01-12-2015, 07:10 PM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 07-12-2015, 01:39 PM por Monarca.)
EFEITO DOMINÓ
Eu só me compliquei na minha adolescência, que para falar a verdade acho que nem tive. Trabalhava quando eu era criança junto ao meu avô e acabei que não fiz muitos colegas, nem me desenvolvi muito nas relações sociais. Tinha apenas 2 colegas que moravam nas proximidades de minha casa. Na escola eu tinha 4, cdfs como eu.Aos 9~10 anos meu avô morreu e minha família se mudou. Perdi os meus 2 colegas. Ganhamos um Playstation 2 e eu preenchi a carência de amigos com jogos. Com a chegada do computador não foi diferente, foi assim até uns 14 anos. Nesse intervalo começou ter uma festa mensal na mini cidade em que resido. Eu fui nas 3 primeiras, tinha uns 11~12 anos; só que como eu era o cara que ficava andando sozinho não via graça nenhuma naquilo. Naquela época manginava as garotas no MSN e entrei para a friend-zone de todas.
Com a economia de uma vida, meu pai conseguiu abrir o seu negócio dos sonhos. Um depósito de construção. Eu trabalhava lá, aos meus 12 ~ 13 anos, levantando pá a pá pedra e areia para o caminhão, ajudando o outro empregado. Não sabia muito vender porque não conhecia os produtos e nesse tipo de negócio o cliente não chega pedindo uma peça, ele chega perguntando: "Preciso de uma peça que vai na pia para controlar...". Enfim. Um ano e meio e o negócio faliu vítima das dívidas dos clientes. Minha família ficou endividada. Mas graças a Deus conseguimos quitar a dívida em 4 anos.
Exclui minha conta no orkut e não entrei mais no MSN. Nem tinha com quem conversar mais.
Aos 14 anos comecei a trabalhar de servente de pedreiro e a estudar para o vestibular, pois naquela época queria medicina, então pensei que teria de começar cedo. Nessa mesma idade meus dois melhores amigos na escola mudaram de cidade e só restou um que era mais colega mesmo.
Estudei de dezembro até junho, com muita dedicação, depois fiquei muito decepcionado com uma garota que eu gostava, e isso acabou comigo. Aos 15 anos eu parei de trabalhar de servente.
Fui procrastinando dali em diante e decidi que no outro ano eu iria trabalhar e estudar a noite. Já tinha 16 anos. O problema é que eu era muito pouco conhecido na minha cidade e não saia de casa há muito tempo, nem para ir no mercado. Não consegui arrumar emprego. Para muitos isso pode parecer estranho, mas é o que acontece numa cidade de 4 mil habitantes.
Então em julho de 2013 voltei a estudar para o vestibular...
Até que aquela mesma guria que tinha me decepcionado fala que gostava de mim. Daí eu manginei legal. Declarações e declarações via SMS e só. Não consegui nada com ela e percebi que ela só fez isso para que eu inflasse seu ego depois do relacionamento dela com o ex ter acabado.
Parei de estudar em casa novamente. Fiquei sem fazer nada. Na escola eu era um bosta, isolado. Eu era o mais inteligente da sala, mas passava cola para tentar ganhar uma moral. Cheguei em um momento em que qualquer elogio ao meu desempenho escolar eu acatava como uma humilhação. Nos meus dois últimos anos tive bastantes faltas, sendo mais de um mês só no último ano.
No terceiro ano do EM estudei um pouco para os vestibulares, procrastinando muitas vezes. Não consegui ser aprovado e até desisti de alguns vestibulares. Eu não queria mais medicina e não me via motivado mais para trabalhar com pessoas, principalmente porque não tinha mais a "humildade" para servi las. A perdi por ter sido feito de trouxa muitas vezes.
Me senti perdido naquele momento. Não sabia o que queria da minha vida. Tentei novamente arrumar emprego mais não consegui. Continuei estudando depois que sai da escola, então. Fui bem no ENEM e acho que vou conseguir o curso que almejo.
Minha situação: ficando careca, magrelo, com espinhas, branco de mais, isolado, sem amigos, com uma certa fobia social, sem nunca ter beijado e nem fodido uma mulher, e com um dente quebrado. Andando de cabeça baixa, sem saber como cumprimentar as pessoas.
Gastava minha energia tentando esconder minha tristeza e raiva de algumas coisas, quando eu entrava em contato com outra pessoa ou familiar. Faço isso até hoje. No dia que eu manifestar isso serei considerado um sociopata depressivo. Se eu não fosse cristão eu teria me matado.
Outra coisa que percebi também é que toda a minha dedicação para conseguir boas notas na escola não adiantou de nada. O que eu aprendi lá eu esqueci, como consequência do método de ensino, e o que foi ensinado não correspondia nem a 10% do que o ENEM e os vestibulares exigem. Com o autodidatismo consegui recuperar o tempo perdido e me direcionar ao ensino superior.
Eu frequentava igreja mas até então era um sujeito que só ocupava banco. Me aproximei mais de Deus pouco antes de conhecer a real. Tenho muito o que melhorar.
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Confrades, essa é a minha Matrix, que me colocou na sombra do fundo do poço. Termino com a minha consideração sobre ela:
A Matrix é uma colecionadora de figuras repetidas. Mil anos nela são como um dia. Você nasce como um morto e morre como se nunca tivesse nascido; é uma fantasia em que você se encontra com os olhos fechados, as luzes apagadas e os espelhos invertidos; não permitindo, portanto, que você possa ver-se como realmente é.
Na próxima década, se assim a vida e o conhecimento for suficiente, publicarei um outro relato com as consequências do Desenvolvimento Pessoal dentro da Real.