04-09-2014, 11:34 AM
Matéria antiga, mas vale a leitura.
Você quer ser uma pessoa melhor. De verdade, do fundo do coração. Só que, por algum motivo, você nunca consegue cumprir as metas que traça pra si próprio. Por quê, hein?
Muita gente promete perder alguns quilos. Outros juram de pés juntos que vão parar de fumar. Alguns se obrigam a trabalhar mais... e a gastar menos. E uns garantem nunca mais fazer piadas estúpidas (ops, esses somos nós, da SUPER). É uma força de vontade que só, uma concentração de energias e pensamentos rumo ao objetivo. Até que a promessa vai para o saco. Pode chamar de síndrome da segunda-feira (o dia geralmente escolhido para o pontapé inicial dessas resoluções) ou síndrome do Ano-Novo, já que é comum o pessoal querer se renovar depois do Réveillon. E, a essa altura do ano, é bem possível que você já esteja elaborando a listinha de atributos do seu "eu" versão 2010. Pois saiba que você também está a um passo do fracasso.
Só 12% dessas promessas são cumpridas, segundo um estudo do pesquisador Richard Wiseman, professor de psicologia da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra. Wiseman tirou essa conclusão depois de acompanhar as metas que cerca de 3 mil pessoas, entre americanos e britânicos, estipularam para si mesmas em 2007, uma pesquisa que ele prometia publicar nos próximos meses (vamos ver se cumpre). Mas por quê, afinal, é tão difícil se comprometer consigo mesmo?
Dê uma olhada ao redor: as tentações aparecem por toda a parte. O supermercado está cheinho de comida. Distração no meio do expediente não falta: tem celular, YouTube, pausa para o cafezinho. Cigarro, álcool e drogas sustentam o vício de quem busca prazer. Hoje é tão fácil atender às nossas vontades que somos constantemente estimulados a satisfazer nossa personalidade imediatista - aquela que quer tudo no presente.
Quando criamos uma meta e decidimos controlar alguma vontade, é porque acionamos a outra personalidade, a planejadora. Pensamos no futuro - calculamos os resultados que nossos atos vão gerar. Se concluirmos que é melhor evitar as consequências ruins, começa uma guerra entre os nossos lados imediatista e planejador. E o primeiro costuma ganhar."É que o agora parece sempre mais concreto do que a recompensa que só virá no futuro", diz Michelle vanDellen, professora de psicologia da Universidade da Geórgia, nos EUA.
Na verdade, o homem sempre foi condicionado a pensar mais no presente. É uma herança dos ancestrais dos tempos da caverna. Pense bem: naquela época, o homem dependia de seus instintos para sobreviver. Se tinha fome, lá ia ele caçar. Se ficava com frio, saía à procura de proteção. E, se desse de cara com uma Miss Caverna, arrastava a mulher pelos cabelos para garantir sua reprodução. Eram tempos de escassez. Por isso, aquele homem vivia pensando no presente.
O que faltava naqueles tempos existe hoje de sobra. E parece que nós ainda não aprendemos a lidar direito com essa realidade tão generosa. "O homem de hoje é muito parecido com o das cavernas, no sentido de querer saciar imediatamente instintos como os de fome, preservação, prazer", diz Robson Nascimento da Cruz, psicólogo e pesquisador da UFMG.
Ou seja: há mesmo algo em você trabalhando intensamente pra que suas metas fracassem. Por isso, não fique deprê se bombar no teste que você mesmo se impôs. Dê um jeito de consertar a situação.
Você x você
Dado que o inimigo é você mesmo, trate de impor limites a esse mimado. Ensine-o a ser prudente com algumas técnicas: castigos amedrontadores, uma boa dose de objetividade, apoio moral e um grupo de amigos persistentes. Começando pelo mais divertido: os castigos.
Pra isso existe o www.stickk.com, criado por Ian Ayres e Dean Karlan, respectivamente professores de direito e economia da Universidade Yale. O site serve pra você se comprometer de verdade com suas metas - de papel passado e tudo. Na verdade, é um contrato virtual, no qual você declara sua meta e em que prazo pretende cumpri-la. Pode incluir um amigo como juiz, o que significa que ele fiscalizará seu comportamento e enviará relatórios ao site. E pode impor-se uma punição se fracassar, como dar dinheiro a uma causa que você não apoia. Tipo mandar uns dólares para o Bush.
Não é piada - a estudante de Yale Zara Kessler fez isso mesmo. Pra ficar mais responsável, ela listou 7 promessas no stickk.com, como "não fuçar a vida dos outros no Facebook" e "fazer a cama diariamente". Ela bem que tentou cumprir tudo, mas não deu. "Entrei no site e me declarei um fracasso", disse em um depoimento publicado no The New York Times. Resultado: doou US$ 50 para a Biblioteca Presidencial George W. Bush, no Texas, dedicada à preservação da memória do ex-presidente americano.
