07-03-2015, 12:50 AM
Algumas pessoas acreditam que basta o conhecimento para provocar uma transformação quase mágica na realidade do indivíduo. Uma transformação, aliás, bem simples, segundo essas pessoas dão a entender, onde o indivíduo deixa de ser “uma peça do tabuleiro” para se tornar “o jogador”.
Me parece um tanto estranha essa afirmação. Me soa absurda a redução do mundo e todos seus elementos a um simples tabuleiro de xadrez. Muitos, possivelmente, discordarão dessa minha opinião, afirmando que não foram poucos os pensadores que já fizeram comparações entre a vida e o jogo de xadrez.
Minha opinião, porém, não tem o objetivo de invalidar quaisquer analogias deste tipo - e nem mesmo invalida. Meu objetivo é simplesmente mostrar que esse tipo de analogia vem sendo cada vez mais mal utilizada. Os vários grandes autores que já a fizeram foram certeiros. Mas isso porque eles não se limitaram a simplesmente chamar o mundo de tabuleiro e jogar todas as pessoas lá dentro como se fossem pequeninas peças.
Uma coisa é fazer uma analogia entre xadrez e guerras, brigas, competições, debates etc. Em uma guerra, por exemplo, temos um estrategista definindo movimentos de suas tropas. E mesmo nesse tipo de exemplo, cada detalhe da analogia é pincelado minuciosamente. Fica claro que é simplesmente uma analogia, não uma realidade em miniatura como muitos que abusam deste artifício – possivelmente devido a algum tipo de fetiche pseudo-intelectual – costumam dar a entender. Me parece que o homem moderno acredita que analogias com xadrez, por pior que sejam, são pérolas sacrossantas de sabedoria, dignas de aplausos e admiração.
A verdade é que sempre fomos jogadores. Somente não tinhamos ciência deste fato. Porém, simplesmente reconhecer isso não altera a realidade. Continuamos sendo, ao mesmo tempo, peças e jogadores. Assim como sempre fomos e sempre seremos, antes e depois de alguma filosofia – e de qualquer tipo de conhecimento – simplesmente peças e jogadores. Mesmo que reduzamos nossa visão de mundo a um mero tabuleiro de xadrez com suas inúmeras peças, é necessário entender que na vida ser um jogador significa ser somente uma peça consciente. As outras peças continuarão fora de nosso controle, assim como grande parte do tabuleiro. Alguns poderão até tentar (e conseguir) controlar o tabuleiro e algumas peças, mas se tratará de apenas uma peça – talvez com grandes habilidades e algum poder – conseguindo algum apoio de outras peças (algumas mais fracas, outras, talvez, nem tanto).
Concordo que um conhecimento e a noção da transformação que ele faz dentro de cada um de nós seja capaz de nos fazer entender e valorizar o que somos como indivíduos. Dessa forma, podemos dizer que um conhecimento específico nos dá algum conhecimento da realidade e, também, algumas ferramentas para usarmos a nosso favor. Ainda assim, isso não te faz um jogador com o controle de todo tabuleiro. Te mantém o mesmo jogador no controle da mesma peça de sempre. Com a diferença, é claro, de que agora você é capaz de entender isso e usar a seu favor, junto com as ferramentas que recebe – além daquelas que ainda pode encontrar ou criar.
Me sinto obrigado a dizer, mesmo que pareça meio nerd a afirmação, que seria muito mais simples e exato, esquecer a analogia do jogo de xadrez e começar a fazer comparações deste tipo com jogos de RPG.
Me parece um tanto estranha essa afirmação. Me soa absurda a redução do mundo e todos seus elementos a um simples tabuleiro de xadrez. Muitos, possivelmente, discordarão dessa minha opinião, afirmando que não foram poucos os pensadores que já fizeram comparações entre a vida e o jogo de xadrez.
Minha opinião, porém, não tem o objetivo de invalidar quaisquer analogias deste tipo - e nem mesmo invalida. Meu objetivo é simplesmente mostrar que esse tipo de analogia vem sendo cada vez mais mal utilizada. Os vários grandes autores que já a fizeram foram certeiros. Mas isso porque eles não se limitaram a simplesmente chamar o mundo de tabuleiro e jogar todas as pessoas lá dentro como se fossem pequeninas peças.
Uma coisa é fazer uma analogia entre xadrez e guerras, brigas, competições, debates etc. Em uma guerra, por exemplo, temos um estrategista definindo movimentos de suas tropas. E mesmo nesse tipo de exemplo, cada detalhe da analogia é pincelado minuciosamente. Fica claro que é simplesmente uma analogia, não uma realidade em miniatura como muitos que abusam deste artifício – possivelmente devido a algum tipo de fetiche pseudo-intelectual – costumam dar a entender. Me parece que o homem moderno acredita que analogias com xadrez, por pior que sejam, são pérolas sacrossantas de sabedoria, dignas de aplausos e admiração.
A verdade é que sempre fomos jogadores. Somente não tinhamos ciência deste fato. Porém, simplesmente reconhecer isso não altera a realidade. Continuamos sendo, ao mesmo tempo, peças e jogadores. Assim como sempre fomos e sempre seremos, antes e depois de alguma filosofia – e de qualquer tipo de conhecimento – simplesmente peças e jogadores. Mesmo que reduzamos nossa visão de mundo a um mero tabuleiro de xadrez com suas inúmeras peças, é necessário entender que na vida ser um jogador significa ser somente uma peça consciente. As outras peças continuarão fora de nosso controle, assim como grande parte do tabuleiro. Alguns poderão até tentar (e conseguir) controlar o tabuleiro e algumas peças, mas se tratará de apenas uma peça – talvez com grandes habilidades e algum poder – conseguindo algum apoio de outras peças (algumas mais fracas, outras, talvez, nem tanto).
Concordo que um conhecimento e a noção da transformação que ele faz dentro de cada um de nós seja capaz de nos fazer entender e valorizar o que somos como indivíduos. Dessa forma, podemos dizer que um conhecimento específico nos dá algum conhecimento da realidade e, também, algumas ferramentas para usarmos a nosso favor. Ainda assim, isso não te faz um jogador com o controle de todo tabuleiro. Te mantém o mesmo jogador no controle da mesma peça de sempre. Com a diferença, é claro, de que agora você é capaz de entender isso e usar a seu favor, junto com as ferramentas que recebe – além daquelas que ainda pode encontrar ou criar.
Me sinto obrigado a dizer, mesmo que pareça meio nerd a afirmação, que seria muito mais simples e exato, esquecer a analogia do jogo de xadrez e começar a fazer comparações deste tipo com jogos de RPG.