangeira.

As Alemãs têm sim seus problemas de auto-estima. A Mirian, como indica seu sobrenome, deve ser de descendência Germânica e é claro que vai puxar a sardinha para o seu lado, dizendo que elas são diferentes, que são überfraus, mas a verdade é que mulher é mulher em qualquer lugar do mundo. O que muda é a cultura do lugar onde ela vive.