Você quer ser uma pessoa melhor. De verdade, do fundo do coração. Só que, por algum motivo, você nunca consegue cumprir as metas que traça pra si próprio. Por quê, hein?
Muita gente promete perder alguns quilos. Outros juram de pés juntos que vão parar de fumar. Alguns se obrigam a trabalhar mais... e a gastar menos. E uns garantem nunca mais fazer piadas estúpidas (ops, esses somos nós, da SUPER). É uma força de vontade que só, uma concentração de energias e pensamentos rumo ao objetivo. Até que a promessa vai para o saco. Pode chamar de síndrome da segunda-feira (o dia geralmente escolhido para o pontapé inicial dessas resoluções) ou síndrome do Ano-Novo, já que é comum o pessoal querer se renovar depois do Réveillon. E, a essa altura do ano, é bem possível que você já esteja elaborando a listinha de atributos do seu "eu" versão 2010. Pois saiba que você também está a um passo do fracasso.
Só 12% dessas promessas são cumpridas, segundo um estudo do pesquisador Richard Wiseman, professor de psicologia da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra. Wiseman tirou essa conclusão depois de acompanhar as metas que cerca de 3 mil pessoas, entre americanos e britânicos, estipularam para si mesmas em 2007, uma pesquisa que ele prometia publicar nos próximos meses (vamos ver se cumpre). Mas por quê, afinal, é tão difícil se comprometer consigo mesmo?
Dê uma olhada ao redor: as tentações aparecem por toda a parte. O supermercado está cheinho de comida. Distração no meio do expediente não falta: tem celular, YouTube, pausa para o cafezinho. Cigarro, álcool e drogas sustentam o vício de quem busca prazer. Hoje é tão fácil atender às nossas vontades que somos constantemente estimulados a satisfazer nossa personalidade imediatista - aquela que quer tudo no presente.
Quando criamos uma meta e decidimos controlar alguma vontade, é porque acionamos a outra personalidade, a planejadora. Pensamos no futuro - calculamos os resultados que nossos atos vão gerar. Se concluirmos que é melhor evitar as consequências ruins, começa uma guerra entre os nossos lados imediatista e planejador. E o primeiro costuma ganhar."É que o agora parece sempre mais concreto do que a recompensa que só virá no futuro", diz Michelle vanDellen, professora de psicologia da Universidade da Geórgia, nos EUA.
Na verdade, o homem sempre foi condicionado a pensar mais no presente. É uma herança dos ancestrais dos tempos da caverna. Pense bem: naquela época, o homem dependia de seus instintos para sobreviver. Se tinha fome, lá ia ele caçar. Se ficava com frio, saía à procura de proteção. E, se desse de cara com uma Miss Caverna, arrastava a mulher pelos cabelos para garantir sua reprodução. Eram tempos de escassez. Por isso, aquele homem vivia pensando no presente.
O que faltava naqueles tempos existe hoje de sobra. E parece que nós ainda não aprendemos a lidar direito com essa realidade tão generosa. "O homem de hoje é muito parecido com o das cavernas, no sentido de querer saciar imediatamente instintos como os de fome, preservação, prazer", diz Robson Nascimento da Cruz, psicólogo e pesquisador da UFMG.
Ou seja: há mesmo algo em você trabalhando intensamente pra que suas metas fracassem. Por isso, não fique deprê se bombar no teste que você mesmo se impôs. Dê um jeito de consertar a situação.
Você x você
Dado que o inimigo é você mesmo, trate de impor limites a esse mimado. Ensine-o a ser prudente com algumas técnicas: castigos amedrontadores, uma boa dose de objetividade, apoio moral e um grupo de amigos persistentes. Começando pelo mais divertido: os castigos.
Pra isso existe o www.stickk.com, criado por Ian Ayres e Dean Karlan, respectivamente professores de direito e economia da Universidade Yale. O site serve pra você se comprometer de verdade com suas metas - de papel passado e tudo. Na verdade, é um contrato virtual, no qual você declara sua meta e em que prazo pretende cumpri-la. Pode incluir um amigo como juiz, o que significa que ele fiscalizará seu comportamento e enviará relatórios ao site. E pode impor-se uma punição se fracassar, como dar dinheiro a uma causa que você não apoia. Tipo mandar uns dólares para o Bush.
Não é piada - a estudante de Yale Zara Kessler fez isso mesmo. Pra ficar mais responsável, ela listou 7 promessas no stickk.com, como "não fuçar a vida dos outros no Facebook" e "fazer a cama diariamente". Ela bem que tentou cumprir tudo, mas não deu. "Entrei no site e me declarei um fracasso", disse em um depoimento publicado no The New York Times. Resultado: doou US$ 50 para a Biblioteca Presidencial George W. Bush, no Texas, dedicada à preservação da memória do ex-presidente americano.
Yippee-ki-yay, motherfucker!