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Fórum do Búfalo Mulheres/Feminazismo/Relacionamentos Geralzão da Real As associações mentais que evocam paixões destrutivas
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As associações mentais que evocam paixões destrutivas
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#1
17-11-2014, 11:55 PM
Em seu livro “Concentração e Meditação” Sri Swami Sivananda nos ensina sobre a Lei das Associações Mentais. Tal lei determina que a mente crie correntes de pensamentos por associações entre temas: o pensamento de um copo evoca o pensamento da água, o pensamento da água evoca o pensamento de um rio, o pensamento de um rio evoca o pensamento de uma viagem de barco, o pensamento de uma viagem de barco evoca algum incidente romântico ou trágico que tenhamos presenciado em uma viagem de barco e assim por diante. A corrente formada pelos pensamentos não tem um fim.

Imaginemos alguém deseja compulsivamente coca-colas. Ao lembrar que coca-colas existem, a pessoa lembrará em seguida que são bebidas saborosas. Ao lembrar de seu sabor, imaginará um copo cheio de coca-cola geladinha e sentirá um tremendo desejo de bebê-la. Então, será tomado pelo impulso de procurar a bebida em algum lugar. O impulso irá atormentá-lo até que que ele se mobilize e parta para a procura. Enquanto o nosso amigo lembrar que coca-colas existem, será repetidamente tomado pelo impulso de satisfazer o desejo. O infeliz está completamente apaixonado por coca-colas!

Nosso amigo não conseguirá livrar-se do desejo compulsivo de tomar coca-cola enquanto sua mente (seus pensamentos, lembranças e imaginações) for levada ao tema. Por ser uma pessoa apaixonadamente compulsiva, não lhe será possível lembrar que existem coca-colas e, ao mesmo tempo, não lembrar de seu sabor e nem desejar bebê-las. Uma lembrança leva a outra: a lembrança de que garrafas de coca-colas existem evoca a lembrança do seu sabor e a lembrança do seu sabor evoca a lembrança do prazer de bebê-la. O ato de imaginar-se bebendo a saborosa bebida é prazeroso, o que faz com que seja agradável ficar pensando naquilo por longos momentos. Quanto mais pensar, mais reforçará o vício.

No entanto, o médico lhe disse que coca-colas lhe fazem mal e, devido a tal aviso, nosso pobre amigo se arrepende todas as vezes que satisfaz o desejo. Antes de satisfazer o desejo, ele é uma pessoa; depois de satisfazê-lo, é outra. Nosso amigo é prisioneiro da bebida pela qual está louco de paixão e sofre por isso, quer libertar-se mas não consegue. Não obstante, ele insiste contra o vício, dia após dia, e não se dobra.

Para libertar-se, nosso pobre viciado teria que quebrar todas as associações mentais relacionadas à coca-colas. Teria, primeiramente, que deixar de lembrar que coca-colas existem. Se isso não fosse suficiente, teria que deixar de lembrar que refrigerantes existem. Se isso não fosse suficiente, teria que dar mais um passo e deixar de lembrar que bebidas gaseificadas existem. Obviamente, não podemos desejar algo se não lembrarmos que aquilo existe.

Mas como não lembrar? Primeiramente, preenchendo a mente com pensamentos distintos, sátwicos (puros e espirituais) ou ocupando nossa atenção com aquilo que estamos fazendo. Em segundo lugar, aprendendo a lidar com os pensamentos que surgem. Temos que deixar que os pensamentos passem como pássaros no céu, sem tentar detê-los e nem tampouco permitir que se formem ninhos em nossa mente. Não é conveniente “dar bolas” aos pensamentos que nos assaltam e nem correr atrás deles ou procurá-los. Tampouco é conveniente “curti-los”, isto é, nos entretermos fascinados saboreando-os. Melhor é dar-lhes as costas e nos ocuparmos com o pensamento (imaginação) elevado que escolhemos para ser alvo de nossa concentração ou com a tarefa que temos que realizar no momento. Em outras palavras: temos que ocupar a mente e a atenção com o que nos interessa e não com o que possa nos distrair.
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#2
17-11-2014, 11:57 PM
O exemplo do vício da coca-cola pode ser tomado como uma metáfora que se aplica a quaisquer outros defeitos, hábitos destrutivos e vícios, tais como o da fornicação, da gula, da ira etc. e também é útil no caso dos apaixonamentos e frustrações amorosas.

Aquele que sofre de amor, recorda-se constantemente da pessoa amada. Sua mente está obsessionada por pensamentos relacionados ao tema de sua paixão. Quanto mais pensa, recorda, imagina e vê tudo o que esteja relacionado ao romance, mais fortificará seu próprio sofrimento amoroso. Ainda que não esteja apaixonado, o processo será o mesmo no caso do homem obsessionado pelo desejo puramente sexual por uma mulher que o rejeita. Nos dois casos, a frustração causa sofrimento e precisa ser desarticulada por meio da despotenciação. Dependendo da personalidade da pessoa, os resultados de se alimentar diariamente uma paixão insana e absurda podem ser graves.

