Fórum do Búfalo

Versão Completa: Regras estúpidas
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Boa noite companheiros.

Geralmente só observo as postagens e aprendo muito com todos, pois acho que de boca calada se aprende mais.

Porém me deparei com um tema interessante lendo o livro "O código da mente extraordinária" e gostaria de compartilhar com todos.

Sobre as regras estúpidas que incorporamos, principalmente na infância, e levamos para o resto da vida como verdade absolutas.

Vou listar algumas:

A minha religião é a única que salva.
Se eu for bonzinho e reprimir minha natureza, as pessoas vão gostar de mim.
Eu não posso mudar do time que me escolheram na infância.
Preciso fazer uma faculdade, pois só assim ganharei dinheiro.
Eu tenho que casar e ter filhos, pois só assim vão me respeitar.
Preciso ser fiel aos meus pais, mesmo que isso me custe perder oportunidades.
Tenho que vestir roupas ridículas da moda, senão vão me achar descolado.

E aí vai, regras estúpidas em cima de regras estúpidas.

Daí chego a colocar o dedo na ferida.

Regras estúpidas na Real.

Quando uma filosofia de vida que deveria ser libertadora se torna uma religião para alguns.

Exemplos que reparo que "alguns" tem em mente sobre a real:

Toda mulher não presta, só são interesseiras e manipuladoras, e unicórnios são quase impossíveis de se achar.
(no mundo existem cerca de 4 bilhões de mulheres, apesar da grande maioria se comportar como tal, é uma regra estúpida achar que não existam tantos unicórnios assim, claro que existem, só precisamos ser mais seletivos na hora da escolha. Certamente existem mulheres totalmente desapegadas e submissas esperando algum homem para se envolver sem interesses obscuros.)

Todo MGTOW é feliz e resolvido.
(não é bem assim, certamente tem muito homem frustrado se escondendo atrás dessa máscara de resolvidão e auto suficiente para não demonstrar seu medo de se envolver novamente e escolher alguma vadia que o faça sofre novamente)

Conhecer a real me protege de ser enganado
(o ser humano é bem mais complexo do que todo nosso conhecimento, escolher bem uma mulher nos dá uma boa chance de não se enganado, mas nunca será certeza absoluta)

A ideia que quero passar é:

Sempre conteste tudo o que você lê ouve ou te dizem como verdade absoluta, pois há grande chance de ser apenas uma regra estúpida.

Verdade absoluta é a lei da gravidade que vai matar qualquer um que a desafie pulando sem paraquedas de um prédio de vinte andares.

Verdade absoluta é o fogo que vai queimar qualquer um que coloque a mão nele.

O resto são apenas regras estúpidas que podem ser mudadas a qualquer momento conforme nossa vontade.

Abraço, sem ressentimento, a ideia é apenas compartilhar uma ideia para discussão, sem querer se achar dono da verdade.

"A moralidade é a melhor de todas as regras para orientar a humanidade."

Friedrich Nietzsche
Eae, brother.Bom tópico, mas: Essas regras que você citou como sendo da Real, na verdade não são. Podem ser generalizações criadas por cabaços que não sabem analisar as coisas por si próprios, mas jamais regras.
A menos que seus pais sejam dois filhos da puta, ser fiel a eles sempre não é uma "regra" e sim um ato de retribuição a tudo que fizeram e ainda fazem por você.
Oportunidades aparecem e somem ao longo da vida. Os pais só temos 2 e quando morrerem o arrependimento será longo se os trairmos.

Mas se forem filhos da puta, fodam-se.

O restante, como o Frost falou, são generalizações preguiçosas.
Acho que a experiência difundida aqui, de graça, é inconteste.
Então, vamos lá. Grande maioria dessas regras que você falou são na verdade as tais Matrixes que tanto nos esforçamos em combater. Coisas para aprisionar e padronizar o sujeito. 

Uma vida sem regras não é possível, mas todas essas suposições são erradas pois partem do princípio que você tem que agir de determinada maneira para ser aceito, mas nenhuma dessas é uma regra de convivência necessária. 

Ademais, a Real não é dogmática, o que a gente pode dar aqui são recomendações. A gente não prega verdades absolutas nem dizemos ou supomos como as coisas devem ser. 

Essas "regras" que você citou são patentemente falsas, há de fato um código informal aqui para ajudar o sujeito a se preparar para o pior caso, são apenas senso comum, mas não é nada imperativo, se a pessoa procura um manual de como agir feito um robozinho sem o menor senso crítico, sinto muito, está no lugar errado. 
Interessante a proposta do tópico.

