13-03-2014, 08:29 PM
13/03/2014 16h40 - Atualizado em 13/03/2014 17h24
Após declaração de deputado, grupo faz 'beijaço' gay em sede de partido
Segundo organizadores, cerca de 70 pessoas participaram de ato.
Alvo foi deputado federal que declarou que 'gays e lésbicas não prestam'.
Estêvão Pires Do G1 RS
Organizado por movimentos estudantis e entidades de Lésbicas, Gays Bissexuais e Transgêneros (LGBT), um "beijaço" foi realizado no início da tarde desta quinta-feira (13) em frente ao diretório estadual do Partido Progressista (PP), em Porto Alegre. Segundo os organizadores, cerca de 70 pessoas foram ao local, onde algumas pessoas do mesmo sexo se beijaram ao mesmo tempo.
O protesto teve como alvo principal o deputado federal Luís Carlos Heinze (PP-RS). No mês passado, um vídeo no qual o parlamentar diz que “gays, lésbicas, índios e quilombolas são tudo o que não presta” circulou com força nas redes sociais e gerou uma representação no Ministério Público Federal por suposta incitação ao ódio.
“No ano passado, o movimento LGBT bateu bastante no Feliciano (deputado federal Marcos Feliciano), mas se perdeu a perspectiva de falar que partidos estão por trás. O PP tem o Bolsonoro (deputado federal Jair Bolsonaro) no Rio de Janeiro e o Heinze no Rio Grande do Sul. O objetivo agora é encontrar meios jurídicos para pedir a cassação do mandato dele”, disse o estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) Lucas Maróstica, de 23 anos.
Militante do Coletivo Juntos e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ele protagonizou com um amigo de um grêmio estudantil um dos beijos em frente à sede do PP. “Fomos muito bem recebidos pelo público. Estamos em um bom momento para debater a homofobia no Brasil”, avaliou.
A manifestação do beijaço, que, segundo ele, reuniu cerca de 70 pessoas, durou uma hora e meia. Mais cedo, o grupo promoveu um protesto contra o preconceito na Esquina Democrática, tradicional ponto de manifestações no Centro de Porto Alegre.
Na porta da sede do PP, o presidente do partido, Celso Bernardi, tentou convencer, em vão, o grupo a entrar para trocar ideias sobre o tema. “O partido é plural. Ele está aberto. Reafirmamos que consideramos infelizes as declarações do deputado. Ele já reconheceu seu equívoco. Continuamos abertos e respeitamos esse tipo de manifestação”, disse Bernardi ao G1.
Declaração e arrependimento
O vídeo que é pivô da polêmica foi gravado durante discurso de Heinze e o deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS), em novembro de 2013 no município de Vicente Dutra, na Região Norte do estado."No mesmo governo, seu Gilberto Carvalho, também ministro da presidenta Dilma, estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo que não presta, e eles têm a direção e o comando do governo", afirmou no vídeo. O deputado estava no estado para o encontro promovido pela Câmara dos Deputados para discutir a demarcação de terras indígenas.
Ele também sugeriu a ação armada dos agricultores. "O que estão fazendo os produtores do Pará? No Pará, eles contrataram segurança privada. Ninguém invade no Pará, porque a Brigada Militar não lhes dá guarida lá e eles têm de fazer a defesa das suas propriedades", disse o parlamentar. "Por isso, pessoal, só tem um jeito: se defendam. Façam a defesa como o Pará está fazendo. Façam a defesa como Mato Grosso do Sul está fazendo. Os índios invadiram uma propriedade. Foram corridos da propriedade. Isso aconteceu lá", completou, e foi aplaudido pelo público.
No mês passado, Heinze negou ao G1 ser homofóbico ou adotar estratégias políticas de busca por votos conservadores, a exemplo do colega Jair Bolsonaro (PP-RJ). Ele defendeu sua posição em relação à questão agrária mas se desculpou, principalmente em relação aos homossexuais.
Ainda em fevereiro, a subprocuradora-geral da República Deborah Duprat Pereira, coordenadora da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF), ofereceu representação criminal contra os deputados federais Luís Carlos Heinze (PP) e Alceu Moreira (PMDB).