Os pensamentos surgem por associações. Um pensamento recorda outro pensamento, que recorda outro pensamento, que recorda outro e assim por diante, em uma cadeia infinita. A mente não gosta de pensar profundamente em uma coisa só, prefere pensar superficialmente em várias coisas, pois está sempre à procura de um pensamento novo, como uma criança curiosa que pega um brinquedo e logo o descarta para se entreter com outro. Um dos erros que cometemos é querermos nos livrar dos pensamentos perturbadores sem nos livrarmos dos pensamentos associados que os evocam. Não adianta tentar não pensar no objeto de desejo, temos alcançar não pensar também nos objetos associados que evocam sua lembrança.

Porém, os pensamentos não são evocados somente por outros pensamentos, podem ser evocados também por fatos e objetos reais do mundo físico. Ao percebermos uma banca de jornal, por exemplo, podemos nos lembrar de revistas pornográficas. Ao ver um bar ou um caminhão de bebidas, nosso amigo viciado em coca-colas se lembrará do objeto do seu desejo.
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Offline Búfalo
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#3
18-11-2014, 12:03 AM
Durante as tarefas diárias, não podemos concentrar o pensamento e desligar os sentidos, pois isso provocaria desastres. Nesses momentos, o melhor a fazer é concentrar calmamente a atenção naquilo que estamos fazendo e deixar que os pensamentos bons e maus passem, como pássaros no céu, sem dar-lhes bolas. Caso eles tentem se aninhar, então temos que aplicar-lhes certos procedimentos específicos (análise, dissecação, confronto com seu oposto e Morte em Marcha), porém se eles não se aninham, não temos que nos preocupar com eles e sim com nossa tarefa no momento. Quando o pensamento que se aninha é muito teimoso, temos que parar o que estamos fazendo e começar a dissecá-lo analiticamente para descobrir o que contém: Qual é o conteúdo do pensamento? Em que estamos pensando? Se o pensamento ainda insistir, temos que aplicar-lhe a Dualidade (confrontar o conteúdo do pensamento com seu oposto). Se, depois disso, o pensamento continua resistindo teimosamente, só nos resta aplicar a Morte em Marcha no ego que o está provocando.

Os pensamentos tentam se aninhar em nossa mente quando nos identificamos com os mesmos. Se você se fascina por algum pensamento, ele imediatamente se instala e se fortifica. Fascinar-se por um pensamento é como oferecer comida aos pássaros que estavam passando pelo céu. Eles estavam somente de passagem, mas você os atraiu.

Todas as pessoas desgraçadas e infelizes que cometeram tragédias foram vítimas de pensamentos maus no passado de suas vidas. Essas pobres pessoas, por não saberem lidar com a mente, começaram a oferecer comida aos pensamentos maus, sem se darem conta do perigo a que estavam se expondo, pois consideravam tais pensamentos inofensivos e inocentes (os filhotes das feras parecem sempre inofensivos). O resultado é que suas mentes se tornaram um grande ninho de pensamentos malignos e perigosos. O homem se converte naquilo em que pensa constantemente.

Quem permite que os pensamentos maus se aninhem em suas mentes, torna-se incapaz de se livrar dos seus resultados.

Os pensamentos ruins são evocados por outros pensamentos ou por fatos exteriores, através da Lei das Associações, e temos que nos manter constantemente em alerta receptivo e calmo, prontos para agir corretamente assim que eles comecem a aparecer. Se a visão de algo provoca em você pensamentos que você não gostaria de ter, desvie sua visão, controle seus Indryas. O mesmo vale para os demais sentidos: audição, cheiro, tato, paladar. O controle dos Indryas (sentidos) é extremamente importante, pois os egos se alimentam através dessas portas. Manter-se escutando ou vendo algo morbidamente prazeroso é fortificar as formas mentais prejudiciais e destrutivas. O impulso de ver e ouvir aquilo que não se deve provém de um defeito que está buscando se alimentar.

Em uma de suas canções, o santo iogue Milarepa ensina que não devemos ser como o cão, que se ocupa com o objeto que lhe é atirado, e sim com o leão, que se ocupa com a pessoa que atirou o objeto. Quando atiramos um pedaço de madeira a um cão, ele olha para o pedaço de madeira e, então, foge ou corre atrás do objeto atirado. Quando atiramos um pedaço de madeira a um leão, ele olha para o lugar de onde a madeira proveio. O cão se entretém com o objeto e o leão procura descobrir de onde o objeto partiu. Semelhantemente, quem se ocupa com os pensamentos está agindo como o cão, mas quem procura o fator que os desencadeou (outros pensamentos ou acontecimentos externos), está agindo como o leão.

Portanto, nos antecipemos aos pensamentos maus evitando os pensamentos e percepções que os antecedem.

PS. A metáfora dos pássaros foi usada somente para ilustração do problema, pois não acho que pássaros sejam seres malignos, mas os pássaros hipotéticos do exemplo seriam, sim, criaturas maléficas.


http://amordissidente.wordpress.com/2013...strutivas/
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Offline São Jorge
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#4
21-11-2014, 05:17 PM
Excelente texto!
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Offline Peludo
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#5
21-11-2014, 07:46 PM
Coisa linda esse texto, mesmo não sendo o tão "aclamado" Bê-a-Bá do desapego, dá uma ótima visão sobre o tema.
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Offline Vinizera
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#6
21-11-2014, 08:22 PM
Marcando.
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