Não acredito ser uma voz dissonante, mas sempre parti do princípio que a Real difundida nas redes sociais e fóruns se destinava a produzir conhecimento, e não regras. Conhecimento este passível de aplicação no plano fático (ex. Desenvolvimento pessoal). Surgia um tema ou um relato e diversos confrades debatiam à exaustão, formando alguma espécie de conhecimento capaz de ajudar os próprios envolvidos ou algum terceiro que se deparasse com o material.

Por se tratar de conhecimento, presumo, ele está disponível e acessível para qualquer um, desde um realista, um PUA, um mangina... Está aí. Determinado conhecimento pode vir a ser útil para alguns, mas para outros, não. Por exemplo, podemos citar algumas discussões ou relatos sobre matrimônio. Para quem pretende se casar ou é casado, é factível que o material lá produzido será de extrema utilidade. Agora, para alguém que não pretende se casar, convenhamos, o material não tem aplicabilidade fática nenhuma.

Creio que os exemplos utilizados pelo confrade e tidos como "regras", na verdade são excessivamente subjetivos. Creio que diferentemente de uma "regra" (o que implicaria subordinação), existe consenso. Quer um exemplo? Bastaria abrir um tópico aqui relatando uma traição e perguntando o que fazer, 4378643864837% dos usuários ativos do fórum irão se manifestar no sentido de terminar o relacionamento. "Por que?" porque é um consenso entre os confrades, e não uma regra, de que a traição deve ser penalizada com o rompimento de um relacionamento. Posso citar outro exemplo, que é o projeto de súmulas do fórum, em que determinados consensos são edificados na forma de súmulas, após amplos e exaustivos relatos, debates e discussões sobre temas, gerando uma espécie de posicionamento, compartilhado. Mesmo no que se refere às súmulas, ainda há divergências (todas respeitadas).

Se o exemplo que eu dei fosse uma regra, sua aplicabilidade seria nula, porque sabemos que há indivíduos que perdoam uma traição. Por outro lado, o consenso implica em afirmar que ele voluntariamente quer ir na contramão de uma tendência. Ou seja, a responsabilidade é toda de tal indivíduo.

Creio ser perigoso esse conceito de regra. Primeiro porque revolve subjetividade (alguns não irão se identificar com elas); segundo porque envolveria uma espécie de "autoridade" para afirmar e catalogar o que é regra ou não, o que não existe na Real, e terceiro, porque fere a individualidade de cada um, já que muitos possuem pleno discernimento para escolher e aplicar na sua vida pessoal, o que convém da Real (ex. as alas). Não há necessidade de se formar regras entre os membros, no sentido de formar uma união (artificial). Na Real o debate é flagrantemente necessário. Necessitamos do confronto de ideias, para produzir e formar o conhecimento realístico. Agora, não há como se contrariar determinados consensos (ex. a questão da traição), porque se originam justamente de profundos debates entre vozes dissonantes que conseguiram chegar em um ponto em comum.

Para todos os efeitos, existe a liberdade individual de cada um vir até aqui e selecionar o que se aplica na sua vida privada.
E por fim, se algum consenso não agrada, existe a possibilidade de impugná-lo. Mas aí o ônus é de quem interessar.
Passando para comentar essa parte aqui, que eu acredito ser a regra mais estúpida que eu já vi. (Não vou dizer que foi aqui ou acolá porque não quero apontar dedos sem ter provas).

"Conhecer a real me protege de ser enganado."

Errado. Completamente errado. Ninguém nesse mundo está à salvo de ser enganado ou está 100% protegido de ser enganado. Estamos falando de seres humanos, não de máquinas. O ser humano pode ser imprevisível na maior parte das vezes, o que fazemos muitas das vezes é tentar analisar certos comportamentos e os expor, mas não significa que seja possível colocar todos nesses padrões sem ao menos nos arriscarmos ao erro.

O que creio eu ser mais correto, nesse caso é:

"Conhecer a Real me fornece as ferramentas corretas para analisar e identificar sinais que possam me indicar que estou sendo enganado e agir de acordo."
Baita topico!
Os antigaços veteranos aparecerem pra dar opinião. Vejam e aprendam como se faz, crianças.

Bem vindos de volta à casa.
Sei que o termo "regras estúpidas" soa um pouco pesado, e até uma ofensa para alguns.
Mas a ideia não é essa.
Está mais sobre bem colocou o Wild, das tal matrixes que estamos inseridos.
São tantas normas o mundo nos impõe, por vezes de maneira subliminar e dissimulada, como essa desgraça do politicamente correto, que nos sentimos impotentes sem nem saber o porquê.
Hoje em dia, até para fazer um comentário sincero, se não for o que os outros esperam ouvir, nos preocupamos com o que vão achar de nós.
Dou como exemplo um comentário que fiz certa vem em um vídeo sobre MGTOWs no youtube.
Comentei: " sou conservador com minha mulher e mgtow com todas as outras."
Recebi uma enxurrada de críticas.
Porque, segundo eles, devo obrigatoriamente ser um outro... como se fosse impossível ser os dois.
Eu simplesmente resolvi tirar o melhor proveito de ambas as filosofias de vida.
Também tem as regras das religiões, quando decidi me libertar de todas.
Agora se vou à um centro espírita, uma missa ou a um terreiro, tanto faz, sinto-me bem de qualquer maneira.
Também tem os gostos musicais, criei a minha regra própria de que tem música boa e ruim em qualquer ritmo.
Tem Rock bom, mas tbm tem Rock que é uma merda (minoria).
Tem até pagode bom (minoria tbm rs).
Gosto desse fórum exatamente pela divergência de ideias, mudei muitos pontos de vista depois que comecei a participar.
Por isso fiquei a vontade e expor esse tema, mesmo que receba críticas de alguns, e aprender mais com as excelente posições de todos, pois sei que estou longe de ser o dono da verdade.

obs: colocaram-me na infância a regra de ser vascaíno, e desse sofrimento tá difícil de se livrar rs.

Abraço.

"Maldição, aqui não há regras - estamos a tentar realizar alguma coisa."
Thomas Edison
Quanto mais eu vivo e adquiro experiência, percebo que uma característica IMPORTANTÍSSIMA é a ADAPTABILIDADE. E é bem difícil ser adaptável, se você está preso a um monte de Matrixes.
(01-08-2020, 08:01 AM)frost Escreveu: [ -> ]Quanto mais eu vivo e adquiro experiência, percebo que uma característica IMPORTANTÍSSIMA é  a ADAPTABILIDADE. E é bem difícil ser adaptável, se você está preso a um monte de Matrixes.
Caro Frost; eu também entendo que esta questão que você falou representa uma das habilidades mais importantes que uma pessoa deve adquirir. Tudo ao nosso redor está passando por alterações a cada dia; se nós não entrarmos neste mesmo ritmo – adaptação - vamos perecer.
 
Em um dos primeiros posts que eu escrevi aqui no fórum, eu tentei abordar justamente esse assunto. Usei como metáfora a vida das cobras, que trocam de pele (ou seja, se adaptam ao novo terreno) rotineiramente. Pense da seguinte forma: uma determinada espécie de cobra (Digamos, uma Cascavél) cria uma pele dura e áspera, que ajuda na locomoção em território difícil: pedroso e lamacento. Porém, meses depois, esta cobra já dominou a arte de “rastejar” neste tipo de terreno, de maneira que aquela pele dura de outrora já não é uma proteção... e sim, um peso em seu próprio corpo, que impede seu crescimento e locomoção com maior agilidade.
 
O que ela faz então? Ela simplesmente retira aquela pele dura e velha, abandonando-a, e cria uma nova, diferente, mais forte... e isso possibilita o crescimento dela... cada vez mais! E possibilita que ela ande por terrenos ainda mais difíceis de serem atravessados (Filosofia profunda aqui hen!!!).
 
Indo para a vida de nós homens, isto funciona mais ou menos da mesma forma. Exemplo; durante a nossa adolescência, nossos pais... amigos, escola e igreja; colocaram sobre nossa vida uma serie de aprendizados que nos protegeram durante aquela fase conturbada, a qual exigia muita cautela para ser atravessada (hábitos, costumes, repreensões, freios psicológicos, timidez, duvidas e etc...), tudo isso como um mecanismo para nos proteger do mundão daquela época da nossa vida, que possuía capacidade para nos destruir se não estivéssemos preparados. Então, precisávamos ser contidos de alguma forma...
 
Agora, porém, na vida de adulto, somos mais habilidosos e temos mais traquejos... Porém, assim como a cobra precisa trocar de pele para poder crescer... Nós homens precisamos abandonar muitos dos ensinamentos e costumes que adquirimos anteriormente... pois tais costumes e ensinamentos foram essenciais para a travessia na vida em épocas passadas, nas quais éramos inexperientes e imaturos. Agora, alguns desses costumes apenas servem como peso, nos impedindo de atingir o nosso verdadeiro potencial... atrasando nossa travessia em terrenos mais difíceis.

[Imagem: o-que-ha-dentro-do-chocalho-da-cobra-cas...1&q=40&a=t]