Video:
Após declaração de deputado, grupo faz 'beijaço' gay em sede de partido
Segundo organizadores, cerca de 70 pessoas participaram de ato.
Alvo foi deputado federal que declarou que 'gays e lésbicas não prestam'.
Estêvão Pires Do G1 RS
Organizado por movimentos estudantis e entidades de Lésbicas, Gays Bissexuais e Transgêneros (LGBT), um "beijaço" foi realizado no início da tarde desta quinta-feira (13) em frente ao diretório estadual do Partido Progressista (PP), em Porto Alegre. Segundo os organizadores, cerca de 70 pessoas foram ao local, onde algumas pessoas do mesmo sexo se beijaram ao mesmo tempo.
O protesto teve como alvo principal o deputado federal Luís Carlos Heinze (PP-RS). No mês passado, um vídeo no qual o parlamentar diz que “gays, lésbicas, índios e quilombolas são tudo o que não presta” circulou com força nas redes sociais e gerou uma representação no Ministério Público Federal por suposta incitação ao ódio.
“No ano passado, o movimento LGBT bateu bastante no Feliciano (deputado federal Marcos Feliciano), mas se perdeu a perspectiva de falar que partidos estão por trás. O PP tem o Bolsonoro (deputado federal Jair Bolsonaro) no Rio de Janeiro e o Heinze no Rio Grande do Sul. O objetivo agora é encontrar meios jurídicos para pedir a cassação do mandato dele”, disse o estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) Lucas Maróstica, de 23 anos.
Militante do Coletivo Juntos e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ele protagonizou com um amigo de um grêmio estudantil um dos beijos em frente à sede do PP. “Fomos muito bem recebidos pelo público. Estamos em um bom momento para debater a homofobia no Brasil”, avaliou.
A manifestação do beijaço, que, segundo ele, reuniu cerca de 70 pessoas, durou uma hora e meia. Mais cedo, o grupo promoveu um protesto contra o preconceito na Esquina Democrática, tradicional ponto de manifestações no Centro de Porto Alegre.
Na porta da sede do PP, o presidente do partido, Celso Bernardi, tentou convencer, em vão, o grupo a entrar para trocar ideias sobre o tema. “O partido é plural. Ele está aberto. Reafirmamos que consideramos infelizes as declarações do deputado. Ele já reconheceu seu equívoco. Continuamos abertos e respeitamos esse tipo de manifestação”, disse Bernardi ao G1.
Declaração e arrependimento
O vídeo que é pivô da polêmica foi gravado durante discurso de Heinze e o deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS), em novembro de 2013 no município de Vicente Dutra, na Região Norte do estado."No mesmo governo, seu Gilberto Carvalho, também ministro da presidenta Dilma, estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo que não presta, e eles têm a direção e o comando do governo", afirmou no vídeo. O deputado estava no estado para o encontro promovido pela Câmara dos Deputados para discutir a demarcação de terras indígenas.
Ele também sugeriu a ação armada dos agricultores. "O que estão fazendo os produtores do Pará? No Pará, eles contrataram segurança privada. Ninguém invade no Pará, porque a Brigada Militar não lhes dá guarida lá e eles têm de fazer a defesa das suas propriedades", disse o parlamentar. "Por isso, pessoal, só tem um jeito: se defendam. Façam a defesa como o Pará está fazendo. Façam a defesa como Mato Grosso do Sul está fazendo. Os índios invadiram uma propriedade. Foram corridos da propriedade. Isso aconteceu lá", completou, e foi aplaudido pelo público.
No mês passado, Heinze negou ao G1 ser homofóbico ou adotar estratégias políticas de busca por votos conservadores, a exemplo do colega Jair Bolsonaro (PP-RJ). Ele defendeu sua posição em relação à questão agrária mas se desculpou, principalmente em relação aos homossexuais.
Ainda em fevereiro, a subprocuradora-geral da República Deborah Duprat Pereira, coordenadora da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF), ofereceu representação criminal contra os deputados federais Luís Carlos Heinze (PP) e Alceu Moreira (PMDB).
Video: