08-01-2016, 12:26 PM
Revirei meus antigos arquivos e encontrei um texto muito bom.
Na época era razoavelmente tímido, precisava de grana pra pagar a faculdade e comprar livros, não tinha muitas opções de lazer e vivia isolado na minha batcaverna.
Então, li esse texto na época e plantou a semente que veio germinar quase 2 anos depois, que foi trabalhar como vendedor.
Meu primeiro emprego foi como vendedor externo de operadoras de celular. Começei conhecendo a equipe e as informações para vender os produtos.
Me lembro até hoje meu primeiro dia que fui pro campo. Uma das piores coisas que sofri na vida, pior até do que a primeira vez que cheguei em uma mulher, porque eu não tinha aprendido direito as informações dos produtos, mas tinha que vender. Não preciso dizer que foi uma merda o primeiro dia, serviu apenas pra quebrar o gelo. Até que o primeiro que visitei empresário foi com minha cara e sentiu pena da minha situação, mas não vendi porra nenhuma...hahaha
Com tempo fui me acostumado, pegando o jeito e começei a vender bem. Começei a adquirir mais confiança e começei a ficar presunçoso. Nada mau na época, já que precisei desse conhecimento na faculdade por um grupo de idiotas querendo me humilhar, mas até que expôs minha defesa bem.
Esse primeiro emprego foi trabalho isolado, raramente andava com a equipe.
Já o outro que trabalhei como vendedor em loja em uma operadora convivendo com concorrentes no mesmo balcão, me ajudou a me entrosar mais com minha equipe, entender a motivação de aniquilar a concorrência e até mesmo ética e honra no trato com a concorrência.
Por incrível que pareça, foi nesse período que conheci uma mulher exceção (extramente honrada, pena que tinha namorado) e um dos meus melhores amigos. Todos eram meus concorrentes.
Tive problemas com alguns caras que se auto-entitulavam melhores, acabei sendo transferido (era novato) e acabei trabalhando só com mulher. Comecei a entender e consolidar minha visão sobre o que é malícia de mulher nesse tempo (no primeiro emprego também).
Minha experiência anterior (vendedor externo) me deu energia e um suporte necessário pra me destacar rapidamente naquele trabalho que considerava bem mais fácil. Enrolei muitos os bichinhos, fiz comprar um monte de porcaria, mas pelo menos saíram felizes e me deixaram também.
Aprendi muita coisa trabalhando como vendedor. Foi umas das melhores coisas que aconteceram na minha vida.
Sou eternamente grato a esse cara e a esse texto.
Citar:Aprenda a Vender
Uma das frases mais infelizes proferidas por Peter Drucker, o badalado guru internacional de administração, é: "Marketing é tudo aquilo que se faz numa empresa para tornar vendas desnecessárias". Provavelmente, Drucker se referia ao esforço de pré-venda, mas levaram sua idéia ao extremo.
Ninguém acha mais necessário vender à moda antiga, mostrando os detalhes do produto, suas funções e qualidades, ou respondendo às perguntas dos clientes. Para quê? Segundo a lógica vigente, com um bom diretor de marketing a empresa contratará uma brilhante agência de propaganda, que elaborará uma fantástica campanha de televisão, que por sua vez fará a cabeça dos consumidores, que arrombarão as portas dos supermercados, pegarão o produto direto da prateleira e o levarão sem questionamento ao caixa para o devido pagamento. Não há mais necessidade de vendedor. E a próxima etapa da estratégia já está em curso: eliminar até o supermercado ou o "ponto-de-venda" e passar a "vender" tudo pela internet. Nem o contato com o cliente será mais necessário.
Noventa e nove por cento dos sites de comércio eletrônico nem foto de seus produtos oferece - no máximo uma 3 por 4, feita de um lado só. Eles não têm telefone para tirar dúvidas antes da compra. É de propósito, pois não querem lhe vender nada, só querem que você compre tudo. Quando existe o telefone, não existe a telefonista. Em seu lugar, computadores, que mandam você apertar 1, 2, 3, 4 ou 5 para falar com ninguém. Mesmo as lojas especializadas, que vendem todos os produtos de um segmento específico, simplesmente disponibilizam uma enorme variedade de alternativas concorrentes, mas a maioria dos vendedores não tem a menor idéia das diferenças entre elas. Eles torcem para que "vendas sejam desnecessárias" e para que você não faça nenhuma pergunta complicada.
As empresas se esqueceram de como vender seus produtos e muitas delegaram essa função a uma empresa terceirizada de CRM (ou seja, de relacionamento com clientes). Rebaixaram o diretor de vendas ao nível de subgerente, confiaram nas promessas do marketing científico e da propaganda.
Estamos no caminho errado. Precisamos voltar a valorizar as equipes de vendas como se fazia no passado, voltar a contratar pessoas que saibam vender e não somente tirar pedidos.
Talvez essa seja a razão da queda da publicidade na maioria dos jornais e na televisão. Nem nossos comerciais sabem mais vender o produto, só sabem criar emoções, sensações positivas, marcas "amigas" ou "socialmente responsáveis". Vender o produto é hoje considerado démodé. A impressão que o consumidor tem é a de que todo produto é exatamente igual, o que muda são as "emoções" escondidas nos anúncios. Vende-se um estilo de viver, uma atitude perante a vida, mas o produto em si, nem pensar. Eu já ouvi, de um famoso publicitário, que empresas não deveriam mais vender o seu produto, mas sim a sua responsabilidade social. "Tem muito mais emoção", disse ele. A que ponto chegamos!
Por isso tem tanto consumidor confuso por aí, por isso há tanta gente postergando consumo, sem saber que produto comprar, como decidir entre as dezenas de alternativas, sem a informação necessária para avaliar.
Sempre recomendo aos filhos dos meus amigos que façam um curso de técnicas de vendas, qualquer que seja a profissão que pretendam seguir. Aqueles cursos bem pé-no-chão, dados antigamente a vendedores de enciclopédias. Recomendo também que façam um estágio numa loja de varejo para sentir o que é colocar a barriga num balcão. Saber vender e se vender é absolutamente essencial na vida. Costumo dizer que tímidos são aqueles que não aprenderam a se vender. Chatos são aqueles que se vendem demais. Se você é tímido, não se preocupe, um bom curso de técnicas de vendas resolverá o problema. Se você é um chato, não há solução.
Se a sua empresa não está crescendo, talvez o problema não seja a política econômica do ministro Palocci, a taxa de juros ou o câmbio. Provavelmente você é mais um daqueles que se esqueceram de que vendas é tudo aquilo que é preciso fazer para que uma venda seja concretizada.
Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)
Editora Abril, Revista Veja, edição 1902, ano 38, nº 17, 27 de abril de 2005, página 18
Na época era razoavelmente tímido, precisava de grana pra pagar a faculdade e comprar livros, não tinha muitas opções de lazer e vivia isolado na minha batcaverna.
Então, li esse texto na época e plantou a semente que veio germinar quase 2 anos depois, que foi trabalhar como vendedor.
Meu primeiro emprego foi como vendedor externo de operadoras de celular. Começei conhecendo a equipe e as informações para vender os produtos.
Me lembro até hoje meu primeiro dia que fui pro campo. Uma das piores coisas que sofri na vida, pior até do que a primeira vez que cheguei em uma mulher, porque eu não tinha aprendido direito as informações dos produtos, mas tinha que vender. Não preciso dizer que foi uma merda o primeiro dia, serviu apenas pra quebrar o gelo. Até que o primeiro que visitei empresário foi com minha cara e sentiu pena da minha situação, mas não vendi porra nenhuma...hahaha
Com tempo fui me acostumado, pegando o jeito e começei a vender bem. Começei a adquirir mais confiança e começei a ficar presunçoso. Nada mau na época, já que precisei desse conhecimento na faculdade por um grupo de idiotas querendo me humilhar, mas até que expôs minha defesa bem.
Esse primeiro emprego foi trabalho isolado, raramente andava com a equipe.
Já o outro que trabalhei como vendedor em loja em uma operadora convivendo com concorrentes no mesmo balcão, me ajudou a me entrosar mais com minha equipe, entender a motivação de aniquilar a concorrência e até mesmo ética e honra no trato com a concorrência.
Por incrível que pareça, foi nesse período que conheci uma mulher exceção (extramente honrada, pena que tinha namorado) e um dos meus melhores amigos. Todos eram meus concorrentes.
Tive problemas com alguns caras que se auto-entitulavam melhores, acabei sendo transferido (era novato) e acabei trabalhando só com mulher. Comecei a entender e consolidar minha visão sobre o que é malícia de mulher nesse tempo (no primeiro emprego também).
Minha experiência anterior (vendedor externo) me deu energia e um suporte necessário pra me destacar rapidamente naquele trabalho que considerava bem mais fácil. Enrolei muitos os bichinhos, fiz comprar um monte de porcaria, mas pelo menos saíram felizes e me deixaram também.
Aprendi muita coisa trabalhando como vendedor. Foi umas das melhores coisas que aconteceram na minha vida.
Sou eternamente grato a esse cara e a esse texto.